O que é determinismo?
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O determinismo é uma doutrina segundo a qual o curso dos acontecimentos está previamente traçado por uma potência superior à livre vontade do indivíduo. Essa potência superior não permite qualquer mudança na rota dos eventos causais. Assim, a perspectiva determinista enfatiza que todo o cosmos está submetido a leis naturais necessárias e imutáveis previamente traçadas pela natureza.
O determinismo é fortemente mecanicista. Todos os fatos sobre a nossa existência seriam reduzidos a resultados mecânicos de um complexo sistema causal que, sem levar em conta nossos desejos, sentimentos, anseios, estabelece a rota da nossa existência sem permitir qualquer alteração decorrente da vontade do indivíduo.
O Destino na Mitologia Grega
Todas as culturas tentaram ler o destino que estava reservado, especialmente aos homens. Para isso, recorreram a deuses, búzios, tarô, bola de cristal, grãos, desenhos na borra de café, linhas da mão, entre tantas outras formas. Na mitologia grega, existiam as “fiandeiras do destino” (frequentemente presentes na Poesia Clássica), chamadas de Moiras, elas eram três irmãs chamadas de Láquesis, Cloto e Átropos, cada uma delas eram encarregadas de tecer um momento da vida, existência e morte dos seres humanos e deuses. Láquesis, era a responsável por dar início à fiação da vida. Cloto, tinha por função tecer os fios e assim manipular o destino e, por fim, Átropos que era encarregada de cortar o fio da existência e assim produzir a morte.
Dica de Aprofundamento
Para melhor compreender a questão do destino na mitologia grega, recomendamos que assista ao vídeo do Canal Fatos Desconhecidos, que apresenta a história das Moiras e como que elas cuidavam do destino dos mortais e deuses.
Determinismo em Édipo Rei
Em Édipo Rei, Sófocles apresenta a história de Édipo, cujo destino estava traçado pelos deuses a cometer um parricídio contra seu pai e incesto contra sua mãe. Perturbados com essa profecia do oráculo de Delfos, Laio e Jocasta, seus pais, acham por melhor matar o menino para que a profecia não se cumprisse.
Laio e Jocasta chamam um pastor e ordena levar o menino Édipo e abandoná-lo no monte Citerão para ser devorado pelos bichos. Incapaz de tamanha crueldade, o pastor desobedece à ordem do Rei Laio e dá o menino para Políbio, o rei de Corinto. Édipo cresce sem saber que era adotado. Quando descobre, possesso de raiva, Édipo sai sem rumo e, numa encruzilhada, despois de um desentendimento com um senhor já de idade, mata o rei Laio, seu pai biológico (sem saber, cumpre-se parte da profecia).
Chegando a Tebas e conseguindo solucionar o enigma da esfinge, Édipo é declarado rei de Tebas, casando-se com Jocasta, sua mãe com quem teve quatro filhos (concretiza o seu destino). Quando descobre que Laio e Jocasta são seus pais e que ele cometeu parricídio e incesto, Édipo fura seus próprios olhos por vergonha da própria desgraça que trouxera para Tebas.
Sugerimos, ainda, que assista à encenação da tragédia comediada produzida pelo canal “Os Artenticos”:
Fábio Guimarães de Castro
Referências Bibliográficas
ABBAGNANO, Niccolà. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
BARUS-MICHEL, Jacqueline. O sujeito e o destino. Psicologia em Revista, v. 14, n. 1, p. 17-33, 2008.
SÓFOCLES. A trilogia tebana: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
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