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Guerra do Vietnã – O que foi
Período: 1963 – 1975
Área do conflito: Sudeste da Ásia
Protagonistas: Estados Unidos, Vietnã do Sul, Vietnã do Norte e guerrilheiros Vietcongues (Frente de Libertação Nacional). Em menor escala, tropas da Austrália, Nova Zelândia, Filipinas e Coréia do Sul.
União Soviética e China como fornecedores de armas para o ENV e para os vietcongues.
A Guerra do Vietnã foi um conflito longo, caro e polêmico que colocou o governo comunista do Vietnã do Norte contra o Vietnã do Sul e seu principal aliado, os Estados Unidos.
O conflito foi intensificado pela Guerra Fria em curso entre os Estados Unidos e a União Soviética. Mais de 3 milhões de pessoas (incluindo mais de 58.000 americanos) foram mortas na Guerra do Vietnã, e mais da metade dos mortos eram civis vietnamitas. A oposição à guerra nos Estados Unidos dividiu amargamente os americanos, mesmo depois que o presidente Richard Nixon ordenou a retirada das forças americanas em 1973.
As forças comunistas acabaram com a guerra tomando o controle do Vietnã do Sul em 1975, e o país foi unificado como a República Socialista da Vietnã no ano seguinte.
Raízes da Guerra do Vietnã
O Vietnã, uma nação no sudeste da Ásia na extremidade leste da península da Indochina, estava sob o domínio colonial francês desde o século XIX.
Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças japonesas invadiram o Vietnã. Para lutar contra os ocupantes japoneses e a administração colonial francesa, o líder político Ho Chi Minh – inspirado pelo comunismo chinês e soviético – formou o Viet Minh, ou Liga para a Independência do Vietnã.
Após sua derrota em 1945 na Segunda Guerra Mundial, o Japão retirou suas forças do Vietnã, deixando o imperador Bao Dai educado na França no controle. Vendo uma oportunidade de assumir o controle, as forças do Viet Minh de Ho imediatamente se levantaram, assumindo o controle da cidade de Hanói no norte e declarando a República Democrática do Vietnã (DRV) com Ho como presidente.
Buscando recuperar o controle da região, a França apoiou o imperador Bao e estabeleceu o estado do Vietnã em julho de 1949, com a cidade de Saigon como sua capital.
Ambos os lados queriam a mesma coisa: um Vietnã unificado. Mas enquanto Ho e seus partidários queriam uma nação inspirada em outros países comunistas, Bao e muitos outros queriam um Vietnã com estreitos laços econômicos e culturais com o Ocidente.
Quando a Guerra do Vietnã começou?
A Guerra do Vietnã e o envolvimento ativo dos EUA na guerra começaram em 1954, embora o conflito em curso na região tenha se estendido por várias décadas.
Depois que as forças comunistas de Ho tomaram o poder no norte, o conflito armado entre os exércitos do norte e do sul continuou até a vitória decisiva do Viet Minh do norte na Batalha de Dien Bien Phu em maio de 1954. A derrota francesa na batalha encerrou quase um século de domínio colonial francês na Indochina.
O tratado subseqüente assinado em julho de 1954 em uma conferência de Genebra dividiu o Vietnã ao longo da latitude conhecida como 17º Paralelo (17 graus de latitude norte), com Ho no controle no norte e Bao no sul. O tratado também convocou eleições nacionais para a reunificação a serem realizadas em 1956.
Em 1955, entretanto, o político fortemente anticomunista Ngo Dinh Diem empurrou o imperador Bao de lado para se tornar presidente do Governo da República do Vietnã (GVN), frequentemente referido naquela época como Vietnã do Sul.
Guerra do Vietnã – Conflito
Conflito entre o Vietnã do Sul, apoiado pelos Estados Unidos, e o Vietnã do Norte.
Tem início em 1959, quando a guerrilha comunista do sul (Vietcongue) e as tropas do norte tentam derrubar o regime pró-Ocidente no Vietnã do Sul e reunificar o país.
Em 1961, os EUA começam a se envolver no conflito, auxiliando o regime anticomunista do sul.
O apoio se amplia até a completa intervenção militar, a partir de 1965.
