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Café
Nome popular: cafeeiro
Nome científico: Coffea arabica L
Família botânica: Rubiaceae
Origem: África
“E eu sinto o gosto, o aroma,o sangue quente de São Paulonesta pequena noite líquida e cheirosaque é a minha xícara de café.” MARTIM CERERÊ Cassiano Ricardo
Características da planta
Arbusto de até 4 m de altura, caule reto de casca cinzenta e rugosa. Copa cônica com ramos laterais pendentes. Folhas onduladas nos bordos e de coloração verde-acinzentada quando jovens, verde-brilhante posteriormente. Flores brancas aglomeradas ao longo dos ramos, aromáticas e atrativas para abelhas.
Fruto
Forma ovóide, verdes passando a vermelho e tornando-se preto de acordo com as fases de maturação. Casca lisa e brilhante, contendo sementes de coloração acinzentada, branco-amarelada ou amarelo- esverdeada, envoltas por polpa branca, adocicada.
Café – Fruto
Cultivo
Prefere regiões de clima ameno, não suporta geadas. Necessita de solos férteis, drenados e arejados. Desenvolve-se melhor em locais sombreados. Há muitas variedades e delas obtém-se os diversos sabores e aromas do grão . Frutifica de maio a julho.
“As mais aprofundadas investigações históricas têm permitido estabelecer que o uso da beberagem feita com as sementes do cafeeiro foi iniciado pelos árabes do Yemen, no sétimo século da nossa era,portanto entre os anos 600 e 700. O “kahwah” ou “cavé”fora, então, para ali trazido de longe,de sua pátria, das terras altas da misteriosa Abissínia, onde não se Ihe conhecia qualquer préstimo” DICIONÁRIO DAS PLANTAS UTÉIS DO BRASIL e das exóticas cultivadas M. Pio Corrêa (1926)
Embora existam ainda algumas divergências quanto ao local e à época exatos em que se iniciou o cultivo e o uso sistemático do café , parece certo que a África foi o berço da espécie Coffea. É certo, também, creditar-se ao povo árabe tal façanha.
Parece que foram os próprios árabes, em seus processos expansionistas, os grandes disseminadores da espécie por todo o mundo conhecido em sua época. E é por esse motivo que uma das espécies mais conhecidas e cultivadas comercialmente hoje em dia, a primeira a ser descrita pelos árabes e a chegar ao continente europeu, tenha sido justamente batizada como Coffea arabica.
Tudo leva a crer que exemplares nativos dessa espécie podiam ser encontrados em toda a faixa equatorial que atravessa o continente africano, desde a Etiópia até o Congo, alcançando o sul de Angola.
A partir de seus centros de origem e de dispersão, o café iniciou sua grande migração ao redor do mundo. Com os árabes, seu cultivo foi levado para as regiões litorâneas do Mar Vermelho. Em 1690, foi dali para as ilhas de Java, Bornéu e Sumatra, na Indonésia, levado pelos holandeses. Da indonésia, rapidamente partiu para as terras do atual Sri Lanka, no Oceano ndico, por onde chegou à Índia e penetrou no continente asiático.
No início do século XVII, o café proveniente dessas regiões alcançava altos preços no mercado europeu e já era fartamente comercializado pelos holandeses e venezianos, que se apressaram a juntar os sacos do grão preciosas especiarias trazidas do Oriente.
“Quedê o sertão daqui? Lavrador derrubou.Quedê o lavrador? Está plantando café.Quedê o café? Moça bebeu.Mas a moça onde está? Está em Paris.” MARTIM CERERÊ Cassiano Ricardo
Reputado como produto de grandes propriedades medicinais, revigorador do intelecto e excitante, o café foi introduzido na Europa e passou a ser cada vez mais consumido: os grãos de café, torrados e moídos, eram colocados na água quente e consumidos à moda dos árabes, o que incluía a aromatização com canela e cravo da Índia.
Logo as cidades européias ganharam cafeterias em profusão, onde se reuniam escritores, filósofos e artistas em torno da bebida em suas variadas preparações.
Desde então, ou até mesmo muito antes disso, o café já tinha encontrado sua verdadeira vocação: o aroma e o sabor do líquido escuro, sorvido em pequenos goles, têm a capacidade de reunir as pessoas e, mesmo que por poucos minutos, instaurar o silêncio e fazer refletir.
Entre 1706 e 1718, período curto considerando-se as distancias e as dificuldades de transporte da época, o café foi levado, pelas mãos dos holandeses, da Indonésia até a América, passando antes pelos jardins botânicos europeus.
Nas possessões da França e da Holanda na América do Sul e nas Antilhas, iniciou-se prontamente o seu cultivo e, por questões de segurança e de monopólio, tornou-se proibida a venda de qualquer café que fosse capaz de nascer, crescer e produzir.
Apesar de tantos cuidados, menos de 10 anos depois o café chegou ao Brasil, mais precisamente em Belém do Pará, pelas mãos do sargento-mor Francisco de Melo Palheta, que obteve mudas e sementes não se sabe ao certo de que forma.
No mesmo ano de 1727, o café começou a ser cultivado em terras brasileiras, expandindo-se logo em seguida para outras regiões: Maranhão, Ceará, Vale do São Francisco, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Nesses primeiros tempos, no entanto, a importância do café na economia do país ainda era inexpressiva. Em tempos de parcos conhecimentos e de poucos recursos e nas oscilações dos preços internacionais, a cultura do café não se estabeleceu facilmente.
Cultura nômade e exigente – “polvo com milhões de braços” como disse Monteiro Lobato em seu livro “A onda verde” – o café caminhava sempre em busca de terras novas, à medida em que se exauriam os solos. Essa é, aliás, uma das principais características da história da lavoura cafeeiras o nomadismo.
No final do século XVIII, o café estava chegando ao Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo: era o início da grande saga do café do Brasil.
Alguns anos depois, na região de Campinas, porta de entrada para as áreas paulistas de “terra roxa”, as plantações de café começaram a mostrar todo o seu potencial econômico. Em pouco tempo, na metade do século XIX, São Paulo já aparecia nas listas dos grandes produtores e exportadores de café.
As plantações foram se diversificando: os governos e os produtores começaram a investir em pesquisas para o melhoramento da espécie e para a criação de novas linhagens e no desenvolvimento de técnicas de plantio, colheita e beneficiamento.
As altas sucessivas do preço internacional do café , conseqüência da expansão do mercado norte- americano, foram empurrando e ampliando a cafeicultura para o Oeste, por todo o interior do Estado de São Paulo e adjacências.
O volume de capital gerado e movimentado com a atividade cafeeira e com o estabelecimento das grandes fazendas modificou completamente o modo de vida das regiões produtoras e levou os “Barões do Café” a ocuparem lugares de proeminência na cena política nacional.
Em 1920, o Brasil passou a ocupar o primeiro lugar entre os países exportadores de café de todo o mundo posigão esta que manteve por muitos anos – e que ligou seu nome, de maneira definitiva, com a imagem do café.
Desde que atingiu seu apogeu no Brasil, com períodos de maior ou de menor crise, pode-se dizer que a cultura do café aí se manteve. Prosseguindo seu movimento de migração, o café passeou por muitas regiões, atingindo um pico impressionante em algumas delas e, rapidamente, entrando em declínio, como foi o caso do Estado do Paraná após a grande geada de 1975.
Hoje em dia seu cultivo avança nas terras dos cerrados de Minas Gerais, onde o clima e o solo favorecem sobremaneira o plantio do Coffea arabica, conquistando uma altíssima qualidade, já reconhecida pelo mercado internacional.
Existem inúmeras variedades de cafés conhecidos como Arábica: tipos e linhagens diferentes de cafés; de maior ou menor produtividade, rusticidade e resistência às pragas e às intempéries; mais ou menos exigentes de cuidados; e dos quais se obtêm grãos, pós e bebidas de qualidades e preços também extremamente variados.
Algumas dessas variedades – muitas vezes obtidas . através de experimentos de seleção, cruzamentos, hibridação ou por puro acaso genético – nasceram e se desenvolveram em terras e solos brasileiros, tais como o Amarelo de Botucatu, o Maragogipe Vermelho, o Maragogipe Amarelo, o Caturra Vermelho, o Caturra Amarelo, o Bourbon Amarelo, o Mundo Novo, o Catuaí Vermelho, o Catuaí Amarelo, entre outros.
“Um cafeeiro de Amsterdã, deu origem aos cafezais de Suriname, da Güiana e do Brasil.Novamente, foi de um cafeeiro do Rio de Janeiro que se originaram as primeirasplantações dos Estados do Rio, Minas Gerais e São Paulo. Também uma única planta deJundiaí deu origem aos cafezais de Campinas e regiões circunvizinhas. Os cafezaisbrasileiros constituíram assim, enorme progênie de um só cafeeiro, C. arabica cv. Arábica,café também conhecido como Nacional, Crioulo e Típica.” HISTÓRICO DE DESENVOLVIME.NTO DO CULTIVO DO CAFÉ NO BRASIL
Alcides Carvalho
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
História do Café
O café nasceu em Kaffa, província da Etiópia, no ano 850. Na época, o pastor Kaldi, observando suas cabras, notou que elas ficavam alegres e saltitantes e que esta energia extra se evidenciava sempre que mastigavam os frutos de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos existentes em alguns campos de pastoreio.
Kaldi comentou sobre o comportamento dos animais a um monge da região, que decidiu experimentar o poder dos frutos.
O monge começou a utilizá-los na forma de infusão, percebendo que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas longas horas de leitura do breviário.
Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastérios, criando uma demanda pela bebida.
Porém, os africanos não tiveram muito interesse em plantar o café.
Com isso, os árabes foram os primeiros a cultivá-lo e apresentá-lo para o resto do mundo. Inclusive, Coffea Arabica é o nome científico de uma das mais importantes espécies de café, em homenagem a seus primeiros cultivadores.
Na atualidade, é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo e o Brasil desempenha o importante papel de maior produtor de café do mundo.
O café no Brasil
No Brasil, o café chegou em 1727, pelas mãos de Francisco de Melo Palheta, sargento-mor do exército. Durante uma missão oficial na Guiana Francesa, foi convidado a percorrer plantações de café. Na volta, trouxe sementes e mudas que foram plantadas em Belém, onde morava.
Em 1731, o Brasil, através do Maranhão e do Pará, já exportava café para Portugal. A partir de 1760, o café chegou também ao Rio de Janeiro, capital do Brasil Colonial, e de lá se espalhou para o Espírito Santo, São Paulo e Paraná. Em 1800, o Triângulo Mineiro também já possuía cafezais.
Após a Proclamação da República, em 1889, o Brasil já produzia 5.586 mil sacas de 60kg de café .
O chamado “ouro verde” tornou o país, já nessa época, o maior produtor mundial do fruto.
Durante muito tempo, o café permaneceu como o maior produto da economia brasileira e ditou os rumos políticos do país.
Hoje, o país possui torrefadoras que estão entre as maiores e mais modernas do mundo.
Fonte: www.mogyana.com.br
História do Café
Como o café é cultivado
O café é cultivado em diversas partes do mundo, mas apenas entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.
A região onde o café é cultivado influencia diretamente seu sabor – o solo, o clima e os métodos de processamento usados no cultivo fazem com que os grãos tenham sabores distintos. Um produtor de vinhos francês chamaria isso de “goût de terroir” – o “gosto da terra”.
Geograficamente, existem três regiões globais de cultivo de café: o leste da África e a península arábica, o sudoeste da Ásia e o Pacífico, e a América Latina.
O pé de café
Como muitas outras frutas, as cerejas de café nascem em árvores. O solo, clima, altitude e as plantas ao redor influenciam no sabor do café que será produzido.
Cada pé de café produz grãos apenas suficientes para meio quilo de café torrado por colheita. É preciso um ano inteiro para um pé de café produzir o que a maioria das pessoas consome em uma única semana!
Arábicas e robustas
Existem dois tipos de café comercialmente importantes: o café arábica e o canephora (robusta). O arábica cresce melhor em altitudes altas, tem um sabor mais refinado e possui cerca de 1% de cafeína em sua composição. Já a robusta, como o nome indica, é uma espécie mais resistente e floresce em menores altitudes, produzindo cafés com um sabor mais rústico. A Starbucks compra apenas os cafés arábica da melhor qualidade.
Lá vem a colheita
Na época da colheita, os pés estão tomados por cerejas vermelhas de café. O grão de café é apenas o miolo da cereja.
A pele da cereja de café é muito fina, com um suave sabor amargo. A fruta sob a pele, ao contrário, é muito doce e tem a textura de uma uva. Por dentro da fruta existe a semente protegida por outra camada. Removendo-se esta camada, você normalmente vai encontrar dois grãos de café prontos para serem lavados e torrados.
Fonte: www.starbucks.com.br
História do Café
A história do café é marcada por interessantes acasos e coincidências.
Sua origem é estimada em cerca de mil anos e está associada aos árabes, que primeiro cultivaram a fruta. A região de Kafa, no Oriente Médio, parece ser o berço do café , tendo inclusive emprestado seu nome à bebida.
Mas interessante mesmo são os primeiros registros acerca do café , nos quais podemos perceber como a observação dos animais inspira nosso cotidiano.
Café
Tudo começou na Etiópia, quando um pastor percebeu que suas cabritas gostavam de comer certo fruto pequenino, vermelho e arredondado. Estas mesmas cabritas se mostravam mais espertas e resistentes depois de comê-lo.
Quando o pastor resolveu experimentar as frutas (esmagou-as com manteiga e fez uma pasta), conheceu os efeitos estimulantes do café . A versão bebida, porém, vem dos árabes.
Isto foi no século XV. Com o passar do tempo, o café seria não só saboreado, como estudado em seus efeitos estimulantes e revigorantes.
Através do comércio dos árabes com os europeus, o consumo do café foi se ampliando e, com as grandes navegações, chegou às Américas Central e do Sul.
Café é coisa brasileira. Determinou grandes momentos da nossa história, ditou políticas e comportamentos, é da nossa cultura. Nós não temos o hábito do chá das cinco, como os ingleses, mas é só chegar uma visita em casa, que corremos para fazer um café fresquinho, “passado na hora”.
Durante muito tempo o nosso simpático cafezinho ficou sem prestígio. Sua imagem foi associada a idéias negativas, como estresse e distúrbios do sono.
Alguns estudos, aliados a programas de controle de qualidade do café consumido no Brasil, conseguiram mudar este quadro. O produto reconquistou o respeito da população.
Revigorado, com novo marketing, ganhou novas versões para atingir consumidores mais exigentes: agora, você pode escolher se seu café é descafeinado, ou orgânico, ou liofilizado; granulado, solúvel, torrado e moído, torrado em grão; café
Do cafezal à nossa mesa
O futuro do café é ser reduzido a pó. Nada mau para uma bebida tão apreciada! Desde seus tempos de frutinha vermelha, com aspecto de cereja, até ser torrado, moído e bebido, o café passa por várias peripécias.
Para ser um bom café, primeiro é necessário um bom clima: temperado. O relevo, se for montanhoso, é mais propício. Depois de plantado, esperam-se dois ou três anos para que o pé de café dê os frutos, que são colhidos geralmente nos meses de abril a junho.
A maneira de colher varia: há a colheita mecânica, também chamada colheita forçada, ou a manual, que pode ser do tipo derriça, com pano (catado), ou por varrição.
Então, os grãos são secos. Se a produção é pequena, isto pode ser feito em terreiro. Para grandes quantidades, utiliza-se um secador.
A próxima etapa é a retirada de cascas e impurezas. Depois, o café cru é classificado de acordo com o tipo de peneiras por onde passa. Depois desta classificação, o café é comercializado em sacas de 60 quilos.
O café que compramos costuma ser uma mistura de grãos, chamada de blend, que resulta no sabor que cada produto oferece. Feito o blend, ele é torrado a mais de 250oC. De acordo com a intensidade da torra, os grãos ganham aparência clara, média ou escura; perdem 20% do peso e dobram de tamanho.
A próxima etapa é a moagem, para então o café ser empacotado e levado ao consumidor.
O que é que o café tem
A composição química do café inclui, além da famosa cafeína, outras substâncias cujos efeitos foram temas de inúmeras pesquisas.
Você já ouviu falar das lactonas? Pois é, todo mundo fala do efeito estimulante da cafeína, mas, na composição do café , as lactonas possuem um efeito estimulante sobre o sistema nervoso central que é tão ou mais significativo do que o da cafeína.
Outros componentes são a celulose, que estimula os intestinos; os minerais, importantes para o metabolismo; os açúcares e o tanino, que contribuem para o sabor; e os lipídeos, que dão aquele aroma especial.
Bom para a cabeça
Segundo o professor Darcy Roberto de Lima, que escreveu vários estudos sobe o café, quatro xícaras da bebida por dia, regularmente, podem aumentar a capacidade de atenção, concentração e de formação de memória em adultos e crianças. Além disso, tomar café diminui a incidência de apatia, desânimo e depressão.
Já o uso sem regularidade aumentaria a atenção apenas por um determinado período. Por isto, o professor recomenda um uso diário e moderado – bem mais eficiente do que uma eventual superdose, típica das vésperas de prova!
Para desfrutar dos efeitos benéficos para o aprendizado, recomenda-se beber o café pela manhã, na primeira hora após acordar. Com leite, os efeitos são os mesmos; o valor nutritivo é que aumenta. Por isto, café com leite é uma boa opção para crianças e adolescentes.
Ainda de acordo com o professor, o café atuaria sobre as áreas do cérebro que induzem ao desejo de superação, fazendo com que o humor fique mais bem equilibrado e evitando os sentimentos de depressão e de necessidade de consumir estimulantes. Por isso, ele assegura que jovens com o perfil de potenciais consumidores de drogas (problemáticos e agressivos) podem se beneficiar dos efeitos preventivos do café em relação aos tóxicos.
Na dose certa
Tudo bem, você achou ótimos os efeitos do café e tudo mais que você pode fazer com ele (já descobriu as receitas?).
Mas não abuse: veja as doses máximas diárias recomendadas para cada idade.
De 6 a 10 anos: 3 xícaras por dia.
De 10 a 20 anos: 6 xícaras por dia.
De 20 a 60 anos: 9 xícaras por dia.
Acima de 60 anos: 6 xícaras por dia.
Dicas e curiosidade
Para preparar seu cafezinho, não se esqueça destas dicas quentes:
Evite a água da torneira para o preparo do café . O excesso de cloro na água pode alterar o sabor, por isto prefira água filtrada ou mineral
O pó não deve ser reaproveitado.
Não recircule a bebida, isto a deixa amarga.
Quando for utilizar pela primeira vez um coador de pano, ferva-o em água misturada com café , para tirar o cheiro do tecido.
Consuma o café logo que for feito, pois ele começa a perder suas características 15 minutos depois de pronto. Se não vai beber muito, faça um pouquinho de cada vez.
Antes de servir o café , agite-o levemente para uniformizar a mistura.
O café já ficou pronto? Agora veja para que mais serve o pó e a borra de café!
Para clarear e limpar a pia e o chão de cozinha, utilize a borra do café.
O pó de café , colocado num copinho dentro da geladeira, ajuda a eliminar os maus cheiros
Um bom adubo: borra do café em vasos de flores e plantas
Lendas do café
Café forte: Dizem que o café foi criado pelo arcanjo Gabriel, que quis oferecer ao profeta Maomé uma bebida que o revigorasse.Parece que o efeito foi bom mesmo: Maomé bebeu o café e tornou-se capaz de derrubar quarenta cavaleiros e conquistar quarenta mulheres. A lenda só não diz quanto o profeta teve que beber para conseguir a façanha!
Café santo: Quando o café chegou à Itália, no século XVII, foi boicotado por alguns cristãos fanáticos, que achavam que o produto era uma “invenção de Satanás”. Só que, quando o Papa experimentou, gostou tanto que resolveu abençoar o café para vencer Satanás – e tornar o café a bebida cristã.
Café com música: Na Alemanha, o café era servido com música. O casamento das duas paixões alemãs é a ” Cantata ao Café “, composta por Johann Sebastian Bach para ser tocada nos estabelecimentos onde a bebida era servida – as Kaffehaus.
Café misterioso: Os turcos conheciam bem o café e foram um dos povos a levá-lo Europa. Ocuparam Viena, mas tiveram que abandonar a cidade quando chegaram as tropas libertadoras. Foi o maior alvoroço e, na pressa, deixaram várias sacas de um produto misterioso. O que seria? Um homem que já havia vivido no Oriente reconheceu ali o café e aproveitou para vendê-lo, com açúcar e chantilly. Este é o famoso café vienense.
Café brasileiro: O café chegou ao Brasil no século XVIII, envolto em lendas e romance. A fruta, que já era plantada na Guiana Francesa, estava proibida aos portugueses. O sargento-mór Francisco de Melo Palheta foi designado para trazê-la e, conta-se, só teria conseguido porque a esposa do governador da Guiana, apaixonada por Palheta, o teria presenteado com sementes do “ouro negro”. Não se pode ter certeza sobre a paixão da primeira-dama, mas seu papel foi fundamental no contrabando das sementes proibidas.
Café brasileiro II: O café foi o produto que veio a substituir a exploração do ouro e da cana-de-açúcar na era pós colonial, acompanhando assim o desenrolar da economia da época. Espalhou-se pela Região Sudeste, em que o clima era bastante propício, e por conta disto surgiram e se desenvolveram importantes cidades. Junto com o desenvolvimento, porém, trouxe o desmatamento. Nossa Mata Atlântica foi dizimada. A Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, é a maior floresta urbana do mundo, mas não sobraria muita coisa para contar a história se não fosse pelo processo de reflorestamento, que recuperou a mata devastada pelas plantações.
Fonte: www.ibge.gov.br
História do Café
LENDA
Reza uma antiga lenda sobre as origens do café que há mais de 1.300 anos, nas montanhas de Abissínia, hoje Etiópia, no nordeste da África, um jovem pastor árabe chamado Kaldi.
Certa noite, ele ficou ansioso quando suas cabras não retornaram ao rebanho. Quando saiu para procurá-las, encontrou-as saltitando próximo a um arbusto cujos frutos estavam mastigando e que obviamente foi o que lhes deu a estranha energia que Kaldi nunca vira antes. Então, ele mesmo resolveu experimentar alguns frutos e descobriu que eles o enchiam de energia, como tinha acontecido com o seu rebanho.
Kaldi, evidentemente, levou essa maravilhosa “dádiva divina” ao mosteiro local, mas as reações não foram favoráveis e ele ateou fogo nos frutos, dizendo serem “obra do demônio”. O aroma exalado pelos frutos torrados nas chamas atraiu todos os monges para descobrir o que estava causando aquele maravilhoso perfume e os grãos de café foram rastelados das cinzas e recolhidos.
O abade, então, mudou de idéia. Sugeriu que os grãos fossem esmagados na água para ver que tipo de infusão eles davam, e os monges logo descobriram que o preparado os mantinha acordados durante as rezas e períodos de meditação.
E notícias dos maravilhosos poderes da bebida espalharam-se de um monastério a outro e aos poucos se espalharam por todo mundo.
O primeiro “cafezinho”
As evidências botânicas sugerem que a planta originária do café vem da Etiópia Central, onde ainda crescem vários milhares de pés acima do nível do mar.
Entretanto ninguém sabe precisar ao certo quando foi experimentado o primeiro “cafezinho”. Alguns registros dizem que foi na sua própria terra nativa em meados do século XV. Também é sabido que foi cultivado no Iêmen (antes conhecido como Arábia), com a aprovação do governo, aproximadamente na mesma época.
À medida que o café tornou-se cada vez mais popular, salas especiais nas casas dos mais abastados foram reservadas para se tomar café, e estabelecimentos para degustação desta saborosa bebida começaram a aparecer nas cidades. A primeira abriu em Meca, no final do século XV e início do XVI e, embora originalmente fossem lugares de reuniões religiosas, esses amplos saguões onde os clientes se sentavam em esteiras de palha ou colchões sobre o chão, rapidamente tornaram-se centros de música, dança, jogos de xadrez, gamão etc.
Sua popularidade espalhou-se pelo Cairo, Constantinopla e para todas as partes do Oriente Médio, apesar dos muçulmanos desaprovarem todas as bebidas tóxicas, incluindo o café. Para os mulçumanos as casas de café eram uma ameaça à observância religiosa. Frequentemente esses centros populares de diversão eram atacados e destruídos por fanáticos religiosos. Alguns governantes chegavam a apoiar a proibição do café impondo aos que desobedecessem punições aterrorizadoras como açoites ou até mesmo amarrar os “infiéis” dentro de sacos de couro e atirá-los nas águas do estreito de Bósforo.
Da Europa para o mundo
Enquanto isso na europa, comerciantes da Holanda, Alemanha e Itália estavam certamente exportando grãos e tentando introduzir a lavoura em suas colônias. Os holandeses foram os primeiros a iniciar o cultivo comercial no Sri Lanka, em 1658, e posteriormente em Java, em 1699. Por volta de 1706, já exportavam café de Java e estendiam a produção para outras partes da Indonésia.
Em 1714, os holandeses bem-sucedidos presentearam Luís XIV da França com um pé de café que cresceu numa estufa em Versailles. Quando deu frutos, as sementes foram espalhadas e as mudas foram levadas para o cultivo na ilha de Réunion, na época chamada de Ilha de Bourbon. A variedade de arbustos de café que se desenvolveu daquela árvore em Paris e tornou-se conhecida como o café Bourbon, sendo a fonte original de grãos atualmente conhecidos no Brasil como Santos e no México como Oaxaca.
