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Civilização Asteca – O que foi
As primeiras evidências dos povos Astecas no México Central datam do século XIII.
Entretanto, antes mesmo deste período há evidências de outros povos nesta mesma região, como é o caso dos Toltecas.
A civilização Tolteca propriamente dita desenvolve-se, a partir do século XI. Contudo, a partir do século XII, a principais cidades construídas pelos Toltecas entram em declínio. Tribos bárbaras de territórios próximos surgem então para se estabelecerem nessas cidades recentemente abandonadas pelos Toltecas.
A nova organização dessas tribos nestas cidades é que resultará na civilização Asteca.
A última grande civilização mesoamericana foi a dos Astecas, uma tribo bárbara primitiva que habitou nas pequenas ilhas do lago Texcoco na metade do século XIV, e, em poucas décadas chegou a dominar a maior parte do México.
Este crescimento vertiginoso é um indicio de perícia estratégica e organização militar.
Os Astecas conquistaram seu imenso império através de guerras.
Civilização Asteca
Os Astecas e a organização da cidade
A cidade era composta por vários clãs, e cada um tinha seu templo e sua escola. O clã era administrado pelo Capulli, expressão que também servia para denominar o clã.
O Capulli era o administrador das terras da região e dava aos homens lotes para serem cultivados quando estes se casavam. Os que não pertenciam a um clã trabalhavam nas terras dos nobres.
Cada clã tinha um conselho para julgar crimes menores, coletar impostos para o governo e organizar grupos para fazer canais. Os canais teriam a função de estradas, usados como vias de comunicação.
A praça principal era o centro da vida da cidade. Nela eram realizados o mercado (de quatro em quatro dias), bem como os festivais (mensalmente). Nestes festivais os astecas, cantavam, dançavam e ofereciam sacrifício aos deuses, enquanto no mercado, para vender seus produtos, cada comerciante pagava uma taxa ao supervisor. Caso a taxa não fosse paga, as mercadorias eram confiscadas pelos fiscais. A venda e compra se dava através da troca de produtos. As pessoas utilizavam grãos de cacau para compensar as diferenças no valor dos objetos trocados.
No mercado eram vendidos legumes, verduras, animais, machados, panelas, objetos de plumas, joalheria, e ervas. Havia também a venda de escravos, que eram prisioneiros de guerra, criminosos ou homens que tinham perdido tudo no jogo.
Organização Social
O rei dividia o governo do Estado com a Mulher serpente, que era um homem. Havia um conselho de chefes (comandantes militares) para orientar o rei e a Mulher Serpente.
Para conseguir um título de nobreza era preciso demonstrar bravura nas guerras, condição imposta tanto para os filhos de nobres quanto para os filhos de camponeses. Oficiais graduados eram juízes e grandes generais, enquanto os menos graduados governavam o povo. Artesãos e comerciantes passavam suas profissões a seus filhos. Em maior número na sociedade estavam os cidadãos comuns (aqueles que recebiam terras do clã para cultivar), camponeses (camponeses sem terra trabalhavam na terra dos nobres) e escravos.
Nota-se uma sociedade bastante estratificada; hierarquizada. As roupas eram um meio de demonstrar a posição social da pessoa, havendo leis severas para o uso de certas peças.
Alimentação
Fazia parte da alimentação Asteca o milho (do qual eram feitos cozidos, bolos e pães), feijão abóbora, tomate além de animais domesticados como coelho, peru, patos, cachorros e aves.
Uma das famosas iguarias Astecas é o chocolate. Diferente do conhecido atualmente, era mais amargo e um líquido grosso, sendo bebido após as refeições principalmente no inverno. Contudo, o consumo de carne entre outros alimentos considerados mais nobres não estavam ao alcance de toda a população. Por serem de grande valor não faziam parte da alimentação das classes mais baixas.
Economia Asteca
Os Astecas habitavam as terras do atual campo onde hoje está o México.