Dez anos depois a guerra chega ao fim, após a retirada norte-americana e a tomada de Saigon (capital do Vietnã do Sul) pelos comunistas.
A participação dos EUA é parte da disputa entre o capitalismo norte-americano e o socialismo soviético pela hegemonia mundial.
Em 1976, o Vietnã é reunificado, e os norte-americanos sofrem a maior derrota de sua história.
Divisão do Vietnã
Em 1946, a Liga pela Independência (Vietminh), criada na luta contra o domínio francês na Indochina, forma um Estado no norte do Vietnã sob a liderança do dirigente comunista Ho Chi Minh.
Começa então a guerra entre a França e o Vietminh.
Em 1949, os franceses estabelecem o Estado do Vietnã no Sul, instalam como rei Bao Daï e, no ano seguinte, legitimam a independência.
O Vietminh não reconhece a decisão e reivindica o controle sobre todo o país.
Esse conflito acaba em maio de 1954 com a derrota francesa na Batalha de Diem Bien Phu.
O acerto feito na Conferência de Paz de Genebra, no mesmo ano, impõe a retirada das tropas da França e divide o Vietnã em dois: o do Norte, sob o regime comunista de Ho Chi Minh, e o do Sul, que se torna Monarquia independente, liderado por Bao Daï.
Golpes militares
Por exigência dos EUA, o acordo marca para julho de 1956 um plebiscito em que o povo vietnamita decidiria acerca da reunificação.
Mas, no sul, o primeiro-ministro Ngo Dinh Diem dá um golpe de Estado em 1955, instalando uma ditadura militar contrária à reunificação.
As Forças Armadas sulistas passam a receber dinheiro e treinamento militar dos EUA.
Em 1959 começa a guerrilha: os vietcongues sabotam bases norte-americanas e ameaçam o governo de Diem.
Apoiada por Ho Chi Minh, a resistência comunista do sul cria, em 1960, a Frente de Libertação Nacional (FLN), tendo como braço armado o Exército vietcongue.
O presidente norte-americano John Kennedy reage e envia para o Vietnã do Sul 15 mil conselheiros militares.
Em 1963, Diem é assassinado no primeiro de uma série de golpes militares que estabelecem o caos político e levam os EUA a intervir definitivamente na guerra.
Escalada norte-americana
A efetiva intervenção militar norte-americana é decidida em 1964.
O pretexto é o suposto ataque norte-vietnamita a navios norte-americanos no golfo de Tonkin.
O Vietnã do Sul recebe reforço de tropas dos EUA, que dão início a sistemáticos ataques aéreos ao norte.
O Exército vietcongue resiste com táticas de guerrilha aos sofisticados armamentos ocidentais.
Em janeiro de 1968, guerrilheiros e soldados norte-vietnamitas invadem a Embaixada dos EUA em Saigon, atacam quase todas as bases norte-americanas e marcham sobre as principais cidades do sul.
As forças norte-americanas e sul-vietnamitas respondem com ferocidade, provocando a morte de 165 mil vietnamitas.
Nos EUA, o governo norte-americano enfrenta crescentes protestos pacifistas.
Cessar-fogo
Os bombardeios sobre Hanói em 1972 e o bloqueio de portos norte-vietnamitas não dão resultado.
Em 1973, os EUA aceitam o Acordo de Paris, que estabelece o cessar-fogo.
São convocadas eleições gerais no Vietnã do Sul e libertados os prisioneiros de guerra.O fim do conflito porém só aconteceu em 30 de abril de 1975, quando as forças revolucionárias ocuparam Saigon sem combate.
São convocadas eleições gerais no Vietnã do Sul e libertados os prisioneiros de guerra.
Os EUA perdem 45.941 soldados, têm 800.635 feridos e 1.811 desaparecidos em ação.
Não há dados seguros sobre as baixas vietnamitas, mas sabe-se que ultrapassam 180 mil. Com a retirada dos norte-americanos, em 1975, o confronto transforma-se em guerra civil entre vietcongues e forças sulistas.