Muito em breve, esses preciosos grãos viriam para o Brasil, onde seus frutos renderiam um verdadeiro legado econômico e cultural para o país, mesclando-se em muitos momentos, com a própria história do Brasil e dos brasileiros.
Como o café chegou ao Brasil
Em 1727 os portugueses compreenderam que a terra do Brasil tinha todas as possibilidades que convinham à cafeicultura. Mas não possuíam nem plantas nem grãos.
O governo do Pará então encontrou um pretexto para enviar Palheta, um jovem oficial a Guiana Francesa, com uma missão simples: pedir ao governador M. d’Orvilliers algumas mudas.
O governador seguindo ordens expressas do rei de França, não atende ao pedido de Palheta. Porém a Madame d’Orvilliers, esposa do governador da Guiana Francesa, não resiste aos atrativos do jovem tenente e quando Palheta já regressava ao Brasil, ela envia-lhe um ramo de flores onde, dissimuladas pela folhagem, se encontravam escondidas as sementes a partir das quais haveria de crescer o poderoso império brasileiro do café – um episódio bem apropriado para a história deste grão tão sedutor.
Do Pará, a cultura passou para o Maranhão e, por volta de 1760, foi trazida para o Rio de Janeiro por João Alberto Castelo Branco, onde se espalhou pela Baixada Fluminense e posteriormente pelo Vale do Paraíba.
Do cultivo à exportação
O surto e incremento da produção do café foram favorecidos por uma série de fatores existentes na época da Independência:
As culturas do açúcar e do algodão estavam em crise, batidas no mercado internacional pela produção das Antilhas e dos EUA; por isso, os fazendeiros precisavam encontrar outro produto de fácil colocação no mercado internacional.
A decadência da mineração libertou mão-de-obra e recursos financeiros na região Centro-Sul (Minas Gerais e Rio de Janeiro, principalmente), que então poderiam ser aplicados em atividades mais lucrativas.
Em âmbito internacional, a produção brasileira foi favorecida pelo colapso dos cafezais de Java (devido a uma praga) e do Haiti (devido aos levantes de escravos e á revolução que tornou o pais independente).
Outros fatores decisivos foram a estabilização do comércio internacional depois das guerras napoleónicas (Tratado de Versalhes, 1815) e a expansão da demanda europeia e americana por uma bebida barata.
A importância econômica do café refletiu-se na sua expansão geográfica. No início, difundiu-se pelo Vale do Paraíba (Rio de Janeiro e São Paulo), Sul de Minas e Espírito Santo. Depois, atingiu Campinas, no “Oeste Velho” de São Paulo; dali, expandiu-se para o chamado “Oeste Novo” (Ribeirão Preto e Araraquara) e passou, mais tarde, para as regiões de terra roxa do Norte do Paraná e Mato Grosso.
Hoje, as áreas de cultivo localizam-se nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Bahia. Após a grande geada de 1975, houve um deslocamento das principais zonas produtoras do Norte do Paraná para áreas de clima mais favorável, como o sul de Minas Gerais e o interior capixaba.
A exportação brasileira do café começou a crescer a partir de 1816. Na década de 1830-1840, o produto assumiu a liderança das exportações, com mais de 40% do total; o Brasil tornou-se, em 1840, o maior produtor mundial de café.
Na década 1870-1880, o café passou a representar até 56% do valor das exportações. Começou então o período áureo do chamado ciclo do café que durou até 1930; no final do séc. XIX, o café representava 65% do valor das exportações do pais, chegando a 70% na década de 1920.
O “crack” de 29
Contudo, o crack da Bolsa de Nova York em 1929 forçou a queda brusca no preço internacional do café , que continuou em queda até menos de 40% em 1931. Apenas 15 anos mais tarde, em 1947 os preços voltariam aos níveis de 1928. Essa situação agravou a crise de superprodução do café, cujos primeiros sinais apareceram no início do séc. XX.
Para enfrentar essa crise, os governadores dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro reuniram-se (fevereiro de 1906) no chamado Convênio de Taubaté, que definiu uma política para a valorização do produto: os governos estaduais comprometeram-se a comprar toda a produção e usar os estoques como instrumentos para impedir quedas e oscilações no preço do produto, além de proibir novos plantios.
O Convênio de Taubaté representou a primeira intervenção oficial em defesa do café . Mais tarde, após a crise de superprodução mundial de 1957, os países produtores e os grandes consumidores criaram o Acordo Internacional do Café (1962), que estabeleceu quotas de exportação para os países-membros.
O “ciclo” do Café
O chamado “ciclo do café ” teve repercussões econômicas e sociais importantes no Brasil. A expansão da lavoura levou à ampliação das vias férreas, principalmente em São Paulo; os portos do Rio de Janeiro e de Santos foram modernizados para sua exportação; a necessidade de mão-de-obra trouxe imigrantes europeus, principalmente depois da Abolição dos escravos.
O café foi o primeiro produto de exportação controlado principalmente por brasileiros, possibilitando o acúmulo de capitais no pais. Em conseqüência, criou-se um mercado interno importante, principalmente no Centro-Sul, que foi o suporte para o desenvolvimento de atividades industriais, comerciais e financeiras. O café, sobretudo, consolidou a hegemonia política e econômica do Centro-Sul, transformando-o na região brasileira onde o desenvolvimento capitalista foi pioneiro.
Em 1996 o consumo mundial supera a barreira dos 100 milhões de sacas. Em 1997 o Brasil atinge quase 3 bilhões de dólares na exportação de café , tendo a Alemanha superado os Estados Unidos como maior importador.
Em 1998 o comitê do Conselho da Bolsa de New York coloca na pauta o café despolpado brasileiro.
Atualmente, o Brasil se encontra soberano na posição de produtor número 1de café , responsável por 40 % de toda a produção mundial. Apenas em 2005, o país exportou cerca de 26 milhões de sacas de café e 15 milhões foram consumidas internamente.
Para 2006, a projeção é incrementar ainda mais esses números, pretendendo aumentar as vendas em pelo menos 75%, representando exportações na ordem de US$ 29 milhões, contra US$ 16,5 milhões faturados em 2005.
Todos esses resultados evidenciam vocação da indústria brasileira para o sucesso, com produtos de alta qualidade tanto para consumo interno quanto para a exportação, fortalecendo cada vez mais a hegemonia nacional na produção de café .
Fonte: www.sobesa.com.br
História do Café
Café no mundo
Existem várias lendas a respeito da descoberta do café .
A mais difundida diz que, por volta do ano 800, nas montanhas da Abissínia, um jovem pastor de nome Kaldi observou que suas cabras ficavam mais alegres e saltitantes quando comiam folhas e frutos de um certo arbusto. Ao provar do fruto, o pastor sentiu uma forte vivacidade e muita disposição para o trabalho.
O conhecimento do efeito daquele precioso fruto espalhou-se pelo norte da África e chegou ao mundo árabe, primeiros povos a fazerem uso do café , em meados do século XV (1440). No início, os frutos eram consumidos como uma pasta fortificante e usada para que os árabes ficassem acordados orando para Alá, seguindo os conselhos do seu profeta Maomé.
A proibição de bebidas alcoólicas pela religião muçulmana ajudou a difundir o café , que passou a ser largamente consumido.
A fama dos frutos foi se alastrando, chegando aos mosteiros, onde os monges passaram a preparar uma infusão das folhas juntamente com o fruto em forma de chá. Certo dia, um dos monges levou alguns ramos de café carregados de frutos para perto do fogo para tentar secá-los a fim de guardá-los e usá-los durante o período de chuvas. Porém, distraiu-se, deixando os grãos torrarem, de onde exalou um aroma extremamente agradável.
Os monges tiraram os grãos do fogo e trituraram-nos, transformando-os em pó e preparando a bebida. Daí surgiu a forma de tomar o café como o conhecemos hoje.
Nos séculos XIV e XV, iniciaram-se os primeiros cultivos comerciais de café , na região do Iêmem e os doutores da época passaram a receitá-lo no combate aos problemas de digestão, para alegrar o espírito e afastar o sono.
No século XVI, o café já havia chegado a Istambul. O Cairo era, então, o maior mercado de distribuição do produto.
Embora os árabes tenham tomado certas medidas para manter o monopólio da produção do café – só permitindo a exportação de frutos previamente fervidos, para evitar que germinassem em outras terras –, os holandeses conseguiram contrabandear frutos frescos para suas colônias asiáticas (Java, Ceilão e Sumatra) e, posteriormente, para as Antilhas Holandesas, na América Central.
Os holandeses foram os primeiros a iniciar o cultivo comercial no Sri Lanka, em 1658, e então em Java, em 1699, e por volta de 1706 eles estavam exportando o primeiro café de Java e estendendo a produção para outras partes da Indonésia.
Em 1714, os holandeses bem-sucedidos presentearam Luís XIV da França com um pé de café que cresceu numa estufa em Versailles e quando deu frutos, as sementes foram espalhadas e as mudas foram levadas para o cultivo na ilha de Réunion, na época chamada de Ilha de Bourbon.
Graças aos holandeses, o café começou a ser conhecido no mundo. Levado para a Europa, foi consumido inicialmente como remédio para vários males. Só a partir do século XVII passou a ser adotado como bebida.
Café no Brasil
Desde sua descoberta, na Abissínia, o café levou cerca de nove séculos até sua chegada ao Brasil, em 1727. Entrou no país pelo estado do Pará, trazido da Guiana Francesa pelas mãos do sargento-mor Francisco de Melo Palheta que, a pretexto de resolver oficialmente questões de fronteiras, havia sido enviado àquele país para conseguir mudas da planta.
A missão foi difícil, já que naquele país as mudas de café eram inacessíveis a qualquer estrangeiro.
Inicialmente plantado em Belém do Pará, o café adaptou-se ao solo, mesmo não tendo um clima tão propício à sua cultura, tanto que, em 1731, já era cultivado em extensas áreas nos arredores da capital.
Da região Norte, o café foi para o Nordeste, passando pelo Maranhão, Ceará, Pernambuco e Bahia, até chegar, em 1773, ao Rio de Janeiro. Expandiu-se pela Serra do Mar, atingindo, em 1825, o Vale do Paraíba, daí alcançando os estados de São Paulo e Minas Gerais, onde encontrou condições para o seu desenvolvimento.
Tipos de Café
Café tradicional : São os mais comuns. Podem ser formados por diferentes espécies de grão, a torra geralmente é mais escura, e o gosto não é muito adocicado. O equilíbrio (doçura e amargura) é variável.
Café superior : Apresenta certa flexibilidade no “blend” (mistura de grãos), podendo ter até 20% da variedade de grão robista, mais utilizada em cafés solúveis . A torra não é muito escura, e o sabor é suave, porém mais amargo que o do gourmet.
Gourmet (ou especial) : É produzido com 100% de grãos do tipo arábica, considerado o mais nobre dos cafés .
Produz uma bebida normalmente mais doce, chegando muitas vezes a dispensar o uso de açúcar. O aroma e o sabor podem lembrar cereais torrados, flores, frutas ou achocolatados. São encontrados geralmente em embalagens valvuladas, com mecanismo interno que impede a saída dos gases do café e a entrada de ar. A torra varia de moderadamente clara a moderadamente escura.
Café aromatizado : Contém aromatizante de amêndoa, chocolate com trufas, creme irlandês, menta, canela, damasco, entre outros.
Café funcional : Fazem parte desse grupo os descafeinados, com baixo teor de cafeína, e os orgânicos, produzidos sem uso de agrotóxicos e sem prejudicar o ambiente.
Café inovador : Levam esse título os cafés do tipo cappuccino, “mocaccino” (café quente, com espuma de leite e um bombom de chocolate sem recheio ou tablete de chocolate meio amargo), gelado, entre outros.
Características Agronômicas
Aspectos botânicos
O café pertence à família botânica Rubiaceae. Desde a primeira descrição do café, no século 18, os botânicos não têm conseguido fazer uma classificação precisa. Há provavelmente 25 espécies principais, indígenas, da África e de algumas ilhas do Oceano Índico.
As dificuldades na classificação e na designação de uma planta como membro verdadeiro do gênero Coffea ocorre por causa da grande variação nas plantas e nas sementes. As duas mais importantes espécies econômicas de café são o arábica (Coffea arábica), que representa mais de 70% da produção, e o robusta (Coffea canephora).
Outras duas espécies produzidas em pequena escala são a Coffea liberica e a Coffea dewevrei.
Café Arábica
O café arábica foi descrito a primeira fez por Linnaeus, em 1753. Crescem em altitudes de 900 a dois mil metros. Têm teor de cafeína relativamente baixo (entre 0,9% e 1,5%). Os frutos são redondos, suaves, levemente amargos, de cor achocolatada, com crosta lisa e perfume intenso.
Há duas variedades botânicas distintas:
Arábica (typica)
Bourbon
Historicamente, o typica foi cultivado na América Latina e na Ásia, visto que o bourbon chegou à América do Sul e na África mais tarde, através da colônia francesa do bourbon (Reunion).
Destas variedades saíram muitas cultivares, como a caturra (Brasil e Colômbia), a Mundo Novo (cruzamento entre a typica e a bourbon, encontrada no Brasil), a Tico (América Central) e a anão San Ramon e montanha azul (na Jamaica e Quênia).
Outras cultivares desenvolvidas para ter o máximo de retorno econômico e para condições regionais específicas são a Kent (Índia) e a Catuai (um híbrido da Novo Mundo e da Caturra).
A planta média é um arbusto grande com as folhas ovais verde-escuros. As frutas são ovais e ficam maduras em 7 a 9 meses; contêm geralmente duas sementes lisas (os feijões de café).
O café arábica é encontrado na América Latina, na África Central e do Leste, na Índia e em alguma extensão em Indonésia.
Café Robusta
Mais precoce, mais resistentes e mais produtiva que a arábica. É cultivada em terrenos baixos, com plantas de maior envergadura. Seus grãos são menos perfumados. A quantidade de cafeína é maior (entre 2% e 4,5%).
O termo “ robusta ” é o nome de uma variedade cuja árvore tem frutas arredondadas e que demoram até 11 meses para amadurecer. As sementes são ovais na forma e menores do que aquelas da arábica.
O café robusta é encontra na África Ocidental e Central, no Sudeste Asiático e a algumas extensões no Brasil, onde é conhecido como Conillon. A identificação das cultivares é confusa, mas as duas mais reconhecidas são robusta e Nganda.
Híbridos do arábica e robusta
Cafés produzidos para melhorar as características de crescimento, floração, rendimento, tamanho do feijão e forma, índice de cafeína, resistência a doenças e seca.
Cruzamento entre o arábica e o robusta confere resistência e vigor a doenças.
O híbrido Timor se assemelha ao arábica.
Já o Catimor é o cruzamento do caturra e do híbrido timor, sendo resistente à oxidação da folha do café.
O híbrido Ruiru 11 foi desenvolvido no Quênia, é resistente doença da baga do café e à oxidação da folha.
Por sua vez, o híbrido Icatu é resultado do cruzamento do arábica e robusta híbridos com as cultivares Mundo Novo e Caturra.
Fonte: www.cncafe.com.br
História do Café
Valores Nutricionais
Porção: | 100 g |
Kcal: | 5.3 |
HC: | 0.8 |
PTN: | 0.3 |
LIP: | 0.1 |
Colesterol: | 0 |
Fibras: | 0 |
Gordura: | 0,01 |
O café é uma planta originária da Etiópia, na Africa, mas sua difusão começou na Arábia onde era muito consumido. Em 1554, o café já era conhecido na Europa, e começou a ser cultivado pelo Europeus na suas colonias, no Ceilão, Java e Sumatra.
No decorrer do século XVII, o café chegou ãs Antilhas e ã América Central, de onde passou ao Brasil, entrando na região do atual Estado do Pará.
Cem anos depois, pôr volta de 1860, a produção do Vale do Paraíba tinha crescido tanto que a província de São Paulo se transformou no principal produtor de café do país, iniciando um novo ciclo da economia brasileira.
A partir de 1890 o Brasil se tornou o maior produtor mundial de café.. Entretando a centralização da ecomnomia brasileira só durou até 1929, pois o colapso da Bolsa de Nova York acabou atingindo duramente a economia do café.
Destaque Nutricional
A composição do Café é bastante complexa.
Ele contém elementos energéticos , alguns sais minerais , vitaminas e alcalóides, como a cafeína.
Porém, com a torrefação toda sua riquesa nutritiva se perde. Em compensação a cafeína se concentra, aumentando suas propriedades estimulantes.
Fonte :www.rgnutri.com.br
História do Café
PROCESSAMENTO DO CAFÉ
O preparo dos frutos de café , após a colheita, pode ser feito de dois modos: por via seca, resultando nos “cafés de terreiro” ou “cafés naturais”, ou por via úmida, dando os “cafés despolpados” ou os “cafés cerejas e descascados” (CD). Ambos exigem várias operações que visam transformar os frutos colhidos em grãos secos e beneficiados.
As principais etapas do processo são: lavagem/separação, despolpamento/descascamento, secagem e beneficiamento, que são feitas utilizando-se instalações e equipamentos próprios, que são detalhados em seguida.
A) VIA SECA
Na cafeicultura brasileira predomina, em mais de 90%, a preparação do café por “via seca” e, nesse processo, a qualidade do produto vai depender das condições ecológicas da zona de produção (umidade, temperatura, etc.), especialmente as condições climáticas durante o período de colheita (chuva e umidade do ar) e dos cuidados adotados na colheita e durante o preparo dos cafés colhidos, para evitar fermentações indesejáveis, que ocorrem na mucilagem açucarada dos frutos.
Essas fermentações podem ser de natureza lática, acética, butírica e propiônica, aí influindo a flora de microorganismos presente, as condições climáticas e o tempo decorrido da maturação até a secagem dos frutos.
Nas regiões como de cerrado, em Minas, com inverno frio e seco, a florada, a frutificação e a maturação são mais uniformes e o tempo de secagem do café é menor. Esses fatores determinam, de forma natural, maior facilidade na obtenção de café de qualidade, com bom corpo e aroma nos cafés de terreiro, exigindo menos cuidados no seu preparo.
Nessas condições, ocorrem nos frutos apenas os dois primeiros tipos de fermentação (lática e acética), diferentemente de regiões úmidas, onde ocorrem as fermentações butírica e propiônica, que resultam em bebida inferior.
O preparo “por via seca” não dispensa, totalmente, o uso de água no processo, pois é indicado usar o lavador/separador, seguindo-se a secagem, o armazenamento e o beneficiamento.
B) VIA ÚMIDA
O processo via úmida leva à preparação dos cafés despolpados, retirando-se a casca e a mucilagem, fontes de fermentação e que atrasam a secagem. Com isso, torna-se fácil a obtenção de boa bebida, independente da zona de produção.
Esse sistema utiliza bastante água, sendo os frutos separados no lavado/separador e os frutos verdes separados no cilindro separador de verdes.
O café despolpado é degomado para a retirada da muscilagem, seguindo-se a secagem, o armazenamento e o beneficiamento.
O preparo dos cafés chamados “cerejas descascados” é uma variável no processo “via úmida”, em que os maduros entram num equipamento semelhante ao despolpador, com o cilindro na vertical, que tira a casca e o café em pergaminho não passa pelo processo de degomagem, indo direto para a secagem.
Assim, obtém-se um café com características de cor e corpo semelhantes ao de terreiro, porém, com possibilidades de obtenção de melhores padrões de bebida, especialmente nas zonas não propícias aos cafés de bebidas finas
Lavagem e separação do café
Na primeira etapa, são retiradas impurezas, como galho, folhas, torrões e separados os cafés mais leves (bóias) dos pesados (frutos cerejas e verdes).
O lavador mecânico possui uma bica separadora sobre um tanque metálico, tendo ainda uma bica de jogo em sua parte frontal, para separar impurezas grandes, um conjunto de bomba para recircular (e economizar) a água e um dispositivo mecânico ou pneumático para a retirada contínua das impurezas pesadas (terra e pedras) do fundo do tanque.
A melhoria da qualidade é obtida pelo preparo em separado do café cereja e pela separação dos grão chochos, mal granados pela seca mais uniforme dos grãos.
Despolpamento e descascamento
Nesse processo, além de da possibilidade de melhoria de qualidade, há uma grande redução no trabalho de secagem do café . A permanência da mucilagem permite a manutenção da característica de corpo acentuado, típica dos cafés de terreiro.
Processo de retirada da casca e separação do verde
O café colhido deve ser despolpado ou descascado o quanto antes, dentro de, no máximo, 24 horas após a colheita. Os frutos maduros (cerejas), com pequena porcentagem de verdes, assim colhidos ou, então, obtidos por separação nos lavadores, entram no despolpador pela moega, juntamente com a água. Nos despolpadores que possuem separadores de verde, os frutos passam da mega para um cilindro janelado, tipo gaiola, onde, por pressão, os verdes são separados e saem lateralmente.
Os frutos verdes passam pela lateral do cilindro, já os maduros rompem e a casca com a semente passam pela abertura da parede do cilindro.Os maduros seguem para o elemento despolpador, separando a polpa de um lado e os grãos envolvidos pelo pergaminho do outro.
Os grãos despolpados passam por uma peneira cilíndrica, que acaba de separá-los dos restos de cascas, que não foram despolpados.
Degomagem ou desmucilagem
A degomagem mecânica é feita em equipamentos que produzem atritos dos grãos em injeção sob pressão, causando assim a retirada da mucilagem.
Despolpamento simplificado
O processo consiste em submeter o café maduro a pressão, dentro de um cilindro janelado, tipo gaiola, contendo um rolo interno, que pressiona o fruto contra parede, por onde só passam os frutos prensados, com suas sementes deslocadas e com parte deles com sementes soltas (despolpados).
Secagem
É uma operação importante, que deve ser bem feita para evitar prejuízos ao cafeicultor.
Logo após a lavagem, o café deve ser esparramado no terreiro em camadas finas de três a quatro centímetros de espessura. Este deve ser revolvido a cada hora, aproveitando ao máximo o solo.
O tempo de secagem no terreiro varia de dez a vinte dias, dependendo da umidade do café e das condições climáticas do local.
A determinação final de seca é quando os grãos atingem 12% de umidade para cafés arábica e 13% para o conillon.
Secagem Mecânica
A secagem em secadores mecânicos apresenta as vantagens de: reduzir o tempo de secagem, viabilizar as secas em regiões úmidas e, em períodos de chuvas, reduzir a interferência de condições climáticas sobre a qualidade dos cafés , permitir a redução das ares de terreiros e diminuir a mão-de-obra necessária secagem.
Fornalha: com fogo direto gastam menos lenha, pois o calor é injetado diretamente no secador; já na de fogo indireto, o fogo esquenta os tubos, por onde passa o ar que, assim, é aquecido diretamente, sem entrada de fumaça no secador.
“Café Negro como o diabo
Quente como o inferno
Puro como um anjo
Doce como o amor”
Estes versos, escritos por Talleyrand no século XVIII, retratam a diversidade de sensações às quais remete esta bebida quente, estimulante, de aroma e sabor característicos. Não se sabe ao certo a origem da palavra café , que pode significar tanto a bebida quanto a planta ou o fruto.
Ela pode vir da palavra kaffa, da Abissínia, atual Etiópia; pode também ser originária do árabe karah (ou gavah), que quer dizer vinho ou, então, kahwah (ou cahue), que significa força, ou pode ainda ter origem no idioma turco, nas palavras koveh ou kaveh, que também denominam o vinho.
Planta da família das Rubiáceas – assim como o jenipapo, a quina e o mulateiro de várzea, muito utilizadas com objetivos farmacêutico e curativo -, tem sua origem nas regiões montanhosas africanas da Abissínia, ou na região de Kaffa e Enária, que hoje compreendem o sudoeste da Etiópia, sudeste do Sudão e norte do Quênia.
Contra o Café , que apregoava os malefícios da “água suja, nauseante, amarga e escura”. Chegou-se ao ponto de a bebida ser proibida para consumo pelos cristãos. Na Itália, onde entrou em 1615 através do porto de Veneza, o produto teve que vencer forte resistência da Igreja. Cristãos fanáticos incitaram o Papa Clemente VIII a condenar o consumo da bebida, tida como invenção de satanás.
Ao provar o café, porém, o papa declarou: “Esta bebida é tão deliciosa que seria um pecado deixá-la somente para os infiéis. Vençamos satanás, dando-lhe nossa bênção e tornando-a verdadeiramente cristã”. Em decorrência dessa bênção papal, os cafés proliferaram em Veneza e Gênova e, no fim do século XVII, eram encontrados em todo o país.
Apesar das campanhas contra o seu consumo, aos poucos, o café se espalhou por todo o mundo, convertendo-se na bebida universal de ricos e pobres, sem distinção de raça, religião ou cultura. Hoje, a bebida está voltando a ser recomendada também como remédio na luta contra o alcoolismo, a depressão e o suicídio e, ainda, na prevenção de doenças, como a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer. Isso porque pesquisas recentes estão concluindo que o café é um alimento nutracêutico, ou seja, com valores nutricionais e farmacêuticos.
Porém, seus grandes valores continuam sendo seus incomparáveis sabores e aromas, tão característicos para quem aprecia um bom café: negro, quente, puro e doce.