Os Astecas era um povo que tinha uma economia de base agrária, com aperfeiçoamentos de técnicas de produção, incluindo o uso de adubos e a construção de barragens e canais de irrigação.
No planalto mexicano, a ausência de chuvas combinada com um clima quente, provocava o ressecamento do solo. Por isso, eram necessários aperfeiçoamentos no processo de irrigação, o que exigia o trabalho coletivo das comunidades. Esse trabalho era realizado em regime de servidão.
A camada superior da sociedade não trabalhava. Ela dominava os trabalhadores com o uso da força militar e com a autoridade religiosa. O poder militar, era usado para forçar o pagamento de tributos, para conquistar novos territórios e para submeter as comunidades conquistadas.
O poder da religião servia para impor a crença dos deuses e que esses deuses não recompensariam as comunidades com boas colheitas se elas não pagassem seus tributos ao Estado.
Os tributos eram constituídos por uma parte daquilo que a comunidade produzia, por serviços prestados na construção de obras públicas (canais, represas e estradas) e no atendimento às camadas dirigentes nos palácios.
O principal produto era o milho. Cultivavam também o feijão, mandioca, abóbora, batata-doce, tomate, cacau, além de frutas como o abacaxi, maracujá, banana e caju.
Apesar de sua economia ser inteiramente voltada para a agricultura, os Astecas construíram cidades com extensas e largas avenidas, palácios e templos de pedra, terraços e jardins com fontes.
Os Astecas vivam submetidos a uma monarquia despótica, exercida pelo chefe dos guerreiros.
Na época do último imperador asteca, o império esparramava-se por um território do tamanho da Itália contemporânea, reunindo uma população próxima de 12 milhões da habitantes. Só a capital, Tenochtitlán, ocupava uma área de 13 km2, com uma população estimada entre 80 e 500 mil habitantes, numa época que apenas quatro cidades europeias possuíam mais de 100 mil habitantes, e Sevilha, a maior cidade espanhola possuía menos de 45 mil pessoas.
No início do século XVI, o Império Asteca entendia-se desde o norte mexicano até a Guatemala. Através de alianças e confederações, os Astecas dominavam povos vizinhos, obrigando-os a pagarem tributos e tratando suas hostilidades com constantes expedições punitivas. Sua forma de organização se assemelhava muitíssimo à das civilizações da Antiguidade Oriental, como o Egito e como a Mesopotâmia.
O Estado asteca era altamente centralizado, administrando as 38 províncias em que se dividia o império, controlando as atividades agrícolas, determinando a construção de sistemas de irrigação e zelando pela cobrança de impostos. A autoridade máxima era o imperador, inicialmente eleito pela tribo, mas depois, à época da conquista espanhola, o critério para sua escolha tinha caráter hereditário.
A sociedade dos as Astecas achava-se dividida em camadas rígidas, sem mobilidade social. Compunham essa sociedade os nobre, sacerdotes, comerciantes, populares e escravos.
Nas aldeias as terras eram comunais e de produção auto-suficiente, e as comunidades pagavam tributos coletivamente ao Estado. Essas comunidades residenciais, com direitos comuns sobre a terra e obrigadas a pagar tributos ao Estado, eram chamadas de calpulli e constituíam as unidades sociais básicas do império asteca, caracterizando o que se denomina de sociedade de servidão coletiva.
Na arquitetura realizaram obras importantes como os templos e palácios até hoje existentes no vale do México. Sua religião baseava-se na crença e em vários deuses e na prática de sacrifícios humanos.
Usando instrumentos agrícolas de pedra, madeira e cobre, cultivavam entre outros o milho, o algodão, o cacau, variadas frutas, além de domesticarem animais como cães, abelhas e perus.
Educação
Depois que a criança nascia, o astrólogo escolhia um dia de sorte para dar nome à criança e para predizer o seu futuro. Os astecas acreditavam que o caráter da pessoa era influenciado pelo dia em que ela nascia.
