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Bumba Meu Boi – História
Esse folguedo é encontrado em todo o Brasil e recebe nomes diferentes de acordo com a região.
No Nordeste é conhecido por Bumba Meu Boi; no Centro-Oeste, chama-se boi-a-serra; em Santa Catarina, boi-de-mamão, e nos estados do Norte, boi-bumbá.
Em todos, o tema central é a morte e a ressurreição de um boi, contada por meio da história da mãe Catirina, uma grávida que manifesta o desejo de comer a língua de um boi.
Para satisfazer sua vontade, o marido, Pai Francisco, mata o boi mais bonito da fazenda do patrão, mas o rico fazendeiro descobre e manda prendê-lo.
Com ajuda de um padre (ou, em alguns casos, de um pajé), o boi é ressuscitado e pai Francisco, perdoado.
O boi, elemento principal do folguedo, é feito de uma armação revestida de tecido e enfeitada com miçangas, canutilhos, lantejoulas, fitas, penas e palhas.
Dentro dele, um homem pula e dança entre a multidão.
Em cada lugar onde a narrativa é encenada, juntam-se a ela elementos fantásticos das lendas e dos mitos regionais.
Em torno do boi, surgem personagens locais, como o prefeito, o doutor, os índios, os caboclos, além de personagens fantasiados de bicho, como a burrinha, a ema e o urso, entre outros.
A festa está cheia de pessoas em trajes coloridos encenando o acontecimento e, assim, pode-se dizer que o festival combina música, dança, desfile e teatro.
Cazumbá, personagem mascarado típico das
festas de Bumba Meu Boi, Maranhão
O desenrolar da história é acompanhado por instrumentos como pandeirão, zabumba, matraca, maraca, cuíca, caixa, sanfona e cavaquinho.
É encenado tradicionalmente entre o Natal e o Dia de Reis na Região Nordeste e durante as festas juninas no Maranhão e nos estados do Norte.
Para agradar aos turistas, esse folguedo vem sendo encenado em todos os finais de semana em algumas cidades, principalmente do Maranhão.
Bumba Meu Boi – O que é
Suas variantes abrangem a denominação boi-bumbá, na Amazônia; boi-surubim no Ceará e boi-de-mamão, em Santa Catarina. Na sequência coreográfica, apresentam-se vários personagens, celebrando sempre o boi.
O bailado consiste na sucessão de várias cenas relativas a um confronto com o animal, que depois é conduzido por dois vaqueiros, sendo ferido por um deles. Exibe-se no ciclo natalino, apresentando-se com menor incidência no Carnaval e em determinadas festas populares do interior.
Bumba Meu Boi
Existem duas corentes de estudiosos que defendem o surgimento do Bumba meu boi, uma diz que teria nascido de escravos e gente pobre agregados de engenhos e Fazendas, trabalhadores da roça e de pequenos ofícios das cidades interioranas, por vota das ultimas Décadas do Século XVIII. Sem nenhuma participação feminina pelas circunstância sociais da época.
Para outros estudiosos, a “mãe” do Bumba meu boi brasileiro está ligada a alguns elementos orientais e europeus do Boi-de-canastra de Portugal, mas sem enredo nem declarações e sim ação lúdica.
O Bumba Meu Boi é uma das mais ricas manifestações do folclore brasileiro este nome Bumba, uma interjeição onomatopaica que indica estrondo de pancada ou a queda ( Bumba Meu Boi: bate! ou chifra, meu boi), ou da nossa cultura popular, é o Folguedo de maior significação estética e Social do Brasil e foi o primeiro a conquistar a simpatia dos indígenas durante a catequese.
Tal como ocorre no Brasil não é visto em outro lugar, salvo na África, para onde imigrantes brasileiros o levaram.
Denomina-se no Daomé: Burrinha,com características diferentes da brasileira.
A referência escrita mais antiga feita no Brasil sobre o Bumba Meu Boi foi feita pelo Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama (1791-1852), no Periódico(jornal) “O Carapuceiro” de 11 de Janeiro de 1840(Recife).
A Festa do Bumba Meu Boi
É uma espécie de ópera popular, cujo conteúdo varia entre os inúmeros grupos de Bumba Meu Boi existentes mas, basicamente, desenvolve-se em torno da lenda do fazendeiro que tinha um boi de raça, muito bonito, e querido por todos e que, inclusive sabia dançar.
