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Uruguai – 1930
Vence em casa a Primeira Copa do Mundo
Um dos gols uruguaios da final contra a Argentina | Ricardo Acampora
Em 26 de maio de 1928, no Congresso da Fifa em Amsterdã, o presidente da entidade, o francês Jules Rimet, finalmente conseguiu aprovação de um plano antigo: a realização de um torneio mundial de futebol.
O próprio Jules Rimet anunciou: “O Congresso decidiu organizar, em 1930, uma competição aberta aos selecionados de todas as entidades filiadas.”
No ano seguinte, no Congresso de Barcelona, a Fifa determinou que o torneio seria realizado no Uruguai, que tinha a seleção bicampeã olímpica e era a grande potência do futebol mundial.
O Uruguai iria assim comemorar o centenário de sua independência como anfitrião da primeira Copa do Mundo de futebol.
Poucos participantes
O primeiro torneio seria disputado por apenas 13 seleções. A escolha do Uruguai acabou enciumando os europeus. Além disso, a longa viagem de navio até Montevidéu, de quase dois meses, não animava as seleções da Europa.
A participação européia se resumiu às seleções da Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia.
Curiosamente, o time da Romênia foi escalado pelo então rei Carol, que deu aos jogadores três meses de folga e garantia de emprego na volta da Copa.
Nas Américas, além do dono da casa, o Uruguai, oito seleções aceitaram o convite da Fifa: Argentina, Bolívia, Chile, México, Peru, Paraguai, Brasil e os Estados Unidos. A seleção norte-americana era reforçada por diversos jogadores ingleses, já que a Inglaterra tinha se desvinculado da Fifa por divergir da entidade quanto ao pagamento de atletas amadores.
Paulistas de fora
No Brasil, uma briga interna entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e a Associação Paulista de Esportes Atléticos não permitiu que a seleção que foi à Copa contasse com a força máxima.
De São Paulo, apenas o jogador do Santos Araken Patuska quis participar. Ficaram de fora grandes craques, como Friendereich, Feitiço, Nestor, Amílcar e outros.
A ausência dos paulistas fez com que a imprensa apelidasse a seleção de 30 de “carioquinha”.
Para a Copa, os times foram divididos em quatro grupos. Os vencedores de cada grupo fariam as semifinais, que decidiriam as equipes finalistas.
Os uruguaios tinham construído o magnifíco estádio Centenário, na capital Montevidéu, com capacidade para 80 mil pessoas, onde seria disputada a grande final.
Estréia
O Brasil estreou no dia 14 de julho, no estádio Parque Central, contra a equipe da Iugoslávia.
Estranhando o frio e vítima da falta de organização, a equipe brasileira terminou o primeiro tempo perdendo de 2 a 0. O atacante Preguinho ainda descontou no segundo tempo, mas não passou disso. Resultado final: Iugoslávia 2, Brasil 1.
Em seguida, tanto iugoslavos como brasileiros aplicaram goleadas de 4 a 0 na Bolívia.
Os resultados classificaram a Iugoslávia. Com isso, o Brasil encerrava de forma acanhada sua participação na primeira Copa do Mundo de futebol.
Por seu lado, Uruguai e Argentina seguiam firmes rumo à final. Mas, no jogo de estréia, os argentinos tiveram que suar a camisa para vencer os franceses por 1 a 0, gol de Monti, em cobrança de falta.
A partida teve arbitragem do juiz brasileiro Almeida Rego, que se confundiu e apitou o final do jogo aos 39 minutos do segundo tempo.
Convencido do erro por seus auxiliares, Almeida acabou cedendo às reclamações dos franceses e mandou os argentinos voltarem do vestiário para jogar os 6 minutos restantes. Os jogadores tinham esfriado e o placar não foi alterado.
No jogo seguinte, contra o México, a Argentina voltou a fazer história. O árbitro boliviano Ulrico Saucedo marcou 5 pênaltis a favor dos argentinos, que não deixaram de converter nenhum. Resultado final: Argentina 6, México 3, na partida que até hoje detém o recorde do maior número de pênaltis marcados.
Nas semifinais, duas goleadas de 6 a 1: os argentinos venceram os americanos e os uruguaios despacharam os iugoslavos.
Final
Para a partida final, a Fifa teve que intervir, pois tanto argentinos quanto uruguaios queriam que o jogo fosse disputado com sua própria bola. A Fifa decidiu que o primeiro tempo seria jogado com a bola argentina e a etapa complementar com a bola uruguaia, um pouco menor e mais leve.
No dia 30 de julho de 1930, Uruguai e Argentina fizeram, no estádio Centenário, a grande final, diante de um público estimado em 90 mil pessoas.
No fim do primeiro tempo, a Argentina vencia por 2 a 1, mas depois do intervalo os uruguaios viraram o jogo e venceram por 4 a 2, conquistando a taça Jules Rimet – um troféu em ouro maciço criado pela Fifa.
A taça permaneceria de posse do vencedor até o próximo Mundial, que seria disputado dali a quatro anos. A Fifa determinou também que a primeira seleção a conquistar o mundial por três vezes, conquistaria a taça Jules Rimet em definitivo.
Para a Fifa, a primeira Copa do Mundo foi um grande sucesso, o que garantiria a adesão de novas seleções ao torneio seguinte, em 1934, na Itália.
Com oito gols, o argentino Stabile, foi o artilheiro da Copa. O registro negativo ficou por conta do jogador peruano De las Casas, que, com sua expulsão na partida contra a Romênia, passou para a história como o primeiro jogador a ser expulso numa Copa do Mundo.
Para o Brasil, restou o consolo de ver o meio-de-campo Fausto – chamado pela imprensa de “Maravilha Negra” – ser incluído na seleção da Copa do Mundo.
Seleção brasileira
Joel, Veloso, Brilhante, Itália, Benedito, José Luis, Hermógenes, Pamplona, Fontes, Benevenuto, Fausto, Fernando, Oscarino, Teófilo, Ivan e Mariz, Poli, Araken, Carvalho Leite, Russinho, Preguinho, Moderato, Doca e Manoelzinho.
Resultados
Grupo 1
França 4 X 1 México
Argentina 1 X 0 França
Chile 3 X 0 México
Argentina 6 X 3 México
Chile 1 X 0 França
Argentina 3 X 1 Chile
Grupo 2
Iugoslávia 2 X 1 Brasil
Iugoslávia 4 X 0 Bolívia
Brasil 4 X 0 Bolívia
Grupo 3
Romênia 3 X 1 Peru
Uruguai 1 X 0 Peru
Uruguai 4 X 0 Romênia
Grupo 4
Estados Unidos 3 X 0 Bélgica
Estados Unidos 3 X 0 Paraguai
Paraguai 1 X 0 Bélgica
Semifinais
Argentina 6 X 1 Estados Unidos
Uruguai 6 X 1 Iugoslávia
Final
Uruguai 4 X 2 Argentina
Itália – 1934
MUSSOLINI USA COPA COMO PROPAGANDA NA ITÁLIA
A comemoração italiana depois da conquista da Copa
Em 1934, o ditador italiano Benito Mussolini percebeu a já crescente popularidade da Copa do Mundo e aproveitou a oportunidade para difundir suas idéias fascistas, dando um desagradável tom político à competição.
O sucesso do torneio anterior atraiu a inscrição de 32 países, que tiveram que disputar eliminatórias para a escolha dos 16 finalistas.
Desta vez, a disputa não ficaria restrita à Europa e às Américas. A fama do torneio atraiu o interesse de Egito e Palestina, que marcaram presença nas eliminatórias.
Revidando o desprezo dos europeus com a Copa do Uruguai, em 30, a seleção uruguaia, campeã do mundo, não quis disputar a Copa da Itália.
Brasileiros
O Brasil se classificou automaticamente com a desistência do Peru.
Em 1934, o futebol brasileiro estava novamente envolvido em disputas internas-esportes.
A Confederação Brasileira de Desportos (CBD) tinha brigado com quase todos os clubes e federações. Só o Botafogo ficou do lado da CBD – cedendo, assim, a base de uma seleção brasileira, que não representava o verdadeiro futebol nacional.
Sem a força de quatro anos antes, os argentinos não conseguiram repetir as impressionantes atuações do mundial de 30. O Brasil, com uma seleção considerada fraca, não pôde defender os sul-americanos contra o poderio europeu.
Argentinos e brasileiros não passaram do primeiro jogo. Foram eliminados na estréia por Suíça e Espanha, respectivamente, com placares de 3 a 2 e 3 a 1.
Os espanhóis não tomaram conhecimento do Brasil e fizeram 3 a 0 logo no início do jogo. O atacante Leônidas, o “Diamante Negro”, marcaria o gol único do Brasil.
Europeus
Desta vez só haveria seleções européias nas quartas-de-final.
Na primeira partida da fase seguinte, Itália e Espanha empataram em 2 a 2 e precisariam de um jogo extra para decidir quem seguiria na competição.
Na decisão, disputada no dia seguinte, o italiano Giuseppe Meazza fez o único gol da vitória sobre os espanhóis, para alívio do ditador Mussolini – o “Duce” – que assistiu a todos os jogos da equipe italiana.
Meazza voltaria a marcar o único gol da vitória italiana nas semifinais, desta vez, derrotando a Áustria.
