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Capital: Pella
Origem: Macedônia
Macedônia era um antigo reino, centrado na parte nordeste da península grega, limitado por Epirus para o oeste, Paeonia para o norte, a região da Trácia para o extremidade leste Tessália para o sul.
A ascensão da Macedônia, a partir de um pequeno reino na periferia dos assuntos clássicos gregos, para um que passou a dominar todo o mundo helênico, ocorreu sob o reinado de Filipe II.
Por um breve período, após as conquistas de Alexandre, o Grande, tornou-se o estado mais poderoso do mundo, controlando um território que incluía o antigo império persa, que se estende até o rio Indo.
Alexandre o Grande foi um rei macedônio
Naquela época, inaugurou o período helenístico da civilização grega antiga.
A Macedônia é um pequeno país da região balcânica da Europa. Abrange 9.800 milhas quadradas (25.300 km2), tornando-o um pouco maior do que o estado de Vermont.
Faz fronteira com a Albânia, Bulgária, Grécia e Sérvia. Não deve ser confundida com a região da Macedônia da vizinha Grécia e, às vezes, é chamada de República da Macedônia para diferenciá-la.
O antigo reino da Macedônia tornou-se um império pelo gênio de Filipe II, que reinou de 359 a 336 AC.
Ele usou a reforma militar, a diplomacia e as fundações e fortificações da cidade para proteger suas fronteiras, para colocar a região da Alta Macedônia sob seu domínio e para criar uma economia estável.
Seu filho, Alexandre III “o Grande” (336-323 aC), usou muitos dos mesmos métodos para expandir o reino até o rio Indo, conquistando o Império Persa e criando um dos maiores impérios da história. Infelizmente, com a morte de Alexandre, não estava claro quem deveria ser seu sucessor e, como resultado, o império de Filipe e Alexandre começou a ser repartido entre os generais macedônios. A partir do século 2, os reinos sucessores, enfraquecidos por anos de guerra, caíram para o Império Romano.
O Império Macedônico
Império que surge em 359 a.C., com Felipe II (382 a.C.-336 a.C.), rei da Macedônia, com o declínio das cidades-estados gregas. Estende-se até 31 a.C., quando cai sob domínio romano.
Os macedônios, de ascendência grega, ocupam originalmente o norte da Grécia.
Durante seu reinado, Felipe II redistribui as terras, conquistando o apoio dos camponeses, e amplia o Exército, garantindo a defesa das fronteiras.
Dá início então às campanhas expansionistas, anexando as cidades de Potidéia, Anfípolis e Pidna, controladas por Atenas.
Intervém na Grécia e, em 338 a.C., as forças macedônicas derrotam definitivamente os atenienses e tebanos na Batalha de Queronéia.
Felipe é assassinado em 336 a.C. Seu filho, Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.), assume o reino.
Após estabelecer domínio completo sobre a Grécia, dirige-se à Ásia Menor. Liberta do domínio persa as cidades gregas da região em 333 a.C., vencendo as tropas do soberano persa Dario III (?- 330 a.C.).
Rumo ao Oriente
Após a tomada do porto fenício de Tiro, em 332 a.C., Alexandre ruma para a conquista do Egito.
No ano seguinte derrota Dario, que é assassinado em 330 a.C. Com sua morte, Alexandre é proclamado imperador persa.
Entre 327 a.C. e 325 a.C. dirige seus Exércitos para a Índia e acaba por formar um dos maiores Impérios territoriais até então conhecidos, compreendendo a Macedônia, a Grécia Balcânica, a Ásia Menor, a Fenícia, a Palestina, a Mesopotâmia, o Egito, a Pérsia e parte da Índia.
Civilização helenística
Resulta da fusão da cultura helênica (grega) com a do Oriente Médio, principalmente a persa e a egípcia. Seu centro se desloca da Grécia e do mar Egeu para novos pólos de cultura no Oriente Médio, como Alexandria, Antióquia e Pérgamo.
Para garantir a integração de seu vasto Império, Alexandre estimula casamentos mistos e funda dezenas de cidades com certa autonomia, mas ligadas ao poder central.
