Inácio de Loyola

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Inácio Lopes de Loyola o futuro Santo Inácio, nasceu em 1491. Não se sabe o dia nem o mês; presume-se, porém, que tenha sido por volta de 1º de junho, festa de Santo Iñigo, Abade de Oña (Burgos) pelo fato de o terem batizado com esse nome.

E era filho de Beltrán Ibánez de Oñaz e de Marina Sánches de Licona, da linhagem Oñaz-Loyola, família nobre de Guipúzcoa ou da “Província”, como se chamou este território até o século passado. Os Loyolas viviam numa casa-castelo que era residência e fortaleza ao mesmo tempo, construída em pedra, como tantas outras do país basco e nesta casa fortaleza nasceu Iñigo. Os tempos eram mais calmos, não, porém, sem algumas querelas, que levam séculos para desaparecer, sobretudo num vale pequeno e fechado como o que forma o rio Urola, em cujas margens se assentam as aldeias de Azpeitia e Azcoitia. A meio caminho entre ambas ergue-se o solar natal de Iñigo.

Por volta dos seis anos, o menino perdeu a mãe. Seu pai, que morreu quando ele tinha dezesseis anos, abdicou de todos os seus bens e títulos, ainda em vida, em favor do filho Martín, que passou a ser senhor de Oñaz e Loyola a infância de Iñigo foi a de um menino da nobreza, e a educação religiosa que recebeu foi mais “piedosa” que sólida.

Inácio entrega sua espada, para se tornar um soldado do Cristo.

Iñigo recebeu a tonsura sendo ainda quase adolescente, tornando-se, então, clérigo de “Ordens Menores” o jovem cavaleiro com quinze ou dezesseis anos foi completar sua educação em Arévalo, na casa de Don Juan Velázquez, Contador-Mor do reino de Castela onde veio conhecer os reis e a corte, desfrutando de todos os privilégios de alta aristocracia da época, foram dez anos de alegria juvenil, sem pensar muito no futuro porém com a morte de Fernando, o Católico, foi a ruína daquela família e as primeiras medidas tomadas por Carlos I contrariaram Don Juan Velázquez que viu, nessas decisões, um prejuízo para o patrimônio real, e por isso ele chegou a usar até a oposição das armas, derrotado e sobrecarregado por dívidas, morreu em 1517.

Iñigo viu-se, então, sem protetor porém a viúva de Don Velazquez deu-lhe uma certa soma de dinheiro e cartas de recomendação para o duque de Nájera Don Antonio Manrique de Lara que era um nobre em ascensão. com isto Iñigo tornou-se homem de sua confiança, acompanhando-o em vários de seus empreendimentos e em visitas à corte, e a serviço do duque de Nájera, lutou contra os inimigos de Carlos I, e foi assim que esteve no assédio e conquista da própria cidade de Nájera, que se rebelara contra o rei, mas não quis participar do saque e pilhagem que se seguiram, então o próprio duque o encarregou de “acalmar” as aldeias Guipuzcoanas que também se tinham sublevado quando deu mostras de ser bom diplomata, pois sua missão teve bom êxito.

Iñigo não era o que hoje chamamos de um militar, isto é, um soldado profissional, era um nobre, um cavaleiro e, como tal, muito hábil no manejo das armas, assim, quando o rei de França decidiu apoiar o exilado Henrique de Labrit, pretendente ao trono de Navarra, o vice-rei reuniu tropas para defender o território, e entre outros muitos convocados, encontravam-se Iñigo e seu irmão Martín, senhor de Loyola, e na época destes acontecimentos, Iñigo estava com trinta anos, não se casara nem tinha patrimônio, além do seu valor pessoal sem a inconsciência dos anos moços, continuava aspirando a um lugar de honra na sociedade do seu tempo.

E ao ser ferido por um obuz no cerco de Pamplona o qual acabou se constituindo no fundamental motivo da mudança de sua vida quando Iñigo tinha visto de perto a foice da morte, e ao examinar sua vida passada, o seu balanço não era positivo, pois na perspectiva de Deus, ele era um pecador e um mau cristão, e por isto põe-se a meditar o propósito que acalenta é assemelhar-se aos santos e, com isto, desponta já uma terna devoção à pessoa de Cristo e à de sua Mãe.

Em princípios de 1522. Iñigo já está quase restabelecido e anuncia sua partida. para a Navarrete encontrar-se com o duque de Nájera, para cobrar uma dívida e cavalgando uma mula, com seu irmão Pedro e dois criados, deixou Loyola a caminho do santuário mariano de Aránzazu. Lá, depois de agradecer pela cura, despediu-se de Pedro e tomou o rumo de Navarrete (Rioja), e com o dinheiro do soldo recebido, pagou algumas dívidas pendentes; em seguida despediu os criados e, sozinho, encaminhou-se para Monteserrat decidido a pôr em prática o propósito concebido em Loyola.

Havia três peregrinações que um cristão podia empreender: Santiago, Roma e Jerusalém: a última lhe parecia não só a mais custosa, pela distância, mas também a mais perigosa, mas não iria como um nobre, protegido por seu dinheiro e posição social, mas como um peregrino desconhecido que deseja começar uma vida nova Antes de chegar a Montserrat, (o Mont-Salvat das lendas do Graal), em cuja pendente e a uma altitude de 720 m encontra-se a abadia beneditina fundada em 1030, comprou pano de saco para fazer uma roupa de peregrino, bem tosca e áspera, munindo-se também de um bordão e uma cabaça, e chegou aos pés da Virgem (la “Moreneta”) por volta de 20 de março, onde levou três dias preparando uma confissão geral de toda a vida, sob a hábil direção de um dos monges Beneditinos da abadia, e no dia 24 de março de 1522 nas vésperas da Anunciação, passou a noite inteira na igreja: foi sua “vigília de armas”, como cavaleiro de Deus e ofereceu à Virgem a espada e o punhal, doou a mula ao mosteiro e suas vestes a um mendigo.

De madrugada, às escondidas, metido no seu saco de penitente, partiu a pé, dirigindo-se a Manresa, e se alojou num albergue de mendigos, como mais um deles onde viveu de esmolas com grande austeridade, e por conta disto começam a correr rumores fantásticos sobre sua identidade, as riquezas que deixou e os pecados que o levaram a tanta penitência…

Não conseguiu fazer de Manreza apenas um lugar de passagem, porque seu espírito começa a ser assaltado por sentimentos contraditórios, o que o leva a dedicar longas horas à oração e à leitura espiritual, até que um certo dia numa das grutas, na qual costumava meditar e orar, às margens do rio Cardoner, Inácio experimentou em Setembro de 1522 a sua mística Igreja Primitiva, como ele a chamava pois parecia-lhe que ser santo era algo que dependia só da sua vontade e das suas forças, é aí que ele descobre: ninguém serve e agrada a Deus por sua própria conta.

Foi tempestuosa aquela primeira temporada em Manresa, ele adquirira em Loyola o costume de anotar tudo quanto se passava em seu espírito; começou, então, a perceber, relendo suas notas, que as diversidades de estados de ânimo tinham um significado: Deus estava lhe mostrando, por meio deles, a sua vontade, e a experiência daqueles dias, cuidadosamente anotada em um caderno, foi o germe dos seus “Exercícios”, um dos livros que mais influíram na Igreja, retificando alguns pontos, acrescentará aqui, cortará ali, mas, naquelas suas notas, já está o método inaciano para encontrar a vontade de Deus e entregar-se à Pessoa de Jesus Cristo, e um certo dia, enquanto lia “Horas de Nossa Senhora” em voz alta, nas escadarias da Abadia de Montserrat sua compreensão elevou-se e ele percebeu o mistério da Santíssima Trindade, como uma harmonia musical, na forma de música de órgão.