Como planejara o “Duce”, a Itália se classificou para fazer a grande final, que seria disputada contra a Tchecoslováquia. Os tchecos derrotaram nas semis a Alemanha pelo placar de 3 a 1.
Tensão
No sábado, 10 de junho de 1934, no estádio do Partido Nacional Fascista, em Roma, mais de 70 mil italianos atenderam ao chamado de Mussolini e foram “exaltar a supremacia fascista italiana”.
Quase que os tchecos estragam a festa do ditador Benito Mussolini. Faltando 20 minutos para o término do jogo, Puc silenciou a alegria fascista marcando o gol da Tchecoslováquia.
A apenas oito minutos do apito final, um gol de Raimundo Orsi, levou o jogo à prorrogação.
O atacante Angelo Schiavo marcou o gol que deu o título à Itália e fez com que o “Duce” e toda nação pudessem respirar aliviados. A Itália se sagrava campeã do mundo.
Para o Brasil, foi mais uma Copa marcada pela desorganização e pela participação inexpressiva da seleção nacional.
De todo modo, restou aos brasileiros um inesperado e desagradável consolo. Pela primeira vez, um jogador brasileiro se tornaria campeão mundial de futebol.
O brasileiro naturalizado italiano Anfilógino Guarasi, o “Filó”, foi convocado pelo técnico Vittorio Pozzo para integrar a seleção italiana.
Assim, “Filó”, que jogava no Corinthians até ser contratado pela Lazio, transformou-se no primeiro jogador brasileiro a ser campeão do mundo. Infelizmente para a torcida brasileira, com a camisa italiana.
Seleção brasileira
Pedrosa, Germano, Silvio Hoffman, Octacílio, Luis Luz, Tinoco, Martim, Canali, Ariel, Valdir, Patesco, Luisinho, Valdemar de Brito, Armandinho, Leônidas, Carvalho Leite e Átila.
Resultados
Primeira fase
Suécia 3 X 2 Argentina
Alemanha 5 X 2 Bélgica
Espanha 3 X 1 Brasil
Suíça 3 X 2 Holanda
Hungria 4 X 2 Egito
Itália 7 X 1 Estados Unidos
Tchecoslováquia 2 X 1 Romênia
Áustria 3 X 2 França
Quartas de final
Áustria 2 X 1 Hungria
Itália 1 X 1 Espanha
Alemanha 2 X 1 Suécia
Tchecoslováquia 3 X 2 Suíça
Partida desempate
Itália 1 X 0 Espanha
Semifinais
Itália 1 X 0 Áustria
Tchecoslováquia 3 X 1 Alemanha
Disputa do terceiro lugar
Alemanha 3 X 2 Áustria
Final
Itália 2 X 1 Tchecoslováquia
França – 1938
Na França, Brasil fica em terceiro lugar
Itália conquisou seu segundo título consecutivo
A Copa de 1938 foi disputada em meio à crescente tensão política que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
A FIFA decidiu que a França seria a sede do Mundial em detrimento da candidatura da Argentina, alegando que o torneio seria uma excelente oportunidade para dissipar a tensão e mostrar que havia unidade no continente europeu.
A Espanha, mergulhada numa sangrenta guerra civil, resolveu não enviar sua seleção à França. A Áustria, anexada pela Alemanha de Adolf Hitler, também não foi à Copa e ainda teve seus melhores jogadores utilizados na equipe alemã.
O Uruguai, ainda magoado pelo desinteresse dos europeus pela Copa de 30, disse que só voltaria a participar do torneio quando o Mundial fosse disputado de novo na América do Sul. A Argentina, que teve sua candidatura como anfitriã rejeitada pela FIFA, também ficou de fora da Copa da França.
Mudança
Pela primeira vez, o país anfitrião e o vencedor da Copa anterior estavam automaticamente classificados, inaugurando o critério que prevalece até a copa da Coréia e do Japão.
Inicialmente, foram inscritos 36 países para as eliminatórias. O Brasil se classificou com a desistência da Bolívia. Entre os estreantes, Cuba e as Índias Holandesas, além das poderosas equipes da Alemanha e da Polônia.
No Brasil, a paz tinha voltado a reinar no futebol, e tanto clubes quanto federações se abrigavam pacificamente sob o manto da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Pela primeira vez na história dos Mundiais, a seleção brasileira seria representada pelos melhores jogadores do país.
No gol, o time comandado pelo técnico Ademar Pimenta contaria com os excelentes Batatais e Valter. Na defesa, sobressaia a classe de Domingos da Guia, “O Divino” – o craque do Flamengo que muitos consideram até hoje o melhor zagueiro que o Brasil já teve.
No meio-campo Martim e Afonsinho, e no ataque Romeu, Perácio, Hércules, Patesco e o fenomenal Leônidas da Silva – conhecido como “O Diamante Negro” ou “O Homem Borracha” -, criador da bicicleta e de outros malabarismos infernais.
Campanha
O Brasil estreou no dia 5 de junho em Estrasburgo, contra a Polônia. No primeiro tempo, prevaleceu a classe e o futebol refinado dos brasileiros e, ao final dos 45 minutos, o Brasil vencia por 3 a 1.
Mas no intervalo do jogo desabou um fortíssimo temporal que elameou o gramado, dificultando o toque de bola dos brasileiros. Os poloneses se aproveitaram e o jogo terminou empatado em 4 a 4.
Na prorrogação o Brasil fez mais dois gols vencendo a partida por 6 a 5. Leônidas e o polonês Willinowski marcaram 4 gols cada um.
Um dos gols de Leônidas foi marcado com o atacante descalço. Leônidas se preparava para trocar de chuteiras perto da área polonesa quando recebeu um presente do goleiro polonês, que escorregara ao tentar cobrar um tiro de meta. O atacante brasileiro completou para o gol de primeira, ainda com a chuteira na mão.
Surpresa
A grande surpresa da primeira fase foi a desclassificação da poderosa Alemanha pela modesta equipe da Suíça.
Cuba fez uma excelente estréia vencendo a Romênia por 2 a 1. Mas o sonho dos cubanos terminaria nas quartas-de-final com a goleada de 8 a 0, aplicada pela Suécia.
Nas quartas-de-final, o Brasil teve que cruzar o território francês de norte a sul numa longa viagem de trem para enfrentar a Tchecoslováquia em Bordeaux.
O jogo terminou empatado em 1 a 1, com mais um gol de Leônidas. A seleção brasileira venceria por 2 a 1 a partida de desempate, que foi jogada no dia seguinte. Os gols brasileiros foram marcados por Leônidas e Roberto.
Pela primeira vez, o Brasil disputaria a semifinal de uma Copa do Mundo. A seleção brasileira iria enfrentar, em Paris, a Itália, então campeã mundial. Os italianos tinham confirmado o favoritismo ao eliminar a França, dona da casa.
Polêmica
No dia 12 de junho, o Brasil entrou em campo para a batalha que poderia levar a seleção a sua primeira final da Copa. Mas o técnico Ademar Pimenta resolveu dar um descanso para Tim e o artilheiro Leônidas da Silva.
Depois de um primeiro tempo sem gols, os italianos abriram o placar. Em seguida, Giuseppe Meazza aumentava a vantagem com um pênalti. Romeu ainda descontou para o Brasil no finalzinho, mas não impediu a eliminação da seleção brasileira.
O jogo Brasil e Itália causou muita polêmica e, até recentemente, foi objeto de análises e discussões. Há quem diga que o Brasil perdeu pelo cansaço dos jogos e viagens anteriores. Outros, lamentam a ausência de Tim e de Leônidas. Há também aqueles que garantem que o pênalti que deu origem ao segundo gol italiano não existiu.
Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, o falecido jornalista João Saldanha, que viu o jogo em Paris, disse que os italianos foram superiores, mantiveram o controle do jogo durante toda a partida e mereceram a vitória.
“Os italianos poderiam ter vencido de goleada. Eu estava sentado atrás do gol do Brasil e vi nosso goleiro defender até pensamento. Fomos bombardeados.”
O pênalti foi confirmado pelo próprio Domingos da Guia, em entrevista à BBC: “O atacante italiano parou a bola e me olhou. Eu o desarmei, ele me deu um pontapé e eu revidei imediatamente. Esse foi meu erro. O juiz viu e marcou o pênalti.”
O Brasil, comandado por Leônidas, garantiu o terceiro lugar vencendo, de virada, a Suécia por 4 a 2.
A seleção brasileira voltava para casa de cabeça erguida. Afinal, tinha disputado cinco jogos em 11 dias com duas prorrogações. Durante o Mundial o time teve que viajar mais de 4 mil quilômetros em território francês. E, além do terceiro lugar, o time voltava também com o artilheiro da Copa, Leônidas, com os 8 gols marcados na competição.
Falta de Público
Na final, os italianos enfrentaram a Hungria, que na semifinal tinha vencido a Suécia com uma goleada de 5 a 1.
Mas os húngaros não foram páreo para os campeões do mundo. No final do primeiro tempo a Itália já vencia por 3 a 1. No segundo tempo, um gol para cada lado e o jogo terminou com a vitória da Itália por 4 a 2 e a consagração do bicampeonato dos italianos.
O Mundial da França registrou a pior média de público até hoje. Pouco mais de 21 mil torcedores por partida. Talvez o clima de guerra tenha estimulado o desinteresse do público.