A guerra do Vietnã foi essencialmente uma “guerra do povo”, posto que os membros do Vietcong não eram fácilmente distinguíveis da população civil, além do mais a maior parte da população foi mobilizada para algum tipo de participação ativa.
O amplo uso de bombas Napalm pelos Estados Unidos mutilou e matou milhares de civís, o emprego do desfolhante “agente laranja”, utilizado para eliminar a cobertura vegetal, devastou o meio ambiente de um país essêncialmente agrícola.
Entre abril de 1975 e julho de 1982 aproximadamente 1.218.000 refugiados foram reassentados em 16 países.
Guerra do Vietnã – Comunistas
Foto da menina Kim Phuc, umas das mais famosas
fotos da Guerra do Vietnã
Os comunistas liderados por Ho Chi Minh foram os únicos vietnamitas a resistirem a invasão japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.
Ao final da guerra, Ho Chi Minh (líder da Liga pela Independência, Vietminh) proclamou a independência do Vietnã.
Os franceses, os colonizadores da Indochina (Laos, Camboja e Vietnã), influenciaram no processo emancipacionista, apoiando outro grupo que dividiu o Vietnã em dois e o mergulhou em uma guerra que se arrastou por mais de trinta anos.
Exércitos franceses combateram os soldados vietminhs até 1954.
Ao final, os franceses foram derrotados, na batalha de Dien Bien Phu.
Um acordo assinado em Genebra permitiu a formação dos dois Vietnãs.
Neste acordo os Estados Unidos exigiu um plebiscito no ano seguinte para decidir pela reunificação ou não.
O plebiscito foi majoritário pela reunificação.
A vitória de Ho Chi Minh era prevista nas eleições a serem realizadas para eleger o novo governo.
Antes, entretanto, Ngo Dinh Diem, anticomunista e pró-norte-americano, deram um golpe de Estado na parte sul do Vietnã, e instalou uma ditadura militar contrária a reunificação.
As forças armadas dos EUA iniciaram o treinamento dos soldados do governo sulista.
Em 1960, o Norte criou o Vietcongue (Frente de Libertação Nacional) para combater o governo e os soldados do Sul.
No ano seguinte, de assessores militares, os soldados norte-americanos entraram de fato na guerra.
O presidente Kennedy mandou 15 mil “conselheiros militares” para o Vietnã de uma só vez.
No Vietnã do Sul, monges budistas queimavam-se vivos em praças públicas para denunciar mundialmente a ditadura e os “compromissos” políticos de Diem.
Em 1963, ele foi assassinado.
Uma série de golpes de Estado sucederam-se, facilitando a intervenção norte-americana.
Em 1965, o presidente Lyndon Johnson dos EUA aumentou o número de tropas e armamentos na guerra.
Ataques aéreos, de caças e bombardeiros, com bombas de fragmentação, napalm e desfolhantes químicos sobre os vietcongues e populações civis aumentaram o horror da guerra.
Do outro lado, a guerra e a guerrilha penetravam as fronteiras da parte sul.
No dia 31 de janeiro de 1968, vietcongues invadiram Saigon e a embaixada dos EUA.
As tropas dos EUA e dos sul-vietnamistas reagiram.
Resultado: 165 mil vietnamitas mortos e 2 milhões de refugiados.
Nos EUA, protestos populares não impediram a permanência das tropas norte-americanas e do horror na guerra.
O EUA bombardeou extensas áreas do norte-vietnamita, bloqueou portos, mas o resultado não foi à derrota do inimigo.
A intervenção norte-americana no Vietnã foi estendida ao Camboja em 1970.
No Camboja, a Khmer Vermelho (Partido Comunista local) apoiava Hanói e os vietcongues com alimentos e rotas de suprimentos militares.
No Camboja, a diplomacia e a CIA norte-americana intervieram pela deposição e ou sustentação de governantes.
Apesar do sofisticado armamento, os vietcongues e a guerrilha favorável aos norte-vietnamitas foi mais bem sucedida.
Em 1973, o EUA retirou-se do Camboja e do Vietnã.
Os vietcongues esmagaram os soldados sul-vietnamistas e reunificaram o país.
No Camboja, o Khmer Vermelho instalou uma das mais sanguinárias ditaduras registradas na História, sob o comando de Pol Pot.