Aspectos Botânicos
Botânica do Cafeeiro
O cafeeiro pertence ao grupo das plantas Fanerógamas, Angiospermas, subclasse Dicotiledônea, ordem Rubiales, família das Rubiáceas, tribo Coffeae, subtribo Coffeinae e gênero Coffea.
As espécies do gênero Coffea podem ser agrupadas em quatro seções: Eucoffea, Mascarocoffea, Argocoffea, e Paracoffea, sendo as três primeiras originárias da África e a última da Índia, da Indochina, do Sri Lanka e da Malásia. Elas compreendem, respectivamente, 24, 18, 11 e 13 espécies. A seçao Eucoffea compreende as espécies que possuem cafeína e a seção Mascarocoffes inclui espécies oriundas de Madagascar, apresentando albúmen córneo e baixo teor de cafeína.
A seção Eucoffea é a de maior importância econômica, pois abrange as espécies mais cultivadas para o consumo do café.
É dividida nas seguintes subseções: Erythrocoffea, que compreende C.arábica, C. canephora, C. congensis, etc.; Pachycoffea, com C. liberica, etc., Mozambicoffea, com C. racemosa, etc. ; Melancocoffea, com C. stenophylla, etc. e Nanoffea, C. Montana, etc.
O cafeeiro é uma planta de porte arbustivo ou arbóreo, de caule lenhoso, lignificado, reto e quase cilíndrico. Os ramos são dimórficos, sendo o seu dimorfismo relacionado à direção dos ramos ortotrópicos, que formam as hastes ou troncos. Os ramos laterais, produtivos, saem dessas hastes, crescem na horizontal e são chamados ramos plagiotrópicos.
Sobre o caule da planta podem crescer novos ramos ortotrópicos, os chamados ramos ladrões, oriundos, principalmente, da quebra da dominância apical (meristemática), decorrente de eliminação do ponteiro do cafeeiro , seja por poda ou por ataque de insetos, doenças, etc. Além disso, sempre que a haste fica mais exposta ao sol (por cinturamento da planta) ou, então, sofre efeito de machucaduras (chuva de granizo, cortes por ferramentas), ocorre maior formação de ‘ladrões’, exigindo desbrotas corretivas.
A cultivar Conillon, quando submetida a podas contínuas dos ponteiros e a constantes desbrotas, dá origem a ramos ortotrópicos saídos de ramos laterais, o que é comum em cafeeiros arábica .
Os ramos plagiotrópicos dão origem a ramos terciários, formando o “palmetamento”, uma característica desejada, já que aumenta a área produtiva da planta.
As plantas do cafeeiro são opostas, inteiras, coriáceas e persistentes (na maioria das espécies), tendo coloração verde mais escura e brilhante na parte superior do limbo e mais clara e opaca, com nervuras salientes, na parte inferior.
Nos ramos laterais e nas axilas da folhas são formadas as gemas florais, que dão origem à floração e à refrutificação. As flores são normalmente brancas, podendo ser amareladas e rosa-claro (como em algumas seleções de C.canephora); são tubulosas, com a parte livre da corola dividida em um número variável de lóbulos e apresentando cinco pétalas em C.arabica. As flores hermafroditas crescem em glomérulos (rosetas) e abrem-se de 8 a 10 dias após chuva ou irrigação, tendo duração efêmera (3 a 4 dias)
O fruto do café é uma drupa, normalmente com duas sementes, que são planoconvexas (sementes chatas), desde que não haja abortamento de um lóculo, formando-se, nesse caso, sementes arredondadas, chamadas de moca.
O sistema radicular do cafeeiro é pivotante e as raízes finas são superficiais, localizando-se, em sua maioria (70% a 80%), a até 30 a 40 cm de profundidade do solo.
CAFÉ DE QUALIDADE
Os consumidores em diversos setores da economia estão cada vez mais exigentes, sendo assim, os produtos de qualidade superior são os mais procurados.
Como o café vem acompanhando o novo cenário mundial, cabe aos produtores almejarem ao longo prazo a produção dos cafés de qualidade superior.
Durante muito tempo, esses cafés apresentavam um nicho de mercado e eram direcionados apenas para o mercado externo e internamente se consumiam pequenas quantidades. Porém, felizmente o quadro vem se modificando nos últimos anos, pois temos um aumento significativo no consumo dos Cafés Superiores e Gourmet em todo o mundo, incluindo o Brasil, onde é possível encontrarmos em cafeterias, supermercados, dentre outros, o produto com qualidade de bebida e aroma diferenciados.
Assim, temos hoje concursos de café de qualidade que premiam com excelente remuneração esses cafés que recebem cuidados extras.
Para melhorar a qualidade e conseguir produzir um café de qualidade superior recomenda-se o seguinte:
No pré-colheita
Identificar as lavouras com maior potencial de produção de cafés de qualidade superior, tais como:
As características de maior altitude – lavouras das partes mais altas da propriedade;
Baixa umidade relativa do ar – evitar beira de represas, córregos, dentre outros;
Variedade do café – Bourbon, Icatú Amarelo e Mundo Novo são os mais sugeridos;
Amadurecimento – escolha daquelas que apresenta um amadurecimento mais homogêneo, ou seja, que apresentam mais cerejas na época da colheita;
Tratos culturais – as que receberam adubação equilibrada (de acordo com análise foliar e do solo), com controle de pragas e de doenças (evitando aquelas que foram afetadas por ferrugem e cercóspora) e com controle de plantas daninhas, pois as daninhas competem pelos nutrientes do cafeeiro e deixam os grãos chochos.
Colheita
Não misturar as lavouras na colheita, ou seja, colher separadamente para evitar a mistura entre variedades diferentes, altitudes diferentes, lavouras que sofreram estresse hídrico, geadas, doenças ou pragas, dentre outros e lavouras com produtividade muito alta e excesso de grãos pequenos.
Optar pela colheita seletiva, ou seja, colher apenas os grãos maduros.
Levar o café colhido em no máximo duas horas para o lavador.
Colheita Mecânica
Regular a velocidade de vibração da máquina, a fim de derriçar apenas os grãos maduros.
Dimensionar de forma adequada equipamentos (tratores, carretas, dentre outos) e terreiro para evitar gargalos no fluxo do café depois de colhido e camadas grossas no terreiro.
Lavagem
A lavagem deve ser feita o mais rápido possível para que sejam retiradas impurezas e grãos chochos.
Evitar que o café fique amontoado ou na moega por mais de duas horas antes da lavagem.
Trocar diariamente a água do lavador.
Descascamento
O descascador deve ser regulado para evitar o descasque de grãos verdes;
Escolher a melhor peneira com relação ao tamanho dos grãos;
Lavar o descascador após o uso e procurar utilizar produtos que evitem a proliferação de fungos e bactérias nos equipamentos.
Secagem no Terreiro
Secar os lotes separadamente, rodando o máximo possível de vezes principalmente na fase inicial de secagem;
Evitar equipamentos pesados sobre o café , para que os grãos não sejam quebrados, amassados ou descascados.
Os terreiros devem ser feitos em locais bem ventilados, sem sombras nem umidade e em partes altas da propriedade, pois assim o sol incide quase o dia todo.
Secagem no Secador
Conferir os termômetros
Monitorar a temperatura na massa do café , que não pode exceder os 40ºC
Utilizar preferencialmente secador rotativo para cafés descascados
Fazer secagem intermitente, descansando a noite e com descanso mais prolongado em tulha de madeira antes da fase final de secagem.
Armazenamento
Limpar para retirar grãos remanescentes de safra anterior; separar os lotes de acordo com o aspecto e qualidade e aspecto de cada um;
Deixar os lotes em descanso pelo menos 30 dias e monitorar a umidade nesse período.
Beneficiamento
Se o desejo é participar de concurso, o beneficiamento deve ser feito o mais próximo possível da data.
Beneficiar de acordo com a capacidade do equipamento, sem forçar o rendimento da máquina a fim de evitar quebras de grãos, boa limpeza e boa classificação.
Rastreabilidade
Para a produção de Cafés Especiais , é importante que o lote de café possa ser rastreado, para que o comprador e o consumidor final saibam quem e como produziu o produto, com responsabilidade social e proteção ao ambiente.
A rastreabilidade é a identificação da origem da produção de um alimento através de documentação que a comprove, do campo até a mesa do consumidor.
A rastreabilidade mostra como o alimento foi produzido, pois identifica o produto, onde ele foi produzido, as características de produção, identificação dos defensivos utilizados, condições ambientais de produção que atendam às exigências ambientais e condições sociais e trabalhistas em questões salariais, de saúde e segurança no trabalho.
Certificação
A comprovação do padrão de qualidade do produto é confirmada pela certificação que é emitida por empresas ou associações já conhecidas que autorizam produtores e compradores a utilizarem os selos de certificação.
A certificação é recebida após uma auditoria de terceira parte onde são indicadas as conformidades e não conformidades da propriedade e se ela está apta a receber a certificação.
Como certificações temos hoje: BSCA, UTZ, KAPEH, EUREP GAP, IMAFLORA, ISSO 14000, FAIR TRADE e SA8000 epara cafés orgânicos: IBD AAO, BCS E JAS.
Para algumas certificações já existe um prêmio a ser pago pelo café do produtor certificado.
Os custos para a certificação variam de acordo com o porte da propriedade em relação as questões sociais e ambientais. As exigências são muitas e é necessário que o produtor persista nas mudanças que devem ser feitas para alcançar a certificação, mas que certamente são viáveis, pois o resultado é propriedades sustentáveis, eficientes, com respeito ambiental e social.
Café Sustentável
Está nas mãos da humanidade fazer o desenvolvimento sustentável, buscar encontrar as necessidades e aspirações do presente sem comprometer a habilidade das futuras gerações.
O conceito de desenvolvimento sustentável implica em limites, mas não limites absolutos e sim limitações que a tecnologia ou a organização social, e a capacidade da biosfera têm de absorver os efeitos das atividades humanas. Tanto a tecnologia como a organização social podem ser organizadas e aprimoradas para que haja um novo caminho aberto para uma nova era de crescimento econômico.
Assim, três dimensões são responsáveis pela sustentabilidade no setor cafeeiro:
Dimensão econômica: Acesso ao mercado
Dimensão ecológica:
Proteger o meio ambiente
Conservar os recursos naturais
Dimensão social
Direitos humanos e padrões sociais
Condições de moradia
Condições de trabalho decentes
Código de conduta
Existem diferentes códigos de conduta e padrões no setor agrícola e no próprio setor cafeeiro .
A maioria deles lida com aspectos ecológicos e sociais, como também com café específico, regiões específicas ou métodos de produção específicos.
O objetivo é desenvolver dimensões sociais, ecológicas e econômicas de sustentabilidade da produção, processo e marketing de café verde, por meio de um processo participatório que servirá como um código de conduta.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A Comissão Brundtland, de 1987, da ONU, “Nosso Futuro Comum”, define o desenvolvimento sustentável como sendo “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem s suas próprias necessidades”.
O conceito de desenvolvimento sustentável, expresso dessa maneira, embora tenha conotação forte, não é operacional. A Agenda 21 é mais específica ao determinar que o desenvolvimento sustentável deve levar em conta o resultado econômico, a preservação ambiental e o interesse social. Dessa forma, a diretriz básica do desenvolvimento sustentável, que deverá estar presente também na cafeicultura, é a de conciliar as três coisas.
A tecnologia de produção de café desenvolvida no Brasil tem todas as condições para se adaptar a essas novas exigências, mas, para isso, terá que estabelecer o seu código de conduta, de forma que toda a cadeia produtiva possa receber a necessária certificação. Assim, a participação no comércio internacional com diversos produtos agropecuários, inclusive o café, pressupõe, cada vez, mais uma postura correta em relação ao ambiente, ao trabalhador e à segurança dos produtos ou, em síntese, em relação ao desenvolvimento sustentável.
Embora o café já tenha tradição na busca da garantia de qualidade, a busca do “café sustentável”, no sentido mais amplo do termo, exige um esforço bem maior de organização e acompanhamento.
Alternativas para o café
Para produzir dentro das exigências do desenvolvimento sustentável, podem-se visualizar duas etapas. A primeira consiste em definir as boas práticas de produção, ou código de conduta, termo também usado, e adotá-las efetivamente. A segunda consiste em conseguir, por meio de uma terceira parte, certificação de que o café está sendo produzido de acordo com o que foi estabelecido.
A produção integrada é um desses sistemas, visando uma possível implantação da produção integrada de café (PIC). Trata-se de um sistema que estabelece boas práticas e permite a certificação, além de apresentar importante conotação agroecológica. Cabe ressaltar que a produção integrada, como qualquer sistema similar, embora de adesão voluntária, exige intensa participação de todos os envolvidos, na formulação das normas, na sua implementação e no contínuo aperfeiçoamento.
Há três organizações internacionais que têm interesse declarado em café: A EurepGap – Euro Retailer Produce Working Group – Good Agricultural Practices (Boas Práticas Agrícolas do Grupo de Trabalho de Atacadistas Europeus) – já vem atuando com café. A Fundação Utz Kapeh, que é uma ONG e entidade certificadora, possui um código de conduta para café .
Sustainable Development Initiative (SAI – Iniciativa de Desenvolvimento Sustentável), formada inicialmente pelas empresas de alimentos Nestlé, Unilever e Danone, conta hoje com diversas outras empresas.
A Common Codes for the Coffee Community (CCCC, Códigos Comuns para a Comunidade Cafeeira) é uma iniciativa importante, liderada pela German Technical Cooperation(GTZ), organização de cooperação internacional da Alemanha. É uma iniciativa de grande porte, que conta com a participação expressiva da indústria, dos produtores, de organizações governamentais, de organizações não governamentais e da sociedade civil.
O código de conduta apresenta uma série de orientações, visando estabelecer um conjunto de normas para a condução da cultura e manuseio em toda a cadeia produtiva, tendo em vista, além dos aspectos técnicos da cultura, a preservação ambiental e as condições sociais do trabalho.
Ecologia
O café é uma planta tropical que cresce entre as latitudes 25ºN e 25ºS, e requer condições ambientais muito específicas para seu cultivo. Temperatura, chuva, sol, vento e solo são essenciais, mas variam de acordo com as variedades.
A temperatura ideal para cultivo varia entre 15 e 24ºC para o Café Arábica, e entre 24 e 30ºC para o Robusta, o qual pode sobreviver em condições mais secas e quentes, mas não tolera temperatura abaixo de 15ºC, como o Arábica, que resiste em curtos períodos.
O café é prejudicado por geadas, um perigo tanto no sul do Brasil, quanto perto da Linha do Equador, em altitudes por volta dos 2.000m.
O café necessita de chuvas anuais entre 1.500 a 3.000mm. O Arábica precisa de menos que as outras espécies.
Enquanto o café Robusta pode crescer a nível do mar, o arábica cresce melhor em altitudes mais elevadas. Todos os tipos de café necessitam de boa drenagem, mas podem crescer em solos com diferentes profundidades, pH e conteúdo mineral.
Pragas
Bicho Mineiro das Folhas
O bicho-mineiro adulto é uma pequena mariposa branca-prateada, que durante o dia fica escondida na folhagem, e ao entardecer aparece voando junto ao cafeeiro , quando as fêmeas fazem a postura, na face superior das folhas.
Cada mariposa põe, em média, 36 ovos em um período de até 25 dias, sendo pequena a longevidade da fase adulta (média de 15 dias). Os ovos são ovais, compridos e translúcidos, e eclodem sobre tecido entre as epidermes, deixando um vazio, que vai crescendo à medida que a lagarta se desenvolve.
Essa área destruída seca aos poucos, e forma lesões ou manchas de cor marrom, conhecidas como “minas”, dando o nome à praga como bicho-mineiro ou minador das folhas. As minas são muito pequenas no início, aparecendo como pequenos pontos negros (1-2mm de diâmetro), crescendo irregularmente, e ao se juntarem chegam a tomar quase toda a área da folha. Essas minas podem, em regiões úmidas, servir de entrada para o desenvolvimento de fungos, que ampliam as lesões, tornando-as escuras, quase negras.
Ao fazer a remoção, com auxílio de uma pequena lâmina da epiderme superior da folha, na área da mina, pode-se verificar as larvas, uma ou mais por mina (quando as lesões se coalescem). Elas são de cor creme-transparente e de corpo achatado, chegando ao tamanho de 4-5mm por 0,75mm de largura.
Quando completa seu desenvolvimento, a lagarta sai da mina por uma abertura (fenda), na parte superior da planta, e se encristalisa, normalmente na parte baixa do cafeeiro , onde chega pendurada em uma crisálida branca, sendo protegida por um casulo em forma de X, tecido com fios de seda, podendo formar-se, também, sobre folhas de outras plantas ou em ciscos sob o cafeeiro ou no próprio solo.
A retirada ou a queda das folhas (desfolha) acelera a passagem da fase de larva para crisálida. Por isso é possível haver interação do ataque de outras doenças e da própria estiagem, as quais acelerando a desfolha, tendem a elevar a incidência de bicho-mineiro.
Broca do Café
A broca do café é um pequeno besouro (coleóptero) de cor escura brilhante. A fêmea fecundada perfura o fruto do café, normalmente região da coroa, faz uma galeria no seu interior, onde põe os ovos, dos quais surgem as larvas, que se alimentam das sementes. Os ovos são de cor branco-leitosa, as larvas são também brancas. As pupas são brancas de início e quando próximas a se tornar adultos, ficam de cor amarelo-pálido.
O adulto macho (menor) mede de 1,0-1,25mm e a fêmea de 1,4-1,85mm. Logo depois de emergido, o adulto tem cor café-claro e depois de 4-5 dias já fica bem escuro. A fêmea tem asas e voa, e o macho não.
A fecundidade média da fêmea é de 74 ovos e a longevidade média de 156 dias. Ela põe 2 ovos por dia e o número por câmara não ultrapassa de 20. O ciclo médio da praga ocorre em 27,7 dias, variando de 17-46 dias, sendo que o número de gerações por ano ou ciclo produtivo do café pode chegar a 7, sendo muito influenciado pela temperatura na região.
Nematóides
Os nematóides são pequenos vermes que atacam as raízes do cafeeiro , sendo que as espécies mais freqüentes são:Meloidogyne incognita, M. exigua, M. paranaensis, M. coffeicola, M/ hapla, M. arabicidae e M. arenaria, Pralylenchus brachiurus e P. coffea, Xiphinema krugi, Helycotilenchus dihistera, Aphalenchus sp e Criconemoides sp.
A espécie de maior importância no Brasil é Meloidogyne incognita, que ocorre com maior gravidade nas regiões de solo arenoso, no Paraná e São Paulo, assim como em áreas restritas no Sul e Alto-Paranaíba em Minas Gerais.
Outras áreas de solo arenoso (como Oeste da Bahia) são potenciais para o ataque desse nematóide. M. incognita afeta drasticamente o sistema radicular do cafeeiro , onde causa necroses e rachaduras, ficando as raízes com aspecto de cortiça, reduzindo sua absorção de água e nutriente, afetando o desenvolvimento e a produção das plantas, que se tornam fracas, depauperadas e chegam até a morrer, já que o nematóide destrói até as raízes principais (sistema radicular grosso).
As lavouras atacadas tornam-se, gradativamente, anti-econômicas, acabando por ser erradicadas e geralmente substituídas por outras culturas. Esse nematóide possui várias raças (4-5 já identificadas), o que dificulta o trabalho de seleção de variedades tolerantes. Uma das raças tidas como M. incognita foi recentemente caracterizada como uma nova espécie, M. paranaensis.
Meloidogyne exigua é uma espécie que causa pequenas galhas no sistema radicular fino do cafeeiro , causando menores perdas de produção e não chegam a depauperar a lavouras em médio prazo, podendo haver uma convivência com esse nematóide, sem necessidade de erradicar a lavoura, a curto prazo.
Ocorrem problemas sérios em plantios feitos sobre áreas de cafezal velho, infectado. Essa espécie encontra-se presente em todas as regiões produtoras, com exceção daquelas de café Robusta/Conillon, resistentes a esse nematóide. Algumas áreas de café Conillon foram constatadas com ataque de M. paranaensis
M. incognita tem amplo espectro de hospedeiros, sejam plantas cultivadas (algodão, batata, feijão, fumo, girassol, milho, mamona, sorgo, soja etc.), sejam árvores de proteção, como a Grevillea e o Kiri, ou ervas daninhas no meio do cafezal (capim pé-de-galinha, falsa-serralha, maria-pretinha, beldroega, mentrasto etc), o que dificulta o controle através de rotação de culturas, pois a população da praga pode manter-se na área tendo como hospedeiro essas plantas.
A disseminação dos nematóides pode ocorrer através de mudas de café e de plantas de sombra infestadas, através de enxurradas e pelo trânsito de implementos agrícolas, que levam o solo infestado (com ovos e larvas) para outras áreas, assim como os trabalhadores, que transferem solo infestado, agarrado às botas, nos dias de chuva.
M. coffeicola, uma espécie considerada inicialmente muito grave, já que danifica o sistema radicular primário do cafeeiro , teve sua importância reduzida, face ao seu pequeno espectro de hospedeiros e à sua baixa permanência na área, sendo suficiente a rotação de culturas, em curto prazo, para acabar com o problema.
Não se conhece bem, nas condições da cafeicultura brasileira, a importância das demais espécies de nematóides aqui citadas. Na Colômbia e América Central, Pratylenchus ocorre com gravidade, e na Costa Rica ocorre a associação de ataque de Meloidogyne com fusariose, dando a doença chamada de “corchosem”, que é provável estar ocorrendo em cafezais em nossas condições, conforme observação efetuada em cafezais no Sul de Minas, associação bem conhecida em outras culturas no Brasil (em pimenta-do-reino, maracujá etc.).
Cigarras
As cigarras são insetos de vida adulta muito curta (alguns dias) que são conhecidas pelo seu canto agradável na primavera-verão, quando saem do solo onde as suas formas jovens (larvas e ninfas) viveram por longo período (1-5 anos) aí sugando a seiva das raízes de árvores, onde se inclui o cafeeiro .
Esse ataque ao cafeeiro se dá, provavelmente, devido à eliminação das matas/cerrados, cujas árvores tinham a preferência de ataque, tanto assim que plantas como café próximas a matas tem maior infecção.
Os gêneros mais comuns são: Quesada, Carineta, Fidicina e Dorisina, sendo maiores os insetos de Quesada (6-7 cm), médios os de Carineta e menores (2-3 cm) os de Fidicina e Dorisiana, e os de Quesada que tem o canto estridente e continuado, e os demais com ruído menor e intercalado.
Na época da revoada, de setembro a março, o macho emite o seu canto para atrair a fêmea, visando o acasalamento. As fêmeas põem os ovos nos troncos das plantas, estes eclodem e as ninfas descem ao solo, penetram no chão e se fixam a raízes, próximo ao tronco, nelas introduzindo o estilete, para sucção da seiva.
As ninfas possuem as pernas anteriores desenvolvidas, através delas escavam galerias (panelas), onde ficam alojadas junto às raízes.
Esta é a fase de ninfas móveis, dura de 1-2 anos e, quando estão para se transformar em adultos, elas cavam furos até a superfície do solo, saem e se fixam ao tronco, onde trocam a casca (exuvia), que fica presa ao tronco, as quais juntamente com os furos no solo, sob a copa do cafeeiro , constituem sinais da presença do ataque.
Plantas de café atacadas apresentam fraqueza na parte aérea, com amarelecimento e deficiências nutricionais nas folhas, ramos secos e baixa produção. Fazendo com o enxadão pequenas covas no solo, junto às raízes grossas, pode-se verificar a presença de ninfas de vários tamanhos, de coloração clara, muitas delas “agarradas” às raízes, sendo comum observar mais de 300 ninfas por planta, em alguns casos mais de 1000. As de espécies maiores causam danos sensíveis a partir de 20-30 ninfas por planta e a das menores a partir de 60 a 80 por cova.
Ácaros
As espécies de ácaros mais freqüentes e com prejuízos sobre cafezais são: Ácaro vermelho – Oligonichus (o) ilicis, Ácaro branco – Polyphagotarsonemus latus e o Ácaro da leprose (ácaro plano)- Brevipalpus phoenicus.
O ácaro vermelho ataca as folhas do cafeeiro , especialmente os ponteiros da planta. Sobre as folhas podem-se observar espécimes, que são muito pequenos e se movimentam rapidamente, sendo as fêmeas de cor vermelho-escuro e os machos mais claros. As plantas atacadas apresentam folhas de cor bronzeada e sem brilho, podendo verificar, sobre a face superior das folhas, as finas teias tecidas pelos ácaros e os restos de suas ecdises (troca de pele ou do inóculo que reveste o ácaro). As folhas atacadas (as novas) diminuem de tamanho, as ranhuras reduzem a área foliar e a fotossíntese, ocorrendo queima de folhas e perda de produção.
O ácaro vermelho foi constatado, recentemente, atacando também os frutos em cafeeiros Conillon .
O ataque ocorre em reboleiras ou em toda a plantação, sendo mais atingidas as plantas com maior carga. Os períodos de maior incidência são o inverno e as épocas de veranico (períodos secos), já que em épocas de chuva ou quando irrigadas por aspersão, estas podem, lavando as folhas, eliminar parte da população de ácaros.
As regiões mais quentes e secas apresentam maiores problemas de ataque de ácaro vermelho, como é o caso de áreas de café Conillon (robusta), na qual a praga é séria, especialmente em plantas novas. Trabalho de pesquisa na Zona da Mata de Minas Gerais mostrou que na mesma área o ataque do ácaro vermelho foi de 60,5% maior de folhas afetadas no Conillon e 10,8% no Catuaí.