Pouco mais de um após o término do Mundial o exército alemão invadiria a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.
A guerra interromperia o torneio por 12 anos. A Copa do Mundo só voltaria a ser disputada em 1950, no Brasil.
Seleção brasileira
Batatais, Valter, Domingos da Guia, Machado, Nariz, Jabu, Zezé Procópio, Brito, Afonsinho, Argemiro, Martim, Brandão, Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio, Hércules, Roberto, Luisinho, Niginho, Tim e Patesco.
Resultados
(Devido ao número reduzido de times, a Copa já começou nas oitavas-de-final)
Suíça 1 X 1 Alemanha
Brasil 6 X 5 Polônia
França 3 X 1 Bélgica
Tchecoslováquia 3 X 0 Holanda
Cuba 3 X 3 Romênia
Hungria 6 X 0 Antilhas Holandesas
Itália 2 X 1 Noruega
Cuba 2 X 1 Romênia
Suíça 4 X 2 Alemanha
Quartas-de-final
Hungria 2 X 0 Suíça
Brasil 1 X 1 Tchecoslováquia
Itália 3 X 1 França
Suécia 8 X 0 Cuba
Jogo de desempate
Brasil 2 X 1 Tchecoslováquia
Semifinais
Hungria 5 X 1 Suécia
Itália 2 X 1 Brasil
Disputa de terceiro lugar
Brasil 4 X 2 Suécia
Final
Itália 4 X 2 Hungria
Brasil – 1950
Seleção brasileira fracassa em casa
Brasil x Uruguai na Final da Copa do Mundo de 1950
O torneio de 50 foi a primeira Copa do Mundo depois da interrupção de 12 anos causada pela Segunda Guerra. No Brasil, era grande a expectativa pelo primeiro título mundial.
Chance igual não houvera. Afinal, a seleção brasileira estaria jogando em casa, diante de sua apaixonada torcida.
Para fugir ao domínio alemão, o presidente da Fifa, Jules Rimet, tinha transferido a sede da entidade da ocupada França para a neutra Suíça, onde se encontra até hoje.
Destruídos e abalados pela longa guerra, nenhum dos países europeus tinha condição de sediar a quarta Copa do Mundo. O Brasil foi o único candidato.
Maracanã
As autoridades brasileiras resolveram construir, no Rio de Janeiro, o maior estádio do mundo: o Maracanã, com capacidade para cerca de 200 mil torcedores.
Pela primeira vez, o troféu da competição passaria a ter o nome do presidente da Fifa, Jules Rimet, um dos principais responsáveis pela existência dos Mundiais.
Também pela primeira vez, as seleções usariam números nas camisas dos jogadores.
Trinta e três países se inscreveram para as eliminatórias. A Argentina, alegando divergências com a direção do futebol brasileiro, resolveu ficar de fora.
A Fifa decidiu que as 13 seleções classificadas para a fase final seriam divididas em quatro grupos. Com a desistência da Escócia, o grupo finalista ficou reduzido a 12 equipes.
A poderosa seleção da Inglaterra fazia sua estréia no torneio. E o Uruguai, campeão de 1930, voltava a participar.
Campanha brasileira
Do grupo do Brasil faziam parte a Iugoslávia, a Suíça e o México. A seleção brasileira estreou no dia 24 de junho, contra os mexicanos, no Maracanã. O Brasil venceu sem dificuldade por 4 a 0, dois gols de Ademir, um de Jair e o outro de Baltasar.
O time do Brasil já não contava mais com Leônidas da Silva, mas a seleção tinha um plantel excelente. A base era o time do Vasco da Gama, apelidado de “Expresso da Vitória.”
No gol, estava o confiante Barbosa, considerado um dos maiores goleiros que o Brasil já teve. Na defesa, os destaques eram Augusto e Juvenal. No meio-de-campo, brilhava o futebol refinado de Danilo, Jair da Rosa Pinto e Zizinho, o “Mestre Ziza”, que, para muitos, foi igual ou melhor do que Pelé. No ataque, jogavam Ademir Menezes e o centroavante do Corinthians, Baltasar, o “Cabecinha de Ouro.”
No segundo jogo, disputado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, a seleção brasileira não repetiu a atuação da estréia e ficou no empate de 2 a 2 contra a fraca equipe da Suíça.
O Brasil só iria se classificar no último jogo das oitavas-de-final, com uma vitória de 2 a 0 sobre a Iugoslávia, no Maracanã, com gols de Ademir e Zizinho, este úiltimo finalmente levado ao time titular pelo técnico Flávio Costa, atendendo aos apelos nacionais.
Fracasso inglês
No grupo 2, a Inglaterra deu vexame. Depois de vencer o Chile por 2 a 0 no Maracanã, os ingleses foram derrotados em Belo Horizonte por 1 a 0 pelo time dos Estados Unidos, considerado bastante fraco.
Os ingleses não conseguiram se recuperar da vergonhosa derrota para os americanos e acabaram perdendo também o último jogo para a Espanha, por 1 a 0. Com três vitórias, a Espanha se classificou para o quadrangular final.
No grupo 3, a Suécia se classificou com uma vitória de 3 a 2 sobre a Itália, e um empate de 2 a 2 contra o Paraguai.
No grupo 4, formado apenas por 2 seleções, a poderosa equipe uruguaia, apelidada de “Celeste Olímpica”, não teve dificuldade para despachar a fraca Bolívia com uma goleada de 8 a 0.
No começo do quadrangular decisivo, o Brasil pôde então mostrar seu poderio. Em 9 de julho, o Brasil passeava no Maracanã, aplicando uma impiedosa goleada de 7 a 1 sobre a Suécia.
Zizinho e Ademir Menezes, que marcou 4 gols, comandaram a goleada para delírio dos brasileiros, que viam o sonho do campeonato mundial cada vez mais perto de ser realizado.
No outro jogo, disputado em São Paulo, Uruguai e Espanha não passaram de um empate em 2 a 2.
Touradas em Madri
Em 13 de julho, a torcida brasileira voltou a lotar o Maracanã para a partida da seleção contra a Espanha.
Com um coro de mais de 150 mil pessoas, a torcida embalou a seleção brasileira cantando Touradas em Madri, a composição de Braguinha popularizada por Carmem Miranda.
Os espanhóis, atordoados pela música e pela gozação, não resistiram. O Brasil venceu por 6 a 1, com 2 gols de Ademir, dois de Chico, um de Jair e um de Zizinho.
O Brasil, com duas vitórias, ambas por goleada, em dois jogos, iria enfrentar na final a poderosa equipe do Uruguai, que, com dificuldade, tinha vencido a Suécia por 3 a 2 no Pacaembu. O Brasil precisava apenas de um empate para se sagrar campeão.
Uruguai cala Maracanã
Mas o time uruguaio era forte. No gol, o versátil Maspoli; na defesa, os valentes Tejera, Gambetta e o incansável capitão Obdulio Varela; no ataque, os habilidosos Ghiggia, Julio Perez e Schiaffino.
Em entrevista concedida à BBC, o falecido jogador Zizinho disse que os jogadores brasileiros não subestimaram a seleção uruguaia: “Nós conhecíamos eles de torneios sul-americanos e sabíamos que tinham um time fortíssimo, difícil de ser batido. Sempre endureciam contra o Brasil.”
Às vésperas do jogo, a delegação brasileira trocou a tranqüila concentração de São Conrado pela movimentada sede do Vasco da Gama.
Torcedores, dirigentes e políticos oportunistas, fizeram fila para tirar fotografias ao lado dos “campeões do mundo”.
De acordo com números oficiais, 173.850 torcedores foram ao Maracanã assistir à grande final, estabelecendo um novo recorde mundial de público. Mas há quem diga que, naquele 16 de julho, o Maracanã recebeu mais de 200 mil pessoas.
Depois de um primeiro tempo sem gols, o ponta Friaça abriu o placar dando início à festa brasileira. Afinal, restavam menos de 45 minutos, e o empate daria o título ao Brasil.
O Uruguai empatou aos 22 minutos com um gol de Schiaffino. Treze minutos depois, o ponta Ghiggia fez o gol da vitória uruguaia.
A vitória inacreditável emudeceu o Maracanã e deu o bicampeonato ao time do Uruguai.
Atordoados com a inesperada derrota, os dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) recusaram-se a entregar o troféu ao capitão uruguaio Obdulio Varela, como mandava o protocolo da Fifa.
Obdulio recebeu a Copa do Mundo das mãos do presidente da FIFA, Jules Rimet.
Nem o consolo da artilharia de Ademir Menezes, com 9 gols, amenizou o trauma da perda do título, que se abateu sobre a torcida brasileira. A derrota na final contra o Uruguai iria assombrar os brasileiros por muito tempo.
O goleiro Barbosa e o lateral Bigode foram acusados de ter falhado no segundo gol uruguaio e tiveram que conviver com esse fantasma até o fim da carreira.
Seleção brasileira
Barbosa, Castilho, Augusto, Nena, Juvenal, Bigode, Nilton Santos, Bauer, Danilo, Eli, Rui, Noronha, Friaça, Alfredo, Zizinho, Maneca, Ademir. Baltasar, Jair, Adãozinho, Chico e Rodrigues.
