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Correntes marítimas – O que são
Correntes marítimas são deslocamentos de massas de água oceânicas geradas pela inércia de rotação do planeta e pelos ventos. As correntes se movimentam por todos os oceanos do mundo, transportando calor e por isso apresentam influência direta na pesca, vida marinha e no clima.
As correntes oceânicas transportam enormes quantidades de calor ao redor do mundo. Isso os torna uma das forças motrizes mais importantes do clima. Como eles respondem extremamente lentamente às mudanças, os efeitos do aquecimento global se tornarão gradualmente perceptíveis, mas ao longo dos séculos. As mudanças climáticas associadas ao vento e ao gelo marinho podem se tornar reconhecíveis mais rapidamente.
As principais correntes marítimas da Terra são conhecidas como, por exemplo, a Corrente do Golfo, Corrente do Brasil, Correntes de Humbolt, entre outras. Por essas massas de água estarem em deslocamento, carregam consigo energia cinética. Essa energia cinética pode ser captada por turbinas, semelhantes às turbinas eólicas ou turbinas com pás dispostas como uma turbina de avião, que quando submersas são movimentadas pela corrente de água que passa por suas hélices.
Estima-se que a potência total das correntes oceânicas de todo mundo esteja por volta de 5 mil gigawatts, ou seja, com uma densidade de potência por volta de 15 Kw/m2. Estimou-se que captando apenas milésimo da energia disponível na Corrente do Golfo, isso representaria 21 mil vezes mais energia que toda energia concentrada na vazão das Cataratas do Niagara e atenderia a 35% da necessidade energética do estado da Florida.
Apesar das correntes marítimas se moverem apenas com 2% da velocidade dos ventos que as influenciam, a diferença de densidade entre o ar e a água do mar é muito grande, 835 vezes, com isso é necessário uma corrente marítima de menor velocidade que o vento para gerar uma mesma quantidade de energia. Para ser ter uma ideia uma corrente marítima de 19,2 km/h é equivalente a ventos de 176 km/h.
Além dessa vantagem sobre a energia eólica, também existem outras vantagens como: de colocar as turbinas mais próximas umas das outras, necessitando-se de menos espaço, isso devido a densidade e a velocidade da água; por estarem submersas, as turbinas não teriam impacto visual; as correntes oceânicas são relativamente constantes em relação a direção e velocidade.
A utilização da energia das correntes oceânicas como fonte alternativa está no início de seu desenvolvimento. O primeiro protótipo foi uma turbina de 350Kw, instalado em 2000 na costa de Cornwall, sudeste da Inglaterra. Mas muitos países já mostraram interesse neste tipo de fonte energética alternativa, como os Estados Unidos, China, Japão e países da União Européia.
Por este tipo de fonte energética estar num estágio inicial de aproveitamento e estudo, não existem turbinas sendo comercializadas, com isso é difícil dizer se a exploração desse tipo de recurso é viável. O maior gasto com este tipo de exploração é com os cabos submarinos que levam a energia da turbina até a costa.
Além disso, existe o problema de se evitar a proliferação de moluscos no equipamento e também de diminuir os efeitos de corrosão do material.
Impactos ambientais potenciais precisam ser no desenvolvimento e na utilização desta tecnologia, assim como a análise dos recursos necessários para a construção e operação. Para isso o planejamento do projeto necessita levar em consideração a proteção da vida marinha como, por exemplo, peixes e mamíferos.
Apesar das pás possuírem baixa velocidade, o que possibilita a passagem dos peixes com segurança, poderiam ser instalados cercas ou sonares, para a proteção de mamíferos como baleias e golfinhos. Além destes problemas, é necessário a monitoração da temperatura e da salinidade da água, pois elas podem ser influenciadas.
Correntes marinhas – O que são
As correntes marinhas podem ser consideradas autênticos rios de água salgada, que se deslocam na própria massa líquida dos mares e dos oceanos. São responsáveis pelo transporte de grandes massas de água e de detritos de um lugar a outro, às vezes pontos bem afastados.
Suas dimensões são variadas. Umas afetam áreas muito restritas, mas outras, de grandes proporções, chegam a deslocar-se por muitos milhares de quilômetros, interessando, de uma forma ou de outra, às terras situadas nas orlas oceânicas. Localizadas em pleno oceano, ou próximas às faixas litorâneas, as correntes podem ainda ser superficiais ou de profundidade. Neste último caso, sua trajetória pode ser horizontal, vertical ou mesmo oblíqua.
Os estudiosos da oceanografia distinguem duas categorias de correntes marinhas de superfície: as correntes verdadeiras e as derivas, que são menos caracterizadas.
As correntes verdadeiras deslocam-se com velocidades acima de 0,5 nó (um nó equivale a 1.852 metros por hora), enquanto as derivas apresentam-se como lençóis pouco profundos e deslizam na superfície dos oceanos.
As correntes e as derivas podem ser quentes ou frias:
As quentes originam-se nas regiões intertropicais (ou delas provém), e deslocam-se para as regiões temperadas e frias. Exemplos: a corrente do Golfo (Gulf Stream, em inglês) que tem origem no Golfo do México, segue a costa leste dos Estados Unidos e se dirige rumo à costa oeste da Europa; a corrente do Brasil, ao largo do sudeste brasileiro, e a corrente das Agulhas, ao largo da costa sudeste da África.