No Camboja, mais da metade da população morreu de fome nos anos subseqüentes.
No Vietnã, o governo e o desenvolvimento da sociedade socialista alcançou resultados diferentes e opostos.
O Vietnã invadiu o Camboja em 1978 e 1979 depondo o governo genocida de Pol Pot.
Mas os desdobramentos da intervenção vietnamitas ainda colocaram o Camboja em situação de guerra até 1988.
O Laos, o mais frágil dos três países da antiga colônia francesa da Indochina, sempre apresentou conflitos externos ou sob influência do Camboja, do Vietnã, da China e do intervencionismo norte-americano na área.
Na ex-Indochina, a guerra perdurou, em alguns pontos, por mais de quatro décadas.
Ao menos duas gerações cresceram, viveram ou morreram sem conhecer a paz.
Próximo dali, outro país emancipado no contexto de Guerra Fria e com guerra civil de longa duração foi o arquipélago que forma a Filipinas.
O intervencionismo norte-americano nas Filipinas foi mais ostensivo e permanente, até porque passou para o controle dos EUA depois da Guerra Hispano-Americana (1898).
Bases militares dos EUA sustentaram e apoiaram os conflitos na Indochina.
Até água filipina era transportada por aviões e navios para ser utilizada pelas tropas norte-americanas no Vietnã e Camboja.
Nas Filipinas, o EUA apoiou a ditadura corrupta de Ferdinad Marcos de 1965 até 1987.
Contra Marcos e o intervencionismo norte-americano, criaram-se grupos guerrilheiros, em geral sob influência do islâmico ou do marxismo.
Guerra do Vietnã – Vietcongue
A primeira vez que o Vietcongue atacou o exército do sul foi dia 8 de julho de 1959, em Bien Hoa, próximo a Saigon.
A 20 de dezembro de 1960, a Frente Nacional de Libertação (FNL) foi formada no Vietnã do Norte para organizar a conquista do sul. O exército do sul foi derrotado pelos vietcongues na batalha de Ap Dac, no dia 2 de janeiro de 1963, e ficou claro que o Vietnã do Sul necessitaria de ajuda para manter-se independente.
A interferência dos EUA na guerra pelo presidente Johnson aconteceu por fases, entre agosto de 1964 e junho de 1965. A primeira unidade de combate americana, com 3.500 fuzileiros navais, desembarcou em Da Nang, no dia 8 de março de 1965.
Os americanos empreenderam operações maciças de busca e destruição, com helicópteros, artilharia e veículos blindados. A Operação Cedar Falls, ao norte de Saigon, em janeiro de 1967, e a Operação Junction City, em fevereiro, foram bem-sucedidas. Ao final de 1967, mais de 500 mil americanos estavam no Vietnã, e os caças bombardeiros americanos voavam em 200 missões ao dia sobre o Vietnã do Norte.
Em 30 de janeiro de 1968, durante a trégua que marcou as festividades Tet do ano novo budista, o Vietcongue iniciou uma grande ofensiva contra cidades do norte, de províncias costeiras e planaltos centrais. Em 31 de janeiro, 5 mil vietcongues, que se haviam infiltrado em Saigon, atacaram alvos selecionados, incluindo o Palácio Presidencial e a Embaixada Americana.
Os americanos e as forças do exército vietnamita do sul responderam rapidamente. As perdas comunistas na Ofensiva Tet excederam aquelas dos americanos durante toda a guerra.
No final de 1968, o poderio militar americano no Vietnã do Sul atingiu a cifra dos 549 mil homens. O general Creighton Abrams, substituindo Westmoreland como comandante-em-chefe, usou tropas móveis em helicópteros para atingir concentrações de vietcongues.
O Vietcongue lançou ofensivas em fevereiro, maio e agosto de 1969. Paulatinamente, tropas americanas foram sendo retiradas das áreas de combate e, no dia 1º de setembro de 1969, os vietnamitas do Sul ficaram sós no combate, em toda a região do delta do Mekong. O número de americanos no Vietnã também foi reduzido gradativamente, até chegar a 171 mil em 1971.
