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Nazismo – O que é
O Nazismo foi a forma como o Fascismo se implantou na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. Muitos outros países tiveram regimes inspirados no fascismo italiano (Portugal e Espanha sendo os exemplos mais conhecidos), mas somente na Alemanha os ideais fascistas ganharam uma nova interpretação, ainda mais autoritária e expansionista que a original italiana.
E sendo uma expressão do movimento fascista na Europa, as origens do Nazismo são comuns à ideologia matriz: crise dos valores liberais e o medo da classe média e da burguesia em relação à expansão do comunismo soviético.
Na Alemanha, a humilhação sofrida em 1919 através do Tratado de Versalhes e a grave crise econômica que assolou a sociedade foram fatores específicos para a ascensão do Partido Nazista ao poder em 1933.
A República de Weimar (1918-1933)
Tentativa de Democracia sob domínio do SPD
Como sabemos, diante da recusa de Guilherme II em pedir armistício aos Aliados, a sociedade alemã mobilizou-se com o fim de derrubar o Kaiser, apoiada por setores da burguesia industrial e financeira.
Por fim surgia a República de Weimar, proclamada nesta cidade no ano de 1918, antes mesmo de Guilherme II renunciar ao trono.
A Constituição Republicana estabelecia um regime parlamentar liberal democrático, tornando o chanceler diretamente responsável diante do Parlamento, e não mais diretamente ao chefe de Estado (no caso agora não mais o Imperador, mas o Presidente).
O Partido Social-Democrata Alemão (Sozialdemokratische Partei Deutschlands, SPD), organização política de centro-esquerda, formada por muitos membros sindicais não-comunistas, intelectuais e membros das classes médias, principal força política por trás do fim do Império Alemão, toma o poder da República. O primeiro Presidente da Alemanha, Friedrich Erbert, era membro do SPD.
O SPD propunha uma série de reformas na Alemanha que tornassem o capitalismo menos injusto, sem que com isso destruísse a própria economia capitalista.
Várias medidas foram propostas pelo partido, tais como jornada de trabalho de oito horas diárias, reforma agrária moderada, sufrágio universal (implementado) e expansão da seguridade social (criada por Bismarck).
Os Comunistas alemães contra o domínio do SPD
Nos últimos dias de vida do Império Alemão, havia grande expectativa por parte dos comunistas alemães a respeito de uma possível revolução marxista-leninista na Alemanha tão logo Guilherme II fosse derrubado.
Mesmo Lênin, líder dos bolcheviques na Rússia, acreditava que os comunistas tomariam o poder facilmente no território germânico.
Entretanto, com o estabelecimento de uma República Liberal, os comunistas entenderam que suas possibilidades de chegar ao poder não seriam tão diretas quando o imaginado. Com isso, decidem tomar em armas e forçar uma transformação revolucionária na Alemanha, tentando com isso destituir o governo do SPD.
Formam-se por toda a República Alemã sovietes ao estilo russo, congregando soldados, marinheiros e operários. Estes sovietes conseguem tomar o poder em várias cidades, ameaçando assim o projeto liberal-democrático do SPD.
O SPD pactua uma aliança com as elites militares
Diante da ameaça de uma “insurreição comunista”, os Social-Democratas pactuam com as lideranças militares (junkers em sua grande maioria) os termos para a repressão dos revoltosos.
Friedrich Erbert prometia não reformar o Exército (mantendo portanto os junkers no controle) em troca de apoio ao novo regime.
Os Junkers concordam e se lançam à repressão dos sovietes e soldados rebelados. Nesta mesma ocasião se formam batalhões voluntários que atuam igualmente na repressão (os chamados Freikorps).
A repressão é bem sucedida, mas surte o efeito inverso do esperado. Ainda que os sovietes tenham sido extintos, o movimento comunista alemão se institucionaliza através da formação do Partido Comunista Alemão (Kommunistische Partei Deutschlands, ou KPD).
Uma Democracia morta no berço
A vitória da aliança SPD-Junkers não representava a glória da República de Weimar. Pelo contrário, o esmagamento da insurreição comunista só evidenciava a fragilidade do novo regime.