Resultados
Grupo 1
Brasil 4 X 0 México
Iugoslávia 3 X 0 Suíça
Iugoslávia 4 X 1 México
Brasil 2 X 2 Suíça
Brasil 2 X 0 Iugoslávia
Suíça 2 X 1 México
Grupo 2
Inglaterra 2 X 0 Chile
Espanha 3 X 1 Estados Unidos
Espanha 2 X 0 Chile
Estados Unidos 1 X 0 Inglaterra
Espanha 1 X 0 Inglaterra
Chile 5 X 2 Estados Unidos
Grupo 3
Suécia 3 X 2 Itália
Suécia 2 X 2 Paraguai
Itália 2 X 0 Paraguai
Grupo 4
Uruguai 8 X 0 Bolívia
Quadrangular final
Brasil 7 X 1 Suécia
Uruguai 2 X 2 Espanha
Brasil 6 X 1 Espanha
Uruguai 3 X 2 Suécia
Suécia 3 X 1 Espanha
Uruguai 2 X 1 Brasil
Suíça – 1954
Alemanhã impede consagração da Hungria
O húngaro Puskas (ao centro) era o destaque do time
A Hungria dominava o futebol europeu em 1954 e chegou à Copa da Suíça como a grande favorita para o título. O time húngaro era comandado pelo fabuloso Ferenc Puskas e estava invicto havia quatro anos.
A neutralidade mantida pela Suíça na Segunda Guerra Mundial poupou o país da destruição imposta aos outros países pelo conflito.
Assim, a Suíça foi escolhida pela Fifa para sediar o quinto Campeonato Mundial de Futebol.
Trinta e oito países se inscreveram para disputar as eliminatórias – número recorde até então. A Argentina, mais uma vez, resolveu não participar.
Asiáticos
Nesta Copa, a grande novidade vinha da Ásia, com a participação do Japão, da Coréia e da China nas eliminatórias. Os coreanos se classificaram para participar da Copa.
O Brasil não teve dificuldade em eliminar Paraguai e Chile.
Para a Copa de 54, o comando da seleção foi entregue a Zezé Moreira, que ficou encarregado da tarefa de superar o trauma da derrota de 50.
Zezé tinha começado bem. Dois anos antes, o Brasil ganhara o primeiro título no exterior ao se tornar campeão panamericano, no Chile, derrotando os uruguaios por 4 a 2.
Da seleção de 50, permaneciam apenas o goleiro Castilho, o zagueiro Nilton Santos, o meio-de-campo Bauer e os atacantes Baltasar e Rodrigues.
Seleção “Canarinho”
Para a Copa do Mundo, a Confederação Brasileira de Desportes (CBD) resolveu substituir o tradicional uniforme de camisas brancas por camisas amarelas. Nascia a seleção “canarinho”, assim batizada pelo jornalista Geraldo José de Almeida.
O Brasil estreou em Genebra com uma goleada de 5 a 0 sobre o México, com dois gols de Pinga, um de Baltasar, um de Didi e outro de Julinho.
A Copa de 54 tinha um regulamento confuso. Os finalistas foram divididos em quatro grupos de quatro, com dois cabeças-de-chave, que não se enfrentariam nas oitavas-de-final. Dois países se classificariam em cada grupo.
O Brasil e a França foram os cabeças-de-chave do grupo 1, que contava ainda com Iugoslávia e México.
No segundo jogo, a seleção brasileira empatou com a Iugoslávia por 1 a 1. O empate classificou os dois times para a fase seguinte.
Goleadas
O complicado regulamento da Copa colocava a poderosa Hungria no caminho do Brasil.
Os próximos adversários dos brasileiros já tinham vencido a Coréia do Sul por 9 a 0 e a Alemanha por 8 a 3. Foram 17 gols em apenas 2 jogos, sete deles marcados pelo centro-avante Kocsis.
Além de Kocsis e Puskas, os húngaros contavam ainda com o excelente ponta-esquerda Czibor e os meio-campistas Lantos e Bozsik.
A Hungria não perdia havia 29 jogos e era a sensação do futebol mundial.
No dia 27 de julho, o Brasil entrou em campo do estádio Wankdorff, em Berna, para enfrentar uma Hungria desfalcada de sua estrela maior. Uma distensão impedira Puskas de jogar contra o Brasil.
Mas, mesmo sem Puskas, o time húngaro era incrível, e, já aos 7 minutos, o Brasil perdia por 2 a 0. Ainda no primeiro tempo, o lateral Djalma Santos descontou com um pênalti para o Brasil.
No segundo tempo, o Brasil voltou com tudo, mas foram os húngaros que marcaram outra vez. Aos 16 minutos, Lantos, cobrando um pênalti, ampliou a vantagem para 3 a 1. Quatro minutos depois, Julinho diminuiu para o Brasil.
Batalha
A partir daí, o jogo ficou duríssimo, com a seleção brasileira pressionando e os húngaros se defendendo como podiam.
Os ânimos se exaltaram e passou a ser travada uma verdadeira batalha em campo. O árbitro inglês, Arthur Ellis, expulsou os brasileiros Nilton Santos e Humberto e o húngaro Bozsik. O jogo passaria para a história como a “Batalha de Berna”.
No finalzinho, o artilheiro Kocsis fechou o placar, com vitória de quatro a dois para a Hungria.
O excelente time do Brasil deixava o torneio lamentando ter enfrentado a fabulosa Hungria tão cedo na competição. Os húngaros seguiam em frente, mas teriam que suar muito para chegar à final.
No jogo, considerado o melhor da Copa de 54, a Hungria venceu o Uruguai por 4 a 2, com dois gols marcados na prorrogação.
Como em 1950, um grande favorito chegava à final. No jogo decisivo, a Hungria iria enfrentar a Alemanha, que, depois de um começo incerto, tinha feito uma campanha regular vencendo a Iugoslávia por 2 a 0 nas quartas-de-final e a Áustria por 6 a 1 nas semifinais.
Mas em 54 ninguém acreditava que os alemães pudessem fazer frente à poderosa Hungria. Os dois times tinham se enfrentado nas oitavas-de-final e os húngaros haviam vencido por nada menos que 8 a 3.
O técnico alemão Sepp Herberger vinha jogando em função do complicado regulamento e tinha poupado seus melhores jogadores. Do lado húngaro, o craque Ferenc Puskas foi escalado para a final, mesmo não estando totalmente recuperado de uma distensão.
Final
Em 4 de julho, no estádio Wankdorf, na capital suíça, Berna, Hungria e Alemanha entravam em campo diante de um público de quase 65 mil pessoas, para a grande final.
A Hungria começou no estilo arrasador e, aos 4 minutos, Puskas abriu o placar. Aos 8 minutos Czibor fez 2 a 0.
Mas o time alemão não se entregou e, aos 17 minutos, o jogo já estava empatado. Aos 39 minutos do segundo tempo, o ponta alemão Rahn fez o gol de uma vitória que ninguém acreditava ser possível.
A seleção da Alemanha ficou com o título e a Hungria foi vítima do mesmo favoritismo que tinha derrotado o Brasil em 50.
O Brasil voltou para casa de cabeça erguida. Afinal, tinha sido derrotado pelo melhor time do mundo, uma das melhores seleções de todos os tempos.
Maior média de gols
A Copa de 54 teve o maior número de gols já marcados em um mundial: 140, com média de 3,4 gols por partida.
Com 11 gols, o húngaro Kocsis foi o artilheiro da Copa de 54.
Esta Copa seria a última em que a Fifa seria presidida pelo francês Jules Rimet. Ele morreria 2 anos depois, aos 83 anos de idade, sem imaginar que o troféu que leva o seu nome ficaria definitivamente com o Brasil.
A Copa do Mundo deve muito do seu sucesso à determinação do francês que, nos 34 anos em que presidiu a Fifa, superaria grandes dificuldades para levar o torneio à frente.
Seleção brasileira
Castilho, Veludo, Cabeção, Djalma Santos, Paulinho, Pinheiro, Mauro, Nilton Santos, Alfredo, Brandãozinho, Bauer, Eli, Dequinha, Julinho, Didi, Baltasar, Pinga, Rodrigues, Maurinho, Rubens, Humberto e Índio.
Resultados
Grupo 1
Brasil 5 X 0 México
Iugoslávia 1 X 0 França
França 3 X 2 México
Brasil 1 X 1 Iugoslávia
Grupo 2
Alemanha 4 X 1 Turquia
Hungria 9 X 0 Coréia do Sul
Hungria 8 X 3 Alemanha
Turquia 7 X 0 Coréia do Sul
Jogo extra
Alemanha 7 X 2 Turquia
Grupo 3
Uruguai 2 X 0 Tchecoslováquia
Áustria 1 X 0 Escócia
Uruguai 7 X 0 Escócia
Áustria 5 X 0 Tchecoslováquia
Grupo 4
Inglaterra 4 X 4 Bélgica
Suíça 2 X 1 Itália
Inglaterra 2 X 0 Suíça
Itália 4 X 1 Bélgica
Jogo extra
Suíça 4 X 1 Itália
Quartas de finais
Uruguai 4 X 2 Inglaterra
Áustria 7 X 5 Suíça
Hungria 4 X 2 Brasil
Alemanha 2 X 0 Iugoslávia
Semifinais
Alemanha 6 X 1 Áustria
Hungria 4 X 2 Uruguai
Terceiro lugar
Áustria 3 X 1 Uruguai
Final
Alemanha 3 X 2 Hungria
Suécia – 1958
Brasil conquista seu primeiro título
Seleção revela ao mundo o rei Pelé
A Copa de 1958 bateu novo recorde de inscrições. Cinqüenta e três países disputariam as eliminatórias. Uma das grandes notícias foi o retorno da Argentina à competição.