Elas funcionam como mercados de troca econômica e cultural com o Oriente. A fusão dos povos do Oriente Médio conquistados com a cultura helênica é conhecida como helenismo.
O pólo irradiador dessa civilização helenística é Alexandria, fundada por Alexandre, no Egito. Além de templos grandiosos, a cidade possui uma biblioteca com 400 mil obras, o que incentiva um novo florescimento da ciência, da arte e da filosofia.
Divisão do Império
Ao morrer, Alexandre deixa como principais legados um vasto Império e a unificação do mundo grego, com a difusão de sua cultura até o Subcontinente Indiano.
Mas as conquistas territoriais não avançam sem ele.
Disputas até 281 a.C. dividem o Império em três grandes reinos (Macedônia, Ásia Menor e Egito).
A crise político-econômica dos reinos, a ascensão de novos Impérios e a reação grega contrária à cultura helenística contribuem para o declínio desse Império a partir de 220 a.C.
Entre 197 a.C. e 31 a.C., os romanos tomam Alexandria e encerram definitivamente o período macedônico.
Macedônia – Reino
Império Macedônico
O reino da Macedônia era um Estado grego da Antiguidade clássica, no norte da moderna Grécia, limitado por Epirus para o oeste e região da Trácia para o leste.
Este reino foi consolidada durante o século V. C. e foi submetido a uma grande atualização de seu poder durante o quarto século. C. com o governo de Filipe II, que se tornou a Macedônia potência líder na Grécia.
Seu filho Alexandre, o Grande conquistou a maior parte do mundo conhecido, inaugurando o período helenístico da história grega.
Macedonia é tradicionalmente dividido em duas regiões principais, o Alto e Baixo Macedônia.
Era uma terra de trigo e pastagens, os aldeões e cavaleiros, e um litoral reduzida.
Os historiadores acreditam que os seus habitantes eram gregos dialeto dórico, como os da região do Épiro, Rhodes e do Peloponeso, e falou muito próximo dessas regiões.
Macedônia – Localização
A Macedônia está localizado no centro da região dos Balcãs do sul, norte de Hellas antigo (Grécia), a leste de Ilíria, e no oeste da Trácia.
O nome “Macedônia” é o nome mais velho sobrevivente de um país no continente europeu.
3Os antigos macedônios eram uma nação distinta, étnica, lingüística e culturalmente diferente de seus vizinhos.
Suas origens estão no antigo frígio (frígio) substrato que ocupava todo o território macedônio e em superestrato Indo-Europeu, que se instalaram aqui, no final do segundo milênio. A evidência arqueológica mostra que a velha civilização européia floresceu na Macedônia entre 7000 e 3500 aC.
Macedônia – Geografia
Macedônia é um Estado sem litoral, no coração dos Balcãs e é ligeiramente menor do que o estado de Vermont. É um país montanhoso, com pequenas bacias de terras agrícolas. O Vardar é o maior e mais importante rio.
Macedônia – O nome
A posição oficial do governo grego é que a palavra Macedônia é grega e só devia ser usada para designar a região do histórico reino da Macedônia, que se encontra quase inteiramente no território da Grécia.
No entanto, a Bulgária e a Antiga República Jugoslava da Macedônia, referem-se à parte da Macedônia que faz parte do território grego como “Macedônia Egeia” ou “Macedônia Grega, implicando que a parte grega é apenas uma porção da Macedônia e não a sua totalidade.
Macedônia – História
A história da antiga cultura da Macedônia está vinculada à Grécia e à Anatólia. Segundo estudos arqueológicos, os antepassados dos macedônios se situam no começo da Idade do Bronze. A partir do ano 700 a.C., o povo denominado macedônio emigrou para o leste, a partir de sua terra natal às margens do rio Aliakmón. Aegae foi a capital do reino que, com Amyntas I, se extendeu além do rio Axión até à Península de Calcídica.