Isto porque, por um lado, os comunistas rejeitavam o regime por permanecer capitalista. Além disso, os comunistas consideraram a aliança com do SPD com os junkers uma traição à causa dos trabalhadores.
Por outro lado, os próprios junkers e demais conservadores alemães não confiavam nos ideais liberais e democráticos professados pelo SPD, e esperavam que a Alemanha se reerguesse através de um governo forte e autoritário, tal como havia sido na ocasião da Unificação Alemã, com o chanceler Bismarck à frente. Além disso, os junkers entendiam que o SPD havia sido responsável pela humilhante derrota da Alemanha diante dos Aliados.
O Partido Nacional-Socialista Operário Alemão
Crise Econômica e Humilhação Nacional
Entre 1923 e 1924, a situação social e econômica da Alemanha se agravou severamente. Após conseguir assegurar o pagamento anual da dívida de guerra imposta pelo Tratado de Versalhes, em 1923 o governo alemão informa a impossibilidade de honrar o compromisso da dívida daquele ano.
Em resposta, França e Bélgica ocupam militarmente a região do Ruhr, de grande importância industrial, dificultando ainda mais os esforços de reconstrução da economia alemã.
A região só foi devolvida quando a Alemanha retomou o pagamento da dívida em 1924, mas o fato causou tensão política e abalo econômico durante o período.
De 1923 a 1924 a Alemanha foi palco do maior fenômeno inflacionário da história do Capitalismo.
O excesso de emissão monetária por parte do governo agravou o problema, fazendo com que o valor da moeda despencasse. Assim, por volta de 1924, a inflação subira a níveis tão altos que o a população perdeu a confiança no valor do dinheiro, aniquilando o sistema monetário alemão. A situação era de completa penúria.
Uma alternativa autoritária: o Partido Nacional-Socialista Operário Alemão
Formado em 1920, o Partido Nacional-Socialista Alemão (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP) e seu líder, Adolf Hitler, se apresentam com uma proposta ambiciosa de “salvação da Alemanha”.
Prometiam empregos para todos os alemães e direitos sociais.
Denunciavam os comunistas e o marxismo-leninismo como pragas ideológicas, prejudiciais ao ideal de uma nova Alemanha. Além disso, o NSDAP denunciava os judeus como grupo social indesejável e inferior, devendo portanto ser expurgados da sociedade alemã.
Assim, o objetivo era eleger inimigos internos com a finalidade de mobilização política para o projeto de poder nazista.
Como outro instrumento de exaltação nacionalista, o NSDAP pregava uma solução extrema contra o “diktat” de Versalhes, ou seja, contra a humilhação imposta pelo Tratado de Versalhes.
O NSDAP se prepara para uma solução golpista na Alemanha
Em 1921, o Partido Nazista formou seu corpo paramilitar de voluntários, braço armado da ideologia nazista, a SA (Sturmabteilungen). A SA cumpria funções análogas à dos camisas negras italianos, além de atuarem também na educação e formação da juventude nazista, entre outras atividades de difusão dos ideais do NSDAP.
Em 1923, julgando que o momento era propício para uma insurreição, Hitler obtém o apoio de Erich von Ludendorff (general, herói da Primeira Guerra Mundial) para um golpe, que foi iniciado na cidade de Munique.
Entretanto, as forças de repressão da República de Weimar foram capazes de impedir o sucesso do movimento. Hitler foi condenado a cinco anos de prisão. A ascendência junker de Ludendorff lhe garantiu sair ileso.
Na prisão, Hitler elabora o livro “Minha Luta” (Mein Kampf), onde sistematizara a doutrina nazista.
O fracasso do golpe de 1923 levou Hitler e as demais lideranças do NSDAP a reorientar sua proposta, buscando meios legais para chegar ao poder, e não mais a via insurrecional.
A Ideologia Nazista
Alemanha nazista
Nazismo – Racismo (Herrenvolk)
No Nazismo, os conceitos clássicos de “povo” e “nação” perdem significado. Isto significa dizer que o povo alemão e a nacionalidade alemã passam a ser identificados como a raça germânica. Ou seja, o que define o povo e a nação é uma questão hereditária, biológica.