As crianças frequentavam a escola até completarem 8 anos. Na escola aprendiam o básico da escrita asteca e as tradições (tanto os meninos quanto as meninas).
Uma outra metade do ensino era dividida: meninas aprendiam a tecer, costurar, cozinhar e cuidar das crianças, enquanto os meninos aprendiam a guerrear.
Ao completarem 21 anos, os estudos estavam concluídos: as meninas iam viver para o casamento e os meninos tornavam-se guerreiros. Os melhores guerreiros se juntavam aos guerreiros águia e jaguar, que representavam os cargos mais altos na carreira militar.
Sociedade e Política
A base da sociedade asteca era a família de caráter patriarcal e geralmente monogâmica. Um grupo de várias famílias, compunham o calpulli, unidade social complexa que se encarregava de funções muito diversas, como a organização do trabalho agrícola, a arrecadação de impostos, o culto religioso, a educação e o recrutamento de guerreiros. Um conselho, formado pelos chefes de família, elegiam o líder do calpulli.
Cada família pertencente a um calpulli, recebia um usufruto parte das terras comunais, que revertia ao calpulli se não fosse cultivada.
Acima do calpulli, estava a estrutura estatal, centrada no monarca. Logo após a morte de um tlatoani, um conselho de nobres se encarregava de eleger seu sucessor, geralmente entre os membros da casa real. O tlatoani, cuja figura inspirava enorme respeito entre seus subordinados, nomeava os ocupantes dos cargos estatais e militares, dirigia as campanhas de guerra, supervisionava o fisco e a atividade comercial, administrava justiça em última instância e presidia os ritos religiosos.
O funcionamento do estado, se baseava numa ampla rede burocrática formada por funcionários profissionais, tais como: os sacerdotes, inspetores do comércio e coletores de impostos.
Uma das características que mais marcavam a sociedade asteca, era a divisão em castas:
NOBREZA (os pipiltin): Era formada pelos membros da família real, os chefes dos calpulli, os chefes militares e os plebeus que haviam realizado algum serviço de mérito ao estado.
PLEBEUS (os macehuatin): Eram os lavradores, comerciantes e artesãos enquadrados nos calpulli, que consistiam o grosso da população.
SERVOS (os mayeque): Trabalhavam nas terras do estado e da nobreza.
Também haviam ESCRAVOS, empregados como força de trabalho ou reservados para os sacrifícios religiosos.
A confederação asteca, assim como os impérios meso-americanos anteriores, organizavam-se em torno do pagamento de tributos e da contribuição militar por partes dos estados submetidos. Apesar disso, esses estados eram praticamente independentes. No entanto, o império asteca tentou conseguir uma maior integração política entre suas 38 províncias, sobretudo no vale do México.
Religião: A organização religiosa asteca era complexa, já que em apenas dois séculos, esse povo passara de dominado para dominador, controlando outros povos da região.
Sacerdote e o templo
Os meninos mais inteligentes, iam aos oito anos para o calmecac ou escola de sacerdotes. Lá rezavam e jejuavam durante dias. Os sacerdotes ensinavam os meninos a ler e escrever, fazer remédios com ervas, canções, preces própria a cada um dos deuses e a prever eclipses. Com 20 anos ele podia deixar o calmecac para se casar, podendo exercer a função de escriba no palácio, dar nome às crianças e predizer o futuro.
O sacerdote cuidava dos templos e fazia sacrifícios. Os templos eram erguidos o mais alto possível, pois assim os astecas acreditavam estarem mais próximos dos deuses celestes, e em sua plataforma eram realizados os sacrifícios. Os astecas acreditavam que os deuses haviam se sacrificado para criar o sol, e por isso era dever deles alimentar os deuses com a água sagrada (sangue).
Para isso havia a necessidade de capturar prisioneiros de guerra constantemente.