O uso exagerado de fungicidas cúpricos e, também de piretróides causa problemas, aumentando muito a população de ácaros, embora alguns dos piretróides sejam também acaricidas e não provoquem esse desequilíbrio. O uso de inseticidas do grupo dos neonicotinóides, mesmo via solo especialmente para o ativo Thiametoxan, causa maior ataque do ácaro vermelho, provavelmente por alterar o conteúdo de aminoácidos ou hormônios no cafeeiro .
O ácaro branco é freqüente encontrado em viveiros de café , atacando também plantas no campo. Vive na parte inferior das folhas, principalmente das mais novas, onde se pode observar com dificuldade, a olho nu ou com lupa, pequenas espécimes de cor branco-leitoso, que se movimentam rapidamente. As folhas atacadas tornam-se encurvadas, deformadas e ásperas. As folhas ficam de tamanho reduzido e ocorre pequena queda de folhas.
Através do uso correto e restrito de defensivos protege-se os inimigos naturais dos ácaros- microjoaninhas, microorganismos e ácaros predadores.
O ácaro da leprose é importante apenas como vetor da doença da leprose do cafeeiro , à semelhança do que ocorre na leprose dos citrus. A sua população é encontrada em maior escala no final do período seco, em agosto/setembro, e o ácaro pode ser identificado sob lupa por ser mais plano e principalmente por uma mancha escura que apresenta no meio do seu dorso. É comum encontrar os ácaros em associações mais dentro da planta, junto às rosetas.
É freqüente a observação de outros ácaros presentes nas plantas de cafés, tratando-se quase sempre de ácaros predadores, sendo mais comuns os da família Phytoseiidae.
Cochonilhas
As cochonilhas que atacam mais comumente os cafeeiros são:
Coccus viridis – Cochonilha verde
Planococcus citrie/ou Planococcus minor – cochonilha branca ou dos frutos
Cerococcus catenarius – Cochonilha-de-cadeia
Dysmicoccus cryptus – Cochonilha-de-raiz.
As cochonilhas verde e parda atacam os ramos e as folhas novas e nessas se localizam ao longo da nervura principal. As cochonilhas-de-cadeia se aglutinam em forma de fileira (cadeia) ao longo dos ramos tronco. O ataque ocorre normalmente em reboleiras.
A cochonilha branca ataca ramos novos, folhas, botões florais e frutos. Nas frutificações, o inseto se instala dentro das rosetas, sugando o pedúnculo e a base dos frutos, onde se pode observar substância branca em forma de lã, secretada pelo inseto e que serve para proteger os ovos junto ao adulto.
A cochonilha-de-placa , a Orthezia, ataca os ramos, as folhas e mesmo os frutos. É uma praga séria para os citrus e tornou-se grave em algumas áreas de café Conillon, no Espirito Santo, devido a desequilíbrios causados, em certos anos, por estiagens prolongadas. A fêmea é branca, comprida (com 3 a 5mm), e quando jovem, fica presa à face inferior das folhas e à base do tronco do cafeeiro .
Os machos são alados e voam sobre os ramos ao fim da tarde.
A cochonilha-de-raiz aparece principalmente em solos arenosos e se localiza sobre as raízes principais do cafeeiro .
Tem cor rósea e cinza, sendo recoberta por nodosidades chamadas pipocas. Os sintomas aparecem no período seco, observando-se plantas amarelas, murchas, desfolhadas e fracas. Arrancando-se essas plantas, observa-se nodosidades escuras sobre a raiz principal, logo abaixo do solo, com presença de formigas.
Os prejuízos causados pelas cochonilhas são devidos à sucção de seiva, que enfraquece a planta, chegando até a matar os cafeeiros (no caso de cochonilha-de-placa e de raiz). Um líquido açucarado é excretado em suas fezes e dá origem ao crescimento de fungos do gênero Capnodium, a fumagina, que recobre as folhas com uma camada escura, reduzindo a fotossíntese das plantas.
Esse mesmo açúcar atrai colônias de formigas, que entram em simbiose com as cochonilhas, muitas vezes protegendo-as com terra, e carregando-as também de um lado para outro, facilitando sua disseminação. A cochonilha dos frutos causa graves perdas pelo chochamento dos frutinhos, chegando à secas complemente as rosetas.
A cochonilha verde é mais freqüente no período chuvoso e a branca no período de crescimento dos frutos, a partir de fevereiro-março.
São favoráveis ao ataque de cochonilhas as condições climáticas adversas, especialmente os períodos de estiagem prolongada, bem como os desequilíbrios causados pelo uso inadequado de defensivos, que reduzem os inimigos naturais das cochonilhas (fungos e insetos).
Doenças
Ferrugem
A ferrugem é uma doença que ocorre no cafeeiro sob a forma de ferrugem farinhosa, causada pelo fungo Hemileia coffeicolla, ainda não constatada em cafezais no Brasil, e ferrugem alaranjada, causada por Hemileia vastatrix, enfermidade grave na cafeicultura brasileira a partir da sua constatação, em 1970.
A ferrugem ataca as folhas inferiores com uma massa de esporos (cerca de 150mil por pústula) que são as sementes do fungo. As lesões provocam a morte dos tecidos, começando pelo seu centro, que se torna marrom-escuro. Nas lesões velhas pode ocorrer o fungo Verticillium hemileae tornando-as de aspecto esbranquiçado. Esse fungo se alimenta do micélio da ferrugem, sem, entretanto, oferecer um controle efetivo da doença.
Os esporos são disseminados a longas distâncias pelo vento, pelos insetos, pelo homem e por outros animais. Na mesma plantação, de uma planta a outra e de folha em folha, a maior disseminação da doença ocorre pelas gotas de chuva.
Os fatores climáticos favoráveis à doença são:
A temperatura, na faixa de 20-24 ºC, umidade necessária à germinação dos esporos favorecida pelas chuvas freqüentes, principalmente as finas, pelo orvalhamento noturno e por ambientes sombrios.
Nas lavouras, a doença é beneficiada por:
a) Sistemas de plantio e condução que tornam o ambiente (microclima) mais sombrio e úmido, como os sistemas adensados e as plantas com muitas hastes
b) A adubação e os tratos mal feitos tornando as plantas mais susceptíveis à doença
c) A presença de inóculo do ano anterior, que influi antecipando e agravando o ciclo da doença
d) A carga pendente, que é o fator mais importante por tornar o cafeeiro mais susceptível, uma vez que as reservas de carboidratos e componentes importantes da resistência são deslocados para a frutificação
e) A variedade, sendo que dentre as susceptíveis, o Catuaí suporta mais o ataque que o Mundo Novo. Esses fatores favoráveis influem tanto no nível de dano causado, quanto na forma de controle.
Na região de café arábica no centro sul do país, a doença evolui de dezembro a maio/junho, coincidindo com o período chuvoso, com temperaturas mais altas e com maior susceptibilidade das plantas.
Os prejuízos da ferrugem resultam da redução da área foliar das plantas, pelas lesões e pela desfolha, sendo mais visíveis na safra no ano seguinte. Apenas em ataques severos e precoces ocorrem perdas na granação dos frutos e no rendimento (coco/beneficiado), no mesmo ano.
A desfolha acentua a seca de ramos laterais e provoca, gradualmente, a deformação das plantas (acinturamento) e o aparecimento de ramos ladrões, exigindo desbrotas e antecipação de podas.
As plantas desfolhadas têm reduzido seu abotoamento, florescimento e pegamento dos frutos, o que afeta a produtividade. Em certos anos, as perdas são maiores, devido a ataques mais graves no ano anterior.
Porém, os cafeeiros com carga mais baixa são menos afetados e se recuperam, melhorando a produção no ano seguinte, o que compensa aquelas perdas e diminui o prejuízo médio, considerando várias safras.
Essa perda média devido à ferrugem, obtida de quatro ou mais safras em ensaios experimentais, ocorre na faixa de 20-50%, variando conforme a variedade, a região, o nível de trato, etc.
Cercosporiose ou Mancha de Olho pardo ou Olho de Pomba
A cercosporiose é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola (Berk e Cooke) que ataca folhas e frutos, causando prejuízos em mudas e em plantações no campo, principalmente em cafezais jovens (até terceiro ano) e em regiões com falta de água. A doença se apresenta nas folhas, iniciando-se com pequenas manchas circulares de coloração marrom-escura, que crescem rapidamente, ficando o centro das lesões cinza-claro, com um anel arroxeado ou amarelado em volta da lesão, o que lhe confere a aparência de um olho.
Algumas lesões são bem escuras e não formam o centro claro, dando origem ao que se chama cercospora negra, o que deve estar relacionado com outra raça de fungo. As lesões variam muito de tamanho, desde poucos milímetros, no início, até 1 cm no final, podendo-se observar, nessa fase, no centro das lesões, pequenos pontos pretos, que são as frutificações do fungo. As folhas atacadas caem rapidamente, ocorrendo desfolhas e secas de ramos (Die Back). A desfolha é causada pela grande produção de etileno no processo de necrose, sendo que basta uma lesão por folha para causar sua queda.
Nos frutos, as lesões começam a aparecer quando estão ainda pequenos, aumentando o ataque no início de sua granação, sendo que as lesões permanecem até o amadurecimento do fruto. As lesões são a principio pequenas, de cor marrom-claro ou arroxeadas, deprimidas, e crescem no sentido polar do fruto, com maior incidência nos ramos expostos ao sol. As manchas velhas são deprimidas, escuras e de aspecto ressecado, fazendo com que a casca, nessa parte, fique aderente à semente, o que em ataques mais severos, causa o seu chochamento.
Phoma ou Requeima e Mancha de Ascochyta
A Phoma é uma doença causada pelo fungo Phoma spp, que ataca folhas, flores e frutos novos, extremidades de ramos e botões florais, sendo que a penetração do fungo pode ocorrer ainda no ponto de abscisão das folhas, nos cinco primeiros nós, em desfolhas causadas por outras doenças ou pragas.
Nas folhas do primeiro ou do segundo par, ocorrem lesões típicas que têm forma irregular e cor escura, localizando-se normalmente nas margens das folhas, impedindo o crescimento nessa área e fazendo com que a folha fique retorcida. As lesões, ao serem observadas com lupa, revelam a presença de pontuações salientes, de coloração marrom-clara, que constituem a frutificação do fungo, e de onde saem os esporos que contaminam as outras folhas.
Quando o ataque ocorre na inserção das folhas, sobre o ramo, a lesão progride e o ramo começa a secar, do ponto atacado em direção à extremidade, que, às vezes, permanece verde. Paralelamente, podem ocorrer infecções de outros fungos, como Colletotrichum e de bactérias como Pseudomonas seringae, agravando o quadro, que resulta em forte seca de ramos laterais (ponteiros).
Nas flores, na infrutescência, no pedúnculo dos frutos e nos frutinhos, a Phoma causa lesões escuras, mumificações e queda de chumbinhos. Nos frutos novos, as lesões são escuras, fundas e de aspecto úmido.
A mancha de Ascochyta é uma doença causada por Ascochita spp, fungo semelhante ao Phoma, cujos sintomas são distintos no que se refere às lesões, de cor marrom-clara, de formato mais arredondado, com anéis concêntricos e situadas mais no meio do limbo foliar, também em folhas velhas.
As duas doenças, que às vezes ocorrem juntas, são problemas nas regiões de altitude elevada, de inverno úmido. São favoráveis, portanto, temperaturas baixas e umidade alta, causadas principalmente por chuvas finas e contínuas durante o período de inverno e da primavera, sendo críticos os meses de maio a novembro. Na época do florescimento, a presença de vento sul e sudeste, com entrada de frentes frias, favorecem o ataque, em uma fase em que os prejuízos incidem mais diretamente sobre a produção.
Por isso, as faces voltadas para o sul (mais frias) ou outras mais batidas pelos ventos, e as lavouras auto-sombreadas, sofrem maior ataque efetivamente mais grave no lado da planta mais sujeito a essas condições. No Espírito Santo, na Zona da Mata e no Sul de Minas, sempre nas regiões de altitude mais elevada, são mais problemáticas as faces de exposição sul e leste, por não ser atingida pelo sol da manhã, o que mantém por maior tempo a umidade do orvalho noturno sobre a folhagem. Nessa condição estão também os fundos de bacias, onde a neblina se acumula. Na Bahia e no Triângulo Mineiro, a doença é favorecida nas lavouras de chapadão, expostas ao vento.
Os prejuízos causados nas regiões de altitude elevada, no Espírito Santo e no Sul de Minas, evidenciaram aumentos de produção na faixa de 75 a 148%, quando a Phoma é controlada. No Alto Paranaíba, em Minas, onde a Ascochyta é mais freqüente, os dados de controle evidenciaram redução de perdas na faixa de 30-50% nos anos problemáticos. Em anos secos, o prejuízo é pequeno.
Seca de Ponteiros e Ramos Laterais
A seca de ponteiros e de ramos laterais, conhecida também por Die Back, é causada por um complexo de fatores, sobressaindo-se as condições climáticas desfavoráveis, má nutrição (real ou induzida) das plantas e ocorrência de pragas e doenças.
A doença ocorre em duas épocas principais: nos períodos de inverno chuvosos, que prolongam o ciclo vegetativo da planta, quando as folhas novas são mais sujeitas ao frio, aos ventos e à entrada de fungos e bactérias, e na época de granação dos frutos, quando os ramos carregados se esgotam, desfolham e apresentam morte descendente (da ponta para a base).
Nesse caso, a gravidade é maior em lavouras com as primeiras produções, quando as relações sistema radicular/parte aérea e folhas/frutos são pequenas, nas áreas mais quentes, em que a granação é rápida e quando os solos apresentam algum impedimento (muito argilosos, muito arenosos, camadas adensadas, etc.).
O ataque de um complexo de fungos e bactérias pode ser primário ou secundário, nesse caso agindo sobre os tecidos já debilitados por causas fisiológicas (desnutrição, frio, etc.). Podem estar associados à seca de ponteiros os fungos Colletotrichum coffeanum ou C. gloesporioides, Cercospora coffeicolla, Phoma sp, Ascochita sp e a bacteria Pseudomonas seringae pv. Garcae, sendo comum encontrar vários juntos. Os ramos atacados apresentam, nos internódios, manchas escuras e deprimidas, que evoluem para o pecíolo das folhas e para o pedúnculo dos frutos, mumificando-os.
No caso específico do Colletotrichum, ele é encontrado como saprófita, habitando a casca (extremidades) dos ramos do cafeeiro e passando a atacar ramos, folhas e frutos, penetrando-os através de ferimentos ou lesões de outras doenças e pragas ou tecidos já enfraquecidos, principalmente em períodos de umidade elevada.
A antracnose, doença típica de frutos, causada por estirpes virulentas de Colletotrichum, não ocorre como problema para a cafeicultura brasileira, sendo, contudo, a principal doença em países como Quênia, onde causa Coffee Berry Disease, o agente causador dessa doença sendo o Colletotrichm kahawae.
Os prejuízos causados pela seca de ponteiros são as quebras de safra e de produção do ano seguinte, causadas pela perda de ramos produtivos.
Nos últimos anos, têm sido observados problemas mais críticos e prejudiciais em gemas florais e chumbinhos, com queima, apodrecimento e queda de frutos, atribuídos ao ataque de Phoma/Ascochyta e ainda, à presença de diferentes isolados de Colletotrichum, que também ocorre em folhas, com lesões escuras, e em ramos secos. Estudos novos são necessários para avaliar se o ataque do Colletotrichum constitui a causa primária desses problemas.
Roseliniose ou mal de quatro anos
A roseliniose é causada por fungos do gênero Rosellinea, ocorrendo em nossas condições, as espécies R. bunodes e R. pepo, que atacam o sistema radicular do cafeeiro , a partir de rizomorfas (uma espécie de cordões escuros), que crescem em tocos e em restos de plantas em decomposição. Por isso a doença é mais comum em áreas de derrubada de cerrados, e mesmo em solos úmidos.
O nome “mal de quatro anos” veio da origem da doença, que se instala primeiramente nos tocos de árvores em decomposição e a partir desses propaga-se para o cafeeiro .
Esse processo se estende por um período longo (4 anos), só atingindo os cafeeiros de 4 anos de idade.
Contudo, mesmo em cafeeiros novos, com um ano ou mais, a doença pode ocorrer, desde que tocos ou pequenas raízes tenham permanecido em decomposição há mais tempo, sob o solo, na área de plantio.
As plantas atacadas começam a mostrar, na parte aérea, sintomas de deficiências nutricionais, ficam amareladas, começam a perder folhas e depois murcham. Os ramos secam e morrem, as raízes ficam escuras, com a casca bem solta. Retirada a casca, pode-se observar, sob o lenho da raiz principal, filamentos ou cordões de cor escura ou negra ramificados até o colo da planta (rizomorfas), que quando mais novas são brancas. Em alguns pontos do lenho, o fungo chega a penetrar, formando pontuações ou linhas negras. Os prejuízos são causados pela morte, criando, conseqüentemente, falhas na lavoura. Entretanto, a percentagem de ataque em uma lavoura é muito pequena.
Mancha aureolada e outras bacterioses
A mancha aureolada é uma doença causada pela bactéria Pseudomonas seringae pv.garcae, antigamente classificada como Pseudomonas garcae, que ataca folhas, rosetas, frutos novos e ramos de cafeeiro , atingindo mudas no viveiro e plantas no campo e ocorrendo principalmente nas regiões mais frias, no Paraná, em São Paulo, em Minas gerais (sul) e no Mato Grosso do Sul, sem problemas nas demais regiões cafeeiras. Recentemente, foi efetuada a primeira constatação em região de altitude elevada na Zona da Mata em Minas.
Nas folhas, a bactéria causa mancha de coloração pardo-escura, de 5 a 20mm de diâmetro, com necrose no centro. Pela ação do vento, muitas lesões ficam furadas. Em volta das manchas forma-se um halo amarelado, podendo ser facilmente observado, ao olhar a folha contra a luz, sendo essa a principal característica que distingue a doença de outras lesões parecidas. O maior número de lesões é localizado nas bordas das folhas, por onde, em ferimentos causados por danos mecânicos (agitação pelo vento), a bactéria encontra maior facilidade de penetração.
As lesões de outras pragas e doenças também constituem porta de entrada para esse patógeno. A doença ocorre em períodos frios, quando a queda de temperatura vem associada a chuvas finas, sendo maior o ataque no período de julho a setembro. A doença é favorecida também quando tem início a retirada da cobertura das mudas, ficando essas sujeitas à variação de temperatura. As mudas atingidas ficam desfolhadas e o ponteiro morre, e como a sua recuperação é lenta, muitas chegam a morrer.
As lavouras novas, com até 3-4 anos de idade, são as mais atingidas, ocorrendo desfolha, seca de ponteiros, superbrotamento e retardamento no desenvolvimento das plantas.
Outras bacterioses de menor importância que ocorrem em viveiro são causadas por Pseudomonasccichorii.
Nas condições de campo, o controle deve ser preventivo com instalação de quebra-ventos, sobretudo na fase de formação do cafezal , adotando-se pulverizações adicionais de fungicidas cúpricos, quando houver a bacteriose, já que o cobre metálico é tóxico para as bactérias e controla outros males a elas associados (cercosporiose, antracnose).
Nas mudas deve-se proteger bem o viveiro e usar pulverizações com produtos cúpricos, associados ou não a antibióticos. Também tem sido eficiente o produto Kazumin.
Leprose do Cafeeiro
Desde muito tempo é conhecida a doença denominada mancha anular, causada por vírus, que provoca sintomas nas folhas, com anéis cloróticos ou zonas amareladas irregulares ao longo das nervuras e em baixo relevo. A doença até pouco tempo ficava restrita a poucas folhas em certas plantas, sem qualquer importância econômica.
A partir de 1991/92 e com o ataque crescente nesses últimos anos, foi relatada uma nova sintomatologia com maior gravidade para a mancha-anular, dando origem ao nome de uma nova doença, denominada leprose do cafeeiro , devido à semelhança nos sintomas do agente causal e do transmissor em relação leprose dos citrus.
As lesões da leprose aparecem principalmente nos frutos verdes, na granação. São irregulares e deprimidas, de cor inicialmente marrom bem claro (cor de ferrugem) e depois chegam a quase negras, em função de ataques de fungos sobre a lesão (Colletorichum etc) podendo nos períodos úmidos apresentar uma massa de esporos (brancos) de fungos saprófitas. Também aparecem lesões amareladas nos frutos maduros.
Nas folhas aparecem lesões de dois tipos: algumas pequenas como pontos amarelados, outras na forma de anéis amarelados e manchas irregulares acompanhando as nervuras, associadas a necroses claras que aparecem na face inferior das folhas, junto às lesões, sobre a nervura principal, o que acelera a desfolha, bastante significativa nas plantas dos focos mais atacados. Esta desfolha ocorre de dentro para fora no pé de café , que parece ficar oco. Os ramos finos também apresentam lesões.
Associado à leprose, a exemplo do que ocorre em citrus, ocorre o ácaro transmissor do vírus causador da doença Brevipalpus phoenicus. É um ácaro plano, de coloração avermelhada, podendo ser distinguido dos demais pela presença de uma pequena mancha negra no dorso (as fêmeas).
O significativo ataque da doença deve estar ligado a fatores causadores de desequilíbrio, como clima muito seco e uso de defensivos, provocando aumento na população de ácaros vetores.
A leprose já foi constatada no Alto Paranaíba (região de maior ataque), no Sul e na Zona da Mata de Minas, no Espírito Santo (em Arábica e Conillon), na Bahia e no Estado do Rio de Janeiro. Focos também têm sido observados na Alta Paulista, em São Paulo e no Norte do Paraná.
Fonte: www.cicbr.org.br
História do Café
Origens
A história documentada do café teve início no século XIV. Porém, há lendas e suposições sobre a utilização do café muito mais antigas.
É o caso da lenda de Kaffa, uma província no sudoeste da Etiópia. Esta lenda conta que por volta do século III d.C., certo pastor de cabras percebeu que os animais estavam mais despertos e agitados que de costume.
O pastor pediu a ajuda de monges de um mosteiro vizinho para saber o que estava acontecendo. Os monges, então, descobriram um arbusto, de cujas bagas os animais se alimentavam.
Pensaram que eram “frutos do demônio” e os jogaram na fogueira. O cheiro agradável chamou a atenção dos monges que passaram a ferver os frutos na água e a beber a poção, a qual fazia com que ficassem por mais tempo acordados para suas orações.
Ainda há dúvidas se o nome “ café ” é originário da Kaffa, local de origem da planta, ou da palavra árabe qahwa, que significa vinho.
Dispersão
Acredita-se que, no ano de 525, invasores etíopes cruzaram o mar Vermelho levando com eles o café , dali levado por mercadores e viajantes Arábia do Sul (atual Iêmen). Também são muitas as lendas árabes envolvendo o café, mas o fato é que os árabes realmente dominavam o cultivo e o preparo do café.
Em 1000 d.C., os árabes começaram a preparar uma infusão com as cerejas, fervendo-as em água. Somente no século XIV, na Pérsia, o processo de torrefação foi desenvolvido, e finalmente a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje.
Durante muito tempo o consumo de café ficou restrito a região árabe. No final do século XV, surgiram as primeiras casas de café em Meca de onde o café se expandiu para o mundo islâmico e depois para o restante do Oriente Médio.
A entrada no mundo cristão
Por volta de 1600, o café foi objeto de inúmeras discussões doutrinárias entre líderes católicos europeus, pelo fato desta bebida ser consumida pelos “infiéis mulçumanos”, povo considerado pagão para os cristãos. Para decidir a questão – se a população cristã poderia ou não beber café – o Papa Clemente VIII experimentou a bebida e, ao invés de condenar, abençoou o café.
A partir de 1706 as colônias holandesas, que haviam começado suas plantações em 1658, passaram a abastecer toda a Europa, tornando-se o primeiro grande produtor e exportador mundial de café .
Lojas para servir café foram abertas nas grandes cidades européias ao longo do século XVII e algumas se tornaram famosas graças à clientela que reuniam.
Da França o café foi para a Martinica, nas Antilhas, e para a América Central, Guiana Francesa e Ilhas Maurício. Foram os franceses que também plantaram café em Tonquim, hoje Vietnã.
O café chegou aos Estados Unidos por volta de 1668. Porém, as primeiras cafeterias surgiram mais de vinte anos depois, em 1691, em Boston. Com o tempo esse país passou a ser o maior consumidor mundial de café.
A planta só chegou à Colômbia, atualmente um dos maiores produtores de café , no final do século XVIII, por padres espanhóis.
No Brasil
Em 1727, a Coroa Portuguesa enviou à Guiana Francesa uma expedição, cujo principal motivo era tentar trazer sementes de café , extra-oficialmente, já que na época não era permitida a comercialização dos mesmos. Assim foi feito e as plantas foram cultivadas no Pará e no Maranhão, dando início à cafeicultura no Brasil.
No Rio de Janeiro também vieram plantas da Índia e, a partir de então, a cultura expandiu-se de maneira rápida. Incentivados pelo Vice-Rei Marquês do Lavradio, e pelas condições climáticas favoráveis, o café passou a ser cultivado por fazendeiros do sul e sudeste. As plantações de café foram fundadas em grandes propriedades monocultoras trabalhadas por escravos. E, antes mesmo das primeiras discussões sobre a abolição, cafeicultores iniciaram o assentamento de imigrantes nas fazendas de café, com o intuito de prover seus empreendimentos de mão-de-obra.
