Revolta da Chibata

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Revolta da Chibata – O que foi

Revolta da Chibata conhecida também como revolta dos marinheiros, ocorre em unidades da Marinha de Guerra brasileira baseadas no Rio de Janeiro, em 1910.

Os marujos rebelados reivindicam de Hermes da Fonseca, recém-empossado na Presidência, a aprovação do projeto de anistia geral em discussão no Congresso, o cumprimento da lei que aumenta seus vencimentos, a redução da jornada de trabalho e a abolição dos castigos corporais e cruéis na Armada, como o açoite (a chibatada), a palmatória, a prisão a ferros e a solitária.

Na madrugada de 22 para 23 de novembro, uma semana depois de ter sido obrigada a assistir à punição bárbara de um companheiro, a tripulação do encouraçado Minas Gerais rebela-se.

Os marinheiros tomam o navio, matam o comandante e obtêm o apoio de outras embarcações ancoradas na Guanabara, os encouraçados Deodoro, São Paulo e Bahia. Reunindo mais de 2 mil homens sob a liderança do gaúcho João Cândido, os amotinados eliminam outros oficiais e ameaçam começar a bombardear a capital se o governo não concordar com suas reivindicações.

O governo do presidente Hermes da Fonseca anuncia a anistia aos rebelados e o atendimento às suas reivindicações.

Em 25 de novembro, João Cândido e seus homens encerram a revolta.

Três dias depois, o ministro da Marinha decreta a expulsão dos líderes rebeldes.

Os marinheiros tentam reagir, mas o governo lança uma violenta repressão, com dezenas de prisões e mortes e centenas de deportações para o norte do país.

Os revoltosos são derrotados e seu principal líder, João Cândido, é preso.

Revolta da Chibata – Castigo

Revolta da Chibata

Revolta da Chibata ocorreu no ano de 1910 comandada por João Cândido, onde marinheiros se ergueram contra os castigos sofridos (chibatadas) quando cometiam alguma falta.

Na Proclamação da República esses castigos foram proibidos, porém o presidente da época, Floriano Peixoto, fez a edição de um decreto, e os castigos voltaram a ser aplicados nos marinheiros. A população se solidarizou com a Revolta da Chibata apoiando o movimento dos marinheiros.

Certo tempo depois, o presidente Hermes da Fonseca reconheceu que os castigos aplicados não eram corretos e aboliu as chibatadas. Porém, dai em diante muitos marinheiros foram expulsos da Marinha, e centenas ficaram presos nos seringais da Amazônia, trabalhando feito escravos. Apesar de João Cândido não concordar com essa atitude arbitrária do governo Hermes da Fonseca, ele também acabou sendo expulso da Marinha.

Os marinheiros presos e acusados só foram absolvidos e libertos no ano de 1912.

Revolta da Chibata – Governo

Quase no início do governo do presidente Hermes da Fonseca, em 22 de novembro de 1910, estourou uma importante revolta de 2 mil marujos da Marinha brasileira.

Era liderada pelo marinheiro João Cândido.

Primeiramente, os revoltosos tomaram o comando do navio encouraçado Minas Gerais. Na luta, mataram o comandante do navio e mais três oficiais que resistiram. Depois, outros marujos assumiram o controle dos navios São Paulo, Bahia e Deodoro. Para espanto dos oficiais comandantes, os marinheiros mostraram que sabiam manobrar os navios com perícia e habilidade.

Em seguida, apontaram os canhões de bombardeio para a cidade de Rio de Janeiro. E enviaram um comunicado ao presidente da República, explicando as razões da revolta e fazendo suas exigências. Queriam mudanças no código de disciplina da Marinha, que punia as faltas graves dos marinheiros com 25 chibatadas.

Os marinheiros não aguentavam mais aquela punição terrível e humilhante. Tropa reunida. Som de tambores. E lá vinha mais um marinheiro, sem camisas e de mãos amarradas, levar dezenas de chicotadas nas costas.

Além dos castigos físicos, os marinheiros reclamavam também da má alimentação que recebiam e dos miseráveis soldos (salários).