A Macedônia alcançou uma posição hegemônica dentro da Grécia durante o reinado de Filipe II, o caolho (359-336 a.C.). Alexandre III (O Grande), filho de Filipe e aluno do filósofo Aristóteles, venceu o Império Persa e levou os exércitos da Macedônia ao norte da África, península Arábica, passando pela Mesopotâmia e chegando até a Índia.
Construído num curto período de 11 anos, o Império Macedônico contribuiu com a difusão da cultura grega no Oriente.
Alexandre fundou uma grande quantidade de cidades e promoveu a fusão da cultura grega com a dos povos conquistados, dando origem ao que se conhece por helenismo.
A seguir segue-se um breve resumo da história macedônia:
280 a.C. – invasão de grupos gálatas. Três anos depois Antígono II derrotou os gálatas e retomou a coroa macedônia.
Aprox. 200 a.C. – conquista da Ilíria, estado romano e das cidades romanas de Rodas e Pérgamo. Em 197 a.C. Roma derrotou Filipe V, reconquistando-lhe os territórios perdidos e anexando a Tessália, que em seguida foi reconquistada pelos Macedônios.
168-146 a.C. – conquista romana da Macedônia, trnaformando-a em província do Império Romano.
Idade Média – submissão do território macedônio aos diversos impérios que se sucederam na região (romano, bizantino, búlgaro).
1371-1389 – conquista dos Bálcãs pelos turcos-otomanos.
1864 – divisão da Macedônia pelo Império Otomano em três províncias: Salônica, Monastir e Kosovo.
1893-1897 – desenvolvimento de movimentos nacionalistas macedônios.
1903 – levante macedônio apoiado pela Bulgária foi rechaçado violentamente pelos turcos com a destruição de 105 vilas de macedônios eslavos.
1912-1913 – Guerras dos Balcãs, primeiro contra a Turquia pela divisão dos territórios e depois entre si (Bulgária contra Grécia, Sérvia, Romênia e Turquia, que a derrotaram), o que resultou na divisão do território macedônio entre gregos (região costeira) e sérvios (região central e norte da Macedônia).
Período entre guerras – a macedônia passou a fazer parte do reino sérvio, croata e esloveno.
1945 – criação da República da Iugoslávia. A Macedônia integrou o novo estado como uma de suas seis repúblicas constitutivas.
1991 – em 8 de setembro, um plebiscito decidiu pela separação da Macedônia da Iugoslávia.
1993 – foi admitida em abril como membro das Nações Unidas.
Grécia
Conhecimentos relativos à Grécia Antiga, como as Olimpíadas, os heróis e os deuses gregos, ou mesmo o fato de que é “o berço da democracia” tornaram-se comuns.
Já o conhecimento da formação e das transformações da sociedade grega na Antiguidade, no que se refere a técnicas, formas de organização e valores, enfim, a tudo o que constitui a história da Grécia, infelizmente, não é tão difundido quanto deveria.
Essa memória da civilização que se desenvolveu na Grécia explica-se pelo fato de povos que viveram em épocas posteriores, maravilhados com seus mitos, suas idéias ou soluções políticas, terem incorporado a suas próprias culturas muito da cultura grega.
O nosso propósito, neste trabalho, é ultrapassar a memória e contar um pouco da história da Grécia Antiga, já tão estudada por arqueólogos e historiadores, estabelecendo várias ralações entre os valores e a organização social e política dos gregos, e mostrando o processo de desenvolvimento da cultura grega a que chamamos clássica, e que se refere especificamente ao período compreendido entre os séculos V a.C. e 111 a.C.
Creta: uma das suas importantes origens
Foram várias as populações que formaram o povo a que chamamos gregos, segundo a denominação que lhe deram os latinos. Eles próprios chamavam-se helenos.
As pesquisas arqueológicas nos indicam que povos vindos do sul da Europa e da Anatólia foram ocupando o sul da península Balcânica, a região de Tróia, do outro lado do mar Egeu, as ilhas Cíclades e a ilha de Creta.
Em Creta desenvolveu-se uma civilização, do século XX a.C. ao século XVI a.C., que se expandiu por toda a bacia do Mediterrâneo oriental, e influenciou, posteriormente, a cultura grega.