Não basta querer ser alemão e jurar lealdade à pátria: o indivíduo deve estar ligado à “nação” através do “sangue”. Surge aí o conceito de “raça superior” (Herrenvolk). Seriam superiores os “arianos” (germânicos) e os nórdicos.
Os latinos, eslavos, magiares, asiáticos e africanos de todo o tipo seriam raças aptas a serem escravizadas ou exterminadas.
Irracionalismo: “Crer, Obedecer, Combater”. Com este lema, os nazistas afirmavam a prevalência da violência e da fé como solução para os desafios apresentados à nação alemã. Ao invés da racionalidade do Iluminismo, o Nazismo pregava a lei do mais forte.
Mito do Chefe (Führer): Tal como na Itália, os nazistas acreditavam na importância do líder (Führer), que deveria ser obedecido cegamente.
Totalitarismo: A doutrina enfatizava que todos os aspectos da sociedade deveriam ser regulados por uma “conduta nazista”.
Espaço Vital (Lebensraum): Hitler ressaltava a importância de integrar os povos germânicos de toda a Europa em um “espaço vital”, tendo a Alemanha como centro. Isso significava que, para os nazistas, a Áustria deveria ser incorporada ao território alemão, juntamente com partes da Tchecoslováquia, da Polônia e da Ucrânia.
Acerto de Contas: Hitler pregava o “acerto de contas” com os eslavos (em especial os russos) e com os latinos (especialmente os franceses), considerados raças inferiores e responsáveis pelos danos causados à Alemanha na Primeira Guerra Mundial. Note-se que os ingleses, sendo anglo-saxões, foram “poupados” pela pregação nazista.
A Ascensão do Nazismo (1932-1933)
A Crise de 1929 acirra a perda de credibilidade da República de Weimar
Os impactos da crise de 1929 sobre a Alemanha foram severos. O desemprego aumentou ainda mais, e as condições de vida tiveram sensível piora. O governo do presidente Hindenburg, tomado por grave crise financeira, corta gastos sociais, gerando ainda mais miséria. Ficava claro, a esta altura, que a República de Weimar não tinha mais qualquer credibilidade.
As eleições de 1932 e a ameaça do KPD
Não surpreende que, diante de um cenário de catástrofe social e econômica, os dois partidos mais votados nas eleições parlamentares de 1932 tenham sido o KPD (Comunista) e o NSDAP (Nazista).
Ambos pregavam soluções radicais para a crise institucional, fosse seguindo o modelo revolucionário da União Soviética, ou adotando os princípios autoritários expressos em Mein Kampf.
Note-se que o SPD perdeu expressivamente sua influência política.
Diante da expressividade da votação em seu partido e da presença “incômoda” do KPD na política alemã, Hitler pressiona Hindemburg a aceitá-lo como chanceler da Alemanha. Hitler sempre utilizava a “ameaça comunista” como um mecanismo de pressão, apresentando-se como uma alternativa conservadora ao KPD. Após grande relutância, Hindemburg aceita Hitler como chanceler (1933) dando início à nazificação da Alemanha.
A Alemanha Nazista (1933-1945)
Perseguição aos comunistas
Empossado chanceler, Hitler inicia uma severa perseguição aos comunistas e social-democratas.
Hitler e outras lideranças do NSDAP promovem um atentado contra o Parlamento Alemão (Reichstag), que arde em chamas. Com o incêndio do Reichstag, automaticamente Hitler atribui a responsabilidade aos comunistas, que são perseguidos ainda mais. As liberdades civis e políticas são cassadas, iniciando um período ditatorial que duraria até 1945.
Centralização do Poder: O federalismo alemão é abolido na medida em que Hitler centraliza o poder em Berlim.
Ato de Habilitação (1933): Hitler aproveita o clima de histeria e perseguição e proclama através do Ato de Habilitação que, dali por diante, concentraria os poderes de primeiro-ministro (chanceler) e legislador, desautorizando portanto o poder do Parlamento. Instaura também um regime de partido único (NSDAP), dissolvendo todos os demais partidos existentes.
Exército em rivalidade com a SA: Com a nazificação, as lideranças militares (junkers) expressaram sua insatisfação junto ao chanceler em função das ações empreendidas pela SA. Sendo a Sturmabteilungen uma força armada paralela, os líderes do Exército a encaravam como uma força rival. Hitler, buscando apoio dos junkers, ordena a perseguição e execução dos principais líderes da SA, na chamada Noite dos Longos Punhais (1934).