Um dia, passeando às margens do rio Cardoner, teve uma grande iluminação interior, onde tudo lhe pareceu novo e diferente, como se estivesse vendo coisas pela primeira vez, foi quando que descobriu que tinha uma vocação concreta e particular a qual Deus nos mostra de muitos modos. e que o cristão deve descobrir e realizar esta missão que Deus lhe confia, e após passar quase um ano em Manresa, hospedando-se em diversas casas e passr certo tempo no convento dos Dominicanos aonde se retirava a uma gruta para rezar e fazer penitência, em 16 de março de 1523, fez-se ao mar, só e pobre onde ninguém o reconheu naquele peregrino de aspecto macilento o elegante e aprumado fidaldo dos Loyolas.

Depois das experiências de Manresa e Jerusalém Inácio deu inicio aos estudos avançados que culminaram em 1534 com o recebimento do título de Mestre pela Universidade de Paris, em 1539 Inácio e seus seguidores decidem formar uma nova Ordem do qual o Papa aprova o plano, que resulta no estabelecimento da “Companhia de Jesus”, e no dia 15 de Agosto de 1534, Santo Inácio e seis companheiros (Pedro Fabro, Francisco Xavier, Afonso Salmerón, Diogo Lainez, Nicolau Bobadilla e Simão Rodrigues) fizeram na Igrejinha dos Mártires de Montmartre, os votos de “pobreza, castidade e obediência”. Pedro Fabro o único sacerdote do grupo celebrou a Eucaristia, durante a qual foram emitidos os votos, e em Janeiro de 1537, Inácio encontra de novo seus seis companheiros em Veneza, e no dia 24 de Junho de 1537 recebe a ordenação sacerdotal em Veneza, e em fins de Setembro do mesmo ano teve de reconhecer que a desejada peregrinação à Terra Santa se tornara impossível, por causa da guerra entre Veneza e os Turcos. Por isso, determinou-se a ir a Roma, juntamente com Fabro e Lainez, para colocar-se à disposição do Papa e no final de Outubro de 1537, os peregrinos da Companhia de Jesus entravam na cidade papal de Roma. Em 1539 Inácio e seus seguidores decidem formar uma nova Ordem.

O Papa aprova o plano, resultando no estabelecimento da “Companhia de Jesus” (os jesuítas) e desde Fevereiro de 1541, a nova Ordem viveu numa casa ao lado da Igreja de Santa Maria degli Astalli, e em 1544, nesse mesmo lugar, foi construída a antiga casa professa, na qual Santo Inácio recebeu três pequenos quartos, manteve o posto de geral dos jesuítas até 1552 periodo que houve uma grande expansão mundial da Companhia e foi nesse período que completou a Constituição da Ordem. Inácio morreu em 31 de julho de 1556 e em 1622 a Igreja Católica o declarou Santo

Fonte: geocities.com

Inácio de Loyola

SUA VIDA

Nasceu no ano de 1491 em Loyola na região basca da Espanha. Caçula de 11 irmãos ficou órfão de mãe aos 8 anos e de pai aos 14 anos. De família de nobres, serviu como pajem de Fernando V. Tornou-se um homem de extraordinária habilidades, de liderança e profundamente religioso. Tinha pela frente uma carreira promissora no campo militar.

VIDA MILITAR

Aos vinte e cinco anos, serviu nas forças militares e vice-rei de Navarro Antônio Henrique. Na batalha de Pamplona foi ferido gravemente na perna por uma bala de canhão. Por ser ele o líder da resistência, Pamplona cai nas mãos dos franceses. Passou seu tempo de convalescença no castelo de Loyola.

EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL

Durante sua recuperação no Castelo de Loyola, pede à cavalaria que lhe traga livros para ler afim de passar o tempo.

Por todo o castelo só encontraram dois livros: a “Vita Christi” de Rodolfo da Saxônia, e a Vida dos Santos, segundo a Legenda Áurea. Esses livros serviram para ele como um farol, sendo transformado espiritualmente. Revê seu passado, e sente necessidade de fazer penitência. A transformação foi tão marcante que todos notaram. Fez uma peregrinação a Montserrat, e ali passou uma noite inteira de vigília, decidindo dessa forma, tornar-se um guerreiro de Cristo.

No ano seguinte, ainda em Montserrat, passou por várias experiências místicas. Já totalmente recuperado, vai à um mosteiro beneditino nos arredores de Barcelona, onde faz sua confissão geral que dura três dias. A seguir retira-se para uma gruta em Manresa, também nos arredores de Barcelona. Onde completa sua transformação radical. Escreve o livro Exercícios Espirituais

EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

O propósito básico desse livro é o de ajudar o leitor a obter uma visão do que significa

Servir a Cristo. Para Inácio tratam-se de “exercícios para levar o homem a vencer-se a si mesmo, a desfazer-se de toda afeição desordenada e, depois achar a vontade divina da disposição de sua vida para a salvação da alma.” Inácio foi um místico, principalmente em seus primeiros anos de carreira; mas a ênfase daquele livro recai sobre o trabalho e serviço. Na teologia ele era um trinitário e cristocêntrico. Sua ênfase era fazer mais em favor de Cristo.

O seu ponto de partida é o chamado “Princípio e Fundamento”: “O homem foi criado para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor, e mediante isto, salvar a sua alma”.

Os dois desígnios são solidários: a reforma interior, meio de salvação, é, ao mesmo tempo, homenagem a Deus.

Daí a célebre formula repetida por Santo Inácio centenas de vezes em sua obra: ÄD MAJOREM DEI GLORIAM – PARA A MAIOR GLÓRIA DE DEUS!

NA PALESTINA

Inácio mudou-se para a Palestina, na esperança de viver ali. Mas os turcos não permitiram. Retornou a Europa e passou onze anos em estudos diligentes, procurando tornar-se um servo melhor de Cristo. Formou-se como mestre, em Paria. Fez voto de pobreza, castidade e obediência, tinha como particularidade total obediência ao papa.

COMPANHIA DE JESUS

Inácio foi para Salamanca estudar na famosa universidade do mesmo nome, e mais tarde completa seus estudos de filosofia e teologia na universidade Sorbone de Paris.

Em 15 de agosto de 1534, em Montmarte, Paris, reuniu-se com um grupo de amigos e deram início a uma nova organização religiosa, a qual deu o nome de COMPANHIA DE JESUS, tendo aprovação do papa Paulo III em 27 de setembro de 1550, ficando assim formada a Sociedade de Jesus. O grupo dava ênfase à simplicidade de vida a caridade, flexibilidade no serviço da igreja e a obediência cega ao papa. Não escolheram nenhum traje específico.

Entrou em contato com as correntes críticas à doutrina da igreja: erasmismo, iluminismo, protestantismo. Todos queriam a reforma da igreja, Inácio porém, mostrou-se contrário à estas correntes e fiel à igreja romana. Trabalhou mais pela Renovação do que pela Reforma da igreja.