Os cretenses desenvolveram requintados trabalhos em cerâmica e vidro, tinham um comércio marítimo bem desenvolvido, mantendo relações com o Egito e com as ilhas Cíclades, onde, em Melos e Naxos, exploravam a obsidiara – rocha de aspecto vítreo com a qual confeccionavam instrumentos cortantes – e o mármore.
As cidades cretenses formavam-se em torno de palácios, que funcionavam como sede do governo e eram construídos de forma a abrigar a administração da cidade e todas as atividades pelas quais o governante era responsável.
Ao redor de um pátio central e dispostos em um grande número de corredores intercomunicantes havia depósitos para os cereais, o óleo e o vinho provenientes dos tributos recolhidos – que entre outras coisas deviam constituir as reservas para ocasiões de crise – e também locais próprios para os funcionários que administravam as rendas da cidade. Esses funcionários usavam um sistema de escrita, que já foi identificado mas ainda não foi decifrado, denominado linear A pelos arqueólogos.
Sobre a religião que praticavam, sabemos que possuíam uma divindade central feminina, a deusa-mãe, ligada à fertilidade do solo. Essa divindade era representada como uma mulher segurando uma cobra, que por ser animal rastejante era associado à terra. Havia também um princípio masculino, representado pelo culto ao touro, o qual, por ser um animal fertilizados, era relacionado às forças do céu.
As principais fontes documentais sobre Creta são os vestígios arqueológicos.
A escavação de palácios e dos objetos que continham permitiu-nos fazer uma idéia das características arquitetônicas de suas construções e de seus conhecimentos técnicos, bem como dos contatos culturais que mantinham com outros povos.
Civilização micênica e a invasão dos dórios
Os primeiros gregos
Nos séculos XVI a.C. e XV a.C., sucessivas levas de povos guerreiros vindos da atual Rússia meridional, denominados aqueus, entraram pela Tessália e ocuparam a Grécia central e o Peloponeso*, destruindo povoações, que depois reconstruíam, segundo outro padrão cultural. Disso são exemplos as cidades de Micenas e Tirinto. Trouxeram consigo o uso do cobre, e logo aprenderam a metalurgia do bronze.
Através da navegação, entraram em contato com a civilização da ilha de Creta, da qual absorveram conhecimentos que levaram para a Grécia continental. Mais tarde, fortaleceram-se militarmente e dominaram importantes cidades cretenses, como Cnossos. Substituíram o sistema de escrita cretense por um sistema silábico, que os lingüistas decifraram e concluíram ser um dialeto do grego arcaico, muito utilizado para registros contábeis. Esse sistema de escrita foi denominado linear B.
O tipo de civilização que os aqueus desenvolveram chamou-se micênica e seus vestígios foram encontrados em vários lugares: na Grécia continental, nas ilhas e até na Ásia Menor, onde construíram cidades no alto de colinas, as cidades altas ou acrópoles. Nessas cidades o edifício mais importante era a habitação do chefe daquele domínio, o megaron.
Era unia casa simples, diferente dos palácios cretenses, construída em dois andares: embaixo, uma sala para o fogo, onde o chefe recebia outros senhores e também as pessoas que dependiam dele e onde realizava reuniões e fazia banquetes. No andar de cima ficavam os quartos das mulheres.
A partir do século XIII a.C., segundo a datação dos arqueólogos, essas cidades passaram a ser fortificadas por muralhas altas e espessas.
Esse fato coincide com agressões e pilhagens dos aqueus nas costas da Anatólia meridional e de Chipre, segundo registros de documentos escritos, entre os quais os relatos gregos da Ilíada, que conservaram a memória de uma coligação micênica contra a cidade de Tróia, mostrando o desenvolvimento do expansionismo militar de Micenas.