Constituiu-se, assim, um dos ciclos econômicos mais importantes do Brasil. Desde então, a produção de café no país apresentou tempos de expansão e de crise de acordo com as variações na economia mundial. Hoje os principais estados produtores de café são Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Curiosidades sobre a história do café
1. O primeiro café público na Inglaterra surgiu em 1650. Desde então, as casas de cafés eram freqüentadas assiduamente por homens profissionais como médicos, físicos, artistas, matemáticos, filósofos, conservadores e revolucionários… Em 1674, as mulheres de Londres publicaram um documento contra o café, alegando que os homens preferiam ficar se divertindo nas cafeterias a ficar em casa cumprindo seus deveres.
2. Em 1475, foi promulgada uma lei árabe permitindo à mulher pedir o divórcio, se o marido fosse incapaz de lhe prover uma quantidade diária da bebida.
3. A Floresta da Tijuca, bem como o complexo formado pelo Morro da Urca e do Pão de Açúcar, já abrigaram extensos cafezais durante o século XIX. Um militar, comandando um pequeno grupo de escravos, foi incumbido de repovoar com espécies nativas toda a região, seguindo a orientação de Dom Pedro II. Este temia que o desmatamento acarretasse o desabastecimento de água potável para o Rio de Janeiro.
4. O historiador Afonso de Taunay é o autor da maior obra sobre um único tema: História do Café no Brasil – com 15 volumes e 6.650 páginas.
5. Alberto Santos Dumont era filho de um grande cafeicultor da região de Ribeirão Preto, estado de São Paulo. Dizem que Santos Dumont descobriu sua vocação para mecânica enquanto brincava de montar e desmontar a máquina de beneficiamento de café.
6. Com a “Crise de 29”, milhões de sacas de café estocadas foram queimadas e milhões de pés de café foram erradicados no Brasil, na tentativa de estancar a queda contínua de preços provocada pelos excedentes de produção.
7. O Brasil é o maior produtor e o segundo maior consumidor de café do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
8. Os primeiros expressos em Portugal foram vendidos no café A Brasileira, em Lisboa. Muitos clientes acharam o gosto do produto um tanto amargo. Para contornar o problema, a direção da cafeteria criou um slogan para atrair os clientes: Beba Isso Com Açúcar. A campanha deu certo e a frase ficou tão marcada que o uso das iniciais de cada palavra – bica – passou a ser sinônimo de cafezinho no país.
9. O café coado é o mais consumido no Brasil (93%), seguido do instantâneo (15%), do cappuccino (11%) e do expresso (8%).
10. Em 24 de maio é comemorado o Dia do Café.
11. A designação “espresso” com ‘s’ é a usualmente correta, pois significa café retirado sob pressão, diferente do “expresso” com ‘x’, que significa rapidez no preparo. O nome “espresso” surgiu na Itália, onde o processo foi popularizado em 1946, quando o seu inventor, Achille Gaggia, começou a vender máquinas de café sob pressão.
TIPOS DE CAFÉ
Espécies de café
Existem inúmeras espécies de café cultivadas no mundo, mas no Brasil conhecemos apenas duas: o café Arábica (Coffea Arábica) e Café Robusto (Conillon).
Cada espécie, por sua vez, tem um grande número de variedades e linhagens.
O Arábica produz cafés de melhor qualidade, mais finos e requintados. Tem grãos de cor esverdeada, é cultivado em regiões com altitude acima de 800m e é originário do Oriente, de onde resulta seu nome (Etiópia, Yemem).
O robusta é originário da África, tem um trato mais rude e pode ser cultivado ao nível do mar (altitudes mais baixas). Não possui sabores variados e refinados como o arábica, dizendo-se que tem um “sabor típico e único”. Sua acidez é mais baixa e, por ter mais sólidos solúveis, é utilizado intensamente nos cafés solúveis . Seu teor de cafeína é maior do que nos arábicas.
Misturas
Grãos de diferentes variedades, origens e tipos de preparo geralmente são combinados para formar diferentes blends do produto final.
O blend, ou liga, é o grande segredo da qualidade da bebida, já que é o responsável pela característica e qualidade de determinada marca de café , e pela fidelidade do consumidor a esta marca.
No caso da Indústria Café Damasco , cada marca de café tem o seu próprio blend e todos de boa qualidade.
Tipos de Café
Pó de Café (torrado e moído): Dependendo do grau de moagem, esse tipo pode ser utilizado para preparar o café de coador ou o espresso.
Grãos de café torrado: Os grãos de café são apenas torrados, mas não moídos. Mais comum para café espresso, esse tipo de produto também está na preferência de consumidores de café coado que não dispensam pó sempre fresco.
Café solúvel: Os grãos são torrados e moídos, depois seus sólidos solúveis são extraídos e solubilizados, resultando o produto na forma de grânulos ou pó.
Café aromatizado: Café com adição de aroma.
Café gourmet: Trata-se de uma indicação comercial de que o produto é o melhor dentro de uma determinada marca ou categoria.
Café orgânico: Produzido em lavouras sem o uso de agrotóxicos fertilizantes químicos.
Café descafeinado: Tem que ter mais de cafeína é extraida dos grãos verdes de café , antes de eles serem torrados. Para ser chamado de descafeinado, um café 97% de sua cafeína retirada.
Preparo do café
Café Percolado: Nesse caso a água passa pelo café torrado e moído , extraindo-lhe parte das substâncias que irão compor a bebida.
A preparação do café percolado pode ser:
A frio: O café torrado e moído é deixado em infusão em água fria por um período de cerca de 12 horas. O resultado é um café muito forte, geralmente utilizado no preparo de bebidas frias ou servir como ingrediente em culinária.
A quente sem pressão e com filtro: Neste tipo de preparo obtém-se o café filtrado , despejando água quente (não fervida) sobre o café torrado e moído que se encontra em um filtro ou coador.
Café espresso: Neste método o café é percolado a quente, mas sob pressão em máquina apropriada. A máquina pode ser comercial ou doméstica.
Café instantâneo: Também chamado café solúvel , os grânulos de café preparado industrialmente são simplesmente dissolvidos diretamente em água fervente.
Características do café
As variações de Bebida
Mole: tem um sabor agradável brando e doce.
Dura: apresenta um conjunto de todos os requisitos de aroma e sabor da bebida mole, porém mais acentuados.
Riado: é um café com leve sabor típico de iodo.
Rio: apresenta cheiro e gosto acentuados de iodo.
Rio Zona: tem a característica de bebida bem mais acentuada que as outras.
Características da Bebida
A bebida pode ser caracterizada por vários fatores como a doçura, o amargor, acidez, corpo e aroma.
Doçura : São cafés mais finos, mais adocicados e permitem a degustação sem adição de açúcar. O excesso de grãos verdes, pretos ou ardidos, não apresenta doçura perceptível
Amargor : É o gosto produzido pela cafeína, que é mais equilibrado nos cafés de melhor qualidade. O café com amargor muito forte, que incomoda a garganta, é proveniente de café de baixa qualidade ou de uma torra muito acentuada .
Acidez : É a sensação obtida na parte lateral da língua mais desejável pelo consumidor europeu.
Corpo : É uma sensação na boca causada por
Aroma :Os bons cafés têm um aroma bem pronunciando. A maior acidez do café permite maior percepção ao aroma, que pode ser – frutado, florado, achocolatado ou outros.
Classificação do café
A classificação por tipo admite 7 valores decrescentes, de 2 a 8, resultantes da apreciação de uma amostra de 300gr de café beneficiado (segundo normas da Tabela Oficial Brasileira de Classificação). Cada tipo corresponde a um maior ou menor número de defeitos que podem ser grãos imperfeitos ou impurezas.
Além da classificação por “tipo”, tem classificação por bebida que é o fator mais importante na determinação da qualidade do produto. A avaliação é realizada por degustadores – profissionais que têm um perfil bastante peculiar e possuem um paladar e olfatos bastante aguçados.
DO PÉ À CANECA
Agroindústria
A agroindústria do café compreende desde o plantio, uma atividade essencialmente agrícola, até a embalagem do produto final, uma atividade basicamente industrial. O conjunto dessas atividades desenvolvidas em sítios/fazendas, unidades de beneficiamento e indústrias de torrefação e moagem, constitui a agroindústria do café.
Pé de café
A semente de café é, na verdade, o mesmo grão que dá origem ao café torrado. As sementes se originam apenas dos frutos maduros (cereja), que em seguida são lavados, despolpados e secos, quando então estarão aptos para o semeio.
Depois do plantio acontece a florada, que pode se repetir de três a quatro vezes. Da flor surge uma pequena infrutescência que vai desenvolver-se ao longo de 6 a 8 meses, transformando-se no grão de café .
Um pé de café começa a produzir cinco anos depois de ter sido plantado. Ele produz em média 2,5 Kg de frutos por ano. Esses 2,5 Kg renderão 0,5 Kg de café verde (grãos), o que corresponde a cerca de 0,4 Kg de café torrado. A qualidade e sabor do café alteram de acordo com a variedade da planta, clima, altitude e processamento do grão.
Colheita
Existem duas formas de se colher os frutos do café:
Derriça: Consiste em retirar os frutos do galho, correndo a mão de cima para baixo fazendo com que os frutos caiam em uma peneira. Essa é a maneira tradicional de colher café manualmente no Brasil. Também pode ser feita mecanicamente. Para retirar o excesso de material estranho jogam-se os frutos várias vezes para cima com a peneira.
Colheita seletiva ou a dedo: Consiste em colher manualmente apenas os frutos maduros. Os frutos são jogados em cestos ou panos que ficam sob as plantas. Como resultado há um produto de melhor qualidade, porém o custo de colheita é bem maior.
Processamento
O processamento deve iniciar logo após a colheita, pois a fermentação dos frutos pode estragar o sabor do produto final.
Há três métodos de processamento:
Processo seco: Os frutos são secados ao sol em terreiros;
Processo úmido: Os frutos da colheita seletiva são despolpados em uma máquina própria e submetidos a um processo de fermentação aquosa em tanques apropriados. Após isso o café é secado
Processo semi-seco: Método intermediário em que os frutos descascados são secos ao sol em vez de serem fermentados.
Beneficiamento
Consiste num conjunto de operações que retira do café em coco (seco), a casca, elimina as impurezas e separa os grãos em diferentes tamanhos de favas, sendo posteriormente ensacados em sacos de juta de 60kg.
O beneficiamento, que pode ser feito na própria fazenda, consiste em duas etapas:
Remoção da casca externa
Classificação
Armazenamento
O café pode ser armazenado antes ou depois do beneficiamento. Para não prejudicar o produto, o local deve ter temperatura, ventilação e umidade adequadas.
Torrefação
Geralmente os grãos são torrados em uma instalação industrial, embora também possam ser torrados artesanalmente. A torrefação influi consideravelmente na qualidade final da bebida.
Moagem
Depois de torrados os grãos devem ser moídos para que a bebida possa ser preparada. De um modo geral, a moagem pode ser classificada em grosseira, média e fina.
Para fazer o café torrado e moído os grãos são moídos na própria indústria torrefadora e embalados para comercialização.
No caso do café espresso os grãos podem ser moídos nas próprias máquinas de café espresso. Há também alguns estabelecimentos que servem o café moído na hora.
Embalagem
O café torrado é extremamente sensível à ação do oxigênio, podendo se oxidar com facilidade. Por isso o produto deve ser embalado e conservado adequadamente em embalagens laminadas, plásticas, de vidro ou em latas.
A embalagem plástica possui poros muito pequenos por onde o oxigênio pode penetrar, acelerando a oxidação. Ao se envolver o plástico com película de alumínio (embalagem laminada) os poros são fechados, impedindo a passagem de oxigênio. Essas embalagens são denominadas “almofadas”.
Há ainda a embalagem a vácuo na qual o ar é retirado da embalagem, eliminando assim, qualquer possibilidade de contato entre o oxigênio e o produto. De um modo geral, quanto melhor a embalagem, maior o tempo de duração do produto, porém maior é o seu custo.
O Pó de Café , ou seja, o café torrado e moído, geralmente possui embalagem laminada (plástico aluminizado), embalagem plástica ou ainda embalagem de papel, esta última raramente utilizada nos dias de hoje.
O Grão torrado de café geralmente é comercializado em embalagem laminada, de plástico ou em lata.
A embalagem do Café solúvel deve ser de vidro, lata, envelopes com doses individuais ou embalagem laminada (como refil de reposição).
O MUNDO TOMA CAFÉ
África: Especiarias, tais como canela e cardomomo, alho ou gengibre são acrescentadas a fim de acentuar o sabor do café.
Alemanha: Muitas vezes o café é servido com leite condensado ou chantilly.
Arábia: Café açucarado, feito com água fervida, canela e cardamomo (semente aromática da Índia).
Áustria: Bebe-se o café com chantilly. O destaque fica para os acompanhamentos: figos secos, sendo que em Viena, a capital do país, é uma tradição o oferecimento de bolos e doces.
Bélgica: O café é servido com um pequeno pedaço de chocolate, colocado na chávena para derreter quando o café é nela despejado.
Brasil: O famoso cafezinho geralmente é servido puro em pequenas xícaras.
Cuba: Neste país o café é apreciado bem forte e doce. Bebe-se em um só gole.
Escócia: Uma receita típica é: Café misturado com açúcar, licor de creme de café, whisky escocês e creme de leite, decorado com nata batida e pistaches picados.
Espanha: Café misturado com um pouco de licor de creme catalão. Em algumas províncias também é costume acrescentar leite condensado.
Estados Unidos: Café mais fraco e aguado que o normal. É servido em maior quantidade.
França: O produto, na maioria das vezes, é consumido com chicória, resultando uma bebida mais amarga.
Grécia: O café geralmente é acompanhado por um copo de água gelada.
Inglaterra: País de origem do famoso café Royal de Londres. Consiste em colocar um pão de açúcar na taça que se impregna até a metade de café quente e a parte superior se umedece com conhaque, flamba-se e cobre-se com nata. Se não há pão de açúcar, deve ser utilizado o açúcar branco misturado com café e conhaque flambado.
Irlanda: Um barman irlandês, em 1964, decidiu incorporar whisky e nata a um café quente e açúcar.
Itália: O café espresso preto é servido em xícaras pequenas, acompanhadas de tiras de limão.
Japão: Um preparo mais elaborado compreende café , leite condensado, licor 43, brandy, canela, uma rodela de limão e alguns grãos de café.
México: Em muitos lugares, o café é oferecido gratuitamente e pode ser consumido em grandes quantidades. O chamado café americano é o mais consumido e é uma cópia do que se bebia até poucos anos nos Estados Unidos: aguado e com pouco sabor.
Suiça: Adiciona-se ao café um licor, o “kirsch”.
Turquia: Coloca-se o pó finíssimo de café misturado com açúcar em um bule, adicionar a água e ferver. Deixar repousar e beber sem filtrar.
Fonte: www.cafedamasco.com.br
História do Café
O café , bebida saborosa e aromática, com propriedades tonificantes, sempre provocou paixões e controvérsias.
O café é uma planta nativa da Etiópia, país do leste da África – antiga Absínia. Estima-se que seja conhecido há mil anos no Oriente Médio, especialmente na região de Kafa, daí, certamente, o nome “Café”. Contudo, o primeiro registro comprovado que se tem, data do século XV. Por essa época, foi “descoberto” – casualmente, por pastores de cabras, onde perceberam que ao comerem daquela pequena cereja (o fruto do café), os animais tornavam-se mais espertos e resistentes.
É claro que Kaldi, o nome atribuído a um destes pastores, passou a colher as cerejas do café e preparar, para consumo próprio, uma tonificante pasta feita com as cerejas esmagadas e manteiga. Os vizinhos árabes, no Oriente Médio, foram os primeiros a “cultivar” o café (daí Coffea arabica – nome científico de uma das mais importantes espécies de café).
Os árabes foram também os primeiros a beber café – em vez de comer ou mascar, como os pioneiros. Chegou à Europa levado por navegantes e aventureiros holandeses, alemães e italianos. No Oriente motivou guerras. No Ocidente, perseguições e censura. Houve época de ser considerada bebida demoníaca e seu consumo proibido pela igreja, mas o Papa Aurélio, apreciador de um bom café, o absolveu de qualquer culpa, liberando o consumo para os fiéis católicos.
A partir do século XVII, o café tornou-se uma das bebidas mais consumidas no velho continente, passando a fazer parte definitiva dos hábitos dos europeus, apreciado por todos e consagrado por gente importante como J. Sebastian Bach, Voltaire, Rousseau, reis e nobres e muitas outras celebridades.
Do velho ao novo foi um pulo. Primeiro os holandeses, depois os franceses o trouxeram para as colônias que possuíam nas Américas, para aproveitar o clima apropriado ao cultivo.
O café começou, desta maneira, a florescer em nosso continente. Mas, segundo um velho costume, desde a época dos turcos, não se vendia café em grão para que não fosse plantado. Por isso, o café demorou mais um pouco a chegar no Brasil. Entretanto, o governador do Pará, em 1727, incumbiu Francisco Mello Palheta, um oficial aventureiro luso-brasileiro, de, a pretexto de resolver, oficialmente, questões de fronteiras com os franceses da vizinha Guiana, trazer, extra-oficialmente, algumas sementes do precioso arbusto.
Palheta cumpriu a risca sua missão: tornou-se amigo íntimo da esposa do governador da Guiana francesa, Mme. Dorveliers e, com a cumplicidade da primeira dama, contrabandeou nossas primeiras sementes.
Em pouco tempo o café tornou-se o mais importante produto brasileiro, vindo a ser cultivado no sudeste e sul do país, estimulado pelo Vice-Rei Marquês do Lavradio que convenceu muitos fazendeiros a investir no produto.
Iniciou-se, assim, um dos principais ciclos econômicos da nossa história: o Ciclo do café.
ESPÉCIES DE CAFÉ: Arábica X Robusta
As duas espécies de café cultivadas no mundo são a Coffea Arábica ou, simplesmente, café Arábica, e a Coffea Canephora, o café Robusta ou Conillon.
O Arábica produz cafés de melhor qualidade, mais finos e requintados. Possui aroma intenso e os mais variados sabores, com inumeráveis variações de corpo e acidez. Por isso, os cafés de melhor qualidade, como os que são oferecidos nas mais refinadas cafeterias, utilizam somente combinações Coffea arábica.
O Robusta é um café originário da África Central, tem trato mais rude e pode ser cultivado ao nível do mar (altitudes inferiores a 400 metros). Não possui sabores variados nem refinados como o Arábica – diz-se que tem um “sabor típico e único”.
Sua acidez é mais baixa e, por ter mais sólidos solúveis, é utilizado intensamente nos cafés solúveis . Seu teor de cafeína é o dobro do Arábica, por isso possibilita cafés com predominância de mais amargor e maior tintura. As empresas, utilizam da arte de combinar estas duas espécies para definição dos seus produtos.
Fonte: www.agrobyte.com.br
História do Café
Originário da Abissínia, onde aparece como planta selvagem, o café tem sua história envolta em mistérios e lendas. Uma delas conta que a bebida foi criada pelo arcanjo Gabriel, a fim de restaurar as forças de Maomé, que após ingeri-la tornou-se capaz de derrubar quarenta cavaleiros e conquistar igual número de damas.
As qualidades desse fruto, como fonte de vigor e ânimo, foram descobertas pelo pastor etíope Caldi.
Ao perceber estarem suas cabras particularmente agitadas, notou que comiam folhas e grãos de um arbusto até então ignorados por todos: eram pés de café.
Monges que viviam na região prepararam uma infusão com o fruto, passando a tomá-la assiduamente, pois esta os mantinha despertos para melhor enfrentar as longas noites de vigília e oração. A planta, descendo das montanhas da Etiópia, aclimatou-se muito bem no Iêmen, surgindo nessa região uma produção em larga escala.
Devido à proibição de bebidas alcoólicas pela religião maometana, o café tomou conta do mundo árabe, passando a ser consumido por todos: nos lares ao amanhecer, nas mesquitas durante os cultos religiosos, nas estações para reconfortar os viajantes ou nas casas de café instaladas nas grandes cidades.
Conhecida como Vinho do Islã, a bebida sofreu no início do século XVI sua primeira perseguição, chegando a ser proibida durante algum tempo pelos maometanos.
De Meca, o café espalhou-se, durante o século XVI, pelo mundo oriental, atingindo Damasco, Alepo, Istambul e a cidade do Cairo, que se tornou o grande mercado distribuidor do produto. Para manter o monopólio da rubiácea, os árabes somente permitiam que saíssem do país grãos previamente fervidos, que não germinariam em outras terras. Esta medida, porém, não impediu que os holandeses levassem a planta para Java, Sumatra e Ceilão e, posteriormente, para as Antilhas Holandesas, atingindo as colônias uma produção de cerca de 500 toneladas anuais.
Inicialmente o café foi conhecido na Europa por suas propriedades medicinais, de grande e variado poder curativo, que alçaram-no à categoria de verdadeira panacéia, atingindo preço elevadíssimo.
A partir do século XVII, porém, o mundo europeu passara a adotar o café como bebida. Sua introdução na Europa, em moldes comerciais, deve-se aos holandeses, responsáveis também pela divulgação do cafeeiro pelo mundo. De um arbusto, trazido de Java para o Jardim Botânico de Amsterdã, foram tiradas mudas posteriormente ofertadas aos principais jardins botânicos europeus. Na Itália, onde entrou em 1615 através do porto de Veneza, o produto teve que vencer forte resistência da Igreja. Cristãos fanáticos incitaram o Papa Clemente VIII a condenar o consumo da bebida, tida como invenção de Satanás.
Ao provar o café , porém, o papa declarou: “Esta bebida é tão deliciosa que seria um pecado deixá-la somente para os infiéis. Vençamos Satanás, dando-lhe nossa bênção e tornando-a verdadeiramente cristã”.
Em decorrência dessa bênção papal os cafés proliferaram em Veneza e Gênova e, no fim do século XVII, eram encontrados em todo o país. Em 1650, em Oxford, um judeu libanês chamado Jacobs instalou o primeiro estabelecimento de venda do produto na Europa.
Dois anos depois, o grego Pasquá Rosée abre em Londres o primeiro café europeu e manda publicar, no The Publish Adviser, o mais antigo anúncio de café de que temos notícia:
“Na Travessa Bartolomeu, por detrás da Bolsa Velha, pode-se tomar a bebida chamada café , muito saudável e portadora de excelentes virtudes: fecha o diafragma, aumenta o calor interno, ajuda a digestão, aguça o espírito, dá leveza ao coração, é boa para dor d’olhos, tosse, gripe, resfriados, tuberculose, dor de cabeça, hidropisia, gota, escorbuto, escrofulose e muitas outras moléstias. É vendida tanto de manhã como às três horas da tarde.”
O hábito de tomar café agradava ao espírito pragmático dos ingleses, pois, como observavam, era uma bebida inocente, que, ao contrário do álcool, não perturbava as atividades vespertinas daqueles que a ingeriam durante o almoço. Paralelamente ao sucesso obtido pela bebida, surgem movimentos de contestação, como aquele promovido pelas mulheres inglesas, que, talvez insufladas pelos cervejeiros, insurgiram-se contra o seu uso.
Segundo elas, o café “gasta a força viril dos homens e torna-os áridos como as areias da Arábia, de onde veio esse grão maldito”.
Em Paris, um levantino instalou, no Petit Chatelet, uma boutique para venda de café em grão ou como infusão , contribuindo muito para a divulgação do produto, que em breve passou a ser grandemente apreciado pelos reis e pela nobreza francesa, a ponto de o Cardeal Mazzarino mandar vir da Itália um especialista no preparo da bebida. Durante o reinado Luiz XIV, Paris inteira comentava os jantares oferecidos à corte pelo embaixador de Maomé IV, Solimão Agá Mustafá, nos quais o ponto alto era a cerimônia de preparação do café , servido por belos escravos, vestidos moda turca.
O café arraigou-se nos hábitos do povo alemão, que preferia a bebida misturada com leite.
Em 1680, instalou-se em Hamburgo o primeiro café para venda ao público.
Nas Kaffehaus, pequenas orquestras começam a se apresentar, unindo a bebida a outra paixão dos alemães: a música.
Entre esses grupos podemos destacar o Collegium, de Leipzig, cujo diretor, Johann Sebastian Bach, compôs, em 1732, sua célebre Cantata ao Café , para ser tocada nessas ocasiões. Frederico, o Grande, da Prússia, preocupado com a evasão de divisas decorrentes da importação de café, promulgou um decreto, em 1781, proibindo o uso de café que não fosse torrado em estabelecimentos oficiais. Como estes cobravam um preço exorbitante, o produto passou a ser inacessível ao bolso das classes populares, diminuindo, assim, o consumo da bebida no país.
O uso do café em Viena teve origem quando, após o cerco de 1683, os turcos abandonaram a cidade deixando entre despojos algumas sacas de um produto desconhecido, inicialmente confundido com forragem para animais. Frans George Kolschitzky, que tendo vivido no Oriente conhecia os grãos, apoderou-se das sacas e procedeu à elaboração e venda do produto, ao qual juntou açúcar e creme chantilly, assim nascendo o tão apreciado café vienense.