Embora a Companhia de Jesus não tenha um campo específico de trabalho, porque seu lema é trabalhar para a maior Glória de Deus e o maior bem das Almas, desde os primeiros tempos, logo após a fundação, já em 1549, começou a dar ênfase ao campo educacional. No Brasil a Companhia de Jesus mantém mais de 20 Instituições Jesuítas. A Companhia de Jesus mantém centenas de Colégios e Universidades em todo o mundo.

OS JESUÍTAS

Segundo os escritos do Exercícios Espirituais, os jesuítas devem ser: Homens crucificados para o mundo e para os quais o mundo seja também crucificado; homens renovados, despidos dos afetos próprios para se revestirem do Espírito de Jesus Cristo, mortos a si mesmos a fim de viverem para justiça. Homens que segundo recomenda S.Paulo, nos trabalhos nas vigílias e nos jejuns, pela castidade, pela ciência, pela longanimidade , pela suavidade, pelos dons do Espírito Santo pela caridade sincera, pela pregação da verdade. Denominam-se de” verdadeiros ministros de Deus”; e com as armas da justiça, à direita e à esquerda, entre a honra e a ignomínia, entre a boa e a má fama, na propriedade, enfim e na adversidade, não só a grandes passos caminharem para a pátria celeste, mas com todo empenho e industria que possam, levem também os outros, tendo sempre em vista “A maior Glória de Deus”.

A FORMAÇÃO JESUÍTA

A Companhia de Jesus sempre se empenhou na formação dos seus jesuítas.

A qual passa por várias etapas: antes do noviciado; o noviciado; a filosofia; o magistério; a Teologia; e a 3a Provação. Este é o currículo básico dos jesuítas, entretanto muitos fazem o curso de Direito, Economia, Administração de Empresas, Letras, Pedagogia, Espiritualidade.

A SEDE DA COMPANHIA DE JESUS

Está localizada em Roma. Sua organização, para que o Superior Geral tenha conhecimento dos acontecimentos em todos os países onde estão os 22.869 Jesuítas e dividida em Províncias.

Há no Brasil 4 províncias e um Distrito Missionário da Amazônia:

1.  Província da Bahia
2 . Província do Brasil Setentrional
3 . Província do Brasil Centro – Leste
4 . Província do Brasil Meridional.

A Província do Brasil Meridional abrange os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, e Mato Grosso e Rondônia.

MORTE

Inácio de Loyola faleceu aos 65 anos de idade no dia 31 de julho de 1551.

CANONIZAÇAO

Foi canonizado santo por Gregório XV, em 1622. Sua festa religiosa é celebrada a 31 de julho.

Fonte: br.geocities.com

Inácio de Loyola

Inácio de Loyola
Inácio de Loyola

Iñigo López de Oñaz y Loyola -nome de batismo – nasceu em 1491 em Azpeitia, no castelo de Loyola, região basca, ao norte da Espanha.

De família nobre, caçula de 11 irmãos, ficou órfão de mãe aos 8 anos de idade e de pai aos 14 anos. O “Solar dos Loyolas”, erguido com suntuosidade e largueza junto à cidade de Azpeitia, refletia a nobreza da família. Inigo, em ambiente da corte de Castilha, trabalhou como pajem do “contador-mor” do Rei de Castela, Juan Velázquez de Cuéllar – já alimentava o sonho de tornar-se cavaleiro.

Em 1517 torna-se cavaleiro e se coloca a serviço do Duque de Nájera e vice-rei de Navarra, Antônio Henrique, que o encarregou de algumas tarefas militares e diplomáticas.

Ferido em Pamplona

Em 20 de maio de 1521, defende a cidadela de Pamplona numa batalha contra os franceses. Resistir era impossível, mas Inácio não se rende e é atingido por uma bala de canhão, sofrendo um grave fratura na perna direita e tendo a esquerda esmagada. Sofre dores terríveis e passa um mês inteiro entre a vida e a morte.

Esse fato irá marcar o fim do primeiro período de sua vida, durante o qual foi, conforme ele mesmo confessou em sua autobiografia, ser “um homem dado às vaidades do mundo, cujo principal prazer consistia nos exercícios de guerra, que pratica com o grande e fútil desejo de ganhar renome”.

Ainda que sua moral nessa fase estivesse longe de ser irrepreensível, Inácio é antes um homem orgulhoso do que ligado à vida sensual. Alto e elegante em sua juventude, mantém uma abundante cabeleira pintada de vermelho, na moda da época. Aprecia muito música, especialmente os hinos sacros. Até os trinta anos de idade, Inácio vive como tantos outros jovens de seu tempo dominado pelas paixões do jogo, das mulheres e das armas.

Conversão

Gravemente ferido em batalha, Inácio, passa por um um curto período de tratamento em Pamplona, e depois é levado ao castelo dos Loyola, em junho de 1521.

Durante o período de sua convalescença, no castelo de Loyola, decide, por vaidade, se submeter por uma dolorosa cirurgia para corrigir um trabalho grosseiro que havia sido feito em sua perna estraçalhada em combate. O resultado disso foi uma convalescência longa. Inácio pede livros de cavalaria para passar o tempo.

Só encontram, no castelo, dois livros: a “Vita Christi” (foto), de Rodolfo da Saxônia, e a Vida dos Santos, cuja versão continha prólogos às várias histórias escritos por um monge cisterciense que considerava o serviço de Deus como uma ordem cavalheiresca sagrada. Enquanto lia os livros, ele passava o tempo recordando também narrativas de guerra e em pensamentos sobre uma grande dama que ele admirava.

Começou a leitura sem gosto, para matar o tempo e descobriu, com surpresa, que estava gostando. Nos primeiros estágios de sua leitura, sua atenção estava voltada para o testemunho heróico os santos. Essa visão da vida atraiu profundamente Inácio.

Depois de muita reflexão, ele decide imitar a vida austera dos santos e começa a refletir: “São Domingos fez isto; pois eu tenho de o fazer também. São Francisco fez aquilo; pois eu vou fazer outro tanto…”

Aos poucos, Inácio começa a encontrar sua liberdade espiritual e mudança interior que é notada por todos de casa. Refletindo sobre o que se passava no seu íntimo, foi caindo na conta de que os pensamentos sobre Deus e sobre os santos custavam a entrar no seu coração, mas depois deixavam-no contente e com muita paz. Pelo contrário, as vaidades do mundo entravam facilmente, mas depois o deixavam frio e descontente. Inácio começou então a ter a experiência de “discernimento espiritual”, isto é, a saber distinguir a ação de Deus nele e a influência do mal e da própria fraqueza humana.

O Peregrino

Já totalmente recuperado, em fevereiro de 1522, Inácio despede-se de sua família e vai a Monserrat, mosteiro beneditino nos arredores de Barcelona, no nordeste da Espanha. Ele passa nesse local de peregrinação e faz uma confissão geral dos pecados de toda sua vida, deposita espada e punhal aos pés da imagem da Virgem Maria, como símbolo de renúncia, e, vestido unicamente um roupa bem tosca e áspera de saco como faziam os peregrinos penitentes. Passou a noite de 24 de março numa “vigília de armas” em oração.

De madrugada retira-se para Manresa para uma gruta nos arredores de Barcelona. Em Manresa, Inácio anotou os sentimentos que experimentava durante as orações e esses registros tornaram-se a base de um seu pequeno livro chamado Exercícios Espirituais (foto). A permanência em Manresa foi marcada por julgamentos espirituais e provações que Inácio impunha a si mesmo, assim como por regozijo e iluminação interior.