A Ilíada, escrita bem depois dessa época, já no século VIII a.C., conta como o rei de Micenas e Argos, Agamêmnon, Os artesãos eram chamados demiurgos, o que em grego significa “aquele que exerce um trabalho público”. Diferentemente do que ocorre em nossa sociedade, o domínio técnico de cada uma dessas atividades possuía um caráter religioso. O conhecimento provinha de uma iniciação, relacionada com alguma divindade – os construtores navais, por exemplo, eram inspirados por Atena -, e a execução de um ofício incluía uma série de rituais, que conferiam poderes aos objetos fabricados, ou seja, apenas um ferreiro iniciado poderia forjar armas realmente eficazes.
Os demiurgos eram principalmente carpinteiros, ferreiros, adivinhos, aedos (poetas trovadores), médicos, ceramistas, tocadores de flauta, acrobatas, cozinheiros (só eles podiam preparar os assados para as cerimônias públicas).
Os produtos artesanais não eram comercializados; os demiurgos retiravam seu sustento das terras que lhes eram doadas e que eram cultivadas por trabalhadores comuns. Eventualmente, também recebiam presentes, forma muito comum de retribuir favores, selar relações entre as pessoas e estabelecer contratos. Entre reis ou chefes os presentes eram considerados tesouros. Costumeiramente, eram objetos feitos de metal – bronze, ferro e ouro – e cavalos raros e úteis.
O comércio era escasso e se resumia a adquirir objetos não produzidos pela comunidade através de um sistema no qual o gado era o valor de troca.
Terceira Guerra Macedônica
Não havia uma moeda e as trocas realizadas não continham em si a idéia do lucro, tão comum às sociedades que vivem do comércio. O ganho sobre outra pessoa só era permitido na guerra, quando se praticava o saque. As regras de repartição do botim (o produto do saque) seguiam o princípio da igualdade entre os guerreiros, sorteando partes iguais para cada um, embora privilegiassem o rei, que chefiava a expedição. Este recebia duas partes, podendo escolhê-las previamente.
Essa sociedade foi se transformando, à medida que a população crescia e a produção das comunidades se tornava insuficiente. As trocas comerciais intensificaram-se, as antigas unidades auto-suficientes (um pouco oikos) deram lugar, no século VIII a.C., às cidades, ou pólis. A expansão das cidades gerou, a partir do século VI a.C., um movimento de migração para a Ásia Menor, o litoral da Sicília e o norte da África, onde foram fundadas outras pólis. Essa etapa da história da Grécia é conhecida como período arcaico, quando se configurou não só o espaço, mas as instituições que tiveram seu pleno desenvolvimento no século V a.C., no período clássico.
Pólis e colônias: o espaço deformação
Da cultura grega clássica
No início, a palavra pólis denominava apenas a acrópole situada no alto da colina: o palácio do rei, local de reunião da comunidade e o santuário da divindade principal. Porém, havia ainda uma parte baixa, por onde passavam as estradas. O rei, senhor daqueles domínios, podia cobrar impostos dos estrangeiros que as utilizavam. Mais tarde, com o crescimento da população e o desenvolvimento da agricultura e do comércio, a parte baixa foi crescendo, e pólis, termo que traduzimos por cidade-estado, passou a ser toda a região sob a autoridade de um chefe.
Nesse período, o poder dos reis entrou em declínio e aperfeiçoou-se a prática da consulta às assembléias, ou conselhos, compostas por representantes escolhidos entre as pessoas mais velhas das famílias mais importantes. Essas assembléias, que já existiam com a função de auxiliar os reis, passaram a ter poder de decisão.
A monarquia foi substituída pela aristocracia, que queria dizer “governo dos melhores”. Evidentemente, esses “melhores” eram os poucos que controlavam a maior e melhor parte das terras, faziam as leis e decidiam sobre a moeda. Essas famílias consideravam-se herdeiras dos guerreiros do período anterior, formando uma aristocracia de sangue, ou seja, hereditária, e sendo assim o poder permanecia nas mesmas mãos.
Paralelamente ao desenvolvimento das pólis, os gregos foram fundando outras cidades-estados, estendendo seu território original do mar Negro ao oceano Atlântico.