O Brasil se classificou ao empatar em zero a zero com o Peru em Lima.
Em seguida, derrotou os peruanos no Maracanã por 1 a 0, com um gol de Didi cobrando falta com um chute de curva, uma de suas famosas “folhas secas”.
Ao término das eliminatórias, houve duas surpresas: os bicampeões Uruguai e Itália não conseguiram se classificar para o Mundial.
Feola e suas armas
Para o Mundial da Suécia, o comando da delegação foi entregue a Paulo Machado de Carvalho e o comando técnico ficou por conta de Vicente Feola, que convocou um grupo de jogadores de alta qualidade.
Entre os destaques brasileiros estava o goleiro Gilmar, os zagueiros De Sordi, Belini e o experiente Nilton Santos, que já estava em sua terceira Copa do Mundo.
No meio-de-campo, Dino Sani, Didi e Moacir facilitavam a decisão do técnico. E no ataque, o excelente ponta do Flamengo Joel, o valente Mazola, o artilheiro Dida e o ponta Zagalo.
Na reserva, craques do quilate de Djalma Santos, Zito, Vavá, Pepe, o infernal ponta-direita do Botafogo, Mané Garrincha, e também o garoto Pelé, de apenas 17 anos, do Santos F. C., a grande promessa do futebol brasileiro.
Em 1958 o regulamento foi novamente descomplicado. Os 16 países classificados seriam divididos em quatro grupos de quatro que jogariam entre si, com os dois primeiros passando para as quartas-de-final.
O Brasil ficou no grupo 4, o mais forte de todos. Além da União Soviética, campeã olímpica de 56, o grupo tinha ainda a Inglaterra e a Áustria.
Campanha
No dia 8 de junho, o Brasil entrava em campo na cidade de Udevalla para enfrentar a Áustria.
O time brasileiro começou acanhado. Aos poucos, o nervosismo com o gol que não saía, tomou conta da equipe. Finalmente, aos 38 minutos, Mazola abriu o placar.
No começo do segundo tempo, o lateral Nilton Santos avançou, para desespero do técnico Feola, e acabou marcando o segundo gol do Brasil. No finalzinho, um outro gol de Mazola definiu o placar. O Brasil vencia o jogo de estréia por 3 a 0, sem, entretanto, convencer a torcida.
Os soviéticos, favoritos ao título, também decepcionaram ao empatar na estréia por 2 a 2 com os ingleses.
No segundo jogo, contra a Inglaterra, em Gotemburgo, Vavá foi escalado em substituição a Dida. O Brasil jogou melhor, mas não saiu do zero a zero. Era evidente que o time não ia bem. O Brasil teria que decidir a classificação com os soviéticos.
Uma controvertida história diz que jogadores mais experientes como Gilmar e Nilton Santos exigiram a escalação de Garrincha, Zito e do garoto Pelé.
Em entrevista à BBC, o ex-goleiro da seleção contou o episódio: “Não houve imposição. Era claro que o time não ia bem. Vicente Feola conversava sempre conosco e falamos sobre a escalação. Ele nos perguntou se achávamos se Garrincha e Pelé dariam conta de tão grande responsabilidade e simplesmente dissemos que sim, pois os conhecíamos de nossos times.”
“Alguns jogadores, como o Mazola, estavam nitidamente mais preocupados em se poupar, pois já tinham assinado contratos com times europeus. Outros, como o Dida e o Joel, pareciam não suportar o peso da camisa”, completou.
Vavá faz a diferença
Contra a URSS, o Brasil começou arrasador. Em menos de dois minutos de jogo, Garrincha e Pelé já tinham carimbado a trave soviética. Antes que os adversários se recuperassem, Vavá abriu o marcador aos 2 minutos de jogo.
A União Soviética se recompôs e o primeiro tempo terminou em 1 a 0 para o Brasil. Aos 31 minutos do segundo tempo, novamente Vavá marcava para o Brasil, fechando o placar que garantiu a classificação do Brasil.
A seleção brasileira tinha encontrado seu melhor futebol e voltara a jogar fácil. Nas quartas-de-final, o Brasil jogaria contra o País de Gales. Um jogo difícil, no qual o gol da vitória brasileira só saiu aos 26 minutos do segundo tempo, marcado pelo garoto Pelé.
Este seria o primeiro gol de Pelé numa Copa do Mundo. Em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, Pelé disse que entrou mais confiante contra os galeses, com a certeza de que poderia jogar bem e até marcar gols.
Na semifinal, o Brasil teria que enfrentar a França, que tinha o artilheiro da Copa, Just Fontaine. Àquela altura, o atacante francês já tinha marcado oito gols em apenas quatro jogos.
Os franceses não foram páreo para os brasileiros. Antes de completar 2 minutos, Vavá abriu o placar. Just Fontaine empatou em seguida.
No ataque brasileiro, Garrincha driblava sem dificuldade seu marcador pela direita, cruzando na área francesa para Vavá e Pelé. Mas o segundo gol só saiu quase aos 40 minutos pelos pés de Didi.
No segundo tempo só deu Brasil e o garoto Pelé acabou desequilibrando o jogo. Pelé marcou aos 8, 19 aos 31 minutos, fazendo Brasil 5, França 1.
Final
O Brasil seguia para fazer sua segunda final de uma Copa do Mundo.
Na outra semifinal, os suecos, donos da casa, enfrentariam a Alemanha, campeã da Copa anterior. A Suécia venceu por 3 a 1 e se classificou para a grande final.
No domingo 29 de junho, o Brasil entrava no estádio Solna Raasunda, em Estocolmo, para enfrentar os anfitriões.
Logo de saída, Liedholm aproveitou uma falha da defesa brasileira e fez Suécia 1 a 0.
O gol trouxe de volta o fantasma da derrota de 50. Mas o meio-campo Didi foi buscar a bola no fundo da rede brasileira e de cabeça erguida a levou debaixo do braço para a nova saída.
Em entrevista à BBC, Didi contou que sua intenção era “acalmar o time, lembrando a todos, principalmente a seus companheiros de Botafogo, Nilton Santos e Garrincha, que anteriormente seu clube tinha vencido facilmente os suecos e que o Brasil era o melhor time em campo.”
Quatro minutos depois, Vavá empatou o jogo. Os dois repetiriam a jogada várias vezes e, aos 32 minutos, a bola voltaria ao fundo da rede sueca. Brasil 2 a 1, com outro gol de Vavá.
No segundo tempo, Pelé e Zagalo fizeram o Brasil respirar aliviado. Simonsson ainda diminui para os donos da casa, mas a Suécia não conseguiu evitar a derrota. No último minuto de jogo novamente Pelé fechou a goleada, Brasil 5, Suécia 2.
Brasil campeão do mundo pela primeira vez. O capitão Belini ergueu a taça Jules Rimet com as duas mãos, consagrando o gesto que passaria a simbolizar a conquista do mundial.
A nova geração de craques enchia de otimismo a torcida brasileira e ajudava a projetar o Brasil como a grande potência do futebol mundial.
A França acabou em terceiro lugar. Os franceses tiveram o artilheiro da Copa. Com 13 gols, Just Fontaine estabeleceu um recorde absoluto, que permanece até hoje. Nunca, em tempo algum, ninguém marcou mais gols do que Fontaine num só mundial.
Seleção brasileira
Gilmar, Castilho, De Sordi, Belini, Orlando, Zózimo, Nilton Santos, Djalma Santos, Zito Dino Sani, Moacir, Didi, Joel, Garrincha, Dida, Pelé, Mazola, Zagalo e Pepe.
Resultados
Grupo 1
Irlanda do Norte 1 X 0 Tchecoslováquia
Alemanha Ocidental 3 X 1 Argentina
Alemanah Ocidental 2 X 2 Tchecoslováquia
Argentina 3 X 1 Irlanda do Norte
Tchecoslováquia 6 X 1 Argentina
Alemanha 2 X 2 Irlanda do Norte
Jogo extra
Irlanda do Norte 2 X 1 Tchecoslováquia
Grupo 2
França 7 X 3 Paraguai
Iugoslávia 1 X 1 Escócia
Paraguai 3 X 2 Escócia
Iugoslávia 3 X 2 França
Paraguai 3 X 3 Iugoslávia
França 2 X 1 Escócia
Grupo 3
Hungria 1 X 1 País de Gales
Suécia 3 X 0 México
México 1 X 1 País de Gales
Suécia 2 X 1 Hungria
Hungria 4 X 0 México
Suécia 0 X 0 País de Gales
Jogo extra
País de Gales 2 X 1 Hungria
Grupo 4
URSS 2 X 2 Inglaterra
Brasil 3 X 0 Áustria
URSS 2 X 0 Áustria
Brasil 0 X 0 Inglaterra
Inglaterra 2 X 2 Áustria
Brasil 2 X 0 URSS
Jogo extra
URSS 1 X 0 Inglaterra
Quartas de final
Brasil 1 X 0 País de Gales
Alemanha Ocidental 1 X 0 Iugoslávia
França 4 X 0 Irlanda do Norte
Suécia 2 X 0 URSS
Semifinais
Suécia 3 X 1 Alemanha Ocidental
Brasil 5 X 2 França
Terceiro lugar
França 6 X 3 Alemanha Ocidental
Final
Brasil 5 X 2 Suécia
Chile – 1962
Brasil é Bicampeão Mundial no Chile
Mesmo com Pelé contundido, seleção conquista o título
Em 1962, o Brasil repetiu o sucesso de 1958 e conquistou o bicampeonato mundial.