Somente alguns sacerdotes tinham o conhecimento de astrologia e podiam interpretar o calendário sagrado. Havia também um calendário solar. Todos consultavam os sacerdotes antes de tomar decisões importantes, pois acreditavam em dias de sorte e dias de azar.
Jogos: O tlachtli era um jogo asteca muito parecido com o jogo dos Maias (aquele com a bola de borracha). Os astecas passavam o tempo jogando jogos de azar.
Arte Asteca
Arte e arquitetura: pirâmide da civilização asteca
A arte asteca se caracteriza principalmente por sua arte plumária (trabalho com penas) e pela ourivesaria (trabalho com ouro). Os astecas aprenderam a fazer seus artesanatos com os descendentes dos toltecas.
Grande parte do trabalho dos artesão era para o rei, que utilizava os tributos para fazerem tiaras, mantas e jóias. O rei recompensavam os guerreiros com esses presentes.
Um escultor levava muito tempo para produzir uma peça, devido à simplicidade de seus instrumentos.
Arquitetura Asteca
Da arquitetura asteca, só se conhecem alguns poucos exemplos que sobreviveriam às destruições ocorridas durante a conquista espanhola. As edificações mais características são os templos, da estrutura piramidal, como o da cholula. Os templos Astecas foram edificados com enormes blocos de pedras das montanhas que rodeavam o Vale do México.
Os templos eram erguidos o mais alto possível para que os Astecas pudessem ficar perto dos seus deuses do céu. No topo havia uma plataforma onde eram sacrificadas as pessoas, geralmente prisioneiros, escolhidas como oferendas aos deuses. Os Astecas acreditavam que deviam construir um novo templo a cada 52 anos para agradecer aos deuses o fato de o mundo não ter ainda acabado.
Em vez de demolir o velho templo, eles construíam outro em cima daquele. Assim, cada templo era maior e mais importante do que o anterior. Em Tenochtitlán o grande templo foi aumentado cinco vezes.
Artesanatos Astecas
Os Astecas aprenderam a fazer seus artesanatos com os descendentes dos Toltecas, cuja civilização desaparecera muito antes de os Astecas chegarem ao Vale do México.
Os artesãos moravam em bairros separados na cidade, adorando seus próprios deuses e ensinando sua arte apenas aos seus filhos. Grande parte de seus trabalhos era para o rei.
Com os tributos enviados pelas cidades conquistadas, faziam tiaras, mantas e jóias. O rei então recompensava os grandes guerreiros com esses presentes.
Um escultor levava muito tempo pata esculpir uma peça em jade, cristal ou obsidiana, devido à precariedade dos seus instrumentos.
Dava a primeira forma à matéria bruta esfregando na pedra uma tira de couro cru com areia e água. Trabalhava apenas com uma faca de cobre macio e pó de sílex. Para finalizar e dar os últimos retoques, polia a peça com areia, depois usava o junco para dar brilho.
Escultura Asteca
Como a arquitetura, a escultura asteca é maciça e imponente. Muitas obras mostram a influência artística dos Toltecas, Mixtecas e dos povos da Costa do Golfo, porém a estatuária religiosa possui traços típicos que expressam o caráter primitivo e violento dos Astecas. Algumas vezes os artistas revelam uma concepção mais naturalista, criando figuras serenas, desprovidas de elementos grotescos. É o que se verifica em certas estátuas de Quetzalcoatl, divindade protetora das artes e das ciências, e nas de Xochipili, o senhor das flores, divindade da alegria, da música e da dança.
Pintura dos Astecas
A pintura dos Astecas é uma arte intermediária entre a escrita e a iluminura, manifestada através da execução minuciosa de caracteres pictográficos e da figuração de cenas históricas ou mitológicas.
Os objetos são representados de frente ou de perfil e, às vezes, as duas posições são sobrepostas, resultando numa imagem irreal, mas sempre compreensível.