Eram o que eles chamavam de apoikia, e que os historiadores traduziram por colônias, embora essas cidades fossem comunidades política e economicamente independentes. Essas colônias tinham com a metrópole, que significa “cidade-mãe”, vínculos principalmente sentimentais e religiosos, uma vez que, para a mentalidade grega, o primordial para a construção de uma cidade era a proteção dos deuses, o que incluía a escolha de um deus e dos sinais de sua presença, como o fogo sagrado e os instrumentos através dos quais se comunicava com os homens, os oráculos, que deveriam ser originários de um centro mais antigo.
Muitos historiadores contemporâneos dão como causa para esse movimento de expansão e colonização dos gregos as necessidades comerciais e o grande crescimento demográfico.
Mas há discordância quanto aos motivos comerciais, pois alguns estudiosos constataram que muitas das regiões colonizadas não tinham nenhum atrativo comercial para os gregos – como foi o caso da Sicília, que só mais tarde se tornou grande produtora de trigo e celeiro de Roma. Observaram também que bons portos, excelentes pontos para o desenvolvimento da atividade comercial, não foram ocupados por nenhuma colônia grega, indicando que nem sempre o objetivo mercantil era o principal.
Esses pesquisadores acreditam que o motivo da expansão territorial tenha sido a busca de uma solução para a crise decorrente da explosão populacional que, no século VIII a.C., acarretou o empobrecimento e o endividamento dos pequenos proprietários. A região tinha um solo pouco fértil, pedregoso, montanhoso, que não comportava tal crescimento.
Esse estado crítico levou a conflitos e movimentos por redistribuição de terras e pelo cancelamento das dívidas e foi causa da dispersão das populações das cidades gregas e fonte de conflitos sociais.
No entanto, não se pode negar o desenvolvimento do comércio marítimo. A partir do século VIII a.C. tornaram-se comuns os comboios marítimos para o Cáucaso e para a Etrúria, em busca de estanho, matéria-prima para o preparo do bronze, usado na fabricação de armas, que eram exportadas para as novas colônias e para o Egito, que na época lutava contra a dominação dos assírios, com tropas mercenárias equipadas pelos gregos. Portanto, estreitamente ligadas ao comércio marítimo desenvolveram-se as atividades metalúrgicas. Além delas também se desenvolveu a produção de vinho e de azeite, que acabou por incrementar a fabricação da cerâmica, especialmente de ânforas utilizadas para o armazenamento desses líquidos.
Todas essas transformações na economia provocaram modificações na organização social. Os artesãos, por exemplo, tornaram-se fundamentais para a economia da pólis.
Enriqueceram e passaram a ter acesso ao exército – conquistaram pela riqueza a participação em uma instituição que exercia muita influência na pólis, e da qual, até então, faziam parte apenas os membros da aristocracia.
As tensões originárias das transformações sociais e das crises econômicas deram origem a reformas sociais e a soluções políticas, que na Grécia Antiga se apresentaram segundo dois modelos: o ateniense e o espartano. Trataremos primeiro de Atenas, por ser o modelo adotado por muitas colônias e por outras cidades que se desenvolveram comercialmente.
Atenas
A primeira forma de governo em Atenas foi uma monarquia na qual o rei, um chefe militar, assumia toda a responsabilidade pelas decisões tomadas, acumulando as funções de chefe militar, político e religioso.
O rei podia consultar uma assembléia da qual participavam outros guerreiros e pessoas comuns, mas a decisão final era sua.
Essa forma de governo foi substituída por outra na qual as decisões cabiam a um pequeno grupo, ou seja, constituiu-se uma aristocracia, que quer dizer “governo dos melhores”.
A aristocracia funcionava da seguinte maneira: o rei (basileus) continuou a existir, mas sua função era apenas a de presidir as cerimônias religiosas.
O governo estava nas mãos de um grupo de pessoas denominadas eupátridas (que quer dizer “os bem-nascidos”), reunidas numa assembléia – o areópago.
Para conduzir os assuntos da justiça e do exército eram designadas duas pessoas. O responsável pela justiça era denominado arconte, e o chefe militar, polemarco.
Porém, o abuso de poder da aristocracia provocou revoltas e reivindicações entre os excluídos das decisões políticas: os artesãos e comerciantes enriquecidos e os pequenos proprietários explorados.