Sob a mira dos canhões, o governo respondeu que ia atender todas as exigências dos marujos. Rapidamente, a câmara dos Deputados aprovou os projetos que acabavam com as chibatadas e anistia (perdoava) os revoltosos.

Os marinheiros acreditavam no governo. Fizeram festa e entregaram o navio aos novos comandantes. O governo, entretanto, não cumpriu suas promessas. Esquecendo a anistia, decretou a expulsão de vários marinheiros e a prisão de alguns líderes.

No dia 9 de dezembro, explodiu outra rebelião dos marujos. Mas desta vez o governo estava preparado para reagir violentamente. Dezenas de marinheiros foram mortos, centenas presos e mandados para a Amazônia.

Mais de mil foram expulsos da Marinha.

João Cândido foi preso e jogado numa masmorra da ilha das Cobras. Saiu da prisão meio louco, de tanto sofrimento e tortura. Foi julgado e absolvido em 1912. Os médicos diziam que ele não estava louco.

Passou para a história como o Almirante Negro, que acabou com a chibata na Marinha do Brasil.

Revolta da Chibata – História do Brasil

Revolta da Chibata

Mesmo depois da Lei Áurea ser assinada o tratamento para os marinheiros era de escravidão. Quando o torturador açoitava o marinheiro, amarrado e desprotegido, chegava a arrancar pedaços de sua carne.

Era uma época em que a marinha era tida como órgão disciplinador. Seus marinheiros eram homens indicados pela polícia (desocupados, malfeitores e criminosos).

Em viagem à Inglaterra (possuidora da marinha melhor organizada e aparelhada do mundo) para aprender a lidar com novas embarcações e armamentos, marinheiros brasileiros conheceram o politizado proletário inglês e revoltas que garantiram boas condições de trabalho aos tripulantes da marinha inglesa.

Essa viagem fez fermentar nos brasileiros ideias de insubordinação e luta contra suas condições de trabalho.

Começaram então a surgir comentários sobre organizações de revoltas. Uma noite, depois de um ritual de açoite no navio Bahia, um bilhete foi encontrado junto à porta do camarote do comandante.

Trazia a exigência de que se findassem os maus tratos à tripulação e continha uma ameaça: Ninguém é escravo de oficiais e chega de chibata.

Cuidado No fim a assinatura: Mão Negra. Era o marinheiro Francisco Dias Martins.

A revolta estava combinada, ocorreria no dia 24 ou 25 de novembro de 1910, mas a condenação de um marinheiro a 250 chibatadas, dez vezes mais que o permitido pela legislação da marinha, levou a sua antecipação para o dia 22.

Ao ser dado o sinal para o início da revolta os marinheiros se posicionaram sem afobação, cada canhão estava guarnecido por cinco marujos com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante.

Marinheiros enfrentaram o comandante e seus protegidos em uma luta de canos e baionetas a bordo do Minas Gerais. Terminado o combate no convés, João Cândido, líder da revolta, ordenou que se disparasse um tiro de canhão 47 milímetros como sinal de alerta aos outros navios revoltados. Os holofotes do Minas Gerais iluminaram o Rio de Janeiro.

Através do rádio a revolta foi comunicada e se pediu o fim dos castigos corporais.

O governo tratou imediatamente de impor censura telegráfica entre o Rio e as demais regiões do país. As únicas notícias que circulavam eram aquelas que o próprio governo expedia.

Na manhã do dia 23, a esquadra revoltada começou a manobrar na baía de Guanabara e, buscando chamar a atenção das autoridades, disparou esparsos tiros de canhões de pequeno calibre contra o Rio e Niterói.

Durante os primeiros dias do levante, o governo não se manifestava, nem mesmo tentava qualquer reação armada, porque os efetivos governamentais prontos para o combate empatavam em número com os dos marujos rebelados que estavam no comando dos dois maiores navios de guerra brasileiros, O Minas Gerais e o São Paulo. Restou, ao governo, como solução mais sensata, fazer contato com os revoltosos e conceder a anistia.

Os revoltosos, vitoriosos, devolveram os navios de guerra. Só que a anistia não durou 2 dias. Os revoltosos foram punidos, surgiram rumores de um novo levante. No dia 4 de dezembro foram presos 22 marinheiros suspeitos de conspiração. O governo estudava a possibilidade de decretação do estado de sítio, que facilitaria o aprisionamento dos marujos do Minas Gerais, São Paulo, Deodoro e Bahia.