Na fazenda trabalhavam Pai Chico, também chamado negro Chico, casado com Catirina, os vaqueiros e os índios. Catirina fica grávida e sente desejo de comer a língua do boi. Pai Chico fica desesperado.
Com medo de Catirina perder o filho que espera, caso o desejo não seja atendido, resolve roubar o boi de seu patrão para atender ao desejo de sua mulher.
O fazendeiro percebe o sumiço do boi e de Pai Chico e manda os vaqueiros procura-los, mas os vaqueiros nada encontram. Então o fazendeiro pede para os índios que ajudem na procura.
Os índios conseguem encontrar Pai Chico e o boi, que neste intervalo havia adoecido. Os índios levam Pai Chico e o boi à presença do fazendeiro, que interroga Chico e descobre porque ele havia levado o boi.
Os pajés (ou doutores) são chamados para cura-lo, e após várias tentativas conseguem curar o boi, que se levanta e começa a dançar alegramente. Então o fazendeiro perdoa Pai Chico e tudo termina em festa.
Na outra história bastante comum na Bahia o boi não revive e seu corpo é partilhado. No Bumba Meu Boi não existe epóca para a realização da festa, esta data varia muito de região para região, e até mesmo na região.
Uma vez convidado, o grupo apresenta-se defronte a casa de quem o convidou. A apresentação começa um pouco antes da casa, quando o amo do boi canta a toada inicial, chamada Guarnecer, organizando o grupo para a apresentação. Depois do Guarnecer, é a hora do Lá Vai, que é uma toada para avisar o dono da casa e demais que o boi já está indo. Depois do Lá Vai, e cantada a Licença, quando o boi pede licença para se apresentar. No decorrer da apresentação cantam louvores a São João, São Pedro, ao boi, ao dono da casa e vários outros temas, como a natureza, lendas da região, amores, política, etc. Em determinado momento começa o auto, quando apresenta a história básica de Catirina e Pai Chico, que no entanto pode variar muito de um grupo para outro.
Também é cantado o Urra do boi e a toada de despedida, e a apresentação termina. As apresentações sucedem-se até por volta do mês de setembro, quando ocorre a morte do boi. Para a morte do boi, é preparado um grande mourão no centro do terreiro, todo enfeitado. Defronte ao altar de São João, reza-se a Ladainha.
Amatança do boi dura três dias ou mais, com muita festa e dança. No final o boi é morto simbolicamente, onde o vinho representa o seu sangue. O “couro” que envolvia a armação de madeira é retirado.
Para o próximo ano, outro “couro” será bordado, novas toadas serão compostas e o ciclo recomeça.
Personagens e Vestimentas
Existem vários personagens e variam bastante entre os diferentes grupos, mas as principais são as seguintes:
Amo ou Fazendeiro: representa o papel do dono da fazenda, comanda o grupo com auxílio de um apito e um maracá (maracá do amo) canta as toadas principais;
Pai Chico: empregado da fazenda, ou forasteiro, dependendo do grupo, rouba ou mata o boi para atender o desejo de mãe Catirina. O papel desempenhado por esta personagem varia de grupo para grupo, mas na maioria das vezes desempenha um papel cômico;
Mãe Catirina: mulher do pai Chico, que grávida deseja comer a língua do boi. Coloca enchimento na barriga para parecer que está gestante;
Boi: é a principal figura, consiste numa armação de madeira em forma de touro, coberta de veludo bordado. Prende-se à armação uma saia de tecido colorido. A pessoa que fica dentro e conduz o boi é chamado miolo do boi;
Vaqueiros: são também conhecidos por rajados. Nos bois de zabumba são chamados caboclos de fita. Em alguns bois existe o primeiro vaqueiro, a quem o fazendeiro delega a responsabilidade de encontrar pai Chico e o boi sumido, e seus ajudantes que também são chamados vaqueiros;
Índios, índias e caboclos: tem a missão de localizare prender pai Chico. Na apresentação do boi proporcionam um belo efeito visual, devido à beleza de suas roupas e da coreografia que realizam. Alguns bois, principalmente os grupos de sotaque da ilha, possuem o caboclo real, ou caboclo de pena, que é a mais rica indumentária do boi;
Burrinha: aparece em alguns grupos de bumba -meu-boi, trata-se de um cavalinho ou burrinho pequeno, com um furo no centro por onde entra o brincante, a burrinha fia pendurada nos ombros do brincante por tiras similares à suspensório;
Cazumbá: Personagem divertido, as vezes assustador, que usa batas coloridas e mascaras de formatos e temática muito variada. Não são todos os grupos de Bumba Meu Boi que possuem cazumbás.