As correntes frias originam-se nas latitudes altas ou nas regiões oceânicas profundas, como as das Canárias, que flui do Atlântico Nordeste para sudoeste ao longo da costa noroeste de África, até à região do Senegal, desviando-se então para oeste e afastando-se da costa; da Califórnia, que banha as costas ocidentais da América do Norte; da Benguela, ao longo da costa sul da África, estendendo-se desde o Cabo da Boa Esperança até Cabinda, em Angola; e a do Labrador, que vai do sudoeste da Groenlândia até o norte, continua pela costa leste do Canadá, do norte até o sul, e se encontra com a corrente da Flórida.
Dois grupos de forças são responsabilizados pela formação das correntes e derivas: as que se originam no interior das próprias massas líquidas dos oceanos, ou seja, as diferenças de temperatura, salinidade, densidade e pressão; e as forças externas, como os ventos e a pressão atmosférica, que atuando sobre as águas são capazes de movimentá-las. Os ventos, soprando em uma mesma direção durante algum tempo, podem originar correntes marinhas de dimensões por vezes consideráveis.
As correntes marinhas, sobretudo as de grandes dimensões, exercem influência sobre o clima, provocando a elevação ou o abaixamento da temperatura nas costas por onde passam. Influem na formação das precipitações e dos nevoeiros; tomam parte no deslocamento dos icebergs das regiões polares; interferem na distribuição dos animais marinhos sensíveis à temperatura; exercem papel importante na modelação e configuração dos contornos dos litorais, no transporte dos sedimentos, etc.
Entre as correntes marinhas conhecidas destacam-se, além das já citadas, as correntes quentes Equatorial do Norte e Equatorial do Sul (que atravessam o oceano da África para a América, transportando grandes volumes de água à temperatura de 25 graus centígrados); a corrente das Guianas; a corrente fria das ilhas Falklands, ou ilhas Malvinas; a corrente da Guiné, todas no oceano Atlântico. No oceano Pacífico, a corrente de Kuroshio, ou corrente do Japão (também conhecida como corrente Negra, por causa da cor de suas águas), a corrente do Pacífico Norte, a deriva do Pacífico Norte, a corrente das Aleutas, a corrente do Peru, ou de Humboldt, e a corrente El Niño.
Ao soprar em direção ao oeste, os ventos alísios empurram as águas superficiais em direção ao lado oeste dos oceanos, fazendo com que haja acúmulo de água nessas regiões, com um valor médio de 4 centímetros acima do nível normal para cada 1000 quilômetros. Esse acúmulo de água, devido a força da gravidade quando retorna, fluindo “montanha abaixo”, gera as contra-correntes equatoriais, comuns a todos os oceanos. Os ventos do oeste formam as correntes que retornam para a região equatorial, completando o giro subtropical. Estes giros ocorrem no Pacífico e Atlântico norte e sul e Oceano Índico. Nas regiões subpolares, o mesmo não ocorrendo no hemisfério sul, pois não há barreiras de terra para obstruir o fluxo de água e criá-los. Assim, a corrente Circumpolar Antártica flui completamente em volta do planeta.
Em algumas áreas, as correntes oceânicas podem formar meandros que por sua vez podem originar anéis. A presença destes meandros e anéis foram primeiro descritos na corrente do Golfo (Atlântico norte), mas logo se percebeu que chegam a ser comuns em diversas correntes superficiais marinhas. As fortes correntes em torno desses anéis, isolam suas águas e organismos das águas adjacentes. Podem persistir por um bom tempo, possuindo uma vida média de 4 a 5 meses, embora já se tenha encontrado anéis que durariam por 2 anos ou mais.
Os maiores volumes de água transportados pelas correntes oceânicas superficiais ocorrem na corrente do Golfo e na Circumpolar Antártica que transportam cada uma cerca de 100 milhões de metros cúbicos por segundo. A maior parte das outras correntes são bem menores, como a do Brasil, que transporta no máximo 14 milhões de metros cúbicos por segundo. Mesmo assim, são volumes bastante significativos se comparados ao volume transportado pelo rio Amazonas, que atinge apenas 225 mil metros cúbicos por segundo.
A corrente Sul-Equatorial do oceano Atlântico, que se movimenta no sentido leste-oeste na altura do equador, bifurca-se ao alcançar a costa nordestina brasileira. A que se desvia para o norte, é denominada corrente das Guianas, e a que se volta para o sul, corrente do Brasil. Esta, ao se encontrar com a das Malvinas, afasta-se da costa, fluindo em direção leste. Na região sudeste, a velocidade da corrente do Brasil na primavera e verão é cerca de 1,4 nós (2,5 quilômetros por hora); no outono e inverno, sua velocidade se reduz a metade. Esta corrente desempenha, no hemisfério sul, o mesmo papel da corrente do Golfo no hemisfério norte, especialmente na geração de meandros.
FERNANDO KITZINGER DANNEMANN
As correntes marítimas conseguem influenciar o clima de uma região em função das características térmicas das águas que as compõe. Quando uma corrente se forma em uma região quente, ela levará consigo estas características e influenciará locais longínquos. É o caso da corrente do Golfo que chega até ao continente europeu e ameniza o clima desta região.
O contrário pode acontecer, quando temos a passagem de uma corrente fria. Além das temperaturas, pode acontecer uma mudança drástica nos níveis de precipitação e contribuir desta maneira para a formação de um deserto. É o que acontece no deserto do Atacama, que é uma das regiões mais secas do mundo, pois temos no litoral do Chile a passagem da corrente fria de Humboldt. Ainda devemos lembrar que não chega umidade do continente, pois temos uma grande barreira geográfica – a Cordilheira dos Andes.
Fonte: www.dee.ufrj.br/www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/
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