Nos Estados Unidos, o café passou a ser conhecido em meados do século XVII, trazido pelos holandeses, que ocupavam Manhattan, então chamada New Amsterdan. Nova Iorque tornou-se um grande mercado da rubiácea e, já em 1732, funcionava em Wall Street a Exchange Coffee House of New York, depois substituída pela Merchant’s Coffee.
O café só chegou ao Brasil em 1727, trazido da Guiana Francesa pelo sargento-mór Francisco de Melo Palheta, especialmente enviado, pelo governo, ao país vizinho para conseguir mudas do produto.
A obtenção das sementes, que eram proibidas aos portugueses, está envolta em uma aura de romantismo: a esposa do governador da Guiana, tendo-se apaixonado por Palheta, o teria presenteado, na despedida, com um punhado de sementes de café .
Nos primeiros tempos o cafeeiro se desenvolvera apenas nas províncias do norte do país, em plantações de reduzida importância.
O café chegou ao Rio de Janeiro no início do século XIX, e foi plantado em chácaras na Tijuca, Gávea, Andaraí e Jacarepaguá. Devemos destacar as plantações do francês Louis François Leceane, antigo fazendeiro em São Domingos e Cuba, que introduziu modernas técnicas agrícolas em suas terras na Gávea Pequena, ao mesmo tempo em que se prontificava a orientar os que quisessem aprimorar seus cafezais. A chegada de D. João VI provocou um grande êxodo da população carioca, obrigada pela inexorável ordem PR (Príncipe Regente), colocada nas fachadas, a desocupar casas, em favor dos recém-chegados.
Muitos desses moradores partiram para suas propriedades rurais, onde se dedicaram cafeicultura, dando início à marcha vitoriosa do café pela terras fluminenses e paulistas do Vale do Paraíba.
Em 1850, o Brasil já era o maior produtor mundial da rubiácea, participando com 40% da produção total, percentagem que atingirá 81% no início do século XX. Baseando-se na mão-de-obra servil, o café será o sustentáculo de uma aristocracia rural tão opulenta quanto a dos senhores de engenho, composta de ricos fazendeiros do Vale do Paraíba e da região de Campinas, muitos dos quais se tornaram titulares do Império – os chamados barões do café.
Nestas propriedades, verdadeiros feudos, desenrolava-se uma vida de luxo e riqueza comparável à da corte, propiciada pelos imensos cafezais, alguns com mais de mil pés, que se estendiam a perder de vista. Nas últimas décadas do século XIX, vários fatores como o esgotamento das terras, a dificuldade em obtenção de mão-de-obra escrava, a Abolição e a República provocaram a decadência e abandono dessa região.
O café , porém, continuou sua marcha em direção ao oeste paulista, onde as manchas de terra roxa propiciavam uma produtividade excepcional. As dificuldades com o transporte do café, em carros de boi e lombo de muares, provocaram o interesse dos fazendeiros paulistas na construção de estradas de ferro.
Em 1867, inaugurou-se a Santos – Jundiaí, que unia Santos, principal porto de exportação de café , às zonas de produção. Outras ferrovias surgiram como a Paulista, a Mogiana, a Sorocabana e a Noroeste, cujos traçados orientaram a direção de novas lavouras; mais tarde os cafezais atingiram também o norte do Paraná. São Paulo tornou-se a Metrópole do café. O progresso atingiu também as cidades do interior, onde surgiram bancos e casas bancárias para atender à estrutura financeira que a produção exigia.
A riqueza cafeeira atraiu grande número de imigrantes, sobretudo italianos, que para aqui vieram nos fins do século passando em busca de novas perspectivas, contribuindo com seu trabalho e alegria para dar novo colorido à vida de nossas fazendas. Em 1908, chegaram os primeiros imigrantes japoneses para trabalhar nas plantações do interior paulista.
A apanhadora de café , de saia rodada e chapelão de palha, tornou-se o símbolo da riqueza paulista, enquanto as crianças eram embaladas pela canção: Dorme nenê, que a cuca vai pegar, papai foi na roça, mamãe no cafezá. Com o advento da República, os coronéis do café, através da chamada política do café-com-leite, passaram a dividir e alternar-se com os mineiros na condução dos destinos do país.
A crise de 29, porém, veio a afetar profundamente a cafeicultura. Levando muitos fazendeiros à miséria e ao desespero, contribuiu para a eclosão da revolução de 30, que trouxe uma nova ordem de idéias, da qual a oligarquia cafeeira não irá participar. Em sua trajetória pelo mundo, o café constituiu fonte de inspiração para artistas e literatos.
No Brasil, esteve sempre presente, seja em nossas moedas e brasões, seja como tema para escritores e pintores melhor registrarem os aspectos mais característicos da vida brasileira.
Os cafés, ponto de encontro
O café , por sua capacidade de estimular o cérebro e alegrar o espírito, é, sem dúvida, uma bebida essencialmente agregativa, incentivadora da sociabilidade e de uma boa conversa. É natural, portanto, que os locais de consumo dessa bebida se tornassem pontos de encontro e centros da vida política, literária e artística, onde predominava um ambiente de descontração e alegria. Os pioneiros do gênero foram, sem dúvida, as escolas de sábios, onde sorvendo lentamente a bebida, à qual costumava-se adicionar essências como cravo, canela, anis, ou cardamono, os levantinos discorriam sobre os últimos poemas ou relembravam fábulas e lendas.
Observando a atmosfera dos cafés nos diferentes países, podemos concluir que eles refletem a mentalidade e o espírito de cada povo. Thomas Macaulay, ao discorrer sobre os cafés ingleses, notava : “Naquele tempo, o café londrino bem podia ser considerado uma instituição política”, e continua: “Cada coffee house tinha um ou mais oradores, cujos discursos eram ouvidos com admiração e elas logo se transformavam naquilo que os jornalistas de nosso tempo chamam de o quarto Estado .”
Havia na Inglaterra cafés para todos os gostos e profissões. Em alguns , médicos famosos atendiam seus clientes, em outros, judeus vindos de Amsterdã entabulavam negócios. Naqueles freqüentados por puritanos, onde era proibido praguejar, discutiam-se as condenações eternas, enquanto conjuras eram tramadas nos freqüentados pelos papistas.
Em Viena, os cafés constituem ainda hoje um dos pontos de atração da cidade, destacando-se pelo bom gosto e requinte das instalações. Todo vienense tem seu café predileto, onde pode ao mesmo tempo sentir-se no aconchego do lar e participar da vida das ruas, sendo por isso o local preferido pelos idosos, tão numerosos nessa cidade.
Uma característica típica dos cafés vienenses é a leitura dos jornais. Este costume foi instituído por Cramer, que punha à disposição de seus fregueses não apenas jornais austríacos, mas de todas as capitais da Europa, propiciando aos clientes tomar conhecimentos e discutir os principais acontecimentos mundiais.
Entre os cafés vienenses destacam-se o Imperial, preferido por Brahms, e o Café D’Argent, onde , desde as panelas até os cabides, tudo era de prata.
Será em Paris que os cafés irão respirar mais espiritualidade, mais arte, mais literatura.
Ao café ia-se para beber, mas sobretudo para conservar, trocar idéias e participar da aura criadora que envolvia esses ambientes.
Um marco na vida dos cafés parisienses foi a inauguração, em 1675, do Procope, de propriedade do siciliano Francesco Procopio Dei Coltelli. O luxuoso estabelecimento era ornamentado com enormes espelhos, ricas tapeçarias e belos lustres de cristal; e a proximidade da Comédie Française propiciava a freqüência de atores comediantes e espectadores.
Também eram assíduos comensais de suas mesas de mármores escritores famosos, como La Fontaine, Diderot, D’Alembert e Voltaire, que tinha no café a sua bebida favorita. Freqüentados, nos tempos revolucioná- rios, por Danton, Marat e Robespierre, de suas salas partiu a ordem para o ataque à Tulherias.
E, quando a calma retornou à cidade, o Procope voltou a ser ponto de encontro de escritores como George Sand, Musset, Verlaine e Anatole France.
Os cafés proliferaram em Paris.
Entre os mais famosos estavam o Café Laurent, ponto de encontro de literatos, o Café de la Regence, conhecido pelas partidas de dados e jogos de dama, e o Café de Foy, preferido por oficiais e homens de negócios.
Outros estabelecimentos devem ser lembrados, como o Café Della Rotonde e o Divan , este o preferido de Balzac, e já no nosso século XX o Deux Magots e o Flore, epicentros do existencialismo, enquanto o La Cupole era o ponto de reunião dos pintores cubistas.
O primeiro café italiano foi o Veneza Triunfante, fundado em 1720 por Floriano Francesconi.
Deu origem ainda hoje famoso Café Florian , palco dos grandes momentos da vida italiana, que dividiu com o Café Quadri a preferência de artistas e literatos.
O mais famoso e antigo café romano é o Greco , em cuja saleta, denominada o sacrário del Greco, brilharam uma plêiade de celebridades como Goethe, Stendal, Goldoni, Mark Twain, enfim, o que havia de mais importante na música e literatura mundiais.
Em Padova, encontramos o Café Pedrocchi , conhecido como a mais linda casa de café do mundo.
Verdadeiro monumento arquitetônico tem, inclusive, uma sala de concertos e mantinha no século passado um jornal, II Caffé Pedrocchi, dedicado à arte e literatura.
Em Turim, os cafés tiveram importante papel na história do Rissorgimento Italiano, destacando-se o Café Flório, quartel-general de Cavour e seus companheiros, enquanto que em Florença, terra das artes, o Café Michelangelo reunia um grande círculo de artistas.
O primeiro café norte-americano foi o London Coffee House, de Boston, logo seguido pelo King’s Arms, instalado em 1696 na Broadway.
Interessante destacar que os cafés americanos funcionavam como locais para o julgamento das questões judiciais e assembléias populares.
A história política e social de Portugal fez-se à volta das mesas dos cafés , onde nasceram os movimentos que agitaram o país no século XIX. Havia o Nicola, preferido por Bocage, e Martinho, ponto de encontro de Eça de Queiroz, Fialho de Almeida e João de Deus, onde mais tarde também se reuniram os participantes do movimento Modernista, tendo à frente Fernando Pessoa.
No Brasil, a cidade em que os cafés tiveram maior importância como centro de atividades literárias e políticas foi o Rio de Janeiro. Segundo Luiz Edmundo, no seu Rio de Janeiro do meu Tempo, “o café, no começo do século, era meio casa de família, meio grêmio, meio escritório, sempre cheio, ponto agradável de reunião e de palestra, onde se recebiam recados, cartas, amigos, conhecidos e até credores. Daí a intimidade verdadeiramente doméstica que se estabelecia entre freqüentadores e empregados, que acabavam sabendo da vida de todos”.
O coração da cidade era esquina das ruas Ouvidor e Gonçalves Dias, e nesse ponto é que se instalou o famoso Café do Rio. Em estilo art noveau, ornamentado com os infalíveis espelhos, em suas mesas de mármore, com cadeiras Thonet, reuniam-se todas as tardes o que a cidade tinha de mais representativo, no meio de um barulho e confusão gerais, tão a gosto dos cariocas. A freqüência das três às seis da tarde era composta de estudantes da Escola Militar e da Politécnica; mais tarde surgiram os políticos como Pinheiro Machado, Flores da Cunha, Francisco Glicério, Barbosa Lima e Lauro Müller; músicos como Júlio Reis; pintores como Antônio Parreiras e Bernardelli, e tantos outros.
Também famoso era o Café de Paris , no Largo da Carioca, ponto de reunião da boêmia da época, freguesia composta de artistas, pintores e jornalistas que, segundo Luis Edmundo, “devido às suas parcas posses era consumidora de poucas xícaras de café e muitos copos d’água”. Outros cafés célebres teve a cidade.
No beco das Cancelas, o Café das Cascatas apresentava uma harpista que executava músicas eruditas. Na rua 1º de março ficavam o Globo, com suas animadoras tertúlias, e o Carceler, pioneiro em adotar a moda das mesas na calçada.
Na Rua do Rosário, o Café do Amorim , onde se bebia o melhor cafezinho da cidade, freqüentado por tabeliães, funcionários e negociantes portugueses.
O Café Papagaio , na Rua Gonçalves Dias, foi sem dúvida o mais típico dos cafés brasileiros, onde os freqüentadores eram saudados pelo irreverente Bocage, ave que deu nome ao estabelecimento. Um conjunto composto de harpa, flauta e dois violinos executava músicas de Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, animando um ambiente descontraído, do qual participavam Paula Nei, Bastos Tigre, Raul Pederneiras, Olegário Mariano e outras personalidades de destaque da Capital da República.
Na década de vinte, a vida do Rio de Janeiro passou por modificações que provocaram o desaparecimento do espírito dos cafés e o fechamento dos estabeleci- mentos mais tradicionais. Outros surgiram, porém, como o Lamas, o Amarelinho e o Nice, que serão os últimos cafés da cidade.
Enquanto o Lamas, situado no Largo do Machado, era reduto de estudantes, o Café Nice , na Avenida Rio Branco, era o ponto de reunião dos artistas da música popular, no tempo áureo do rádio brasileiro.
Em São Paulo, por volta de 1850, apareceu o primeiro local de venda da bebida na cidade: a casa de Maria Punga, situada na Rua da Imperatriz, hoje 15 de Novembro, onde o café era servido na varanda, a 40 réis a xícara, para uma freguesia composta de acadêmicos de Direito, empregados do comércio e negociantes.
Em 1876 foi inaugurado o Café Europeu , o primeiro café da cidade, instalado num ambiente de muito luxo e requinte, na esquina do Beco do Inferno com a Rua da Imperatriz, em pleno coração de São Paulo. O Acadêmico, na Rua de São Bento, e o Girondino, no Largo da Sé, eram os preferidos pela mocidade sonhadora e ruidosa da academia de Direito, que ao lado de pintores, músicos e intelectuais que formavam a boêmia da época, varavam a noite em animadas tertúlias, quebrando a monotonia da provinciana paulicéia.
Na Ladeira de São João ficava o Café Brandão , ponto de reunião de homens de negócios, figurões da política e fazendeiros endinheirados. Outros estabelecimentos surgiram, como o Café Guarani , o Java , o América e, mais tarde, o Café Viaduto , na Rua Direita, lugares agradáveis onde os paulistanos reuniam-se para uma boa conversa.
Havia um lugar, porém, em que o assunto abordado pelos freqüentadores era um só: o café.
Eram os cafés situados em Santos, na zona do alto comércio cafeeiro , onde corretores, comissários, exportadores e fazendeiros discutiam e trocavam idéias sobre os negócios que envolviam a preciosa rubiácea.
Os cafés tiveram, sem dúvida, grande importância através dos tempos. Ao redor de suas mesas, discutiram-se teorias, tramaram-se revoluções e surgiram idéias que marcaram profundamente a história da humanidade.
Fonte: www.tulha.com.br
História do Café
1. Quem começou tudo, judeus ou islâmicos?
É difícil determinar exatamente quando o café foi identificado e consumido pelo homem pela primeira vez, dando início ao hábito natural mais importante e saudável do mundo: o de tomar café.
Alguns historiadores e curiosos acreditam que a planta foi descoberta na região de Kaffa na Etiópia em torno do ano 600 de nossa era (A.D.= Anno Domini), quando um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam excitadas após comerem os grãos de uma plantinha vermelha, o café .
Kaldi também comeu os grãos de café e sentiu seus efeitos estimulantes, ficando nem humorado e desperto todo o dia. Para viajar resolveu torrar os grãos e preparar uma bebida – pronto, estava descoberto o café?
Mas a planta Coffea arabica e C. robusta precisam apenas de água, solo quente, iluminação e ventilação para crescer. Por isto a planta talvez existisse há milhares de anos antes do pastor Kaldi, sendo consumida esporadicamente. No Pentateuco, elaborado por Moisés, o quarto livro, NÚMEROS, recebeu este nome por causa dos dois censos a que foi submetido Israel no deserto e narra a vida de um povo ainda em formação e suas peregrinações a caminho da Terra Prometida, liderados por Moisés, onde o nazireato (Nazireu é toda pessoa consagrada a Deus) foi institucionalizado e regulamentado por lei (NÚMEROS 6:1-21). O livro cita um trecho, onde Deus falou a Moisés (Séc. XIV a XIII a C.) que quem quisesse fazer um voto especial de nazireu, deveria abster-se de vinho e de bebida forte.
Isto ocorreu em torno de 1275 a . C (antes de Cristo). Seria esta bebida forte o café ? Naquela época não haviam bebidas destiladas (alto teor alcoólico) e o vinho era bastante consumido, pois a água era muito contaminada.
Será que os hebreus ferviam a água com grãos de café para torná-la forte e pura?.
Alguns séculos mais tarde, após o reinado do primeiro Rei de Israel, Saul, assumiu Davi, o maior de todos os reis de Israel, que reinou de 1000 até 962 a. C. Em sua juventude Davi foi um atleta e depois um grande músico, pois sua reputação era tal que tocava para o rei Saul, o qual sofria de depressão e melhorava ao ouvir a música.
Davi possuía um grande talento poético e escreveu algumas das maiores obras primas da literatura espiritual. Em toda a história da humanidade nenhuma poesia tem sido tão constantemente usada como os Salmos de Davi. Também foi um general capaz e conduziu com grande êxito suas campanhas militares. Perseguido pelo rei Saul, Davi viveu durante um período uma perigosa vida de um fugitivo. Mas soube ser generoso ao poupar duas vezes a vida de Saul, seu perseguidor (1 SAMUEL 24:1-15 ; 26:1-20) Deus o escolheu como sucessor do rei Saul e, humildemente foi ungido pelo profeta Samuel (1 SAMUEL 16:12-13).
Depois da morte de Saul, tornou-se primeiro rei de Judá, tornando-se alguns anos mais tarde rei de toda Israel. Tomou Jerusalém e a estabeleceu como capital e levou a arca de Deus para lá. David teve várias esposas e diversos filhos e amou também o filho de Saul, Jônatas. Mais tarde enfrentou a rebelião de seu filho Absalão, que havia assassinado seu irmão por parte de pai, Amnom, pois este tentara seduzir sua meia-irmã, Tamar.
Davi era um grande chefe político e militar experiente, mas um pai fraco. Absalão queria o trono de Israel e iniciou uma campanha militar contra o pai, o qual queria que seu outro filho, Salomão, assumisse o trono de Israel. Durante a luta, Davi cruzou o rio Jordão, perseguido pelo exército de seu filho Absalão.
Quando Davi chegou a Maanaim, cansado e deprimido, foi-lhe oferecido uma bebida feita de grãos torrados, que bem poderia ter sido café:
“E sucedeu que, chegando Davi a Maanaim, Sobi, filho de Naás, de Rabá, dos filhos de Amom, e Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar, e Barzilai, o gileadita, de Rogelim, 28 Tomaram camas e bacias, e vasilhas de barro, e trigo, e cevada, e farinha, e grão torrado, e favas, e lentilhas, também torradas, E mel, e manteiga, e ovelhas, e queijos de vacas, e os trouxeram a Davi e ao povo que com ele estava, para comerem, porque disseram: Este povo no deserto está faminto, cansado e sedento” (2 SAMUEL 17: 27-29)
É muito provável que a bebida feita com grão torrado naquela época, 1.000 a. C., fosse o café .
Assim, Davi e seus homens ganharam forças para enfrentarem Absalão. Os exércitos de pai e filho de defrontam, o filho rebelde é derrotado e morto, apesar das ordens contrárias do rei.
Uma lição fica evidente neste trecho Bíblico: a de que os filhos não devem se rebelar contra os seus pais, mesmo que estes tenham suas fraquezas.
2. Quem continuou tudo , cristãos ou islâmicos?
Sem dúvida alguma quem iniciou e continuou o consumo regular de café foram os árabes, lentamente convertidos ao Islamismo e ao hábito saudável de tomar café.
Este consumo se iniciou na Arábia a partir do ano 600 de nossa Era (Anno Domini, A.D.). Era comum o consumo de café nos atos religiosos e durante campanhas militares.
Acredita-se que o Arcanjo Gabriel ofereceu café ao profeta Maomé (570 a 632), o qual estava muito doente e recobrou seu vigor após tomar a bebida, chamada quawa. Enquanto os Israelitas e Cristãos tomavam vinho em abundância, os Islâmicos bebiam café , pois bebidas alcoólicas eram proibidas (e o café ajudava-os a perder o desejo de consumir bebidas alcoólicas). MAOMÉ compreendeu o valor da nova descoberta e, após caracterizar a real ausência de efeito tóxicos do produto, ao invés de adotar medidas repressivas, aconselhou ao pastor e seus seguidores, a ferverem os grãos em água e preparar uma bebida quente com a substância.
Aconselhou aos usuários, excitados e com insônia devido ao consumo de café , que dedicassem suas horas de vigília a preces e meditação, no que foi prontamente atendido.
Em torno do ano 900 os livros médicos árabes recomendavam o uso do café para quase todos os problemas, desde apatia até doenças como rubéola.
O combate ao consumo do café começou no mundo ocidental, por se tratava de uma bebida dos Sarracenos ou Pagãos, segundo os Cristãos. Os árabes, como os francos, os saxões e os normandos foram bárbaros que assimilaram os conhecimentos gregos juntamente com o desenvolvimento de sua nova religião. A capacidade de assimilação do povo árabe entretanto, era mais desenvolvida do que a dos demais povos e na virada do milênio quando o Cristianismo começou a estimular as Cruzadas contra os árabes, estes últimos representavam o povo mais civilizado do mundo medieval.
O conhecimento da medicina grega foi transmitido para os árabes através dos cristãos sectários oriundos do Império Bizantino, os quais traduziam atores gregos para linguagens semíticas como o siríaco e o hebreu para o desenvolvimento de sua própria literatura médica clássica.
Grandes escritores árabes surgiram como RHAZES, AVICENA e AVERROES. O conhecimento médico da época recebeu profunda influência da astrologia, o que determinou o surgimento de pseudociências como a alquimia. A alquimia procurava descobrir a relação do homem com o cosmos combinando ciência e astrologia de tal maneira que a astrologia analisava a relação do homem com os planetas e a alquimia, com a natureza terrestre.
Acreditavam existir uma relação entre o microcosmo e o macrocosmo, de tal maneira que os sete planetas conhecidos (Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Saturno e Vênus) correspondiam aos sete dias da semana e aos sete metais conhecidos na época (ouro, prata, ferro, chumbo, estanho, cobre e níquel). Os alquimistas ficavam até altas horas da noite tomando café e fazendo experiências pois acreditavam que todos os metais eram gerados nas entranhas da Terra, sob a influência apropriada dos planetas e que podiam transmutar-se.
O objetivo era descobrir a pedra filosofal para ser possível transformar os demais metais em ouro. Extrapolando para o homem a idéia da transmutação, os alquimistas acreditavam ser possível tornar o homem imortal e eternamente jovem, através da descoberta do elixir da longa vida. Mas na procura do elixir da longa vida, sempre tomando muito café , os alquimistas fizeram inúmeras descobertas importantes em química, iniciando a moderna química farmacêutica.
A pesquisa incessante neste campo e o contato amplo dos alquimistas árabes com diferentes povos e costumes, permitiram a descoberta e introdução de um fabuloso número de novos produtos e medicamentos para uso em medicina. O próprio elixir da vida, embora não tenha sido descoberto, passou a ser chamado Al Kohol (mais tarde latinizado para álcool) e os médicos e pacientes árabes tomavam imensas bebedeiras deste elixir, para usufruírem uma vida bem longa, algo que nunca deu certo.
Na atualidade o consumo de álcool é uma das maiores pragas da humanidade e mata mais que qualquer outra doença. Mas mesmo não comprovando que o álcool era realmente o elixir da longa vida, pelos menos descobriram que a bebedeira poderia ser uma fórmula de imensa, temporária e enganosa de felicidade (e de uma grande ressaca no dia seguinte ).
O movimento alquimista culminou na obra de PARACELSO (1493-1541), médico suíço que se esforçou em vincular a medicina a alquimia, levando ao surgimento de uma nova ciência: a química medica ou iatroquimica. Durante sua existência, a alquimia esteve ligada de um lado a química e de outro a religião mística.
O primeiro centro dominante do islamismo foi BAGDAH, aonde dois grandes lideres reinavam: AL MANSUR (712-775) e HARUN AL RACHID (764-809), o califa das Noites da Arábia. Estes governantes encorajavam e apoiavam a cultura em geral, o que levou a preservação da Antigüidade clássica. A atividade intelectual era imensamente ajudada pelo consumo regular e moderado de café entre os Islâmicos.
3. Islâmicos famosos e o café
As obras gregas e romanas passaram a ser traduzidas para o árabe. Córdoba no Ocidente tornou-se um centro proeminente do Islamismo, a medida que o califado de Bagdah perdia influência. A religião Islâmica reconhecia uma vida após a morte, logo a dissecção do corpo humano era proibida. Mas muitas especulações sobre a natureza dos órgãos internos foi efetuada por médicos como IBN NAFIS, que formulou a hipótese da circulação pulmonar.
Como não era permitida a dissecção do corpo humano, os médicos árabes acreditavam nos conhecimentos anatômicos de GALENO. A existência de tabus entre os médicos impedia a manipulação dos genitais femininos por homens, de tal maneira que a obstetrícia e a ginecologia eram exercidas por mulheres.