Nasce o Führer: Com a morte do presidente Hindemburg, Hitler não autoriza a realização de novo pleito sucessório. A partir de 1934, Hitler passa a concentrar as funções de chanceler, legislador e presidente, concretizando assim seu ideal de tornar-se o chefe supremo, o Führer.
Leis Raciais de Nuremberg (1935): A partir das Leis Raciais, os judeus perdem a cidadania alemã e são privados de seus cargos públicos. Começam nesta mesma ocasião programas de eutanásia, de modo a eliminar alemães doentes, deficientes físicos e mentais e outros incapacitados, com a finalidade de criar uma “raça pura”. Da mesma forma, programas de esterilização foram implementados a fim de impedir que mulheres “com defeitos hereditários” procriassem.
Economia Controlada
O Estado nazista assume severa intervenção na economia. Sindicatos são fechados e as greves são proibidas. Os salários são tabelados de modo a beneficiar a acumulação de lucros pelas empresas.
Indústrias privadas passavam a respeitar o planejamento realizado pelo governo. O Estado promove diversas obras públicas (ferrovias, pontes, estradas, represas) de modo a oferecer emprego aos desempregados.
Com estas medidas e com o rearmamento, a Alemanha emergiria da crise econômica de 1929 pronta para levar a guerra aos seus antigos inimigos.
Nazismo na Alemanha
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução democrática que instaurou no país.
A primeira grande dificuldade pela jovem república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha pesadas obrigações à Alemanha. À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário político alemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo.
Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente.
Esse crescimento, porém, perdurou somente até 1929. Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido.
Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este concedeu a Hitler o cargo de chanceler, chefe do governo. No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934, morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de Führer (guia, condutor).
Fortalecido o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera.
A propaganda era dirigida por Joseph Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda.
Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobres os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavra de ordem nazista.Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SS (tropas de elite), das SA (tropas de choque) e da Gestapo (polícia secreta de Estado) para prender, torturas e eliminar os inimigos do nazismo.
No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, da indústrias de base e sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes.
Partido Nazista – Origem
Em 1919, o veterano do exército Adolf Hitler, frustrado com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, que deixou a nação economicamente deprimida e politicamente instável, juntou-se a uma organização política incipiente chamada Partido dos Trabalhadores Alemães. Fundado no início do mesmo ano por um pequeno grupo de homens, incluindo o serralheiro Anton Drexler (1884-1942) e o jornalista Karl Harrer (1890-1926), o partido promoveu o nacionalismo alemão e o anti-semitismo, e considerou que o Tratado de Versalhes, a paz O acordo que encerrou a guerra foi extremamente injusto para a Alemanha, sobrecarregando-a com reparações que ela jamais poderia pagar. Hitler logo emergiu como um orador público carismático e começou a atrair novos membros com discursos culpando judeus e marxistas pelos problemas da Alemanha e defendendo o nacionalismo extremo e o conceito de uma “raça superior” ariana. Em julho de 1921, ele assumiu a liderança da organização, que então havia sido rebatizada de Partido Nacionalista Socialista dos Trabalhadores Alemães (nazista).
Durante a década de 1920, Hitler fez discurso após discurso no qual afirmava que o desemprego, a inflação galopante, a fome e a estagnação econômica na Alemanha do pós-guerra continuariam até que houvesse uma revolução total na vida alemã. A maioria dos problemas poderia ser resolvida, explicou ele, se comunistas e judeus fossem expulsos da nação. Seus discursos inflamados engrossaram as fileiras do Partido Nazista, especialmente entre os jovens alemães economicamente desfavorecidos.
Muitos ex-oficiais do exército insatisfeitos em Munique juntaram-se aos nazistas, incluindo Ernst Röhm, o homem responsável por recrutar os Sturmabteilung (SA) (esquadrões de “braço forte”) que Hitler usava para proteger as reuniões do partido e atacar oponentes.