Não conhecem a perspectiva e o colorido não tem nuances, porém há sempre contornos negros delimitando cada forma e realçando a vivacidade das cores. Em certos aspectos, essas obras lembram um dos estágios mais antigos da pintura egípcia.
Os Deuses Astecas
Os Astecas tinham muitos deuses, e cada um deles era responsável por uma fase da vida. Entre eles estão o deus do sol do meio-dia ( Uitzilopochtli), filho de Coatepec e Tezcatlipoca, que era deus da noite.
Acreditavam que os deuses observavam suas vidas constantemente. Sendo assim, procuravam não desobedecer os deuses, agradando-os com os sacrifícios.
Ao morrer, os Astecas acreditavam que cada um ia para direções diferentes: guerreiros para o leste (paraíso do Sol), as mulheres para o oeste (paraíso da deusa Terrra), os afogados iam para o paraíso de Tlaloc a oeste e os outros iam para o norte onde governava o Senhor e a Serpente da Morte.
Escrita Asteca: A escrita Asteca, assim como a escrita Maia, era representada por glifos. Esta escrita pode ser encontrada em códices, feitos em casca de figueira batida, ficando bem fina como um papel, e revestidas por uma espécie de verniz.
A INVENÇÃO DO CHOCOLATE
“Hoje quando bebemos uma xícara de chocolate quente e espumante ou comemos uma de chocolate, nem imaginamos que foram necessários séculos de estudos e cuidados com o fruto do cacaueiro para que pudéssemos apreciar esse alimento nutritivo. Também não imaginamos que foram os povos mesoamericanos, excelentes botânicos, os responsáveis pelo desenvolvimento das técnicas necessárias para secar e tostar as sementes de cacau que, depois moídas e de receber calor, se transformam na pasta de xocoatl.
Só que a pasta original obtida pelos botânicos, não tinha gosto. Para resolver esse problema, eles a dissolveram em água misturada com grande número de especiarias e flores.
Adicionaram também diversos tipos de pó de origem vegetal para dar-lhe cor. Posteriormente, querendo melhorar o sabor do chocolate, resolveram adoçá-lo com mel de abelhas, e, para conseguir fazer espuma, inventaram o molinillo, um pequeno moedor próprio para triturar e bater as sementes.
Durante a conquista da América, os espanhóis transformaram mais ainda a pasta de chocolate. Acrescentaram a ela açúcar, avelã e nozes, assim como sementes de melão e gemas de ovo, conforme o gosto.
Nessa época, os médicos também prescreviam o chocolate como medicamentos a seus pacientes. Aos enfermos calmos, receitavam o chocolate misturado com anis, almíscar e pimenta; já os doentes nervosos, bebiam o líquido sem substâncias aromáticas, ao contrário dos deprimidos, que consumiam o chocolate sem pimenta, com pouco anis e com todos os elementos aromáticos.
Se à chegada dos espanhóis o chocolate era uma bebida exótica e pouco conhecida, depois das contribuições dos povos da Mesoamérica acabou se popularizando e, com o tempo, ganhou as mesas das famílias do mundo inteiro.” (El chocolate, herencia de México. Revista Arqueologia Mexicana, n.29, jan./fev. 1998).
Civilização Asteca – Império
O Império Asteca (c. 1345-1521) cobria em sua maior extensão a maior parte do norte da Mesoamérica.
Os guerreiros astecas conseguiram dominar seus estados vizinhos e permitir que governantes como Montezuma impusessem os ideais e a religião asteca em todo o México.
Altamente talentosa na agricultura e no comércio, a última das grandes civilizações mesoamericanas também se destacou por sua arte e arquitetura.