O mundo islamita desenvolveu escolas e livrarias como instituições separadas ou vinculadas a mesquitas e hospitais. Nestes centros de prática e ensino da medicina, grandes nomes se destacaram. O persa RHAZES ( 860-932) foi um grande médico e professor.
Defendia e aconselhava seus alunos afirmando que: “…tudo que esta escrito nos livros é importante, mas de menor valor que a experiência de um médico sábio…”. Escreveu mais de 200 livros sobre medicina e tornou-se muito popular, principalmente por atender os pobres gratuitamente, algo que era praticado apenas pelos cristãos.
Mas o maior nome da medicina árabe foi AVICENNA, cujo nome completo era ABU-ALI AL HUSAYN IBN-SINA (980-1037). Seu prestígio para a medicina islâmica e mesmo cristã foi igual ao de GALENO ( 130-200 AD). AVICENNA desde a infância foi um prodígio. Aos 10 anos conhecia profundamente o Alcorão (Al-Quran) e com 21 escreveu uma enciclopédia científica onde incluía gramática, poesia, geometria, astronomia, anatomia, fisiologia, matéria medica e cirúrgica.
Embora tenha praticado e clinicado no início de sua carreira, AVICENNA dedicou-se principalmente a compilar e escrever textos científicos. O CANON de Avicenna é uma obra constituída de 100 livros que incluía todo o conhecimento médico da época. Esta obra foi utilizada como fonte de ensino médico nas Universidades Cristãs, incluindo as ilhas Britânicas, até o Século XVII. Parece que o grande Avicenna era um grande admirador e consumidor de café .
Outros grandes nomes e contribuições também existiram, como ISSAC JUDAEUS, que defendia a terapêutica hipocrática não intervencionista; AL BUCASIS, o maior escritor sobre cirurgia do mundo islamita e AVENZOAR, que contestou muitos dos ensinamentos de ARISTÓTELES e GALENO, afirmando que o médico devia confiar apenas na sua própria experiência ao invés de doutrinas tradicionais. AVERROES (1126-1198), aluno de AVENZOAR, foi um filósofo que também estudou medicina e direito. Escreveu um compêndio médico baseado em ARISTÓTELES mas suas obras principais foram em teologia e direito.
Como possuía idéias consideradas revolucionárias para a época, tanto na religião como na ciência, tanto o islamismo como cristianismo rejeitaram parcialmente as inovações de AVERROES, o que não aconteceu com os judeus, que ajudaram até a divulgar suas idéias pela Europa quando foram expulsos da Espanha. MAIMONIDES (1135-1204) , cujo nome completo era ABU IMRAN MUSA IBN MAYMUN IBN UBAYD ALLAH , foi o mais famoso médico judeu da medicina árabe, tornando-se médico do sultão Saladin, responsável pela reconquista de Jerusalém dos cristãos após a II Cruzada. MAIMONIDES foi autor de inúmeras obras onde abordava filosofia, religião e medicina. Sua principal característica foi tentar reconciliar o raciocínio científico com a fé religiosa.
Uma de suas contribuições consideradas importantes na sua época foi a de que ninguém devia dormir durante o dia. E que toda pessoa nunca devia dormir em decúbito, quer dorsal ou ventral, mas sempre lateral, sendo do lado esquerdo no início da noite e do lado direito no final da noite. E que ninguém devia dormir depois de uma refeição, devendo esperar pelo menos três horas antes de dormir, senão poderia ter pesadelos.
Na Idade Média, a saúde geral da população e as condições de higiene eram bastante semelhantes na Europa Latina e no mundo islâmico. Há inúmeros relatos de doenças oculares e cutâneas, o que sugere uma maior prevalência destes problemas, por contágio direto. Na Idade Média, ser cliente de grandes médicos era um privilégio apenas dos ricos e dos nobres. A exceção de RHAZES, poucos eram aqueles que davam atenção aos menos afortunados. O Islamismo foi superior ao Cristianismo em um aspecto importante – o sistema hospitalar.
Comparados com a assistência médica em monastérios, onde a principal preocupação era o tratamento da alma, os hospitais islâmicos de Bagdah, Cairo e Damasco, possuíam uma organização evoluída e elegante, com quartos particulares, enfermarias e bibliotecas. Algumas pessoas sadias simulavam doenças apenas para serem hospitalizadas e usufruíssem a excelente e barata cozinha dos hospitais islâmicos. Parece que também serviam café a todos os enfermos que apreciavam muito a revigorante bebida.
O hospital MANSUR no Cairo, no Século XIII, possuía enfermarias especializadas para febres, doenças oculares, diarréias, ferimentos e doenças de mulheres. Ao ter alta, o paciente recebia cinco peças de ouro para ajudar a manter sua saúde. Uma característica importante dentro do islamismo era a tolerância a toda crença religiosa e conhecimentos científicos. Isto permitiu um intercâmbio e preservação de clássicos da Antigüidade.
O conhecimento atual da obra de GALENO foi transmitido em árabe, pois os originais em latim foram perdidos.
4. Cristãos adotam o café
O café era uma bebida consumida intensamente pelos turcos, que também se converteram ao Islamismo, sabendo que assim ficavam mais despertos e ativos para as lutas.Por isto o café era evitado com veemência pelos cristãos. Apenas no final do século XVI é que seu consumo regular foi permitido entre os cristãos, depois que o Papa Clemente VIII (1592-1605) provou e gostou da bebida, que lhe permitia ficar acordado até mais tarde para se dedicar as suas orações a Deus. O Papa aconselhou os cristãos a fazerem o mesmo e o consumo de café começou a aumentar de forma vertiginosa no mundo ocidental.
Introduzido no Novo Mundo pela Companhia das Índias Orientais, o café passou a se tornar um dos principais produtos agrícolas de todos os países. Mas como seu cultivo era difícil na Inglaterra e França, pelo clima frio, este se desenvolveu mais nos países tropicais.
A partir do Século XVII, o consumo de café passou a se disseminar por todo o mundo, vindo a se tornar lentamente na mais importante, saudável e barata bebida natural do planeta.
No aspecto médico, o Século XVII também foi brilhante. Foi no Século XVII que começou o surgimento da fisiologia e da anatomia microscópica. A descoberta do microscópio permitiu a visualização e facilitou a substituição da observação passiva pela experiência ativa.
A anatomia evoluiu para a “anatomia animada ” ou fisiologia. O conhecimento da estrutura foi ampliado e enriquecido com o conhecimento da função. NICOLAUS KOPPERNIGK (1473-1543 ) ou COPÉRNICO , estudou medicina em Pádua e também se dedicou a astronomia. Criou o conceito de que a terra girava em torno do Sol, hipótese que foi comprovada por GALILEO através do uso do telescópio. GALILEO GALILEI (1564-1642 ) foi educado num monastério perto de Florença antes de estudar medicina na Universidade de Pisa e matemática com um professor particular ( tutor ). Aos 25 anos tornou-se professor de matemática da universidade de Pádua.
Lá desenvolveu o telescópio e passou a defender as idéias de COPÉRNICO, de que era a Terra junto com os demais planetas que giravam em torno do sol, contrariando o conceito geocêntrico da época. Acabou a última década de sua vida em prisão domiciliar por ordem da Igreja, por defender as idéias absurdas de COPÉRNICO e contrariar o que ensinava a Igreja. Até então era aceito o conceito criado pelo astrônomo grego PTOLOMEU de que a Terra estava localizada imóvel no centro do universo e que os planetas giravam ao redor dela.
O maior avanço científico do século foi a descoberta da circulação do sangue e o desenvolvimento da metodologia científica pelo inglês WILLIAM HARVEY (1578 -1657), um grande admirador e consumidor de café .
Embora menções existissem sobre a circulação do sangue, a elaboração não apenas da teoria mas a comprovação morfológica e experimental da circulação do sangue por HARVEY criou uma nova era no pensamento humano – a Era da Experimentação Clínica. HARVEY legou para a história da medicina o raciocínio lógico, onde o médico não é obrigado a aceitar uma teoria apenas porque ela é bonita e conveniente, ou porque ela foi elaborada por alguém famoso e influente.
HARVEY rejeitou definitivamente a teoria de GALENO sobre a circulação do sangue e ensinou a todo médico que ele não deve acreditar em tudo que lhe é informado.
Deve confirmar tudo que for possível. Esta é a única maneira de existir progresso, evolução e conhecimento. HARVEY entretanto, como um bom médico, cometeu alguns erros.
Era um monarquista convicto e não apoiou partidos de oposição. Os políticos da época exigiam mudanças na Inglaterra, pois havia muita concentração de renda, enquanto que o povo padecia de problemas comuns de saúde e existiam poucas medidas reais visando beneficiar a saúde da população. Como HARVEY insistisse em se omitir de participação política, sua descoberta recebeu violenta oposição principalmente pelos grandes nomes da época e seguidores de GALENO e outras autoridades do passado, munidos de grande dose de inveja e cobiça. HARVEY tratou-os com indiferença, preferindo não criar polêmica, pois seus colegas que estavam mais interessados em combatê-lo do que em provar que estava errado, mesmo no campo político. HARVEY afirmava que a discussão iguala um gênio e um tolo, e que os tolos sabiam disso, sendo esta a única forma de conseguirem igualdade. Defendia a idéia de que a melhor atuação política era a produção, e não a discussão, algo comum naquela época. HARVEY era um político monarquista amigo do rei CARLOS I e continuou seu trabalho.
A descoberta da circulação de HARVEY levou a duas conclusões lógicas: a possibilidade do uso intravenoso ( IV) de medicamentos, uma pesquisa efetuada em 1656 por Sir CHRISTOPHER WREN, assistido por BOYLE e WILKINS; e a possibilidade da transfusão de sangue. Harvey recomendava o consumo de café para todas as pessoas e todos os seus pacientes.
Fonte: www.cafeesaude.com.br
História do Café
A lenda de Kaldi
Diz a lenda que o café foi descoberto por um jovem pastor de cabras da cidade de Kaffa, na região da atual Etiópia. Mesmo assim é difícil determinar quando o café foi identificado como bem de consumo ou quem preparou a primeira infusão, sabemos apenas que a história popular aponta para meados do século III, tendo Kaldi como personagem de um feliz acaso.
Conta-se que ele ficou intrigado com a vitalidade das cabras que comiam folhas e frutos de um arbusto comum nas montanhas abissínias, elas ficavam saltitantes e conseguiam percorrer longas distâncias sem demonstrar sinais de cansaço ou qualquer outra reação.
Para observar melhor, Kaldi passou a alimentar o rebanho com os frutos vermelhos e, ao final de alguns dias, também quis experimentar. Como você deve imaginar, o pastor gostou do efeito estimulante que os frutos proporcionaram. Sentiu-se alegre, bem disposto, e passou a mascar café todos dias, principalmente para resistir ao sono nas noites de oração. Ele contou sua descoberta para um dos monges do monastério local e a notícia não demorou a romper fronteiras.
O curioso é que apesar do nome de batismo ser semelhante ao da cidade onde a história começa, a palavra café deriva da palavra árabe qahwa, que significa vinho.
Os árabes foram os primeiros a cultivar cafezais e pioneiros no hábito de beber café .
Daí o nome científico de uma das espécies mais importantes, a Coffea arabica, e a razão por que o café foi chamado de “vinho da Arábia” pelos europeus. Registros históricos datam os primeiros cultivos em 575 d.C., no Iêmen, mas a bebida que conhecemos hoje surgiu no século XVI, quando os persas começaram torrar grãos.
O café no mundo
Quando as primeiras sacas de café chegaram ao Ocidente em 1615, já havia colônias européias tentando introduzir plantios à revelia do mundo árabe, que mantinha o segredo do cultivo trancado a sete chaves. Foram os holandeses que conseguiram as primeiras mudas cultivadas na Europa, que cresceram em estufas do jardim botânico de Amsterdã.
Os holandeses iniciaram o cultivo comercial em 1658, primeiro no Sri Lanka, depois em Java, o que encorajou outros países a tentar o mesmo. Por volta de 1706, sua produção abrangia grandes áreas da Indonésia e a maior parte do café javanês era exportada para outros países da Europa e para a América.
O primeiro pé de café a crescer na França foi presente dos bem sucedidos holandeses ao rei Luís XV. A planta decorou a estufa de Versailles por muitos anos, até suas mudas serem cultivadas nas ilhas de Sandwish e de Bourbon.
O famoso Café Bourbon é a fonte original de grãos brasileiros e mexicanos, como o Santos e o Oaxaca, mas levou tempo até as sementes chegarem aqui, de um jeito pouco convencional.
O café foi trazido ao Brasil pelo oficial luso-brasileiro Francisco de Mello Palheta, que em 1727 recebeu a incumbência de ir à Guiana Francesa para tratar de questões fronteiriças como pretexto para trazer sementes de café. Naquela época, assim como sucedeu com os árabes, a produção cafeeira só era permitida em colônias européias, com um alto faturamento comercial, por isso Portugal armou seu plano.
Palheta ficou íntimo da esposa do governador de Caiena e voltou ao Brasil com sementes de café arábica clandestinamente escondidas no vaso de planta presenteado por Madame D’Orvilliers. Hoje o Brasil é o maior produtor do planeta e estima-se que mais de 20 milhões de pessoas trabalhem na indústria cafeeira ou em seus negócios correlatos mundo afora.
VIAGEM DO CAFÉ
ORIGEM
Os grãos arábicos, suaves e aromáticos, vêm da América Central e do Sul. Os grãos Robusta, de sabor forte e bem encorpardo, vêm da África e da Ásia. Cada grão tem seu próprio sabor, que aflora somente depois de torrado
BLENDING
O café se diferencia de país a país, de colheita a colheita. Nossos provadores de café julgam todos os grãos verdes em seus diferentes aspectos para obter o blend (combinação) ideal.
Desta forma, asseguram que o seu Café Pilão seja sempre igual e delicioso.
TRANSPORTE
Os grãos de café são transportados em sacos de juta e também em containers. Os grãos são então separados dos detritos como folhas, talos, pedaços de corda ou metal.
TORREFAÇÃO
É durante a torrefação que os grãos de café obtém seu aroma e sabor. Os grãos são expostos a ar quente de até 250 C e o resultado deste processo é determinado pela temperatura e pela duração da torrefação.
RESFRIAMENTO
Para interromper o processo de torração os grãos recebem um pequeno jato d’água e são resfriados com ar. O vapor produzido é explido pela chaminé da fábrica.
SECAGEM
Os grãos tornam-se muito mais leves após torrados devido a perda de umidade. Por um pequeno espaço de tempo, os grãos são deixados em descanso, até que sejam moídos ou embalados (como grãos de café).
MOAGEM
A moagem dos grãos de café acontece nos rolos de moagem. Os grãos são levados a dois rolos de moagem ondulados com distâncias diferentes, que controlam a granulação da moagem.
EMBALAGEM
O café torrado e moído pode então ser embalado, tanto à vácuo, que preserva seu aroma e sabor por 1 ano, quanto na tracional embalagem almofada, que o preserva por 3 meses.
CAFÉS AO REDOR DO MUNDO
Quer um Expresso Doppio ou Con Panna? Que tal um Ristretto?
Conheça os diversos tipos de café consumidos no mundo:
Americano: Café Expresso semelhante ao café filtrado, que leva um pouco mais de água na diluição do pó, mas preserva o sabor do típico do Expresso.
Café Creme: Café comum com uma camada cremosa do tipo Expresso.
Café Frappé: Meia dose de café forte com meia porção de sorvete.
Café Lungo: Café de “extração-longa”, que permite fluir mais água através do pó, sem exaurir sua essência. É servido nas quantidades de 100 ml e 120 ml.
Café Ristretto: Expresso curto, tirado da “cabeça de extração” da máquina, até a quantidade de 25 ml.
Cappuccino: Um terço de Café Expresso , com a mesma medida de leite evaporado e de creme de leite.
Carioca: Meio Expresso com a mesma medida de água quente, servido em xícara de 50 ml.
Con Panna: Café Expresso com chantilly.
Demi-tasse: Café expresso em xícara de café comum.
Doppio ou Duplo: Dose dupla de Café Expresso .
Flavoured Latte: Café com leite aromatizado com cereja, baunilha ou outra essência. Servido em quantidade variável.
Kapuziner: Café preto com um pouco creme de leite.
Pingado: Meia dose de café comum com a mesma medida de leite. Também conhecido como Caffe Latte ou Café au Lait.
Latte Macchiato: Café Expresso acrescido a um copo de leite quente. É uma variação do Cappuccino também conhecida como Latteccino.
Macchiato: Café Expresso com duas colheres de creme de leite.
Mocha: Um terço de Café Expresso com a mesma medida de creme de leite e de chocolate em pó dissolvido.
Romano: Café Expresso servido com uma casquinha de limão.
Schlagobers: Café forte com creme de leite batido.
Schwarzer: Café puro.
Wiener Melange: Meia dose de café comum com a mesma medida de leite morno e chocolate. Também conhecido como Vienense.
DÚVIDAS FREQUENTES
Qual a melhor forma de guardar café?
O segredo para apreciar a qualidade do café é assegurar que ele permaneça o mais fresco possível. Nós recomendamos que após de aberta a embalagem ela seja fechada e colocada em um recipiente selado e mantido no rerigerador, longe de produtos químicos e odores fortes. Para usufruir o máximo do sabor e do aroma, consuma seu café em até 30 dias depois de aberto.
Quantas xícaras por pacote?
Um pacote de 250g pode preparar até 30 xícaras de café . Esta quantidade varia para cada gosto.
Quantas formas diferentes existem para “fazer” café”?
Há muitas formas diferentes para preparar café , algumas das quais são relacionadas a costumes culturais. Os mais comuns são os métodos que utilizam o filtro e a cafeteira. Recentemente, o método de extração expresso tem se tornado conhecido devido, predominantemente, ao mercado comercial. É importante que você utilize a granulação e o método de extração mais adequado para obter o sabor de café da sua preferência.
Por quê a granulação do café é importante e qual eu devo comprar?
O tamanho da granulação do café exerce um efeito significativo na qualidade do sabor. Você deve sempre utilizar a granulação correta para o tipo de equipamento que possui.
A moagem expôe as paredes celulares dos grãos e prepara os grãos para liberarem seu sabor durante o processamento. Devido às variações no ciclo do processamento a temperatura da água e o seu padrão de agitação, cada método de processamento requer diferentes graus de granulação.
Já que há muitas formas diferentes de processsar café , escolher a granulação correta é essencial para obter o melhor sabor durante sua extração.
O grau de extração depende de três fatores:
Integridade da moagem
Relação café/água
Extensão do tempo em que os grãos estão em contato com a água.
Em geral, quanto menor o ciclo de processamento, menor a granulação necessária para produzir uma extração de sabor maximizado. Quanto maior o ciclo de processamento, maior a granulação necessária. A granulação mais fina expõe mais a área de superfíce do café à agua e os seus óleos essenciais são liberados mais tarde. Métodos de processamento mais longos requerem uma granulação mais grossa para evitar a extração demasiada. Uma granulação incompatível com o método de extração pode produzir um café extra forte ou um bem fraco e destituído de sabor.
Como é produzido o café solúvel?
O café solúvel foi lançado no mercado nos anos 50. Uma xícara de café solúvel pode ser preparada fácil e rapidamente, sem processamento, uma vez que isso já foi feito na fábrica.
Há 2 técnicas usadas para produzir café solúvel: Secamento congelado e secamento por spray.
Secamento Congelado
Neste sistema os grãos são torrados, moídos e processados resultando num gigantesco tanque de café . Então as partículas de café são extraídas e o líquido remanescente é evaporado através de um método avançado de secagem por congelamento.
Durante o processo de secagem por congelamento o café líquido é congelado a 40 graus centígrados negativos, o que faz com que as partículas de água no café concentrado forme cristais de gelo. Através de um método conhecido como sublimação o gelo é extraído dos grânulos congelados utilizando uma câmara especial que seca as partículas a uma pressão muito baixa. O que permanece é o café solúvel.
Secamento por Spray
Para criar o nosso café solúvel usamos uma combinação única de grãos, torramos, moemos e o processamos através da secagem por spray, o que produz um café de melhor qualidade e de sabor mais marcante.
Durante esta secagem o café concentrado é lançado no topo de uma alta torre junto com ar quente. Devido ao calor a água evapora ao cair, de forma que o que permanece é o café solúvel .
O café contém aditivos, tais como conservantes?
Não, o café é sempre 100% natural e não contém nenhum aditivo. Café é simplesmente a semente da planta de café (o grão de café), torrado e moído.
Café descafeinado ou “sem cafeína” é café puro do qual foi removida a cafeína.
O café permanece fresco graças à embalagem a vácuo e, portanto, não precisa de conservantes. Quando o café contém aditivos isto tem que estar impressso na embalagem.
O que é a cafeína do café?
Cafeína é uma substância naturalmente contida em várias plantas diferentes, inclusive naquelas que produzem café , chá e chocolate.
No café , ela é apenas uma das mais de 1500 substâncias que os tecnologistas em alimentos puderam isolar e que se combinam para dar ao café seu distinto caráter.
A Cafeína também age como um estimulante moderado, aumentanto o alerta mental e acelerando o processo do raciocínio. É por isso que algumas pessoas preferem beber café descafeinado, principalmente à noite, quando desejam relaxar e dormir do que estarem alertas. A cafeína não tem cor nem sabor, nem odor ou aroma, mas se sua remoção não for feita com muito cuidado a extração pode afetar o delicioso sabor e aroma que a gente espera em um café verdadeiro.
Indicação das quantidades de cafeína por porção/xícara:
Mg de cafeína/porção:
Café (por xícara de 150 ml) – torrado e moído ~80
Café (por xícara de 150 ml) – solúvel ~60
Café descafeinado (por xícara de 150 ml) (ou torrado ou moído ou solúvel) ~3
Chá (por xícara de 150 ml) ~40
Refrigerante de Cola (por lata de 330ml) ~30
Chocolate simples (50g) ~20
Há diversos produtos encontrados no mercado tais como analgésicos que também contêm cafeína.
Como é produzido o café descafeinado?
O café contém naturalmente um suplemento ativo, a cafeína. Grãos normais de café contêm entre 0,8 % e 2,5% de cafeína dependendo da sua origem e variedade. Um café descafeinado não está totalmente livre de cafeína. Nos países da Comunidade Européia, café torrado descafeinado pode conter 0.1% de resíduo de cafeína e 0,3% de extrato de café.
Para produzir café sem cafeína o suplemento estimulante precisa ser extraído dos grãos. Já que o café revela a maior parte do seu sabor durante a torração, a cafeína é extraída dos grãos verdes do café. Existem vários métodos para conseguir isso, dos quais os métodos mais utilizados são o da água-carbono (H2O/C) e o do diclorometano, (comumente conhecido como DCM). Métodos modernos de descafeinação não causam nenhum efeito no sabor e no aroma do café. Então, um bom café descafeinado tem quase o mesmo sabor de um café contendo cafeína.
O método Água-Carbono
Este processo usa água (H2O) como solvente. Os grãos verdes são lavados com água por um longo tempo, durante o qual a cafeína se dissolve na água. A água, com a cafeína dissolvida é, então, bombeada através de um filtro de carvão ativo (C) que absorve a cafeína. Os grãos descafeinados são secados com ar morno e então rersfriados com ar frio. São então torrados, moídos e embalados da forma usual. A água é reutilizada para outros processos de descafeinação.
O processo do Diclorometano
Este método emprega o diclorometano (DCM) como solvente e foi desenvolvido para atender a requisitos de determinadas indústrias. Os grãos verdes são umedecidos com água para tornar sua superfície porosa e então imersos no solvente por 30 minutos. Isto se repete várias vezes. Os grãos são removidos do solvente depois que a cafeína é dissolvida. Vapor é aplicado durante algum tempo para remover qualquer traço do solvente. Depois disso os grãos são secados usando ar morno e resfriados com ar frio. São então torrados, moídos e embalados da forma usual. O diclorometano é re-utilizado para posterior descafeinação.
Cafeína afeta o sono?
Como a cafeína é um estimulante moderado, algumas pessoas percebem que levam mais tempo para adormecer depois de tomarem café à noite. Outras pessoas bebem seu café com prazer após a refeição noturna sem sentir qualquer problema. De fato, a pesquisa tem demonstrado que o sono dos indivíduos varia imensamente em suas reações ao café assim como outros fatores como o ruído, a temperatura e o stress podem, igualmente, predispor ao retardamento do sono.
O café descafeinado está disponível para essas pessoas particularmente sensíveis à cafeína.
Café faz mal?
Não há nenhuma evidência conclusiva que indique que uma quantidade moderada de café faz mal à sua saúde. A ciência moderna identifica os efeitos da cafeína, tais como o estímulo do metabolismo e o aumento na habilidade para reagir. Beber café normalmente não causa nenhuma consequência perigosa ao indivíduo sadio, embora nem todos possam tolerar a cafeína tão bem.
O café contém calorias?
Não, mas a adição de leite e açúcar numa xícara de café adiciona calorias.
Quantos países no mundo cultivam café?
O café cresce exclusivamente em regiões tropicais e sub-tropicais. O atual cinturão da produção de café ao redor do mundo compreende cerca de 70 países envolvidos no cultivo e está circunscrito entre as latitudes de 23 graus norte e 25 graus sul.
O Brasil é o maior produtor mundial de café. Produz, em média, cerca de 28% do total da produção mundial. A Colômbia segue em segundo, com cerca de 16%, a Indonésia, em terceiro, com 7%, e o México, no 4º lugar, com cerca de 4%.