Em síntese, o Partido Nazista foi um partido político na Alemanha, liderado por Adolf Hitler de 1921 a 1945, cujos princípios centrais incluíam a supremacia do povo ariano e culpar judeus e outros pelos problemas dentro da Alemanha. Essas crenças extremas eventualmente levaram à Segunda Guerra Mundial e ao Holocausto.
No final da Segunda Guerra Mundial, o Partido Nazista foi declarado ilegal pelas Potências Aliadas de ocupação e oficialmente deixou de existir em maio de 1945.
Hitler e o Nazismo
Hitler nasceu na Áustria e pretendia ser pintor. Mas, por duas vezes, foi reprovado nos exames para ingresso na Academia de Viena. Após a morte dos pais, vivia como um mendigo, pernoitando em albergues e tentando viver dos cartões postais que pintava.
Quando começou a guerra, incorporou-se em um regimento alemão. Participou com bravura, foi ferido duas vezes e condecorado com a Cruz de Ferro. Mas a derrota o abalou profundamente.
Ele era extremamente nacionalista. Opunha-se aos judeus, num anti-semitismo cujas origens são difíceis de serem explicadas. Via nos judeus um fator de corrupção do povo alemão. Cristo e Marx, dois judeus, pregavam a igualdade entre os homens e a resignação, ideias que Hitler considerava nocivas ao povo alemão. Daí, surgiu sua doutrina racista, segundo a qual os homens eram desiguais por natureza.
A raça superior era a dos arianos (germânicos), altos e alourados. Na Alemanha, eles existiam em estado puro, sendo, pois, a raça sob a humilhação do Tratado de Versalhes.
O povo alemão deveria agrupar-se em um único estado: A Grande Alemanha, que reuniria todas as populações germânicas.
Desprezava os povos latinos e principalmente os eslavos, os quais julgava que deveriam ser reduzidos à escravidão, dominados pelos germânicos.
A pureza da raça ariana deveria ser defendida através da impiedosa perseguição aos judeus.
A partir dessas ideias de Hitler, surgiu o Nazismo, um regime totalitário e militarista que se baseava numa mística heroica de regeneração nacional.
Apoia-se no campesinato e não tem a estrutura corporativista do fascismo.
O fracasso na primeira tentativa de tomada do poder
Após a organização do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazista), Hitler percorreu a Alemanha para divulgá-lo e conseguir mais adeptos.
As reuniões do partido eram feitas com alguns rituais, como numerosas paradas, ataques violentos aos socialistas, além dos uniformes.
Foi fundado também um jornal partidário. Vários adeptos foram recrutados entre desempregados. Alguns intelectuais também se filiaram.
Com a crise de 1923, Hitler organizou uma manifestação militar para tomar o poder. Numa concentração em Munique, avisou que uma revolução nacional começara; mas o povo não o seguiu.
Após um conflito com a polícia, Hitler foi preso e o Partido Nazista começou um declínio contínuo, até que, em 1929, havia menos de 120.000 membros.
Crise Econômica
A partir do final da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha mergulhou em uma crise econômica agravada ainda mais pelas enormes indenizações impostas pelo Tratado de Versalhes e pela ocupação do vale do Ruhr por França e Bélgica.
O marco alemão desaba e consegue se estabilizar somente em novembro de 1923, quando sua cotação atinge 4,6 bilhões de marcos para US$ 1. A hiperinflação tem efeito devastador sobre a economia, desorganizando a produção e o comércio. Em 1931, há 4 milhões de desempregados, quase 30 mil falências e a produção cai em todos os setores.
No plano político, a situação também era grave, pois vários golpes de direita e esquerda se sucederam, todos fracassados.
A crise econômica mundial de 1929 permitiu a ascensão ao poder do líder do partido Nazista, Adolf Hitler.
A crise econômica e a tomada do poder
Após as dificuldades econômicas dos primeiros anos pós-guerra, até 1924 a economia alemã havia recuperado seu equilíbrio, graças aos investimentos vindos do estrangeiro (principalmente dos Estados Unidos). De 1930 em diante, porém, os capitalistas estrangeiros começaram a retirar seus empréstimos. A inflação recomeçou e a crise econômica também. A produção do país entrou em declínio.
A miséria da população permitiu a ascensão política do Partido Nazista, bem como do partido Comunista. Nas eleições de 1930, essa tendência se manifestou claramente. Os nazistas elegeram 107 deputados e os comunistas 77, em detrimento dos partidos liberais.