Na Copa do Chile houve um novo recorde de inscrições. Cinqüenta e seis países se inscreveram para disputar as 14 vagas do Mundial. O Brasil, como país campeão, e o Chile, como anfitrião, estavam automaticamente classificados.
O Brasil ficou no grupo 3, com México, Espanha e Tchecoslováquia. A surpresa ficou por conta da desclassificação da França, terceira colocada no mundial da Suécia.
Na Europa, o futebol se tornara um esporte cada vez mais físico, mas a técnica ainda prevalecia entre os jogadores sul-americanos.
Violências
A primeira fase da Copa de 1962 foi marcada por jogos truncados, por uma marcação rigorosa e violenta. Preocupado, o Comitê de Arbritragem da Fifa convocou uma reunião de emergência com todos os juízes e bandeirinhas do mundial, para que o jogo bruto fosse reprimido com mais rigor.
O Brasil teve uma estréia tranqüila, derrotando o México, em Viña del Mar, por 2 a 0, gols de Pelé e Zagalo.
O técnico campeão de 58, Vicente Feola, estava com problemas cardíacos e foi substituído por Aimoré Moreira. O novo dirigente conservou a base da seleção de 1958, trocando apenas o miolo da zaga. Mauro era o capitão no lugar de Belini e Zózimo, do Bangu, ficou com a vaga de Orlando.
No segundo jogo, contra a ótima equipe da Tchecoeslováquia, o Brasil perderia sua maior estrela. Pelé sofreu uma distensão no músculo da virilha e estava fora do restante da Copa.
Pelé continuou em campo mancando, pois na época não eram permitidas substituições durante os jogos. A partida terminou empatada sem gols.
O resultado fazia o Brasil decidir a classificação com a Espanha, que tinha vencido o México e perdido para os tchecos.
Garrincha
Sem Pelé, substituído por Amarildo, do Botafogo, o Brasil começou o jogo nervoso, permitindo o domínio dos espanhóis. Aos 35 minutos de jogo, Abelardo abriu o placar para os espanhóis.
No segundo tempo, o Brasil voltou melhor, e na ponta-direita começou a brilhar a genialidade de Garrincha, o craque de pernas tortas.
Garrincha aplicava dribles desconcertantes em seu marcador abrindo a defesa espanhola. Duas jogadas iniciadas por Mané Garrincha foram concluídas pelo garoto Amarildo, garantindo a vitória brasileira de virada.
A vitória classificou o Brasil e deu confiança à seleção que até então não tinha mostrado o futebol que a levara ao título na Suécia.
No grupo do Brasil, a Tchecoslováquia também se classificou para as quartas-de-final.
O Brasil enfrentaria a Inglaterra na tarde de 10 de junho. Na falta de Pelé, o talento de Garrincha brilhou mais do que nunca. Mané armou, driblou, deu passes, humilhou seus marcadores, foi à linha de fundo quantas vezes quis, fez um gol de cabeça e outro com um chute de curva no ângulo do goleiro Springett.
Placar: Brasil (Garrincha) 3, Inglaterra 1. O Brasil disputaria com os chilenos, os donos da casa, uma das vagas para a grande final.
Final
Os “olheiros” da delegação brasileira descobriram um plano dos chilenos para pertubar o time do Brasil na chegada da seleção à capital Santiago.
Seguindo o plano traçado pelo chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, a seleção viajou de trem, evitou comer as refeições oferecidas a bordo, preferindo os sanduíches comprados em Viña del Mar.
Os jogadores desceram duas estações antes do destino final, seguindo de ônibus diretamente para o estádio Nacional, driblando a multidão que foi à estação de trem para hostilizar os brasileiros.
Diante de quase 80 mil espectadores, o Brasil se impôs com outro show de Garrincha, que marcou duas vezes no primeiro tempo. Pouco antes do fim da etapa inicial, Toro reacendeu a esperança da torcida local, descontando para o Chile.
Logo no começo do segundo tempo, Vavá restabeleceu a vantagem de dois gols para o Brasil.
Leonel Sanchez ainda diminuiria de pênalti aos 16 minutos, e aos 32, novamente Vavá balançaria a rede do Chile, que não encontrou forças para reagir.
Quase no final do jogo, Garrincha, cansado de apanhar do seu marcador Rojas, revidou uma entrada desleal com um pontapé no traseiro do lateral chileno. O árbitro peruano Arturo Yamasaki expulsou Garrincha, que ainda levou na saída uma pedrada de um torcedor.
Na outra semifinal a Tchecoslováquia venceu a Iugoslávia por 3 a 1 e se classificou para enfrentar os brasileiros na final.
Como em 1958, o adversário do Brasil saiu na frente, com um gol de Masopust, aos 14 minutos do primeiro tempo.
Mas o Brasil tinha Garrincha. Sempre que pegava na bola, Garrincha atraía a atenção de pelo menos três adversários. Assim, Amarildo, Zito e Vavá, tiveram espaço necessário parea marcar os gols que deram o bicampeonato mundial ao Brasil.
As atuações sensacionais de Garrincha não deixaram que o Brasil sentisse falta do rei Pelé. A artilharia do mundial de 62 ficou com o iugoslavo Jerkovic, com 5 gols.
A Copa do Chile foi marcada pela introdução do chamado futebol-força jogado pelos europeus que, através do preparo físico esmerado, nivelava por baixo os jogadores.
Dois jogadores tiveram a perna quebrada e seis foram expulsos durante o torneio, tendo sido marcadas oito penalidades máximas.
O jogo bruto dava uma idéia do que seria a próxima Copa do Mundo a ser disputada na Inglaterra, em 1966.
Seleção brasileira
Gilmar, Castilho, Djalma Santos, Jair Marinho, Belini, Mauro, Zózimo, Nilton Santos, Altair, Jurandir, Zito, Zequinha, Mengálvio, Didi, Jair da Costa, Garrincha, Amarildo, Coutinho, Pelé, Vavá, Pepe e Zagalo.
Resultados
Grupo 1
Uruguai 2 X 1 Colômbia
URSS 2 X 0 Iugoslávia
URSS 4 X 4 Colômbia
URSS 2 X 1 Uruguai
Iugoslávia 5 X 0 Colômbia
Grupo 2
Chile 3 X 1 Suíça
Alemanha Ocidental 0 X 0 Itália
Chile 2 X 0 Itália
Alemanha Ocidental 2 X 1 Suíça
Alemanha Ocidental 2 X 0 Chile
Itália 3 X 0 Suíça
Grupo 3
Brasil 2 X 0 México
Tchecoeslováquia 1 X 0 Espanha
Brasil 0 X 0 Tchecoslováquia
Espanha 1 X 0 México
Brasil 2 X 1 Espanha
México 3 X 1 Tchecoslováquia
Grupo 4
Argentina 1 X 0 Bulgária
Hungria 2 X 1 Inglaterra
Inglaterra 3 X 1 Argentina
Hungria 6 X 1 Bulgária
Hungria 0 X 0 Argentina
Inglaterra 0 X 0 Bulgária
Quartas de final
Chile 2 X 1 URSS
Tchecoeslováquia 1 X 0 Hungria
Iugoslávia 1 X 0 Alemanha Ocidental
Brasil 3 X 1 Inglaterra
Semifinais
Brasil 4 X 2 Chile
Tchecoslováquia 3 X 1 Iugoslávia
Disputa pelo terceiro lugar
Chile 1 X 0 Iugoslávia
Final
Brasil 3 X 1 Tchecoslováquia
Inglaterra – 1966
INGLATERRA É CAMPEÃ EM CASA
Ingleses derrotam Alemanha Ocidental na final
Depois de duas conquistas consecutivas, era impossível controlar o otimismo dos brasileiros. A torcida passou a acreditar que a seleção “canarinho” era imbatível e que a conquista do tricampeonato era certa. A presunção contagiou os dirigentes que negligenciaram a organização dos preparativos.
A Copa de 66 teve novo recorde de inscrições, com 70 países disputando as 14 vagas para as finais.
O Brasil, classificado por antecipação, descuidou-se na fase preparatória. Paulo Machado de Carvalho, apelidado de “Marechal da Vitória”, pelo sucesso das campanhas que liderou em 58 e 62, foi afastado da chefia da delegação.
No seu lugar, assumiu o próprio presidente da Confederação Brasileira de Desportos, João Havelange.
Indecisão
O comando técnico foi entregue novamente a Vicente Feola, que, indeciso, acabou convocando 44 jogadores para a fase inicial. A seleção de Feola treinava com um time branco, um amarelo, um verde e outro azul. Ou seja, um time para cada cor da bandeira nacional.
Feola era acusado pela imprensa de ultrapassado, por não perceber a evolução do futebol europeu. O técnico optou por levar à Inglaterra uma seleção que mesclava oito craques veteranos de 1958 e 1962 com 13 estreantes.