Essas reformas acabaram por transformar a forma de governo aristocrático em uma democracia através do seguinte processo: Instalou-se uma crise social, resolvida parcialmente por reformas que impediram a grande exploração dos camponeses pelos eupátridas, a escravização por dívidas e a perda das propriedades, o que ocorria devido à escassez de terras e à perda das colheitas. Além disso, atendendo às reivindicações, houve uma distribuição de obrigações e poder entre as várias classes sociais.
Essas mudanças, feitas pelo legislador Sólon, não eliminaras as diferenças entre as classes sociais, mas distribuíram o poder de acordo com as riquezas, o dinheiro substituiu a terra como fonte de poder.
Sua reforma estabeleceu quatro classes de cidadãos, de acordo com a renda: a primeira, os pentakosiomédimnoi (capazes de possuir o equivalente a 500 medidas de grãos); a segunda, os hippeis, ou cavaleiros (300 medidas); a terceira, os zeugîztai (200 medidas); e a quarta classe, os tetas, ou thétes (sem rendimento, a não ser o salário).
No exército essa divisão se fazia sentir, pois só as duas primeiras classes contribuíam com impostos específicos para despesas militares e participavam da cavalaria, mantendo o próprio cavalo. A terceira classe (zeugîtai) pagava as contribuições ordinárias e participava da infantaria pesada, dos hoplitas, com armamento próprio. Os tetas estavam isentos de impostos, mas tinham o direito de participar da infantaria ligeira, cujo equipamento podiam custear, e de ser remadores na marinha.
Apesar das reformas promovidas por Sólon, as tensões persistiram, favorecendo o aparecimento dos tiranos, tanto em Atenas como nas outras cidades.
Os tiranos eram aristocratas que tomavam o poder sustentados por forças militares mercenárias e com o apoio das classes inferiores, às quais prometiam favorecer, diminuindo os privilégios da aristocracia.
Depois do período das tiranias, surgiu um outro reformador, Clístenes, que atacou diretamente o princípio do direito familiar, que Sólon deixara intocado, e redividiu o território ateniense com o intuito de misturar pessoas de diferentes classes sociais.
Clístenes definiu três tipos de divisão administrativa: as tribos; as trítias e os demos, que deveriam seguir o princípio da igualdade. Os demos eram a menor divisão do território. Todos os atenienses deveriam estar registrados em algum deles.
O conjunto de demos dava origem a agrupamentos maiores, as trítias, que eram trinta: dez para a cidade, dez para o litoral e dez para o interior.
As trítias, por sua vez, eram agrupadas em dez tribos, da seguinte maneira: cada tribo compreendia todos os tipos de trítia; assim, as tribos misturavam os cidadãos das várias regiões, reunindo pessoas da cidade, do litoral e do interior, e com diferentes graus de riqueza. No ponto central da cidade cada tribo era representada no bouleuthérion, sede de uma assembléia composta por cinquenta representantes de cada tribo, perfazendo um total de quinhentos elementos, a boulé. Cada tribo exercia o poder durante uma pritania, ou seja, uma das dez frações de tempo em que se dividia o ano, e que durava 35 ou 36 dias. Além disso, durante esse tempo, presidia uma outra assembléia, a ekklesía, composta por todos os cidadãos com idade acima de vinte anos.
Para completar a função das assembleias, que discutiam todos os assuntos do interesse da cidade, existiam os tribunais, alguns dos quais eram bem antigos, como o areópago. Mas, apesar da existência desses tribunais, a maior parte das questões era julgada pela heliaía, composta por seis mil jurados, sorteados entre os cidadãos maiores de trinta anos.
Esparta
O modelo espartano era bem diferente, e se desenvolveu em situação diversa da ateniense, uma vez que se constituiu a partir da dominação militar de um pequeno grupo, o dos espartanos, ou espartíatas (dórios), sobre o povo da região da Lacedemônia, ou Lacônia.