Segudo ele, Deus, em Manresa, o tratou como um professor trata seu aluno: ensinava-o a servir-lhe como ele desejava.

O peregrino entrega-se a Deus, disposto a seguir suas inspirações a cada momento. Não sabe aonde estas o levarão, mas enquanto não estiver certo de que lhe pede outra coisa, irá a Jerusalém. Até sonhaem morrer lá, como Cristo, anunciando aos infiéis o Evangelho.

Iluminação Espiritual

Numa das grutas, na qual costumava meditar e orar, às margens do rio Cardoner, próximo a Manresa, Inácio experimenta, em setembro de 1522 a sua mística Igreja Primitiva, como ele a chamava. Certo dia, enquanto estava sentado num dos diques do rio Cardoner, segundo o relata da sua autobiografia “os olhos de seu discernimento começaram a se abrir, sem poder ver qualquer outra coisa, ele compreendeu e conheceu muitas coisas, coisas do espírito e coisas da fé”. Tudo lhe pareceu novo e diferente, como se estivesse vendo coisas pela primeira vez. Sob esta luz continua a escrever os Exercícios Espirituais.

O resultado desse período decisivo foi a resolução de fazer uma peregrinação a Jerusalém. Inácio de Loyola deixou Barcelona em março de 1523 e, passando por Roma, Veneza e Chipre, atingiu Jerusalém em 4 de setembro. Ele gostaria de ter-se estabelecido ali permanentemente, mas o superior franciscano que custodiava os santuários da Igreja latina não lhe permitiu seguir seu plano. Depois de visitar Betânia, o Monte das Oliveiras, Belém, o Jordão, o Monte da Quarentena e todos os lugares sagrados do programa preestabelecido aos peregrinos, Inácio deixou a Palestina em 3 de outubro, voltando por Chipre e Veneza e chegando a Barcelona em março de 1524..

Tempo dos Estudos

Inácio de Loyola, percebe que era a vontade de Deus que ele não ficasse em Jerusalém. Reflete “em seu coração sobre o que deveria fazer e finalmente decide dedicar-se por um tempo aos estudos, de forma a estar preparado para salvar almas”, escreve na Autobiografia relatando sua decisão de adquirir uma educação tão boa quanto as circunstâncias lhe permitissem. Ele provavelmente poderia ter alcançado o sacerdócio em poucos anos, mas escolhe protelar essa meta por mais de doze anos e passar pela dificuldade de enfrentar uma sala de aulas na idade em que a maioria dos homens já havia terminado a muito tempo sua instrução. Talvez sua carreira militar lhe tenha ensinado o valor que tem a preparação cuidadosa em qualquer empreendimento. De qualquer forma, Inácio está convencido de que um homem bem instruído poderia realizar em curto tempo o que outro sem instrução nunca realizaria.

Estuda em Barcelona por aproximadamente dois anos. Em 1526 ele se transfere para Alcalá. Durante esse tempo, adquire seguidores, a quem prega suas idéias de piedade e fé e aplica os Exercícios Espirituais, e seu pequeno grupo passa a usar uma vestimenta característico. Mas Inácio logo cai suspeito de heresia, éi aprisionado e julgado. Mesmo tendo sido declarado inocente, ele troca Alcalá por Salamanca. Lá não apenas Inácio é preso, mas todos os seus companheiros.

Novamente ele logra obter a absolvição, masé proibido de ensinar até que tivesse terminado os estudos. Essa proibição levou Inácio a deixar seus discípulos e a Espanha.

Em Paris

Inácio chega a Paris em 2 de fevereiro de 1528, e permanece lá como estudante até 1535. Vive de esmolas e, nos anos de 1528 e 1529, vai a Flanders mendigar dos mercadores espanhóis. Em 1530 vai à Inglaterra com o mesmo propósito. Em Paris, forma um novo grupo de discípulos cujos hábitos de vida provoca tantos e tão efusivos comentários que ele precisa novamente explicar-se às autoridades religiosas. Esse episódio finalmente o convence de que se deveria abster de fazer pregações religiosas públicas até que obtivesse o sacerdócio..

Companheiros de Jesus

Em 24 de junho de 1537, Inácio e a maior parte de seus companheiros são ordenados sacerdotes. Seguem-se dezoito meses durante os quais eles adquirem experiência no ministério enquanto também dedicam muito tempo às orações. Durante esses meses, apesar de ainda não ter ministrado missa, Inácio tem uma das mais decisivas experiências de sua vida.

Ele relata a seus companheiros como, certo dia, durante uma prece na capela de La Storta, perto de Roma, pareceu-lhe ter visto o Cristo com a cruz em seus ombros e, ao lado dele, o Pai Eterno, que disse: “É minha vontade que tomes esse homem como Teu servidor.”

E Jesus o tomou e disse: “É minha vontade que Nos sirva.”

Em 1539, Inácio e companheiros decidem formar uma união permanente, fazendo um voto de obediência a um superior eleito por eles mesmos, em adição aos votos de pobreza, castidade e obediência ao Sumo Pontífice romano que já haviam feito anteriormente. Em 1540, o Papa Paulo III aprova o plano de uma nova ordem e Loyola foi escolhido entre os companheiros para o cargo de Superior Geral.

A Companhia de Jesus desenvolve-se rapidamente.

Quando Inácio morre, há cerca de mil jesuítas espalhados por doze unidades administrativas, chamadas províncias: três na Itália, três na Espanha, duas na Alemanha, uma na França, uma em Portugal e duas além-mar, na Índia e no Brasil. Nos últimos anos de sua vida, Inácio de Loyola ocupa-se muito com a Alemanha e a Índia, para onde manda seus famosos seguidores Pedro Canisius e Francisco Xavier. Ele também envia missionários para o Congo e para a Etiópia. Em 1546, Inácio de Loyola recebe secretamente Francisco Bórgia na Sociedade, duque de Gandía e vice-rei da Catalônia. Quando esse fato se torna público quatro anos depois, há alguma reação. Bórgia organizou as províncias espanholas e se tornou o terceiro Geral da Ordem.

Inácio de Loyola deixa sua marca em Roma. Ele funda o Colégio de Roma, embrião da Universidade Gregoriana, e o Germanicum, um seminário para candidatos alemães ao sacerdócio. Ele também estabelece uma casa para auxiliar e salvar as almas de mulheres decaídas e outra para judeus convertidos.

Fonte: www.jesuitas.org.br

Inácio de Loyola

Santo Inácio de Loyola, em 15 de agosto de 1534, em Montmartre, Paris, reuniu-se com seu primeiro grupo de amigos, que seriam os primeiros participantes da nova organização religiosa. Deu à nova organização o nome de Companhia de Jesus, quando obteve a aprovação pelo Papa Paulo III, em 1540, porque era sua intenção enriquecer a Igreja com uma nova Ordem que, em todo seu modo de viver, se assemelhasse ao Divino Mestre. Seja isto pelos três votos de pobreza, castidade e obediência, seja pelo apostolado e pregação pública, seja pelos sofrimentos e pela cruz, para que assim ela também merecesse triunfar com Cristo na eterna Páscoa dos Céus.

A Companhia de Jesus tem sua Sede Geral, em Roma. Sua organização, para que o Superior Geral tenha conhecimento do que acontece em todos os Países, onde se encontram os 22.869 (1996) Jesuítas, é dividida em Províncias.

