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Uma gruta é uma caverna natural ou artificial usada por humanos tanto nos tempos modernos quanto na antiguidade, e historicamente ou pré-histórica.
As grutas que ocorrem naturalmente são muitas vezes pequenas cavernas perto da água que geralmente são inundadas ou passíveis de inundação na maré alta . Às vezes, grutas artificiais são usadas como recursos do jardim . A Gruta Azzurra em Capri e a gruta na Villa Jovis de Tibério na Baía de Nápoles são exemplos de grutas naturais populares à beira-mar.
Seja na água das marés ou no alto das colinas, as grutas são geralmente feitas de geologia de calcário , onde a acidez da água parada dissolveu os carbonatos na matriz rochosa à medida que passava pelo que eram originalmente pequenas fissuras.
Antiguidade
As grutas eram muito populares na cultura grega e romana . Grutas alimentadas por molas eram uma característica dos oráculos de Apolo em Delfos , Corinto e Claro. A cidade helenística de Rodes foi projetada com grutas artificiais cortadas na rocha incorporadas à cidade, feitas para parecerem naturais.
No grande santuário romano de Praeneste , ao sul de Roma, a parte mais antiga do santuário primitivo estava situada no segundo terraço mais baixo, em uma gruta na rocha natural onde uma nascente se transformava em poço. Segundo a tradição, a fonte sagrada de Praeneste tinha uma ninfa nativa, que foi homenageado em um ninfeu aquático semelhante a uma gruta.
Tibério , o imperador romano, encheu sua gruta com esculturas para criar um senso de mitologia, talvez canalizando a caverna de Polifemo na Odisseia . A qualidade numinosa da gruta é ainda mais antiga: em uma gruta perto de Cnossos , em Creta, Eileithia era venerada, mesmo antes da construção do palácio minóico. Ainda mais atrás no tempo, a imanência do divino em uma gruta é vista nas cavernas sagradas de Lascaux.
Origem das Grutas
As grutas constituem um atrativo natural, proporcionando cenas agradáveis à visitação pública e uma fonte de controvérsias científicas para geólogos naturalistas e espeleólogos, especialistas que as estudam.
A formação de uma gruta depende do trabalho químico e mecânico das águas subterrâneas e propriedades físicas do terreno.
Formação de grutas calcárias
Na formação de grutas calcárias dois agentes atuam: os agentes químicos e os agentes físicos, sendo que, percentualmente, esta atuação pode ser considerada à razão de 90% e 10% respectivamente.
Como o nome já indica, a gênese de uma gruta calcária é estudada à partir de sua constituição: a dissolução e alteração do calcário através de processos químicos realizam-se através do dióxido de carbono dissolvido na água e mais oxigênio, diversos ácidos e produtos orgânicos que provém do solo.
Essa dissolução do calcário acontece devido a infiltração de águas e em nível próximo ao lençol freático. Por essa infiltração as águas carregadas de carbono vão penetrando através das fendas e diáclases do calcário. O CO2 reage, transformando o carbonato de cálcio (CaCo3) em bicarbonato ácido de cálcio – Ca(HCO3)2 – solúvel e levado pelas águas. Essa água então seguirá sua direção natural, às vezes a muitos quilômetros da origem.
Com a circulação pelas fendas e fraturas, estas vão se alargando lentamente dando aberturas de formas variáveis, que o trabalho das águas vai aumentando com o tempo, formando mais cavidades na rocha. As dimensões das grutas assim formadas vão depender do sistema de juntas e fraturas, de sua quantidade e da infiltração das águas.
Analisando o calcário veremos o Ca(HCO3)2 facilmente depositado sob forma de CaCO3 (Calcita) com a vaporização total ou parcial da água de solução. Além desses cursos de água subterrâneos existe paralelamente um lento derrame de água, contendo calcário dissolvido através das fendas, diáclases, tetos e paredes das grutas.
Os agentes físicos, embora considerados mínimos, merecem citação pelo trabalho de estrutura que exercem: aquecimento e resfriamento que provocam fraturas e diáclases por onde penetram as águas, faíscas elétricas formando redes de fraturas, desagregação do calcário formado pelas partículas arrastadas, o impacto causado pela força dos cursos d’água através das galerias provocando desagregação, e a gravidade, o principal agente físico atuando não diretamente mas que vai influir na conformação da gruta.
Evolução das grutas
A gruta não é produto de um fenômeno estático. Tem seu nascimento e evolução até alcançar a maturidade, quando entra em processo destrutivo até desaparecer. Em cada uma de suas fases evolutivas, temos um tipo característico da morfologia. Em sua infância, quando ainda não é uma gruta, a corrosão terá um papel predominante, daí existirem grutas nas rochas suscetíveis de sofrer dissoloção.
Para cada uma dessas fases de evolução há uma morfologia específica. Na infância, predominará a corrosão. E para exercer a ação corrosiva a água necessita estar impregnada de CO2, e de tempo, pois uma circulação rápida produz erosão e não corrosão.
Com a erosão aparecendo, vem a fase juvenil, atuando, aí a erosão livre, turbilhante. A gruta aumenta suas dimensões. Começa a se produzir em superposição de formas, aparecem galerias de conjugação, a água circula livremente e a erosão é exuberante. Aparece a morfologia de afundamento. A gruta atinge a maturidade.
Enquanto se formam os primeiros espeleotemas a água, com grande poder dissolvente, chega às fendas carregando carbonato de cálcio suficiente para iniciar as primeiras formas de reconstrução. Aí surgem os estalactites. Os estalagmites vem depois, pois dependem da circulação inferior.
As águas abandonadas iniciam um novo ciclo de evolução. Esse abandono de água pode ser provocado por elevação da região. Na gruta primitiva abrem-se poços e a água é expulsa. A gruta entra na última fase evolutiva e aparece a morfologia senil. Diz-se que tal gruta foi fossilizada. Essa fossilização é o seu fim natural.
Esse ciclo descrito anteriormente nem sempre se apresenta completo: juvenil,madura, senil e fóssil.
Às vezes uma fase deixa de se apresentar.
Entretanto, o ciclo morfológico de uma gruta é de suma importância para o seu estudo espeleológico e pode gerar três fases: morta, senil e fóssil.
Morta: Quando a água (agente formador) deixou de circular e isso depende da morfologia apresentada.
Senil: Apresenta abundantes espeleotemas, mostrando o fenômeno da reconstrução.
Fóssil: Completamente preenchida de depósitos de carbonato de cálcio, argila, aluviões e com isso, dixa de ser uma gruta.
Vimos, então, que se o ciclo se desenvolvesse perfeitamente de acordo com a morfologia, uma gruta chegaria ao estado de gruta morta com uma morfologia senil e esta finalmente conduziria a uma fossilização.
Entretanto, uma gruta pode ser abandonada pelas águas na fase juvenil, antes de entrar na maturidade. Então teremos uma gruta morta mas com morfologia juvenil. E assim outros casos, como uma gruta em fase juvenil se fossiliza por aluviamento. Ela chegará ao estado fóssil sem haver passado por maturidade e senilidade.
Quanto maior o número de ciclos passados na vida uma gruta, maior dificuldade se tem para distinguir os vestígios deixados pelos primeiros. Podem existir, portanto, grutas fossilizadas no estado juvenil, ou com morfologia de maturidade.
Fonte: en.wikipedia.org/www.geocities.com
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