Um legislador, Licurgo, a propósito de quem há muitas informações contraditórias, teria estabelecido, nó século IX a.C., as regras da cidade-estado de Esparta, que conservavam o poder nas mãos dos espartanos, uma aristocracia militar que dominava os outros dois grupos que existiam: os periecos e os hilotas.
Os periecos eram os antigos habitantes da região e formavam um grupo de homens livres, porém sem direitos políticos, apesar de terem o dever de se alistar no exército e pagar impostos.
Viviam do que cultivavam nas terras que os espartanos lhes concederam em regiões pouco férteis. Podiam também dedicar-se ao comércio.
Os hilotas estavam em pior condição: eram servos que moravam nas terras dos cidadãos espartanos, as quais tinham o dever de cultivar, sendo obrigados ainda a pagar uma taxa anual ao proprietário.
Diferentemente do escravo, não podiam ser vendidos e eram aceitos no exército, ainda que em posição inferior à do hoplita.
O governo e a participação política eram privilégios dos espartíatas. Licurgo determinou que houvesse dois reis, um de cada uma das famílias importantes que se diziam descendentes dos invasores.
Os reis tinham a função de presidir uma assembleia composta por 28 espartíatas com mais de sessenta anos, a gerúsia. Cada um de seus trinta membros – os reis e os gerontes – dispunha do mesmo poder de voto.
A função da gerúsia era decidir sobre questões importantes, propor leis e julgar os crimes. Além dessa assembléia, havia ainda outra, a apela, composta por todos os espartíatas com mais de trinta anos, cuja função era indicar os membros da gerúsia e os éforos, além de discutir algumas questões, quando fosse da vontade da gerúsia. Os éforos eram cinco magistrados, eleitos todos os anos.
Sua função consistia em fiscalizar a cidade, os funcionários e os reis.
Do século V a.C. ao século IV a.C., essas duas cidades, Atenas e Esparta, tiveram poder de liderança sobre as demais cidades-estados. Uniram-se para vencer os persas, porém, uma vez vitoriosas, tornaram-se forças rivais. Esparta passou a se impor às cidades do Peloponeso, formando uma liga que levou o nome de Liga do Peloponeso; e Atenas impôs seu domínio liderando a Confederação de Delos, através da qual se fortaleceu militar e culturalmente, atraindo muitos pensadores e artistas de vários pontos da Grécia.
As duas ligas enfrentaram-se mutuamente, enfraqueceram-se e permitiram o surgimento de outras lideranças: a cidade de Tebas, por um curto período, e depois o reino da Macedônia, situado ao norte da Grécia e que mantinha com ela relações amigáveis.
No século IV a.C. o trono da Macedônia foi ocupado por Filipe, que tinha como objetivo estender seus domínios para o sul, adotando para isso a estratégia de ocupar as cidades gregas, a partir de um sistema de alianças, que tinham como justificativa investir contra os persas. Muitas cidades gregas, porém, não se interessaram pela proposta, uma vez que não havia real ameaça persa.
Nos casos em que os acordos não foram feitos, as pretensões de Filipe da Macedônia realizaram-se através de conquistas militares, como ocorreu com Tebas e com a maioria das cidades gregas, que passaram a constituir o Império Macedônico.
Esse período é chamado de helenístico.
Depois desse panorama inicial do passado grego, vamos, através de documentos, examinar qual a relação dos grupos sociais na pólis, qual o lugar dos deuses, dos mitos e dos heróis mitológicos nesse mundo, e como o poder dos grupos dominantes se instituiu e foi se transformando devido às tensões sociais.
Para isso utilizamo-nos de fontes escritas: poesias, textos de pensadores, de legisladores, de historiadores e de dramaturgos; fazemos uso também de documentos relativos à cultura material: desenhos realizados pela missão arqueológica francesa, em fins do século passado, a partir de vasos e baixos-relevos decorados com cenas do cotidiano e da mitologia grega. Além dessas fontes, há plantas desenhadas a partir das reconstituições arqueológicas.
Fonte: www.geocities.yahoo.com.br/www.worldhistory.org/www.nationalgeographic.org/onlinelibrary.wiley.com
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