Essa redução foi imposta pela forte influência da opinião pública americana, que era contra a guerra.
Em resposta a uma série de ofensivas inimigas, os Estados Unidos retaliaram, aumentando muito o bombardeio aéreo ao norte. Em 11 de agosto de 1972, a última unidade de combate americana foi retirada do Vietnã do Sul, embora 43 mil homens da força aérea tenham permanecido. Para os Estados Unidos, o final do conflito veio no dia 2 de janeiro, quando um tratado de paz foi assinado. Entre o dia 1º de janeiro de 1961 e 27 de janeiro de 1972, as baixas americanas foram de 45.941 mortos e 300.635 feridos. A participação australiana no Vietnã começou em 1962 e, dois anos depois, três batalhões com tropas de auxílio estavam de serviço na província de Phuoc Tuy. Cerca de 47 mil soldados serviram durante a guerra, com um reforço de 8 mil no auge do conflito.
A batalha mais importante para os australianos foi a de Long Tan, em agosto de 1966, quando 108 homens avançaram em direção a uma armadilha vietcongue de 2.500 homens.
Durante 1973 e 1974, a atividade comunista intensificou-se, e ocorreram muitas violações ao cessar-fogo. Durante os meses de março e abril de 1975, os ataques comunistas destruíram as forças do exército vietnamita do sul, forçando o governo a render-se aos comunistas em 30 de abril. Nos 16 anos de guerra, mais de 150 mil vietnamitas do Sul morreram e 400 mil foram feridos. As baixas não-oficiais para o Vietnã do Norte e para as tropas vietcongues chegaram a 100 mil mortos e 300 mil feridos.
Comenta-se muitas vezes que a guerra começou em 1961. Claramente, as hostilidades surgiram em 1959, embora a ajuda militar americana direta ao Vietnã do Sul tenha se iniciado em dezembro de 1961.
A segunda guerra da Indochina
A Guerra Civil e a intervenção americana
Com as perseguições desencadeadas pela ditadura Diem, comunistas e nacionalista formaram, em 1960, uma Frente de Libertação Nacional (FLN), mais conhecida como Vietcong, e lançaram-se numa guerra de guerrilhas contra o governo sul-vietnamita.
Em pouco tempo o ditador Diem mostrou-se incapaz de por si só vencer seus adversários.
O presidente Kennedy envia então os primeiros “conselheiros militares” que, depois de sua morte em 1963, serão substituídos por combatentes.
Seu sucessor, o presidente L. Johnson aumenta a escalada de guerra, depois do incidente do Golfo de Tonquim, em setembro de 1964.
Esse incidente provou-se posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para justificar a intervenção.
Um navio americano teria sido atacado por lanchas vietnamitas em águas internacionais (na verdade era o mar territorial norte-vietnamita), quando patrulhava no Golfo de Tonquim.
Assim os norte-americanos consideraram esse episódio como um ato de guerra contra eles, fazendo com que o Congresso aprovasse a Resolução do Golfo de Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar o envolvimento americano na região.
Aumento da escalada americana no Vietnã (em soldados):
1960: 900
1962: 11.000
1963: 50.000
1965: 180.000
1967: 389.000
1969: 540.000
Em represália a um ataque norte-vietnamita e vietcong a base de Pleiku e Qui Nhon o presidente Johnson ordena o bombardeios intenso do Vietnã do Norte.
Mas as tentativas de separar o Vietcong das suas bases rurais fracasssa, mesmo com a adoção das chamadas “aldeias estratégicas” que na verdade eram pequenas prisões onde os camponeses deveriam ficar confinados.
A reação contra a guerra e a contra-cultura
A participação crescente dos EUA na Guerra e a brutalidade e inutilidade dos bombardeios aéreos – inclusive com bombas napalm – fez com que surgisse na américa um forte movimento contra a guerra.
Começou num bairro de São Francisco, na Califórnia, o Haight – Aschbury, com “as crianças das flores” (flower children), quando gente jovem lançou o movimento “paz e amor” (peace and love), rejeitando o projeto da Grande Sociedade do pres. Johnson.