Em 9 de dezembro, sem motivo aparente, explode uma nova revolta, dessa vez na fortaleza da ilha das Cobras. Alguns praças, ao sinal das 22 horas, saíram gritando liberdade! pelo pátio.

Não faziam nenhum tipo de reivindicação. Dizia-se que, na verdade, aquilo fora tramado pelo próprio governo, para justificar a declaração de estado de sítio. De todo modo, João Candido e os outros líderes de 22 de novembro não aderiram ao levante. O Batalhão Naval da ilha das cobras foi rapidamente massacrado e, não obstante a fácil vitória militar, o governo decretou estado de sítio.

No dia seguinte, no cais, João Candido é detido. Foi enfiado em uma cela com capacidade para um único preso junto com mais 18 homens e condenado a 6 dias de pão e água. 16 homens sairiam mortos.

Entre os poucos sobreviventes da cela estava o líder da Revolta da Chibata, que teve sua prisão prolongada até abril de 1911 de onde saiu transferido para um hospício, para mais tarde voltar à prisão comum.

Os marujos rebelados em 1910 já cumpriam dez meses de prisão, quando lhes chegou uma notícia inesperada. A Irmandade da Igreja Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros, havia contratado para defende-los, no julgamento que se aproximava, três grandes advogados.

Os três aceitaram a causa com uma única condição: a de que não lhes dessem nada em troca.

O julgamento durou 48 horas. A leitura da sentença final foi feita depois das 3 horas da manhã.

Resultado: todos os marujos foram absolvidos por unanimidade.

A REVOLTA DA CHIBATA (RIO DE JANEIRO-1910)

Revolta da Chibata

Revolta da Chibata pode ser encarada como mais um daqueles momentos em que a sociedade, ou pelo menos parte dela, dá um basta aos absurdos cometidos pelo poder instituído.

Imagine! 1910 e os marinheiros da Marinha Brasileira eram castigados pelos seus superiores com surras de chibata!

Os baixos salários, a péssima alimentação e os castigos corporais vinham a algum tempo gestando a revolta. A condenação do marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes a uma surra de 250 chibatadas precipitou o conflito.

Liderados pelo marinheiro negro João Cândido, “o Almirante Negro” como ficou conhecido, os marinheiros rebelados na Baía da Guanabara tomaram quatro dos maiores navios de guerra brasileiros e ameaçaram bombardear a Capital Federal. Exigiam melhor alimentação e o fim dos castigos corporais.

Vitoriosos no seu entanto, o Congresso Nacional aprovou o fim da chibata. A repressão ao movimento contudo, veio traiçoeiramente. Os rebelados, que haviam sido anistiados pelo Congresso Nacional, acabaram ilegalmente presos pelo governo – Hermes da Fonseca era presidente – e acabaram muitos deles mortos nas masmorras da ilha das Cobras.

João Cândido sobreviveu falecendo na miséria em uma favela do Rio de Janeiro no ano de 1969.

A canção a seguir foi a homenagem de João Bosco e Aldir Blanc a este herói popular que apesar da repressão e da marginalização impostas pelo Estado, conseguiu seu intento de jovem e a preservação moral de sua imagem.

O Mestre-sala dos mares

Há muito tempo
Nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu,
Na figura de um bravo marinheiro
A quem a história não esqueceu.
Conhecido como almirante negro,
Tinha a dignidade de um mestre-sala,
E ao acenar pelo mar
Na alegria das regatas, foi saudado no porto
Pela mocinhas francesas,
Jovens polacas
E por batalhões de mulatas!

Rubras castatas
Jorravam das costas dos negros
Entre cantos e chibatas,
Inundando o coração
Do pessoal do porão
Que a exemplo do marinheiro
Gritava!
Glória aos piratas, às mulatas,
Às sereias!
Glória à farofa, à cachaça,
Às baleias!
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos Jamais!

Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais…

Fonte: br.geocities.com/www.libertaria.pro.br/www.terrabrasileira.net/members.tripod.com/www.militantehp.hpg.ig.com.br

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