Há, no Brasil, 04 (quatro) Províncias e um Distrito Missionário da Amazônia:

a) Província da Bahia;
b)
Província do Brasil Setentrional;
c)
Província do Brasil Centro-Leste;
d)
Província do Brasil Meridional. A Província do Brasil Meridional abrange os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

A Companhia de Jesus sempre se empenhou em formar do melhor modo possível os seus Jesuítas.

Esta formação passa por diversas etapas:

a) antes do Noviciado;
b)
o Noviciado;
c)
a Filosofia;
d)
o magistério;
e)
a Teologia e
f)
a 3ª Provação. Este é o currículo de todos os Jesuítas. Muitos, no entanto, ainda fazem cursos como Direito; Economia; Administração de Empresas; Letras , Pedagogia, Espiritualidade.

Embora a Companhia de Jesus não tenha um campo específico de trabalho, porque seu lema é trabalhar para a maior Glória de Deus e o maior bem das Almas, desde os primeiros tempos, logo após a fundação, já em 1549, começou a dar ênfase ao campo educacional. No Brasil a Companhia de Jesus mantém mais de 20 Instituições Jesuíticas. A Companhia de Jesus mantém centenas de Colégios e Universidades em todo o mundo.

Vida e Morte

1491 Nascimento

Nasceu no ano de 1491 em Azpeitia, província de Guipúzcoa, região dos bascos conhecida como “Vascongadas”. Caçula de 11 irmãos, ficou órfão de mãe aos 8 anos de idade e de pai aos 14 anos. De família de nobres, foi pagem de Fernando V e tinha, pela frente, carreira promissora no campo militar. O “Solar dos Loyolas”, erguido com suntuosidade e largueza junto à cidade de Azpeitia, refletia a nobreza da família. Esta transmitiu-lhe um ambiente social e familiar eivado de profunda adesão à fé católica. Sua juventude, Inácio passou-a no ambiente da corte de Castilha onde, por influência da rainha Isabela, a Católica, havia também uma grande preocupação em buscar um cristianismo autêntico.

1516 Soldado

Em 1516 entra para o serviço do duque de Nájera e vice-rei de Navarra, Antônio Henrique, tendo sido feito membro da sua guarda pessoal. É nesta ocasião que o cortesão começa a ceder lugar ao soldado! Inesperadamente, foi chamado a defender o território basco dos seus vizinhos franceses. Na dramática batalha de Pamplona, é ferido na perna por uma bala de canhão. Como ele era a alma da resistência, Pamplona cai nas mãos dos franceses os quais, por sua vez, tratam Inácio como um verdadeiro herói!

Mudança interior

Durante a convalescença, no castelo de Loyola, solicita livros de cavalaria para passar o tempo.

Em todo o castelo, só encontram dois livros: a “Vita Christi”, de Rodolfo da Saxônia, e a Vida dos Santos, segundo a Legenda Áurea. Aos poucos, vai-se entusiasmando e sentindo-se atraído pelo exemplo dos santos. Revê sua vida passada, percebe a necessidade de fazer penitência e começa a encontrar sua liberdade espiritual. Mudança interior que é notada por todos de casa. Decide dedicar sua vida a Cristo e à conversão dos infiéis.

O livro dos Exercícios Espirituais

Já totalmente recuperado, vai a Monserrat, mosteiro beneditino nos arredores de Barcelona, onde faz sua confissão geral que dura três dias. Depois retira-se para uma gruta, em Manresa, também nos arredores de Barcelona. Ali completa-se sua transformação espiritual radical. Escreve o livrinho dos Exercícios Espirituais.

Ao deixar Manresa, Inácio de Loyola levava nas mãos, sem o saber, o instrumento que lhe permitiria dotar o catolicismo com a mais eficaz das suas tropas: a Companhia de Jesus!

1540 Companhia de Jesus

Aos 23 anos foi para Salamanca, para estudar na famosa universidade do mesmo nome e, mais tarde, completa seus estudos de filosofia e teologia na universidade Sorbonne de Paris.

Entrou em contato com as correntes críticas e hostis à doutrina da Igreja: erasmismo, iluminismo, protestantismo. Todos queriam a reforma da Igreja. Inácio sempre mostrou-se contrário a estas correntes e, fiel à igreja de Roma, passou a trabalhar decididamente mais pela “Renovação” do que pela “Reforma” da Igreja. Durante este período na capital francesa, conseguiu conquistar para a causa da fé mais seis companheiros da universidade, entre os quais Francisco Xavier, futuramente o apostolo da índia e do Japão, declarado padroeiro das missões. Com estes companheiros, faz os votos em Monmartre, deixando claro que o ideal de seguir a Jesus se identificava com o serviço à Igreja e ao Romano Pontífice e funda a COMPANHIA DE JESUS. Vão até Veneza, onde Inácio é ordenado sacerdote.

Seguem para Roma, onde conseguem a aprovação da nova Ordem pelo Papa Paulo III, em 1540. Colocam-se à disposição do Papa como um exército pronto para a defesa da fé, reforma da Igreja e da obra missionária. A recém-fundada Companhia de Jesus, além dos votos de Pobreza, Castidade e obediência, tinha como particularidade uma total obediência ao Papa ( o quarto voto ), pois, na ocasião, Lutero tinha iniciado sua Reforma e os jesuítas procuravam combater o cisma com entusiasmo de milícia avançada.

1551 Morte

Inácio de Loyola faleceu no dia 31 de julho de 1551, com 65 anos de idade.

1862 Canonização

Foi canonizado pelo Papa Gregório XV, em 1862.

Fonte: www.saoluis.org.br

Inácio de Loyola

Inácio nasceu no castelo de Loyola em 1491, sendo o último dos 13 filhos de D. Beltrán de Loyola e Da. Maria Sonnez. Aos 16 anos foi enviado como pajem ao palácio de Juan Velásquez de Cuellar, contador mayor dos Reis Católicos Fernando e Isabel, o que lhe permitiu estar em contato contínuo com a corte. Bem dotado física e intelectualmente, o jovem Inácio “deu-se muito a todos os exercícios das armas, procurando avantajar-se sobre todos seus iguais e alcançar renome de homem valoroso, honra e glória militar”. Ou, como ele mesmo diz com humildade, “até os vinte e seis anos foi um homem dado às vaidades do mundo, e principalmente se deleitava no exercí cio das armas e no vão desejo de ganhar honra”

A hora esperada pela Providência

Ouvindo falar dos grandes feitos dos seus irmãos em Nápoles, envergonhou-se de sua ociosidade e participou em algumas campanhas com seu tio, vice-rei da Navarra. Depois foi enviado em socorro de Pamplona, assediada pelos franceses. Era a hora da Providência. A desproporção das forças era esmagadora em favor dos franceses, mas Inácio não quis saber de capitulação e convenceu os seus a resistirem até o fim. “Confessou-se com um companheiro de armas. Depois de algum tempo de duração da batalha, a bala de uma bombarda atingiu-lhe a perna, quebrando-a toda. E como ela passou entre as duas pernas, a outra também foi duramente ferida”. Inácio caiu por terra. Seus companheiros se renderam.

Os franceses, admirados da coragem do espanhol, trataram-no muito bem, fazendo-o levar depois, em liteira, para o castelo de seus pais. Os ossos haviam começado a se soldar de maneira defeituosa, e foi preciso quebrar de novo a perna para ajustá-los. Isso tudo, é bem preciso dizer, sem anestesia. O que levou-o às portas da morte, de modo a receber os últimos sacramentos. Quando todos esperavam o desenlace, na véspera da festa de São Pedro o doente, que era muito devoto desse Apóstolo, começou a melhorar.