Instrumentos Musicais
Bumba Meu Boi
O Bumba Meu Boi formou-se através da união de alguns elementos culturais europeus, africanos e indígenas. A maior ou menor influência de uma das culturas pode ser percebida através dos instrumentos, vestimentas, dança, coreografia, instrumentos e ritmo dos grupos de bumba meu boi. Este conjunto de fatores, principalmente o ritmo define o que convencionou-se chamar sotaque do grupo.
A maior influência indígena, pode ser percebida nos bois da ilha, ou bois de matraca (sotaque de matraca).
A influência da cultura africana predomina no chamados bois de Guimarães, ou bois de zabumba (sotaque de zabumba).
A cultura europeia é melhor percebida nos chamados bois de orquestra (sotaque de orquestra).
No entanto como a criatividade corre solta dentre os grupos de Bumba Meu Boi e novos grupos surgem frequentemente, os sotaques também vão mudando e novos sotaques vão surgindo.
Não existem dois grupos de bumba meu boi com o sotaque exatamente igual.
Os bois de influência predominantemente indígena, bois de matraca, utilizam mais os seguintes instrumentos:
Maracá: instrumento feito de lata, cheio de chumbinhos ou contas de Santa Maria. É um instrumento de origem tanto africana como indígena;
Matraca: feita de madeira, principalmente pau d’arco, é tocada batendo-se uma contra a outra;
Pandeirão: pandeiro grande, coberto geralmente de couro de cabra. Alguns tem mais de 1 metro de diâmetro e cerca de 10 cm de altura. São afinados a fogo.
Tambor onça: É uma espécie de cuica, toca-se puxando uma vareta que fica presa ao couro e dentro do instrumento. Imita o urro do boi, ou da onça.
Os bois de zabumba utilizam principalmente:
Maracá: instrumento feito de lata, cheio de chumbinhos ou contas de Santa Maria;
Tamborinho: pequeno tambor coberto de couro de bicho, o mais comum é usar couro de cutia, é tocado com a ponta dos dedos;
Tambor Onça: É uma espécie de cuica, toca-se puxando uma vareta que fica presa ao couro e dentro do instrumento;
Zabumba: é um grande tambor, conhecido também como bumbo, é um instrumento tipicamente africano;
Tambor de Fogo: feito de uma tora de madeira ocada à fogo e coberto por um couro cru de boi preso à tora por cravelhas. É um instrumento tipicamente africano;
Os bois de orquestra tem instrumentação muito variada, utilizam instrumentos de sopro como saxofones, trombones, clarinetas e pistões; banjos, bumbos e taróis, também maracás e outros.
Onde assistir: Cachoeira, Camamu, Canavieiras, Conde, Cruz das Almas, Ibotirama, Juazeiro, Inhambupe, Jequié, Monte Santo, Santo Antônio de Jesus, São Félix, Prado, Jiquiriçá, Itacaré, Nova Viçosa e Porto Seguro.
Bumba Meu Boi – Folclore
O Bumba Meu Boi é tido como uma das mais ricas representações do folclore brasileiro. Segundo os historiadores, essa manifestação popular surgiu através da união de elementos das culturas européia, africana e indígena, com maior ou menor influência de cada uma dessas culturas, nas diversas variações regionais do Bumba Meu Boi. Existem festas similares em Portugal (Boi de Canastra) e no Daomé (Burrinha).
O documento mais antigo de que se tem notícia a respeito do Bumba Meu Boi é datado de 1791, e foi escrito pelo Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama, num jornal de Recife.
Bumba Meu Boi
A festa do Bumba Meu Boi constitui uma espécie de ópera popular. Basicamente, a história se desenvolve em torno de um rico fazendeiro que tem um boi muito bonito. Esse boi, que inclusive sabe dançar, é roubado por Pai Chico, trabalhador da fazenda, para satisfazer a sua mulher Catirina, que está grávida e sente desejo de comer a língua do boi.