O goleiro Gilmar, um dos convocados, comentou a desorganização que imperou naquela seleção: “A vaidade superou a razão. Todos queriam chegar ao Brasil com a taça do tri. O time não tinha uma base. Fizemos 23 partidas sem repetirmos a equipe uma só vez.”
Sem time ou esquema tático definidos, o Brasil estreou em Liverpool contra a Bulgária. Dois gols de falta, um de Pelé outro de Garrincha garantiram a vitória.
Mas era evidente que o time era fraco. O zagueiro Belini comentou que os jogadores se sentiram abandonados em Liverpool: “O doutor Havelange nunca aparecia na concentração. Ele ficou o tempo todo em Londres, cuidando da sua candidatura para a presidência da Fifa.”
No segundo jogo, contra a Hungria, o desentrosamento do time mostrava que a seleção brasileira não iria longe. A Hungria venceu por 3 a 1, sendo o gol brasileiro marcado pelo jovem Tostão, do Cruzeiro de Belo Horizonte.
Brasil eliminado
Com a derrota, o Brasil teria que partir para o tudo ou nada contra Portugal, onde brilhava o talento do moçambicano Eusébio, um jogador forte, veloz, ágil e habilidoso.
Eusébio comandou a equipe portuguesa nas vitórias de 3 a 1 contra a Hungria e de 3 a 0 contra a Bulgária.
O time português era rápido e objetivo, praticava um futebol moderno. A seleção, que usava como base o time do Benfica, aliava a técnica do meio-de-campo composto por Jaime Graça e Coluna com a força e a velocidade de um ataque que tinha José Augusto, Eusébio, Torres e Simões.
Para assegurar a vitória contra o Brasil, os portugueses bateram impiedosamente em Pelé. O zagueiro Vicente derrubava Pelé toda vez que o brasileiro tocava na bola. No segundo tempo, Pelé mancava em campo, sem a mínima condição de jogo.
Sem Pelé e sem entrosamento, o Brasil foi presa fácil. Dois gols de Eusébio e um de Simões, contra um do lateral Rildo, despacharam o Brasil de volta para casa, adiando o sonho do tri.
Na confusão da seleção de 66, o técnico Vicente Feola utilizou 20 jogadores em apenas três jogos. Somente o meio-de-campo Zito e o ponta-esquerda Edu, de apenas 16 anos, não jogaram.
A Itália foi outro bicampeão a não passar das oitavas-de-final em 66. Os italianos foram surpreendentemente eliminados pela Coréia do Norte.
Os norte-coreanos enfrentaram Portugal nas quartas-de-final e, para surpresa geral, fizeram 3 a 0 no primeiro tempo. Os portugueses reagiram e acabaram virando o jogo, vencendo por 5 a 3, com 4 gols de Eusébio.
Inglaterra
Portugal iria enfrentar os donos da casa na semifinal. Os ingleses vinham fazendo uma campanha apenas razoável.
Na primeira fase, a Inglaterra havia empatado sem gols com o Uruguai e em seguida venceu o México e a França pelo mesmo placar de 2 a 0, classificando-se em primeiro lugar no grupo 1.
Nas quartas-de-final, os ingleses conseguiram uma vitória apertada contra a Argentina, que teve o meio-de-campo Ratin, um de seus melhores jogadores, expulso, para muitos injustamente.
Para o jogo contra Portugal, os ingleses conseguiram que a Fifa alterasse regulamento para levar para Londres a partida, originalmente marcada para Liverpool.
Num jogo duríssimo, presenciado por quase 100 mil pessoas, a Inglaterra, comandada por Bobby Charlton, venceu Portugal por 2 a 1, classificando-se para fazer a grande final contra a Alemanha Ocidental, do jovem Beckembauer, que tinha derrotado a URSS também por 2 a 1.
Alemanha e Inglaterra fizeram um jogo equilibrado, que terminou com dois gols para cada lado, levando a final a ser decidida numa prorrogação.
Na etapa inicial do tempo extra, o centroavante inglês, Geoff Hurst, acertou uma bola no travessão do goleiro Tilkowski. A bola quicou no chão e saiu.
Depois de consultar o bandeirinha russo, o juiz suíço Gotffried Dieust confirmou o gol da Inglaterra, para desespero do time alemão. Até hoje a jogada gera polêmica.
O gol obrigou a Alemanha a partir para o ataque e a Inglaterra soube explorar o contra-ataque. No finalzinho da partida, novamente Geoff Hurst arrancou desde o meio do campo com a bola dominada e, da entrada da área, chutou para marcar o gol do título. Placar: Inglaterra 4, Alemanha 2, com três gols de Geoff Hurst.
Para delírio da torcida presente no estádio de Wembley, o capitão do time inglês, Bobby Moore, recebeu a taça Jules Rimet das mãos da rainha Elizabeth II.
A Inglaterra foi campeã, mas o rei da Europa foi Eusébio. A ótima campanha de Portugal garantiu a Eusébio a artilharia do mundial, com 9 gols.
Seleção brasileira
Gilmar, Manga, Fidélis, Djalma Santos, Belini, Brito, Orlando, Altair, Rildo, Paulo Henrique, Denilson, Zito, Lima, Gerson, Jairzinho, Garrincha, Alcindo, Tostão, Pelé, Silva, Edu e Paraná
Resultados
Grupo 1
Inglaterra 0 X 0 Uruguai
França 1 X 1 México
Uruguai 2 X 1 França
Inglaterra 2 X 0 México
Uruguai 0 X 0 México
Inglaterra 2 X 0 França
Grupo 2
Alemanha Ocidental 5 X 0 Suíça
Argentina 2 X 1 Espanha
Espanha 2 X 1 Suíça
Alemanha Ocidental 0 X 0 Argentina
Argentina 2 X 0 Suíça
Alemanha Ocidental 2 X 1 Espanha
Grupo 3
Brasil 2 X 0 Bulgária
Portugal 3 X 1 Hungria
Hungria 3 X 1 Brasil
Portugal 3 X 0 Bulgária
Portugal 3 X 1 Brasil
Hungria 3 X 1 Bulgária
Grupo 4
URSS 3 X 0 Coréia do Norte
Itália 2 X 0 Chile
Coréia do Norte 1 X 1 Chile
URSS 1 X 0 Itália
Coréia do Norte 1 X 0 Itália
URSS 2 X 1 Chile
Quartas de final
Portugal 5 X 3 Coréia do Norte
Inglaterra 1 X 0 Argentina
Alemanha Ocidental 4 X 0 Uruguai
URSS 2 X 1 Hungria
Semifinais
Alemanha Ocidental 2 X 1 URSS
Inglaterra 2 X 1 Portugal
Disputa pelo terceiro lugar
Portugal 2 X 1 URSS
Final
Inglaterra 4 X 2 Alemanha Ocidental
México – 1970
BRASIL É TRICAMPEÃO NO MÉXICO
Seleção goleia a Itália por 4 X 1 na final
A desorganização que imperou em 1966 serviu de lição à Confederação Brasileira de Desportos. Para a campanha do México, a CBD traçou um plano eficiente.
A rigidez do regime militar que governava o Brasil foi levada para a seleção brasileira.
O comando da delegação foi entregue ao major-brigadeiro Jerônimo Bastos, que tinha um major do Exército como seu principal assistente.
Na comissão técnica havia mais militares. O supervisor era o capitão do Exército Cláudio Coutinho e um dos preparadores físicos era o também capitão Carlos Alberto Parreira.
Comunista no comando
Curiosamente, o comando técnico ficou a cargo do jornalista e ex-técnico do Botafogo, João Saldanha, notório simpatizante do extinto Partido Comunista.
Saldanha convocou o que havia de melhor no futebol brasileiro e seu time foi apelidado de “as Feras do Saldanha”.
O Brasil não teve dificuldade em se classificar. A dupla de frente Pelé-Tostão aterrorizou a defesa de Colômbia, Venezuela e Paraguai e as goleadas se sucederam. Foram 23 gols marcados em 6 jogos.
Na fase de amistosos, porém, João Saldanha comprou uma briga com a imprensa e torcedores, dizendo que Pelé tinha um problema na vista e não tinha condição de jogo. A torcida não queria saber, preferia Pelé no time, mesmo que com tapa-olho.
Médici
Saldanha acabou sendo demitido do comando da seleção ao resistir a uma tentativa de interferência feita pelo então presidente da República, o general Emilio Garrastazu Medici, um torcedor fanático.
Medici tentou impor a convocação do atacante Dario, do Atlético Mineiro. Saldanha teria respondido: “Eu não opino na escolha do seu ministério, portanto não aceito que o senhor dê palpites no meu time.”
A 60 dias do início da Copa, o ex-jogador bicampeão em 58 e 62, Zagalo foi convidado para substituir Saldanha. Coincidência ou não, Dario, o preferido do presidente Medici, acabou convocado.
Zagalo aproveitou a base do excelente time armado por Saldanha e fez algumas modificações fundamentais, como a escalação do meio-de-campo Wilson Piazza, do Cruzeiro, na quarta-zaga ao lado de Brito e de Rivelino, o fabuloso craque do Corinthians, na ponta-esquerda, no lugar do driblador Edu.