Conversão de um homem coerente

Seria longo narrar todas as torturas a que se submeteu esse soldado para não ficar aleijado; pois, como poderia aparecer assim na corte? Veio depois a longa convalescença, a leitura da vida de Cristo e dos santos, únicos livros que havia no castelo, e sua conversão se deu da maneira mais radical.

O primeiro pensamento do novo soldado de Cristo foi o de ir para a Terra Santa e viver em oração, penitência e contemplação nos lugares em que se operou nossa Redenção.

Em Montserrat, fez uma confissão geral de sua vida e depôs a espada no altar da Virgem. Viveu depois algum tempo em Manresa, onde recebeu grandes favores místicos e escreveu seus famosos “Exercícios Espirituais”.

Não lhe permitiram ficar em Jerusalém, por causa da tensa situação então reinante. Inácio voltou a Barcelona para estudar, a fim de preparar-se para o sacerdócio. Foi depois para Alcalá e ainda Salamanca, onde, por causa de sua pregação e reunião de discípulos, sendo ainda leigo — o que era perigoso naquela época de novidades malsãs e heresias — foi denunciado à Inquisição e aprisionado até que sua inocência foi reconhecida.

“Companhia”, como num exército

Resolveu por isso ir a Paris, estudar na famosa universidade local. Foi lá que a Providência o fez encontrar os seis primeiros discípulos, com os quais fundaria a Companhia de Jesus. Entre eles estava o grande Apóstolo da Índia e do Japão, São Francisco Xavier, e o Beato Pedro Fabro.

Após os votos feitos em Montmartre, o que marcou propriamente o início da Companhia, eles se encontraram em Veneza, com o plano de ir à Terra Santa.

Enquanto isso, trabalhavam nos hospitais.

Como, depois de um ano, não conseguiram realizar seu intento, decidiram ir a Roma colocar-se à disposição do Sumo Pontífice. Nas proximidades da Cidade Eterna, Inácio teve uma visão na qual Nosso Senhor prometeu ser-lhe favorável em Roma.

“Inácio tinha sugerido para nome de sua irmandade `Companhia de Jesus’. Companhia era compreendido em seu sentido militar, e naqueles dias uma companhia era geralmente conhecida pelo nome de seu capitão. Na Bula latina de fundação, no entanto, eles foram chamados `Societas Jesu'”..

Inácio de Loyola
Santo Inácio envia São Francisco Xavier para a Índia

Paladino da Contra-Reforma Católica

O papel dos jesuítas na Contra-Reforma católica foi essencial. Na época, pareciam perdidas para o protestantismo não só a Alemanha, mas a Escandinávia, e ameaçados os Países Baixos, a Boêmia, a Polônia e a Áustria, havendo infiltrações da seita não só na França, mas até na Itália.

Santo Inácio enviou seus discípulos a essas regiões infectadas, e estes foram reconduzindo para a Igreja ovelhas desgarradas até na própria Alemanha. Ali trabalharam Pedro Fabro, Cláudio Le Jay e Bobadilha. Mas o jesuíta que seria o grande apóstolo dos povos germânicos, obtendo inúmeras reconversões, foi São Pedro Canísio, hoje considerado, com razão, o segun do apóstolo da Alemanha, depois de São Bonifácio.

O papel dos jesuítas foi também primordial no Concílio de Trento — onde brilharam os padres Laynes e Salmeron — bem como nas universidades e nos colégios, imunizando assim a juventude européia contra o erro.

Recebendo informações dos grandes triunfos de seus discípulos, exclamava Santo Inácio: “Demos graças a Deus por sua inefável misericórdia e piedade, tão copiosamente derramada em nós por seu glorioso nome. Porque muitas vezes me comovo quando ouço e em parte vejo o que me dizem de vós e de outros chamados à nossa Companhia em Cristo Jesus”

Obediência pronta, humildade exemplar

Santo Inácio de Loyola queria uma companhia de escol, para combater os erros da época, principalmente os de Lutero e Calvino, e por isso estipulou que, diferentemente das outras congregações ou ordens religiosas, o noviciado seria de mais de um ano. Dizia no fim da vida, quando sua Companhia estava já estendida por quase todos os continentes: “Se eu desejasse que a minha vida fosse prolongada, seria para redobrar de vigilância na escolha de nossos súditos”

Quando um noviço se ajoelhava junto a ele para pedir perdão e penitência por alguma falta, depois de ter concedido uma e imposto a outra, Inácio dizia: “Levante-se”.

Se, por uma humildade mal compreendida o noviço não se levantasse imediatamente, ele o deixava ajoelhado e saía, dizendo: “A humildade não tem mérito quando é contrária à obediência”.

Discernimento na seleção dos súditos

Um dia chamou um irmão coadjutor e o mandou sentar-se na presença de uma visita. O irmão não o fez, pensando faltar ao respeito ao Superior e à visita. Inácio ordenou-lhe então que pusesse o banco sobre a cabeça, e assim estivesse até a saída da visita.

Quando o noviço não servia, Inácio não tinha contemplação nem mesmo pela sua posição social. Expulsou da Companhia o filho do Duque de Bragança e sobrinho do grande benfeitor da Companhia, D. Manuel, rei de Portugal, e ainda um primo do Duque de Bivona, parente do vice-rei da Sicília, que era também seu amigo e benfeitor.

“A obstinação nas idéias era um dos principais motivos de exclusão ou de expulsão, para o santo fundador. Um espanhol de grande capacidade, duma ciência pouco comum e duma virtude reconhecida, entrou na Companhia e exercia o cargo de ministro na casa professa de Roma, com habilidade; mas quando se lhe metia uma idéia na cabeça, não lhe saía mais. Inácio tirou-lhe o cargo, julgando inapto para mandar aquele que não sabia obedecer. […] Uma noite Inácio soube que ele acabava de dar uma nova prova da sua teimosia; no mesmo instante envia-lhe ordem de abandonar a casa sem esperar para o dia seguinte”.

Venerado como santo ainda em vida

Essa severidade era entretanto balanceada com tanta doçura, que ele era uma verdadeira mãe para os noviços. Tal equilíbrio fazia com que fosse venerado como santo mesmo em vida.

Sua mais preciosa conquista, São Francisco Xavier, tinha-lhe tanta veneração, que muitas vezes lhe escrevia de joelhos. E nos perigos e tempestades invocava seu nome, trazendo ao pescoço, como proteção, junto a seus votos de profissão, a assinatura do Padre Inácio.

Constantemente afirmava: “O Padre Inácio é um grande santo”.

Laínez, outro dos primeiros discípulos de Inácio e seu sucessor no generalato da Companhia, também o venerava como santo, do mesmo modo que São Francisco de Borja, depois terceiro Superior Geral da Companhia.

Sua vida interior era profunda, e passava-se constantemente na presença de Deus. Conforme narra em sua autobiografia, toda vez que queria encontrar a Deus ele O encontrava, bastando um pouco de recolhimento. Tinha visões, repetidamente, sobretudo quando se tratava de acertar algum negócio importante da Companhia, ou quando redigia suas Constituições. Essas visões lhe eram constantes também quando celebrava a Missa.

“Sua roupa foi sempre pobre e sem enfeites, mas limpa e asseada, porque, se bem amasse a pobreza, nunca lhe agradou pouca limpeza”.

Santo Inácio faleceu em Roma, no dia 31 de julho de 1556.