O fazendeiro manda os vaqueiros e os índios procurarem o boi. Quando o encontram, ele está doente, e os pajés são chamados para curá-lo. Depois de muitas tentativas, o boi finalmente é curado, e o fazendeiro, ao saber do motivo do roubo, perdoa Pai Chico e Catirina, encerrando a representação com uma grande festa.
O boi é a principal figura da representação. Ele é feito de uma estrutura de madeira em forma de touro, coberta por um tecido bordado ou pintado. Nessa estrutura, prende-se uma saia colorida, para esconder a pessoa que fica dentro, que é chamada de “miolo do boi”. Às vezes, há também as burrinhas, feitas de maneira semelhante ao boi, porém menores, e que ficam penduradas por tiras, como suspensórios, nos ombros dos brincantes.
Todos os personagens são representados de maneira alegórica, com roupas muito coloridas e coreografias.
As brincadeiras de Bumba Meu Boi acontecem defronte à casa de quem convidou o grupo, e que patrocinará a festa. Embora surjam variações de uma região para outra, normalmente as apresentações seguem uma ordem. Primeiro, canta-se uma toada inicial, que serve para juntar e organizar o grupo, antes de ir para a casa. Em seguida, entoa-se o Lá Vai, uma canção para avisar ao dono da casa e a todos que o boi deu a partida. Depois disso, vem a Licença, em que o boi e o grupo se apresentam, entoando louvores a santos, a personalidades e a vários outros temas (natureza, personagens folclóricos, etc).
Começa, então, a história propriamente dita, e ao final da apresentação, o grupo e a plateia cantam juntos O Urro do Boi e a Toada de Despedida.
Em algumas regiões do Norte, o boi é morto simbolicamente. O vinho representa o seu sangue, e sua “carne” (o manto que envolve a armação de madeira) é repartida entre os espectadores e participantes da festa.
Para a próxima festa, outro manto será feito.
A música é um elemento fundamental no Bumba Meu Boi. O canto normalmente é coletivo, acompanhado de matracas, pandeiros, tambores e zabumbas, embora se encontrem, em raros casos, instrumentos mais sofisticados, como trombones, clarinetas, etc.
No Norte e no Nordeste do Brasil ainda se encontram grupos organizados de Bumba Meu Boi, muitos deles formados por famílias que se esmeram em manter a tradição.
As representações não têm época fixa para acontecer, e podem ser feitas para comemorar qualquer acontecimento marcante do lugar.
Bumba Meu Boi – Maranhão
O Bumba Meu Boi é uma das mais expressivas manifestações culturais do Maranhão.
Este espetáculo de música, dança, cantos e cores arrebata os sentidos e alegra as noites de São João em São Luís.
O Bumba Meu Boi é um auto dramático, uma fantástica mistura de teatro, dança e folclore, com traços semelhantes aos autos medievais, mas suas verdadeiras origens estão perdidas no tempo.
A história de Pai Francisco, Catirina, e a sua relação com o boi, é encontrada com variações, em diversas culturas.
Mas só aqui no Maranhão ele é tão empolgante.
Bumba Meu Boi
Produto da mistura de brancos, negros e índios, estas influências estão presentes nos diferentes estilos de boi – os chamados “sotaques”.
São 3 os principais sotaques:
Boi de matraca: de marcada influência indígena, se caracteriza pela utilização da matraca, um instrumento construído com pequenas tábuas que fazem a percussão;
Boi de zabumba: de influência africana, utiliza a zabumba, uma espécie de tambor, na marcação.
Boi de orquestra: predomina a influência branca, utiliza instrumentos de sopro como saxofones, clarinetas e pistões.
Cada sotaque é uma batida, um ritmo diferente. E com o sotaque mudam também as indumentárias, as cenografias e as toadas.
O resultado é uma festa, uma mistura de sons, ritmos e cores, que arrebata a assistência.
Um espetáculo de grande beleza e valor cultural inestimável.
Brincar o Bumba Meu Boi no Maranhão é uma experiência inesquecível.
Venha você também viver esta alegria e descobrir o segredo de um São João diferente!
Fonte: braziliantourismo.com.br/www.brazilsite.com.br/www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/www.redebrasileira.com
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