Em 1932, terminava o período presidencial de Hindenburg; ele se candidatou novamente, tendo Hitler como adversário. Foram necessárias duas eleições para decidir o pleito. Hitler perdeu, mas obtivera um considerável número de votos.
O cargo de primeiro-ministro foi confiado a von Papen. Sua grande dificuldade era o progresso dos nazistas. Estes aumentaram o número de deputados no Parlamento nas eleições seguintes.
Hindenburg recebeu poderes excepcionais e chamou Hitler para a vice-chancelaria, mas o chefe nazista não aceitou.
O Reichstag (Assembleia Nacional) foi dissolvido e novas eleições realizadas. Os nazistas perderam várias cadeiras, mas o problema continuou, pois não era possível governar sem os nazistas ou contra eles.
Hindenburg substituiu von Papen por um general de tendências socialistas, esperando ganhar mais apoio popular. Mas o próprio von Papen convenceu o presidente a chamar Hitler para o poder, esperando assim poder controlá-lo melhor. No dia 30 de janeiro de 1933, Hitler assumiu a chancelaria, com von Papen como vice-chanceler.
Da chegada ao poder até o estabelecimento da ditadura foi um passo rápido. Hitler formou um governo de coalizão direitista, incluindo os nazistas, nacionalistas, independentes e católicos. Em 27 de fevereiro promoveu o incêndio do Reichstag, atribuindo-o aos comunistas, como pretexto para decretar o fechamento da imprensa, a suspensão das atividades dos partidos de esquerda e o estado de emergência.
Em 5 de Março do mesmo ano conseguiu a vitória nas eleições para o Reichstag com ampla maioria dos votos, usando todos os meios lícitos e ilícitos para chegar a este resultado.
O novo Reichstag eleito deu a Hitler plenos poderes. As cores da República foram substituídas por uma bandeira vermelha com a cruz gamada em negro e branco, símbolo do Partido Nazista. Todos os partidos, com exceção do nazista, foram dissolvidos e proibidos de se reorganizar. Hitler tornou-se o condutor, o guia e chefe.
Bandeira de Guerra da Alemanha Nazista
Quando morreu Hindenburg em 1934, não foi eleito outro presidente. Hitler acumulou as funções de chanceler e chefe de Estado. Um plebiscito confirmou esta decisão com cerca de 90% dos votos a favor.
Estava legalizado o tolitarismo na Alemanha. Como Mussolini na Itália, Hitler detinha agora o poder absoluto em seu país.
Com a ascensão de Hitler ao poder, o anti-semitismo e os atos de violência contra judeus se tornaram política de estado. Em abril de 1933 os judeus foram proibidos de praticar a medicina e a advocacia e de ocupar cargos públicos. Em 1935 judeus e demais minorias de sangue não-germânico foram privados de direitos constitucionais e proibidos de casar-se ou manter relações extramatrimoniais com cidadãos alemães ou de sangue ariano. Em 1936 foi criado o Serviço para a Solução do Problema Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedicava à exterminação sistemática dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração.
Durante a Segunda Guerra, foram estabelecidos na Polônia ocupada os campos de extermínio em massa. Cerca de 6 milhões de judeus foram executados.
Nazismo na Alemanha
Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução democrática que instaurou no país. A primeira grande dificuldade pela jovem república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha pesadas obrigações à Alemanha.
À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário político alemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo.
Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse crescimento, porém, perdurou somente até 1929.
Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso.
Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido. Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este concedeu a Hitler o cargo de chanceler, chefe do governo. No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista.
Em agosto de 1934, morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de Führer (guia, condutor).
Fortalecido o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera.
A propaganda era dirigida por Joseph Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda.
Hitler (líder nazista) passando em revista as tropas
Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobres os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavra de ordem nazista. Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SS (tropas de elite), das SA (tropas de choque) e da Gestapo (polícia secreta de Estado) para prender, torturas e eliminar os inimigos do nazismo.
No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, da indústrias de base e sobretudo, da indústria bélica.
Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes.
Fonte: www.history.com/boozers.fortunecity.com/members.tripod.com/www.geocities.com
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