A civilização asteca, com sua capital em Tenochtitlán (Cidade do México), é na verdade a civilização mesoamericana mais bem documentada, com fontes que incluem arqueologia, livros nativos (códices) e relatos longos e detalhados de seus conquistadores espanhóis – tanto de militares quanto de cristãos clero. Essas últimas fontes podem nem sempre ser confiáveis, mas a imagem que temos dos astecas, suas instituições, práticas religiosas, a guerra asteca e a vida diária é rica e continua a ser constantemente expandida com detalhes sendo adicionados através dos esforços do século XXI
O povo mexicano emigrou do território dos atuais Estados Unidos, de uma região denominada Aztlán, e ao chegar a uma região de vales e pântanos, conhecida como vale do México, instalou-se nas ilhas do lago Texcoco.
Os astecas, como passaram a ser conhecidos, fundaram a cidade de Tenochtitlán (1325), atual cidade do México.
Com a dominação dos habitantes locais, formou-se o Império Asteca que, no final do século XV, controlava uma vasta área, com mais de 500 cidades e aproximadamente 15 milhões de habitantes. Tenochtitlán, a capital do Império, começou como uma pequena aldeia, com choças que rodeavam um templo. No início do século XVI, era uma das maiores cidades do mundo, com uma população de um milhão de habitantes.
Contava com templos, palácios, ruas bem-traçadas, mercados, praças e monumentos artísticos. Era também um grande centro cultural e econômico.
A economia baseava-se na agricultura, como o cultivo de milho, tabaco, feijão, pimenta, tomate, cacau, baunilha, algodão, abóbora, melão, etc. do cacau extraiam uma bebida chamada xocoalt.
A propriedade da terra era do Estado. A água para a agricultura e para o consumo das pessoas era transportada das montanhas até as aldeias, na vale, por grandes canais abertos.
Para conseguir maior área para o plantio, os astecas construíram as chinampas ou jardins flutuantes, que eram ilhas artificiais formadas com lama amontoada e firmadas com relvas e arbustos.
O comércio foi largamente desenvolvido. Nas maiores cidades, os mercados eram diários e nas menores, semanais. Como não conheciam a moeda, as trocas eram diretas.
Os grãos de cacau foram muitas vezes usados como moeda.
O artesanato também foi de grande importância, movimentando o comércio interno e externo. Confeccionavam tecidos com fibras vegetais, faziam machados e outros instrumentos de cobre, jóias, trabalhos com plumas, cerâmicas, etc.
A sociedade estava dividida em camadas bastante diferenciadas.
A mais alta era a dos nobres que abrangiam várias categorias: o governante (Tlacatecuhtli) e sua família, os sacerdotes e os chefes guerreiros. Gozava de alguns privilégios como usar jóias, sandálias, não executar trabalhos manuais, ter várias mulheres, assistir às festas do palácio, etc. os sacerdotes recebiam uma educação rigorosa e eram encarregados dos cultos, dos sacrifícios e de colaborar na administração do Estado.
Os comerciantes, ou pochteca, formavam uma camada social à parte, que gozava de grande privilégio junto ao governo porque funcionavam como espiões.
Abaixo vinha a camada formada por agricultores, artesões e pequenos comerciantes que eram obrigados a pagar pesados tributos. A camada mais baixa da sociedade era formada pelos escravos.
Quanto à vida política, no principio, os astecas viviam sob a autoridade de um chefe político, com poderes absolutos, denominado Tlatoani ou Tlacatecuhtli. Mais tarde, foi adotada a monarquia eletiva. Na religião, os astecas eram politeístas e uma das principais divindades era Quetzalcoalt, a serpente emplumada que representava a sabedoria.
A religião era administrada por um clero bem organizado cujas funções principais eram a de ser intérpretes dos deuses e conservar a tradição. Quanto às artes e ciências, os astecas desenvolveram particularmente a arquitetura, com técnicas avançadas de construção.
Criaram um calendário cujo ano tinha 365 dias, distribuídos em 18 meses de 20 dias. Os cincos dias que restavam eram chamados de vazios, e acreditavam que traziam má sorte, assim, nada de importante devia ser feito nesses dias.