A partir de então tomou forma a movimento da contra-cultura – chamado de movimento hippy – que teve enorme influência nos costumes da geração dos anos 60, irradiando-se pelo mundo todo.
Se a sociedade americana era capaz de cometer um crime daquele vulto, atacando uma pobre sociedade camponesa no sudeste asiático, ela deveria ser rejeitada.
Se o americano médio cortava o cabelo rente como um militar,
A contracultura estimulou o cabelo despenteado, cumprido, e de cara com barba. Se o americano médio tomava banho, opunham-se a ele andando sujos. Se aqueles andavam de terno e gravata, aboliram-na pelo brim e pela sandália. Repudiaram também a sociedade urbana e industrial, propondo o comunitarismo rural e a atividade artesanal, vivendo da fabricação de pequenas peças, de anéis e colares.
Se o tabaco e o álcool era a marca registrada da sociedade tradicional, aderiram à maconha e aos ácidos e as anfetaminas.
Foram os grandes responsáveis pela prática do amor livre e pela abolição do casamento convencional e pela cultura do rock. Seu apogeu deu-se com o festival de Woodstock realizado no Estado de N.York, em 1969.
A revolta instalou-se nos Campi Universitários, particularmente em Berkeley e em Kent onde vários jovens morrem num conflito com a Guarda Nacional.
Praticamente toda a grande imprensa também se opôs ao envolvimento. Surgiu entre os negros os Panteras Negras (The Black Panthers) um expressivo grupo revolucionário que pregava a guerra contra o mundo branco americano da mesma forma que os vietcongs. Passeatas e manifestações ocorriam em toda a América. Milhares de jovens negaram-se, pela primeira vez na história do país, a servir no exército, desertando ou fugindo para o exterior.
Esse clima espalhou-se para outros continentes e, em 1968, em março, eclodiu a grande rebelião estudantil no Brasil contra o regime militar, implantado em 1964, e em maio, na França, a revolta universitária contra o governo do Gen. de Gaulle. Outras ainda ocorreram no México e na Alemanha e Itália.
O filósofo marxista Herbert Marcuse afirmou que a revolução seria feita doravante pelos estudantes e outros grupos não assimilados pela sociedade de consumo conservadora.
Consequências da guerra
O Vietnã foi o país mais vitimado por bombardeios aéreos no século XX.
Caíram sobre suas cidades, terras e florestas, mais toneladas de bombas do que as que foram lançadas na II Guerra Mundial.
Para tentar desalojar os guerrilheiros das matas foram utilizados violentos herbicidas – o agente laranja – que dizimou milhões de árvores e envenenou os rios e lagos do país.
Milhares de pessoas ficaram mutiladas pelas queimaduras provocadas pelas bombas de napalm e suas terras ficaram imprestáveis para a lavoura.
Por outro lado, aqueles que não aceitaram viver no regime comunista fugiram em precárias condições, tornaram-se boat people, navegando pelo Mar da China em busca de um abrigo ou vivendo em campos de refugiados em países vizinhos.
O Vietnã regrediu economicamente a um nível de antes da II Guerra Mundial.
Os Estados Unidos por sua vez saíram moralmente dilacerados, tendo que amargar a primeira derrota militar da sua história.
Suas instituições – a CIA e o Pentágono – foram duramente criticadas e um de seus presidentes, Richard Nixon, foi obrigado a renunciar em 1974, depois do escândalo de Watergate.
Nunca mais o establishment americano voltou a ganhar a integral confiança dos cidadãos.
Guerra do Vietnã – Ho Chi Minh
Ho Chi Minh
Ho Chi Minh (“aquele que ilumina”), nasceu em 1890 numa pequena aldeia vietnamita, filho de um professor rural.
Tornou-se um dos mais importantes e lendários líderes nacionalistas e revolucionários do mundo do após-guerra. Viajou muito jovem como marinheiro e tornou-se socialista quando viveu em Paris, entre 1917 e 1923.
Quando ocorreu as Conferências de Versalhes, em 1919, para fixar um novo mapa mundial, o jovem Ho Chi Minh (então chamado de Nguyen Ai quoc, o “patriota”), solicitou aos negociadores europeus que fosse dado ao Vietnã um estatuto autônomo. Ninguém lhe deu resposta, mas Ho Chi Minh tornou-se um herói para o seu povo.