Fonte: www.lepanto.com.br

Inácio de Loyola

Com a publicação da bula intitulada “Regimini militantis Ecclesiae”, “ao regime da igreja militante”, datada de 27 de setembro de 1540, o Papa Paulo III – líder da Contra-Reforma católica – oficialmente aprovou a Companhia de Jesus.

Começava ali uma das mais fascinantes histórias de uma das tantas ordens religiosas cristãs. Seis anos antes, em 1534, nos altos da capela de Montmartre, em Paris, um pequeno grupo de estudantes universitários de origem fidalga oriundos da Ibéria, liderados por um homem bem mais maduro de nome Iñigo de Loyola, haviam jurado seguir o papa e defender a Verdadeira Fé. Formaram então o primeiro pelotão do que mais tarde veio a consagrar-se como o Exército de Cristo.

Curando os ferimentos

Inácio de Loyola
Inácio de Loyola ( 1491-1556)

Sem quase nada para ler, recolhido num catre do castelo da família em Loyola, situado na Navarra espanhola, o fidalgo Iñigo (mais tarde convertido para o nome de Inácio)tentava se recuperar dos dolorosos ferimentos que quase fizeram com que perdesse as pernas. Durante uma batalha travada em Pamplona, em 20 de maio de 1521, um petardo francês explodira bem perto dele quase lhe arrancando os membros inferiores. O estrago foi tão grave que ele não demorou a entender que suas ambições de moço da corte de Castela, de fazer carreira nas antecâmaras dos palácios, de conviver com belas mulheres e outros prazeres se encerrara para sempre. Mal completara trinta anos. Sobraram-lhe apenas dois livros à disposição, um era a “Vida Cristo”, e o outro “A Legenda Áurea”, sobre os santos da Igreja. Devorou-os. Leu e releu. Se bem que criado em meio católico, sua cabeça, como a maior parte dos nobres brigões, até então andava dominada pelas histórias de capa-e-espada e pelos feitos dos cavaleiros andantes. Tudo então mudou. Por mais que os médicos se esforçassem nunca conseguiram emparelhar-lhe as pernas. Ficara coxo para sempre. Isto foi determinante para que, uns tempos depois, se inclinasse pelos conventos e não mais pelos salões de dança e festa.

Inácio de Loyola
Abadia de Montserrat

Portanto, se haveria no futuro algum caudilhismo a ser exercido seria por meio da religião e não mais pelas guerras. O crucifixo ao invés da lança. Como símbolo dessa definitiva conversão de cortesão-soldado em homem de Deus, na noite de 25 de março de 1522, entregue à meditação nos altos da abadia beneditina de Montserrat, na Catalunha, ele abandonou para sempre a sua espada e sua adaga no altar da Virgem Morena, abraçando a cruz. As roupas de nobre ele doou a um mendigo. Decidiu deixar de servir a um “rei temporal” para se por ao serviço do “rei eterno e universal”. Como Jesus afastara-se para o deserto, Loyola encontrou o seu equivalente refugiando-se na gruta de Manresa, onde começou a redigir os Exercícios Espirituais. Quis então ir a Jerusalém, andar por onde Cristo andou, vestido como um simples pedinte, um peregrino em busca do Senhor.

Entre Erasmo e Lutero

A conversão de Loyola deu-se num momento dramático da história da Igreja Católica, visto que desde 1517 ela se encontrara desafiada pela insurgência de um monge alemão: Martim Lutero (1483-1546). Este, num ato de clara rebeldia, afixara 95 teses na porta da catedral de Wittemberg atacando diretamente a autoridade papal, transformando a Venda de Indulgência num grande escândalo nacional e europeu. A igreja germânica se dividiu.

Somente o sul da Alemanha, o reino da Bavária, ficou ao lado de Roma, todo o restante abraçara a causa da Reforma. Desde então, para os católicos, Lutero representou o anti-Cristo, o agente sedicioso que viera ao mundo para destruir o edifício de São Pedro.

Paralelamente a isso, havia a obra de Erasmo de Roterdão(1466-1536), o grande humanista cristão que há muito tempo vinha por igual defendendo a necessidade de um reforma no corpo da igreja. Acreditava ele que o alto sacerdócio e os monges, principalmente esses, haviam desvirtuado a essência do cristianismo ao terem um comportamento bem pouco condizente com os ensinamentos de Jesus. Além disso, a atitude geral dos príncipes europeus, afastados da justiça e da paz, nada tinha em sintonia com as expectativas de um reino de Cristo na terra. Guerras, flagelações, usurpações, felonias, crimes de toda ordem, ensangüentavam os reinos e as cortes do seu tempo.

Detestava aquelas inúteis polêmicas teológicas nas quais os doutos, em escrita complicada, publicavam imensos tratados que ninguém lia e que de nada serviam a boa causa da fé, propondo como remédio o retorno às lições simples do evangelho, afinadas com a idéia de um Cristo tido como um “Rei-pastor”, um “Condutor pacífico”, adrede para arrancar o mundo profano dos seus desatinos e conduzi-lo ao reino dos bem aventurados. Acusaram Erasmo, devido ao seu espírito crítico e ao seu tom literário jocoso, de “ter chocado o ovo do protestantismo”, mas a expectativa dele era que a necessária reforma partisse de dentro da Igreja, que fosse assumida pelo alto clero e pelos príncipes e não por um monge desconhecido, indignado e furioso (*)

Assim posto, Loyola construiu sua formação de homem de fé em meio ao embate entre as exigências de uma reforma da cristandade conduzida por uma humanista (que pregava pela paz) ou pelas mãos de um monge alemão radical (que não hesitaria em ir à guerra).

(*) Tanto assim que dois do seus ensaios mais populares são dirigidos à correção das elites: Enchiridion Militis Christiani (O Manual do Cavaleiro Cristão, de 1503) e Institutio Principis Christiani, (Instituição do Principado Cristão, de 1516) para servir de orientação ao jovem rei Carlos, mais tarde imperador Carlos V).

A Sorbone e o juramento de Montmartre

Retornando da sua peregrinação à Terra Santa, Loyola voltou com fome de leituras, de saber gramática e de dominar a literatura teológica. Quis inteirar-se dos autores latinos. Depois de uma estada na sua Espanha natal, de 1522 a 1526, onde freqüentou os bancos escolares no Estudio General de Barcelona, em Alcalá e Salamanca, marchou para Paris, para a Universidade de Sorbone, tida como grande templo da teologia, espaço reservado aos grandes mestres do pensamento cristão. Causou estranheza aquele homem maduro, marcado pela vida, um tanto soturno, estar em um meio dominado por imberbes, matriculados no College de Saint-Barbe que acolhia os latinos da Ibéria .

Uns tempos antes, em 1523, ele havia redigido os “Exercícios Espirituais”, manual de auto-adestramento de um homem de fé, um roteiro a ser cumprido ao longo de um certo período para afinar as certezas e expungir as dúvidas de um crente, pequena peça de devoção que iria se tornar obrigatória na formação de todos os jesuítas no futuro e que ele insistia em que seus colegas da universidade praticassem. (*)

Inácio de Loyola
A capela da Nossa Senhora, à esquerda, local do juramento de Loyola(15/8/1534)

(*) Exercícios espirituais: os exercícios verdadeiros, que ele distingue dos exercícios físicos, dividem-se em quatro semanas, entendidos como assuntos a tratar e não segundo o número dos dias.