O calendário solar dos astecas, também conhecido como Pedra do Sol, foi encontrado em 1790, quando eram realizadas algumas obras próximas a catedral da cidade do México.
Os astecas conheciam várias plantas medicinais, das quais faziam remédios. Tenham também alguns medicamentes de origem animal e mineral.
Tratavam de feridas, doenças de pele, dos olhos, do ouvido, etc.
O Calendário Asteca possuía 18 meses com 20 dias, estes últimos a saber:
Coatl – Cobra
Cuetzpallin – Leopardo
Calli – Casa
Ehecatl – Vento
Cipactli – Crocodilo
Xochitl – Flor
Quiahuitl – Chuva
Tecpatl – Pedra
Ollin – Tempo
Cozcacuauhtli – Abutre
Cuauhtle – Águia
Ocelotl – Jaguar
Acatl – Bastão
Malinalli – Erva
Ozomatli – Macaco
Itzquintli – Cão Careca
Atl – Água
Tochtli – Coelho
Mazatl – Cervo
Miquiztli – Caveira
Uma das mais notáveis invenções do povo asteca, foi um sistema de medição do tempo baseado na combinação de vários calendários.
Civilização Asteca – Povo
Até o início do século XIV, os astecas não passavam de um povo nômade. Vindos do Norte como guerreiros mercenários, instalaram-se no planalto de Anahuac.
Ainda pouco civilizados, acrescentaram apenas seu militarismo e sua vontade indomável à antiquíssima cultura maia e, em seguida, à tolteca.
E fundaram um império que se estendeu do Norte do México à Guatemala atuais e do oceano Pacífico ao Atlântico, ao vencerem e dominarem outros povos como os toltecas, maias e mistecas, zapotecas, olmecas, chichimecas eoutros. O império asteca desapareceu quase completamente em conseqüência das ações dos antiquíssimo.
Duas profecias marcaram a história dos astecas: uma explicava as suas origens, outro falava do retorno do deus Quetzalcoalt, que ficaria para sempre com eles.
Segundo a lenda, a chegada à “terra prometida” seria indicada por um sinal: a visão de uma águia devorando uma serpente, no alto de um cáctus gigantesco em forma de candelabro. Numa ilhota do lago Texcoco (na atual Cidade do México), guiados pelo chefe Tenoch, os astecas viram esse sinal e concluíram ter encontrado ali o centro de sua expansão. Tenoch ordenou que construíssem uma cidade no lago maior, erguendo as habitações sobre estacas e unindo-as à terra firme por meio de pontes.
Assim, finalmente, os astecas tinham seu lar: uma aldeia de miseráveis cabanas nos pântanos do lago Texcoco, em 1325. E este foi o início da grandiosa cidade de Tenochtitlan.
A partir dela,o império se estendeu sobre todo o México central e sul. As tribos vencidas só mantinham seu governo se aceitassem as tropas astecas, a anexação de suas terras pelos nobres, a captura de vítimas para os sacrifíciosaos deuses, a pilhagem de suas cidades.
Enquanto o gênio militar do rei Itzcoalt deu aos astecas um vasto império de cerca de 11 milhões de pessoas, a inteligência de Tlacaelel, conselheiro do rei, deu-lhes uma história respeitável.
Dizia que os astecasna realidade descendiam da nobreza tolteca, e como “povo do sol” estavam predestinados a conquistar todas as outras nações, capturando vítimas para o sacrifício ao deus sol – Huitzilopochtli – fonte de toda a vida. Foi também Tlacaelel quem sugeriu a construção do grande templo sobre uma pirâmide de 30 m de altura, na
cidade de Tenochtitlan, sua capital. Nela, cerca de 70 mil cativos foram sacrificados e seus corações, ainda palpitando, oferecido aos deuses. Os corpos das vítimas eram pintados e comidos pela multidão em delírio.
A chefia do governo asteca era exercida por um conselho composto de doze nobres. Um colegiado formado por representantes do calpulli, elegia o rei, comandante máximo e sumo-sacerdote.