Em 1930 ele fundou o Partido Comunista Indochinês e seu sucessor, o Viet-mihn (Liga da Independência do Vietnã), em 1941, para resistir à ocupação japonesa.
Foi preso na China por atividade subversiva e escreveu na prisão os “Diários da Prisão”, em chinês clássico, uma série de poemas curtos, onde enalteceu a luta pela independência.
Com seus companheiros mais próximos, Pahm Van Dong e Vo Nguyen Giap, lançou-se numa guerra de guerrilhas contra os japoneses, obedecendo à estratégia de Mao Tse Tung de uma “guerra de longa duração”.
Finalmente, em 2 de setembro de 1945, eles ocupam Hanói (a capital do norte) e Ho Chi Minh proclamou a independência do Vietnã. Mas os franceses não aceitaram. O Gen. Leclerc, a mando do Gen. De Gaulle, recebeu ordesn de reconquistar todo o norte do país, nas mãos dos comunistas de Ho Chi Minh. Isso irá jogar a França na sua primeira guerra colonial depois de 1945, levando-a a derrota na batalha de Diem Biem Phu, em 1954, quando as forças do Viet-minh, comandadas por Giap, cercam e levam os franceses à rendição. Depois de 8 anos, encerrou-se assim a primeira Guerra da Indochina.
Em Genebra, na Suíça, os franceses acertaram com os vietnamitas um acordo que previa:
1. o Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17, no Norte, sob o controle de Ho Chi Minh e no Sul sob o domínio do imperador Bao Dai, um títere dos franceses;
2. haveria entre eles uma Zona Desmilitarizada (ZDM);
3. seriam realizadas em 1956, sob supervisão internacional, eleições livres para unificar o país.
Os Estados Unidos presentes no encontro não assinaram o acordo.
Guerra do Vietnã – História
Guerra do Vietnã
Durante várias gerações do povo vietnamita, a vida foi sinônimo de guerra, fogo e sangue. Ao longo de 30 anos, eles lutaram contra o governo colonial por uma libertação nacional.
Em 29 de abril de 1975, um dos mais longos conflitos do século XX finalmente termina, depois de 30 anos de derramamento de sangue. Primeiro os japoneses, depois os franceses e por fim os americanos renderam-se diante da determinação do povo vietnamita, que recuperou seu país ao preço de milhões de vidas.
Em 1945, os líderes nacionais da Indochina proclamam uma república, pouco depois do final da ocupação japonesa na Segunda Guerra Mundial. O Vietnã tinha sido colônia francesa durante 100 anos. Mas, os franceses tentam retomar o país a força. A guerra dura oito anos e a França é finalmente derrotada em Dien Bien Phu, em 1954.
O líder nacionalista Ho Chi Minh ganha o primeiro round. Os franceses saem com um saldo de 20 mil soldados mortos.
Com a saída da França, o Vietnã divide-se em duas áreas: o norte comunista e o sul capitalista, apoiado pelos americanos.
Diz o presidente Lyndon Johnson – “Responderemos a qualquer ataque armado contra nossas forças”.
Olho por olho, dente por dente. É esse o aviso dado pelo presidente Johnson aos comunistas, caso ataquem os soldados americanos envolvidos no conflito entre o norte e o sul do Vietnã. Durante oito anos, os americanos jogam cerca de 8 milhões de toneladas de bombas no norte. A crescente oposição nos Estados Unidos à guerra, somada à determinação dos vietcongues e vietnamitas, forçam o governo americano a admitir a derrota. Dá-se o cessar fogo.
Em 1973, os acordos de paz põem fim ao engajamento militar americano, mas não à guerra civil que ainda assola o país.
2 de maio de 1975. Dois anos depois, as tropas comunistas entram em Saigon, a capital do Vietnã do Sul, e trocam o nome da cidade para Ho Chi Minh, que morrera em 1968. Milhares de famílias sul-vietnamitas tentam fugir com os últimos americanos, mas poucos conseguem.