Qual a diferença entre os cafés?
A qualidade de grãos e sua combinação, que deve ter seleção especial, sendo que cada café tem seu segredo, sua receita, seu blend.
Qual é o melhor café?
Não tem o ” melhor café “. Cada produto tem seu sabor próprio. É como comer 02 tortas de limão, sendo uma com creme de leite Vigor e outra com creme de leite Paulista, no final um terá sua preferência.
O que é blend?
É uma combinação de grãos de diversas regiões (nunca usar a palavra mistura). Mistura é entendida como cevada ou produtos que não fazem parte do blend de café .
O que faz um café ser mais caro ou mais barato?
O tipo de grão que faz parte da saca de café verde comprada com mais ou menos defeitos de café.
Por que existem eventuais pontos mais claros misturados ao pó de café?
Pontos mais claros encontrados no café são provenientes da película que compõe o grão. Como essa película encontra-se na etapa de torração ela vai escurecer com menos intensidade e ficará visível na moagem.
Fonte: www.cafepilao.com.br
História do Café
Tipo de café
Arábica
Sem duvida a espécie mais conhecida e que representa cerca de 3/4 da produção mundial de café . A altura das suas árvores variam entre três e cinco metros. O tronco é liso, com ramos esguios e compridos. Esta é uma espécie que se adapta facilmente às diferentes condições meteorológicas e que prefere as mudanças de estação. A espécie Arábica pode ser cultivada até uma altitude entre os 900 e os 2000 metros, onde a temperatura gira entre os 15° e os 24°C.
O café verde Arábica tem uma riqueza aromática inconfundível.
Robusta
Uma espécie bastante comum, não como sendo a melhor, mas a mais dura. No estado selvagem, a sua altura pode variar entre os sete os treze metros; as suas folhas são finas, com um formato elíptico.
Ao contrário do Arábica, o Robusta é cultivado a baixa altitude – entre 200 e 600 metros – precisamente porque esta espécie não se dá bem com a temperatura alcançada em locais de alta altitude, procurando temperaturas constantes, entre os 24° e os 29°C.
Particularmente sensível do ponto de vista climático, a espécie Robusta é, contudo, menos propensa a doenças, e requer de poucos cuidados. A espécie Robusta é rica em fenol alkylpirrols, cafeína (1.6-3.2%, e até mais) e outros componentes. Depois de torrado, estes elementos marcam a diferença ao nível do aroma e do paladar, que passam a estar mais evidenciados.
Como é cultivado
A árvore do café pode ser reproduzida através da plantação ou da poda. No primeiro caso, o fruto é colhido quando está completamente maduro; depois a casca é retirada e são selecionados os melhores grãos à mão, com a ajuda da água (os grãos que flutuarem, depois de mergulhados na água, são os de pior qualidade). Em seguida são colocados em caixas de madeira e cobertos com terra e folhas, esperando o brotar de novas plantas.
No segundo caso, por outro lado, é colocado no chão pequenos ramos da árvore adulta. São dispostos um a um num viveiro. A futura árvore de café fica em viveiro durante um ano, para depois ser transferida para as plantações, onde começará a dar fruto, seguindo-se mais 3 anos de climatização.
Colher, escolher ou extrair
Colher o café é, sem dúvida, o processo mais caro e que mais pesa a quem cultiva o café. Existem várias técnicas que garantem os níveis de qualidade exigidos.
A escolha da colheita é o método mais caro, uma vez que é feito apenas manualmente. Contudo, é um método bastante preciso, porque apenas são selecionados e colhidos os frutos vermelhos e devidamente amadurecidos. A técnica de extração é mais bruta, mas é menos dispendiosa, quer em dinheiro, quer em tempo. Tudo é extraído dos ramos com as mãos – desde os frutos mais verdes aos mais maduros. O resultado é a excelência da qualidade da colheita.
Processo: método seco ou molhado
Existem 2 métodos de escolha: o processo seco ou molhado. O primeiro, é o café natural, enquanto o segundo produz café previamente demolhado. O método utilizado afeta, obviamente, as características do grão. Anteriormente, os frutos são separados de tudo o que foi recolhido durante o processo mais duro.
Para tal, os frutos têm de ser peneirados e depois recebem um poderoso jato de ar ou submersos em tubos com água corrente.
Depois de obter apenas os frutos, são colocados em terrenos especiais, expostos diretamente ao sol, até secarem por completo. Depois são misturados e cobertos com panos resistentes a água, evitando assim que fiquem novamente molhados com a chuva.
Por fim, os grãos vêem finalmente a luz do dia. A maior parte da polpa é eliminada, com recurso a uma máquina especial. Depois, o fruto é submerso em tubos cheios de água, durante dois ou três dias. Neste processo, a polpa restante, que foi submetida à fermentação, é retirada, deixando aparecer o grão. É necessária muita atenção durante este processo, para que o fruto não seja destruído, o que pode acontecer se o fruto for exposto a um longo processo de fermentação.
Os grãos são depois lavados e secos depois da fermentação.
Um detalhe importante: os grãos molhados, obtidos através do processo de secagem são, garantidamente, de excelente qualidade, com um aroma especial e inconfundível. De qualquer forma, o café obtido no final de todo o processo é designado por café verde, e está quase pronto para ser exportado.
Seleção, armazenamento e grau
O café verde quando armazenado tem de ser sujeito a uma seleção adicional, que pode ser feita manual ou eletronicamente, mediante a cor, excluindo os grãos excessivamente maduros ou fermentados.
De seguida, o produto é selecionado e classificado – tendo em atenção que cada país tem o seu próprio método estabelecido, mas o proposto pelo New York Coffee e pelo Sugar Exchange é um dos mais importantes e dos mais utilizados – sendo necessário fazer o depósito do produto, com a garantia de uma boa conservação.
Antes de ser transportado, o café verde tem 11-12% de umidade, e deve ser preferencialmente armazenado em locais com baixa umidade relativa (de preferência inferior a 50%) com uma temperatura constante. Não significa, no entanto, que tenha uma resistência excepcional com o passar do tempo. Quanto menor for o tempo de armazenamento, melhor será a qualidade, mesmo com uma umidade relativa extrema.
Como preparar um bom café
Falar de café espresso é falar de uma bebida que tem características únicas e incomparáveis. O protagonista na sua preparação é, indiscutivelmente, o café mas, a escolha do blend certo, a dosagem correta e a máquina que o produz são também fatores decisivos. O café espresso é a verdadeira experiência para os sentidos.
O melhor café? Tem de ter um creme denso e espesso, com cor, com um intenso e refinado aroma e um corpo aveludado. Como é que reconhece estas características?
Treinando os seus sentidos: saborear um café espresso é uma arte.
O café espresso perfeito, de acordo com o Instituto Italiano do Café espresso
Aqui é encontrado o perfil de um café espresso perfeito, definido pelo Instituto Italiano do Café espresso, organização que representa o café espresso em todo o mundo, promovendo a sua cultura.
Dose ideal de café em grão: 7 g +- 0.5
Temperatura da água na saída do grupo de café: 88 °C +- 2 °C
Temperatura da bebida na xícara : 67 °C +- 3 °C
Pressão da água : 9 bar +- 1
Tempo de extração: 25 seg +- 2.5 seg
Mililitros na xícara (incluindo a espuma): 25 ml +- 2.5
Curiosidade
Felizmente as cabras pensaram nisso…
Não, não estamos brincando. Nem sequer estamos enganados. Uma das lendas mais conhecidas sobre o café e a sua origem está intimamente ligada a estes animais de pasto.
A história conta que, um dia, na cidade Iemenita de Moka, um pastor chamado Kaldi ou Kaddi viu que uma das suas cabras mais mansas, depois de voltar do pasto, mastigava alguns grãos de café e estava alegre e com energia extra. Após esse episódio o pastor levou os grãos para um monge da região, o qual decidiu fazer uma infusão com os frutos.
Surpreso com o delicioso aroma e com a capacidade que obteve de se manter acordado após tomar a bebida, o monge divulgou a novidade para todo monastério. Surgindo assim uma das bebidas mais consumidas no mundo.
A origem do nome… e que continua a ser uma lenda
Existem diversas teorias que procuram chegar à etimologia da palavra café, embora não haja uma opinião consensual sobre o assunto. O senso comum diz-nos, no entanto, que talvez tenha tido origem do clássico Arábica qawha, que significa “que estimula, que eleva o espírito”. A evolução desta palavra ao longo dos anos acabou por transformar-se na palavra Turca kahweh, cuja pronúncia tinha uma sonorização semelhante à palavra café dos tempos de hoje.
Café e saúde
Uma maçã por dia, é sinônimo de saúde…. se o mesmo fosse verdade para uma xícara de café? Talvez duas ou três porque, quando o café é bom, é um prazer que proporcionamos a nós mesmos, diversas vezes ao longo do dia. Alguns tomam no café da manhã, outros durante a pausa no meio da manhã, outros ainda depois do almoço.
Há também quem substitua o tão apreciado chá das cinco britânico por um bom café, ou até mesmo depois do jantar… Todas as ocasiões são boas para os amantes de café. Existem ainda aqueles que bebem café para se manterem acordados, e outros que tomam café para sentirem uma explosão de energia. Por último, há ainda quem não consuma a bebida para não fazer subir a tensão arterial.
Há outras pessoas que vêem o café como um medicamento perfeito para as dores de cabeça, outros como o tratamento ideal para o colesterol. Depois há também quem beba café com a esperança de acalmar a fome durante uma dieta. Por último, para uma vida saudável, há quem consuma café quando tira uma pausa para relaxar. Mas, acredite, com todas estas verdades e ficções, pensamos que cada um de nós deve tomar as suas próprias decisões e formar os seus próprios juízos.
O nosso corpo e o café
O café acelera os batimentos cardíacos, estimula o cérebro, aumenta o fluxo urinário, a produção de ácidos digestivos, relaxa os músculos lisos e os que controlam os vasos sanguíneos e as vias respiratórias. Através de certos mecanismos, causa sensação de revigoramento.
Ao atingir o córtex sensorimotor, diminui a fadiga e ao atuar sobre os receptores do hormônio adenosina, situados nas células nervosas, exerce uma ação inibidora desse hormônio, impedindo que ele aja como redutor da frequência cardíaca, da pressão sanguínea e da temperatura corporal, fatores responsáveis pela sensação de torpor e do sono.
Por outro lado, a cafeína exerce um efeito sobre a descarga das células nervosas e a liberação de neurotransmissores e de alguns hormônio tais como a adrenalina. Age sobre a enzima lipase, uma lipoproteína que mobiliza os depósitos de gordura para utilizá-la como fonte de energia no lugar do glicogênio muscular.
Esse efeito de poupar o glicogênio, torna o corpo mais resistente à fadiga, aumenta a capacidade mental e a concentração, melhora por um determinado período de tempo o desempenho atlético aumentando a força e a resistência muscular e evita crises de asma, relaxando os músculos bronquiais obstruídos.
Um café no final da refeição
Um dos maiores prazeres em tomar um café no final de uma refeição tornou-se também um dos maiores aliados no processo digestivo. Esta é uma das conclusões presentes em diversos estudos sobre o tema, onde ficou provado que esta bebida estimula a produção de sucos gástricos, facilitando a atividade do pâncreas, responsável pela boa digestão.
Assim sendo, depois de uma refeição farta, o café é um excelente aliado, contribuindo para uma boa disgestão. Depois de qualquer refeição é comum sentirmos sonolência, que faz com que queiramos fazer uma cochilo depois do almoço. Mas, se o trabalho espera por nós, o melhor é beber uma boa xícara de café.
Fonte: www.saeco.com.br
História do Café
A Origem do Café
Bebida aromática, de forte sabor, estimulante do sistema nervoso, o café é hoje um hábito disseminado por todo o mundo e sua produção e comercialização têm peso relevante na economia internacional, constituindo um dos principais produtos de exportação de cerca de quarenta países menos desenvolvidos.
A Cafeína
Presente em algumas bebidas largamente consumidas, como café , chá, guaraná e refrigerantes à base de cola, a cafeína induz à dependência por reduzir a sensação de fadiga.
A cafeína é um composto orgânico do grupo dos alcalóides, substâncias que têm efeitos fisiológicos marcantes e que se encontram em certas plantas já consumidas como estimulantes pelos antigos. A cafeína apresenta-se sob a forma de um pó branco ou pequenas agulhas, que derretem a 238°C e sublimam a 178°C, em condições normais de temperatura e pressão. É extremamente solúvel em água quente, não tem cheiro e apresenta sabor amargo.
Uma xícara média de café contém, em média, cem miligramas de cafeína. Já numa xícara de chá ou um copo de alguns refrigerantes encontram-se quarenta miligramas da substância. A cafeína estimula o sistema nervoso central, o coração, vasos sangüíneos e os rins. Sua rápida ação estimulante faz dela poderoso antídoto depressão respiratória em conseqüência de intoxicação por drogas como morfina e barbitúricos. A ingestão excessiva pode provocar, em algumas pessoas, efeitos negativos como irritabilidade, ansiedade, agitação, dor de cabeça e insônia.
O Fruto
Café é fruto do cafeeiro, arbusto da família das rubiáceas, gênero Coffea, do qual existem mais de sessenta espécies e inúmeras variedades, podendo chegar a até dez metros de altura. As principais espécies de importância econômica são a Coffea arabica e a Coffea robusta ou canephora, sendo a primeira de maior cotação no comércio internacional por suas qualidades de aroma e sabor.
A planta cultivada cresce bem menos do que em estado nativo mas fornece maior quantidade de frutos. O caule tem casca cinzenta e rugosa e as folhas, agudas e onduladas nas margens, são verde-escuras; possui flores brancas, que se unem em cimeiras na axila das folhas superiores. O fruto, baga ovóide, é vermelho quando maduro e quase preto depois de seco, e contém duas sementes, achatadas ou ovóides, revestidas de tegumento amarelado ou acinzentado.
Aplicações
Além do consumo universal da infusão, o café tem outras aplicações, já que, por conter cafeína e outros alcalóides em sua composição química, atua no sistema nervoso e circulatório, estimulando a atividade cerebral e cardíaca, além de servir como diurético. É empregado contra dor de cabeça, embriaguez, asma, tosse e como antídoto do ópio e da morfina.
Em algumas regiões do Brasil, as folhas do cafeeiro, usadas em forma de banhos, combatem os resfriados e reumatismos. Entretanto não tem valor nutritivo e, se consumido em excesso, pode causar gastrite, nervosismo e alterações no ritmo cardíaco. O resíduo da infusão serve como adubo.
Origem do café
A história do café é vaga e obscura. A palavra café parece derivar do árabe qahwah, embora etimologistas a relacionem com Kaffa, província da Etiópia de onde a planta é nativa. De lá passou para a Arábia e admite-se que os árabes hajam começado a tomar café já no século XV. O cultivo se desenvolveu e o Iêmen permaneceu como principal fornecedor mundial até o século XVII.
Uma das lendas em torno da descoberta do efeito estimulante do café é a do pastor Kaldi. Ao ver a agitação das cabras de seu rebanho, após a ingestão de alguns frutos do cafeeiro, Kaldi provou os frutinhos avermelhados, comprovando seu poder excitante. Isso teria ocorrido no ano 850. Outras fontes, entretanto, contam ter sido um monge árabe o primeiro a preparar uma infusão com sementes de café, a fim de livrar-se do sono que o impedia de realizar suas orações noturnas.
Em Meca, cidade santa dos muçulmanos, no início do século XVI o café era muito consumido, mas não tardou a ser condenado pelas seitas mais ortodoxas do islamismo e, a pretexto de contrariar o Alcorão, seu uso foi proibido. Em 1526 a proibição foi abolida e tanto a agricultura como o comércio do café desenvolveram-se em toda a península arábica, até chegar à Turquia e depois à Europa, no decorrer dos séculos XVI e XVII.
Quem primeiro divulgou as propriedades do café na Europa foi Leonard Rauwolf, alemão que viajou pelo Oriente em 1592, seguindo-se a ele o botânico italiano Prospero Alpini. Admite-se que em Veneza, no fim do século XVI, consumia-se café. A planta parece ter sido levada para o continente americano, em 1607, pelo capitão John Smith, fundador da Virgínia. No princípio do século XVII, os navios da Companhia das Índias Orientais traziam grandes cargas de café do Oriente.
Foi em Constantinopla (hoje Istambul, Turquia) que se abriu o primeiro estabelecimento para servir café ao público, em 1550. Na Europa as primeiras casas de café surgiram em Veneza, em 1591; Londres, em 1652; e Marselha em 1671. A partir de 1670, estabelecimentos semelhantes difundiram-se pelas grandes cidades dos Estados Unidos.
Com a popularização do uso do café seu cultivo espalhou-se pelo mundo.
Conta-se que sua chegada ao Novo Mundo deve-se ao capitão francês Gabriel-Mathieu de Clieu, responsável pela introdução da primeira planta, na Martinica. Entre 1720 e 1723, De Clieu, que servia na guarnição da Martinica, visitou a França, onde soube que os holandeses haviam transplantado com êxito o café para as ndias Orientais, cujo clima se assemelha ao da Martinica.
Resolveu então iniciar a cultura nessa colônia; mas os poucos cafeeiros então existentes em Paris eram conservados com muito cuidado, em estufas, pelos jardineiros de Luís XV. Só a muito custo ele conseguiu algumas mudas e durante a viagem de volta à Martinica foi obrigado, durante mais de um mês, a dividir a sua cota de água no navio com os cafeeiros, finalmente plantados na ilha e tratados com cuidado até a produção das primeiras bagas. Elas originaram a maior parte das atuais plantações daquela região.
Distribuição Geográfica
O cafeeiro prospera em climas tropicais e em terras de média altitude. O solo deve ser úmido, rico em matéria orgânica e poroso, para evitar a acumulação de água, que apodrece a raiz da planta.
Até a primeira metade do século XX, era generalizada a crença entre os lavradores brasileiros de que o café só podia ser cultivado eficientemente em terras virgens, após a derrubada das matas, limpeza do terreno e abertura das covas para receber diretamente as sementes ou mudas, sem necessidade de adubação devido à fertilidade do solo. Essa crença está superada e o café é hoje produzido dentro das mais modernas técnicas de plantio, de correção do solo e de irrigação e drenagem.
O habitat natural das espécies de maior importância econômica é a zona tropical da África, numa faixa que se estende desde a Guiné até a Etiópia e, ao sul, até Angola. Na Etiópia ainda subsistem florestas de cafeeiros nativos e em algumas regiões da Ásia (Myanmar, Indonésia) certas espécies vegetam espontaneamente.
Existem culturas comerciais em cerca de setenta regiões, do equador aos trópicos, faixa ultrapassada, ao sul, apenas no Brasil e em Moçambique e ao norte em Formosa.
As principais espécies estão distribuídas geograficamente como se segue:
Coffea arabica: Predomina no Ocidente, onde 27 países a cultivam isoladamente e 31 associam-na a outras espécies. No continente africano floresce nos planaltos da Etiópia, sudeste do Sudão, Camarão, Angola, região oriental do Zaire, Ruanda, Burundi, Quênia e Tanzânia. Na Ásia quase se extinguiu quando os cafeeiros foram atacados pela ferrugem, uma doença que dá nas folhas do arbusto, mas subsiste em certas regiões das Filipinas e da Indonésia. No Brasil as variedades mais cultivadas são: typica, mundo novo, caturra, maragogipe e bourbon.
Coffea robusta ou canephora: Concentra-se na Ásia e África, predominando no Benin, Togo, Gabão, Congo, Angola, Madagascar, Uganda, Costa do Marfim, Camarão, Libéria, Tanzânia, Guiné, Indonésia, Vietnam, Filipinas, Sri Lanka, Nova Caledônia, Ilhas Comores, além de Trinidad e Martinica. Essa variedade também é cultivada nas Antilhas, Equador e Brasil.
Coffea liberica: De importância econômica reduzida no quadro mundial, é a única espécie existente na Guiana. Seu cultivo se estende a cerca de 17 países, sendo os maiores produtores Suriname, Malásia, Libéria, Filipinas, Guiné Equatorial e São Tomé.
Condições de cultivo
Como planta tropical, o café não se adapta ao clima frio e à seca. As regiões mais favoráveis são as que apresentam temperaturas médias anuais entre 18 e 20o C e em que as mínimas absolutas raramente descem abaixo de zero. As geadas freqüentemente são prejudiciais. Como planta de clima úmido aceita índices pluviométricos da ordem de 1.500mm anuais e as estiagens não podem ser muito longas, já que a seca prejudica mais as lavouras que a umidade excessiva.
Quando plantado em condições de solo apropriadas, o cafeeiro começa a produzir no terceiro ano em quantidade apreciável. Seu período de rendimento pleno tem início entre o sétimo e o oitavo ano e sua vida útil situa-se entre 15 e 20 anos. Em algumas regiões do Brasil os cafezais produzem acima dessa idade, por outros vinte anos, aproximadamente.
Os cafeeiros são cultivados atualmente com novos métodos; as mudas crescem em viveiros e são depois transplantadas em fileiras, o que vai facilitar a colheita, além de que a abertura de valas ajuda a controlar a erosão. A qualidade da terra, a seleção de fertilizantes, a irrigação artificial, assim como a proteção contra as geadas e a ferrgem, são fatores de crescente importância na moderna cafeicultura.
A colheita
A colheita do café é feita de três maneiras:
1) derriça, quando os frutos são arrancados à mão e jogados ao chão, para, em seguida, com auxílio do rastelo (um instrumento agrícola com dentes de madeira ou ferro) serem juntados e peneirados, de modo a se expurgarem as folhas, torrões de terra e outras impurezas
2) colheita no pano, quando o apanhador de café desprende os frutos do galho e os apara com um pano, normalmente preso à cintura
3) a dedo, quando se colhem os frutos maduros (cor de cereja), guardando-os em cestos, sacos ou peneiras. É um processo de colheita mais lento, mas melhor apurado. Os grãos depois de colhidos devem ser limpos e esse trabalho pode ser a seco, com o uso de máquinas especiais, ou por processo hidráulico, em lavadouros.
Os processos de secagem dos grãos variam, mas no Brasil, Costa do Marfim e Angola é comum a colocação dos grãos ao sol, em terreiros previamente limpos, onde, durante dez ou 12 dias, são remexidos, espalhados e finalmente amontoados.
Do terreiro o café é levado para as tulhas (uma espécie de depósito), onde “descansa” por um período aproximado de quarenta dias, para depois ser beneficiado, classificado e ensacado. Atualmente, na maioria dos grandes centros produtores, entre os quais destacam-se no Brasil os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, as diversas etapas do beneficiamento, como secagem, seleção, despolpamento e torrefação, são realizadas mecanicamente.
Fonte: www.cafearanas.com.br
História do Café
ORIGEM DO CAFÉ
Planta foi descoberta por pastores de cabras.
Café no estado “cereja” os primeiros frutos foram descobertos na Etiópia e eram comidos pelos pastores na forma de pasta com manteiga.
Sabe-se que, atualmente, o Brasil é o maior produtor de café do mundo. Mas quem teria sido o primeiro país a cultivar a planta?…
Segundo a publicação “Cultura de Café”, editada pelo Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, o chamado “ouro negro” foi introduzido pelos árabes, inicialmente na região da Etiópia, antiga Absínia (África) e Iêmen (Arábia), às margens do Mar Vermelho.
Planta estimulante
Estima-se que o café seja conhecido há mil anos no Oriente Médio, especialmente na região de Kafa (daí o nome “Café”). Mas o primeiro registro comprovado da existência da planta é do século XV (por volta do ano de 1.400 d.c.). Nessa época, o café foi descoberto por pastores de cabras etíopes. Eles notaram que quando os animais comiam uma pequena cereja (o fruto do café) tornavam-se mais espertos e resistentes.
Kaldi (nome de um desses pastores) passou a colher as cerejas do café e preparar, para seu próprio consumo, uma tonificante pasta feita com cerejas esmagadas e manteiga. Os árabes, vizinhos do Oriente Médio, foram os primeiros a cultivar o café (por isso o nome Coffea arabica – nome científico de uma das mais importantes espécies de café). Os árabes foram também os primeiros a beber o café – em vez de comer ou mascar, como faziam os pioneiros pastores da Etiópia.
Café é o remédio
É interessante notar que na África, berço do café, houve pouco interesse no cultivo da planta até a Primeira Guerra Mundial. Só depois de 1918 é que se iniciou naquele continente a expansão cafeeira, estimulada pelas metrópoles européias. A sabedoria dos nativos africanos porém, já levava-os a explorar as propriedades medicinais da planta há pelo menos dois séculos antes. Quando os europeus chegaram ao ex-Congo Belga, por exemplo, as tribos já haviam descoberto há muito tempo os efeitos estimulantes de bebidas preparadas com folhas de cafeeiros
Origem da palavra Café
No mundo árabe, o fruto cafeeiro era chamado de QUAHWAH, cujo significado quer dizer força e vigor. Posteriormente os Turcos e outros orientais passaram a pronunciar CABEUH, cuja palavra adaptou-se ao francês sem a demasiada inspiração dos HH, vindo essa palavra a dar origem a palavra CAFÉ no Português, Francês, Italiano e Espanhol; COFFEE em Inglês; KAFFE em Alemão; KAVE no Húngaro; KOHI no Japonês e KIAFEY no Chinês.
Fonte: www.graominas.com.br
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