São assim 4 etapas, que podemos lembrar com quatro tradicionais palavras latinas (deformata, reformata, conformata e confirmata), cada qual expressando uma finalidade determinada:

Iª Semana (etapa): “Deformata reformare”, eliminar da alma as deformações causadas pelo pecado. E’ um modo de se conhecer a nós mesmos e a grave desordem criada pelo pecado em nossa vida, além do perigo de danação ao que fomos expostos! Para não cair na desconfiança, Inácio nos faz contemplar a imagem do Crucificado, morto para nos salvar da morte eterna.
IIª Semana (etapa):
“Reformata conformare”. Somos convidados a nos revestir do Cristo e de sua armadura. O homem “reformado” deve “se conformar” ao Cristo: pobre como ele; ardente de amor para o Pai e os irmãos. É o tempo da “reforma” ou da opção do estado de vida: como eu, na prática, preciso seguir Cristo?
IIIª Semana (etapa):
“Conformata confirmare”. Isto é, fortalecer os propósitos de adesão a Cristo,por meio da contemplação de Aquele que foi obediente até a morte na cruz. Nesta etapa nos confirmamos nas decisões tomadas.
IVª Semana (etapa):
“Confirmata transformare”. “Eu não morro: entro na vida”, escreveu S. Teresa de Lisieux ouço antes de morrer. A morte de Jesus na cruz coincidiu com o começo do Cristianismo. “Quem perde sua vida por causa de mim, a encontrará”, diz Jesus no Evangelho. E a vida do Ressuscitado é a esperança de quem faz os Exercícios nesta etapa final.

No final, Inácio propõe uma contemplação para alcançar o Amor puro de Deus (chamada “contemplatio ad amorem”). Com o pensamento se volta à Criação e à Redenção, para descobrir como e quanto Deus nos ame!

E alma, purificada pelos exercícios, fica com um único desejo que se expressa na oração: “Oh Senhor, dá-me teu amor e tua graça: isto me basta!

Não demorou para que Loyola, mais velho e mais experiente, terminasse por exercer a liderança frente a um grupo de rapazes vindos da Espanha como ele: Pedro Faber, Francisco Xavier, Alfonso Salmeron, Jacob Laines, e Nicolau Bobedilla, espanhóis, e Simão Rodrigues, o único português. Conduziu-os então, em 15 de agosto de 1534, à capela de Santa Maria, na colina de Montmartre, comprometendo-os a jurar “efetuar trabalho missionário e de apoio hospitalar em Jerusalém, ou para ir aonde o papa quiser, sem questionar.” Chamaram-se “Os amigos do Senhor”. Havia neste ato uma clara alusão à retomada do espírito das Cruzadas, e, como conseqüência disso foi inevitável que a futura Ordem assumisse um regimento orientado segundo as normas militares fixadas pelo Geral da Companhia de Jesus. Todos eles in perinde ac cadaver, disciplinados como um cadáver.

Bem que se poderia cogitar estar pairando por detrás de Loyola o espectro de Jacques de Molnay, o derradeiro Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários, a organização dos monges guerreiros que havia sido suprimida à força por Filipe, o belo, ainda em 1307, expondo o desejo de ver a sua Ordem reconstruída pelas mãos do fidalgo espanhol. Seja como for a empresa de Loyola, a mais bem sucedida ação da Contra-reforma católica, tornou-se de fato no escudo e na lança do catolicismo ameaçado.

Os sete companheiros iniciais, transformados em dez, aguardaram por um tempo a licença para partirem para Jerusalém, então nas mãos de Solimão o Magnífico, cujo governo mostrava-se avaro em conceder visitas a peregrinos cristãos, até que desistiram da aventura. Inácio, eleito como Superior da Ordem, os arregimentou então para servirem ao papado na Itália mesmo, dedicando grande parte da sua atividade em estabelecer uma estratégia de catequese para a conquista espiritual de lugares remotíssimos, tais como o Novo Mundo e os impérios da Ásia, ao tempo em que redigia as famosas Constituições da Companhia de Jesus.

Provavelmente viu-se como um cavaleiro cruzado vestido a roupeta preta, usando a palavra de Cristo como seu grande instrumento de persuasão e a Bíblia como arma da conversão. Algo assim como um Cortês, um Pizarro, um Almagro, que optara por outros instrumentos que não a violência da conquista para aumentar o rebanho cristão profundamente abalado pela reforma de Lutero. Inácio de Loyola faleceu aos 65 anos, no ano de 1556, ocasião em que a Ordem já contava com um exército de mil jesuítas espalhados por casas e colégios que se estendiam num arco que ia do Japão ao Brasil.

Fonte: educaterra.terra.com.br

Inácio de Loyola

Inácio de Loyola
Santo Inácio redige as Constituições da Companhia de Jesus

Quem foi Santo Inácio de Loyola?

A experiência de Deus vivida por Santo Inácio de Loyola (Iñigo López de Oñaz y Loyola) fez dele um revolucionário! Na origem de sua experiência está a inquietude de “sair” e ir aos extremos. Na fronteira de si mesmo encontrou o “espaço sagrado”, onde Deus se manifesta; ali se encontrou com os sonhos escondidos e os projetos ocultos… Na experiência do homem reside um potencial imenso de experiência de Deus.

Sua rica interioridade não é solitária, mas é habitada pela presença Divina e pelo desejo de realizar “grandes coisas” para os outros.

Na pessoa de Inácio há, em primeiro lugar, um caminho interior que nos ensina muitas coisas: ele caminhou para as fronteiras de seu próprio interior, mergulhando fundo em si mesmo e atingindo os limites da sinceridade e da transparência.

Santo Inácio de Loyola é o autor dos Exercícios Espirituais e o fundador da Campanhia de Jesus, Ordem dos Jesuítas. Filho de uma família da nobreza rural, Inácio nasceu em 1491 no castelo de Loyola, província basca ao norte da Espanha. Desde sua infância já alimentava o sonho de tornar-se um cavalheiro capaz de feitos notáveis, a fim de ganhar honras e prestígio.

Aos 30 anos, durante uma batalha em defesa de Pamplona, Inácio é ferido nas pernas por uma bala durante o cerco francês à cidade, em 20 de maio de 1521.

Submetido a várias cirurgias, ocupa-se durante o longo reestabelecimento no castelo de Loyola, com a leitura de livros sobre a vida dos santos e a vida de Cristo. Este seria para ele o princípio de um mergulho profundo. Inácio vai aos poucos trocando a imaginação dos feitos dos cavalheiros, pelas realizações dos santos, assimilando seus propósitos de vida e se identificando cada vez mais com eles e com o próprio Deus. A partir daí, torna-se um soldado de Cristo, peregrinando pelo mundo, escrevendo o livro dos Exercícios Espirituais, orientando pessoas e reunindo companheiros, até fundar a Companhia de Jesus e evangelizar centenas de países, incluindo o Brasil, com o envio das missões jesuíticas.

Santo Inácio de Loyola foi canonizado pelo Papa Gregório XV juntamente com São Francisco Xavier, Santa Teresa de Jesus e São Felipe Neri, em 12 de março de 1622.

“Pois os Exercícios Espirituais são o que de melhor
na vida eu posso imaginar, sentir ou pensar, quer para o
aproveitamento pessoal, quer para a fecundidade
apostólica na ajuda a tantas outras pessoas”. (Inácio de Loyola, 16 novembro de 1536)

Fonte: www.eecefas.com.br

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