Inicialmente esta escolha era feita entre os membros de todos os clãs. Mais tarde, o rei passou a ser escolhido entre os membros de uma mesma família, criando-se assim uma dinastia. Quando o rei era coroado, com um diadema de ouro e plumas, milhares de cativos deviam ser sacrificados.
O rei passava a ser tratado como um deus: era proibido a todos olharem diretamente para sua face.
A religião foi a causa determinante da expansão do império asteca mas, também, a razão de seu declínio. A vida cerimonial religiosa era regida pelo calendário religioso, enquanto as atividades rurais eram ordenadas segundo o calendário solar. A cada mês, dia e noite, correspondiam determinadas atividades. Com a chegada dos espanhóis, acreditaram tratar-se do deus Quetzalcoalt, que voltaria pelo mar para ficar definitivamente entre eles.
Civilização Asteca – História
Considerado o povo mais civilizado e poderoso da América pré-colombiana, os astecas controlavam um enorme império que se estendia por grande parte da região meso-americana (área cultural que compreendia parte do México e da América Central).
Os astecas, também eram chamados de mexicas ou tenochcas, chegaram ao vale do México no início do século XII da era cristã. Eram procedentes de uma região, situada em algum ponto desconhecido do noroeste do México; onde se estabeleceram depois de dominar vários povos e absorver a cultura. A data de 1168 é tida como aquela em que os Astecas, uma pequena tribo de caçadores, deixam a sua região de origem, Astlán no noroeste do México.
Depois da queda dos Toltecas no Vale do México, os Astecas foram uma das últimas tribos a chegar às margens do lago Texcoco. Os astecas chegaram às margens do lago Texcoco, no Vale do México, em 1325 d. C. Eles formavam inicialmente uma tribo de caçadores e coletores que se deslocou dos platôs áridos do norte do México em direção à zona central fértil e mais civilizada, ocupada por povos que praticavam agricultura desenvolvida. Neste deslocamento, que se estendeu do início do século XII ao início do século XIII, os Astecas lutaram, mas também conviveram com outros povos com os quais enriqueceram sua cultura e aperfeiçoaram o seu conhecimento tecnológico, especialmente sobre a agricultura.
Aprenderam a irrigar a terra com o cultivo e a construir “jardins flutuantes”, chamados de chinampas.
As chinampas são porções de terreno que os indígenas recuperavam do fundo do lago para formar e estender a terra firme tanto para construir como para o cultivo agrícola intensivo.
A construção das chinampas se dá nos lugares mais rasos do lago onde se podia colocar as diversas camadas vegetais para a formação deste tipo de terreno exclusivo do Vale do México.
Os Astecas demarcavam o local das futuras chinampas com estacas e juncos, enchiam com lodo extraído do fundo do lago e misturavam com um tipo de vegetação aquática que flutuava no lago.
Esta vegetação formava uma massa espessa sobre a qual se podia caminhar. Estas tecnologias foram essenciais para a fundação e sobrevivência de Tenochtitlán. Aos poucos, com sua arte guerreira e sua habilidade de aprender com os povos entre os quais viviam, tornaram-se ricos e poderosos, se tornando um grande império.
Sua capital Tenochtitlán, era maior que qualquer cidade da Europa na época.
A partir de Tenochtitlán os astecas conquistaram através de guerras um território tão vasto que corresponde hoje ao México e ao norte da América Central (Guatemala e Nicarágua).
Este império foi construído em um século (do início do século XIV ao início do século XV). A partir de 1517, expedições espanholas lideradas por Hernández de Córdoba, Grijalva e Hernán Cortés, conquistaram e destruíram a civilização Asteca, erguendo sobre as ruínas do templo de seu deus mais importante, uma catedral cristã.
Fonte: www.ca.ufsc.br/www.superzap.com/www.gpua.ubbi.com.br/br.geocities.com/www.loschicanos.com
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