Começa então outra saga na história do país: a fuga dos que entram em pânico com a chegada dos comunistas. Milhares fogem por qualquer meio disponível, inclusive barcos – são os chamados “barqueiros”, que viajam no mar durante semanas. Centenas deles morrem em busca de abrigo em qualquer lugar que os pudesse acolher.
Durante os 15 anos de engajamento militar no Vietnã, 56 mil soldados americanos morrem e mais de 300 mil voltam para casa mutilados ou com deficiência permanente.
Os vietnamitas perdem dois milhões de vidas na luta pela independência do seu país. É uma das páginas mais negras da história americana.
Principais forças envolvidas
Estados Unidos: 2.300.000 homens serviram no Vietnã de 1961 a 1974, com 46.370 mortos e 300.000 feridos.
Vietnã do Sul: 1.048.000 homens (Exército regular e Forças Populares), com 184.000 mortos.
Vietnã do Norte e Vietcongues: cerca de 2.000.000 homens, com 900.000 mortos no total.
Principais batalhas
A ofensiva do Tet, a batalha pela cidade imperial de Huê, as operações fluviais no delta do Rio Mekong, bombardeio aéreo do Vietnã do Norte (Operação Rolling Thunder), combates na região conhecida como Triângulo de Ferro (Operações Cedar Falls e Junction City), batalha de Khe Sanh, patrulhas da US Navy em águas costeiras (Operação Sea Dragon) e a queda da capital Saigon.
Resultado final
Unificação do país, com a criação da República Socialista do Vietnã, que sem crédito no exterior e isolada no plano diplomático, possuía graves problemas econômicos; reafirmou sua aliança com a União Soviética e rompeu com a China; reaproximou-se da França.
Para os Estados Unidos restaram o trauma de uma guerra que não contou com apoio de seu povo em momento algum e ainda arranhou o seu orgulho de potência militar.
Custo total estimado: US$ 720 bilhões
Guerra do Vietnã – Resumo
Entre 1945 e 1954, os vietnamitas travaram uma guerra anticolonial contra a França, que recebeu US $ 2,6 bilhões em apoio financeiro dos Estados Unidos.
A derrota francesa no Dien Bien Phu foi seguida por uma conferência de paz em Genebra. Como resultado da conferência, Laos, Camboja e Vietnã receberam sua independência, e o Vietnã foi temporariamente dividido entre um Sul anticomunista e um Norte comunista. Em 1956, o Vietnã do Sul, com apoio americano, recusou-se a realizar eleições de unificação. Em 1958, guerrilheiros liderados por comunistas, conhecidos como Viet Cong, começaram a lutar contra o governo sul-vietnamita.
Para apoiar o governo do Sul, os Estados Unidos enviaram 2.000 conselheiros militares – um número que cresceu para 16.300 em 1963. A condição militar se deteriorou e, em 1963, o Vietnã do Sul havia perdido o fértil Delta do Mekong para o Viet Cong. Em 1965, o presidente Lyndon Johnson escalou a guerra, iniciando ataques aéreos contra o Vietnã do Norte e enviando forças terrestres – que totalizavam 536.000 em 1968. A ofensiva Tet de 1968 pelos norte-vietnamitas colocou muitos americanos contra a guerra.
O próximo presidente, Richard Nixon, defendeu a vietnamização, retirando as tropas americanas e dando ao Vietnã do Sul maior responsabilidade no combate à guerra. Em 1970, Nixon tentou diminuir o fluxo de soldados norte-vietnamitas e suprimentos para o Vietnã do Sul, enviando forças americanas para destruir as bases de suprimentos comunistas no Camboja.
Este ato violou a neutralidade cambojana e provocou protestos contra a guerra nos campi universitários do país.
De 1968 a 1973, esforços foram feitos para encerrar o conflito por meio da diplomacia.
Em janeiro de 1973, um acordo foi alcançado; As forças dos EUA foram retiradas do Vietnã e os prisioneiros de guerra dos EUA foram libertados.
Em abril de 1975, o Vietnã do Sul se rendeu ao Norte e o Vietnã foi reunificado.
Fonte: geocities.com/www.history.com/www.angelfire.com/www.tvcultura.com.br
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