Dois meses antes de a Copa começar, o Brasil foi o primeiro time a chegar ao México, instalando-se na cidade de Guanajuato para se aclimatar à altitude de mais de 2 mil metros.
Campanha
A seleção ficou no grupo 3, o mais forte de todos, ao lado da fortíssima Tchecoslováquia, da Romênia e da então campeã do mundo, Inglaterra.
A seleção estreou em 3 de junho, no estádio Jalisco, em Guadalajara, contra a Tchecoslováquia.
Logo aos 12 minutos, o tcheco Petras aproveitou uma indecisão da zaga brasileira e abriu o placar.
Antes do final do primeiro tempo, o Brasil empatou com um gol de Rivelino. Uma “bomba” numa cobrança de falta na entrada da área.
No segundo tempo, Pelé e Jairzinho aproveitaram lançamentos precisos de Gerson para colocar três a um no placar. No final, Jairzinho deixou quatro tchecos caídos e empurrou a bola no canto direito do goleiro Viktor para fazer Brasil 4 a 1.
Neste jogo, Pelé quase faz um dos mais belos gols de sua carreira. Percebendo que o goleiro tcheco estava adiantado, Pelé chutou forte, ainda do campo brasileiro. O estádio se divertiu vendo a bola encobrir o desesperado Viktor que corria de volta para o gol. A bola passou a um palmo da trave indo caprichosamente para fora.
No segundo jogo o Brasil enfrentaria os atuais campeões mundiais. Naquele que foi considerado o melhor jogo da Copa, o Brasil venceu a Inglaterra por um a zero, com um gol de Jairzinho.
Neste jogo, o goleiro inglês, Gordon banks, faria uma defesa incrível, salvando uma cabeçada certeira de Pelé. Muitos a consideram a maior defesa de todos os tempos.
No terceiro jogo, contra a Romênia, o time brasileiro entrou confiante e, sem perder o comando da partida, venceu por 3 a 2, com dois gols de Pelé e um de Jairzinho.
O Peru de Didi
Nas quartas-de-final, o Brasil pegou pela frente o excelente time do Peru, treinado pelo ex-jogador brasileiro Didi. No Peru brilhavam o ótimo zagueiro Chumpitaz, os meio-campistas Perico Leon e Cubillas, e o veloz ponta-esquerda Gallardo, que jogava no Palmeiras de São Paulo.
No final de um jogo duríssimo, vitória brasileira por quatro a dois, gols de Tostão, Rivelino e dois de Jairzinho. Gallardo e Cubillas descontaram para o Peru.
Para felicidade da seleção brasileira, a semifinal seria disputada no mesmo estádio Jalisco. A maioria dos habitantes de Guadalajara torcia para o Brasil, o que fazia os jogadores se sentirem em casa.
O adversário do Brasil seria o Uruguai. Este seria o primeiro jogo entre os dois times em Copas do Mundo, desde a fatídica final de 1950.
O Uruguai abriu o placar com um gol de Cubilla, aproveitando uma falha do goleiro Félix e do zagueiro Brito, sinal do nervosismo da defesa brasileira. Pouco antes do final do primeiro tempo, o meio-campo Clodoaldo empatou a partida.
No segundo tempo o predomínio do Brasil foi total. Um gol de Jairzinho e outro de Rivelino fecharam o placar da partida, que foi marcada por um show de Pelé, que deixou a defesa uruguaia tonta com jogadas fenomenais.
Final
Na outra semifinal, a Itália venceu a Alemanha na prorrogação por 4 a 3, depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal.
No dia 21 de junho, Brasil e Itália, dois bicampeões mundiais, entravam no estádio Asteca para decidir quem ficaria de posse definitiva da taça Jules Rimet.
Ainda no primeiro tempo, Pelé abriu o placar de cabeça. Uma falha de Clodoaldo provocou uma sucessão de erros da defesa, deixando a bola livre nos pés do italiano Boninsegna que completou para o gol vazio.
A superioridade do Brasil era evidente e, no segundo tempo, os gols foram surgindo. Gerson fez dois a um aos 20 minutos num chute forte cruzado ameia altura, colocado no canto esquerdo do goleiro Albertosi.
Aos 32, Gerson fez um lançamento preciso do meio de campo, colocando a bola na cabeça de Pelé, dentro da área. Pelé tocou para a finalização atabalhoada de Jairzinho. Jair passaria para a história das Copas por ter marcado em todos os jogos do Brasil no torneio.
Para completar a festa brasileira, aos 42 minutos, o capitão Carlos Alberto completava para o fundo da rede italiana um passe de Pelé.
Os italianos foram derrotados por um dos melhores times de todos os tempos, consagrado por imprensa e torcedores de todo o mundo.
Depois da final, o técnico da equipe da Tchecoeslováquia, que tinha sido muito criticado pela derrota para o Brasil na estréia disse: “Agora o mundo compreende a razão de termos perdido de quatro a um. Ninguém vence esse time do Brasil.”
Após a festa e a invasão do gramado pela torcida, o capitão Carlos Alberto levantou a taça Jules Rimet que seria levada em definitivo para o Brasil.
Inovações
A Fifa criaria um novo troféu para premiar o campeão. Lamentavelmente, a taça Jules Rimet original seria roubada da sede da CBD no Rio de Janeiro, e o ouro, provavelmente, derretido pelos ladrões.
A Copa de 70 foi a primeira a ser transmitida pela TV via satélite, marcando, assim, a comercialização maciça do torneio.
Foi também na Copa de 70 que a Fifa introduziu os cartões vermelho e amarelo para advertir os jogadores faltosos. Curiosamente, não houve expulsão de jogadores durante a competição.
Pela primeira vez seriam permitidas substituições de jogadores durante os jogos.
Seleção brasileira
Félix, Ado, Leão, Carlos Alberto, Zé Maria, Brito, Baldochi, Fontana, Wilson Piazza, Everaldo, Marco Antônio, Clodoaldo, Joel, Rivelino, Gerson, Jairzinho, Paulo César, Pelé, Dario, Tostão, Roberto e Edu.
Resultados
Grupo 1
México 0 X 0 URSS
Bélgica 3 X 0 El Salvador
URSS 4 X 1 Bélgica
México 4 X 0 El Salvador
URSS 2 X 0 El Salvador
México 1 X 0 Bélgica
Grupo 2
Uruguai 2 X 0 Israel
Itália 1 X 0 Suécia
Uruguai 0 X 0 Itália
Suécia 1 X 1 Israel
Suécia 1 X 0 Uruguai
Itália 0 X 0 Israel
Grupo 3
Inglaterra 1 X 0 Romênia
Brasil 4 X 1 Tchecoslováquia
Romênia 2 X 1 Tchecoslováquia
Brasil 1 X 0 Inglaterra
Brasil 3 X 2 Romênia
Inglaterra 1 X 0 Tchecoslováquia
Grupo 4
Peru 3 X 2 Bulgária
Alemanha Ocidental 2 X 1 Marrocos
Peru 3 X 0 Marrocos
Alemanha Ocidental 5 X 2 Bulgária
Alemanha Ocidental 3 X 1 Peru
Bulgária 1 X 1 Marrocos
Quartas de final
Brasil 4 X 2 Peru
Alemanha Ocidental 3 X 2 Inglaterra
Uruguai 1 X 0 URSS
Itália 4 X 1 México
Semifinais
Brasil 3 X 1 Uruguai
Itália 4 X 3 Alemanha Ocidental
Disputa pelo terceiro lugar
Alemanha Ocidental 1 X 0 Uruguai
Final
Brasil 4 X 1 Itália
Alemanha – 1974
ALEMANHA CONQUISTA O BICAMPEONATO
Time da casa vence Holanda e comemora o título
Ricardo Acampora
Em 1974, o brasileiro João Havelange substituiu o inglês Stanley Houss na presidência da Fifa. Havelange se tornaria o primeiro não-europeu a ocupar o cargo, que manteria por 24 anos.
Na Alemanha, estava em disputa, pela primeira vez, a Taça do Mundo, um troféu de 37 centímetros de altura, em ouro maciço, obra do artista italiano Silvio Gazzaniga.
A nova taça não seria mais retida em definitivo. Segundo determinação da Fifa, o campeão passaria a reter o troféu por 4 anos até a próxima Copa, quando então recebe em troca uma réplica.
Para a Copa da Alemanha houve novo recorde de inscrições, com 94 países disputando as eliminatórias. Os ingleses, campeões do mundo em 66, também passavam por uma fase de renovação e não se classificaram.
Brasil
Em 74, o futebol brasileiro se encontrava numa das chamadas fases de “entressafra”, com o envelhecimento da geração tricampeã.
O comando ficou com o técnico da campanha de 70, Mário Jorge Lobo Zagalo, que lamentava a perda dos craques: “O Gerson parou, perdemos o Carlos Alberto e o Clodoaldo, e o Pelé preferiu ficar de fora.”
O time brasileiro chegou à Alemanha mal preparado, com um futebol antiquado.
Em entrevista concedida à BBC dois meses antes da Copa, Zagalo demonstrou total desconhecimento do novo futebol jogado pelos europeus. Desconhecia até a grande novidade da época: o “futebol-total”, da Holanda, o “Carrossel” treinado por Rhinus Michel.
Sem Pelé, a camisa 10 da seleção foi entregue a Rivelino, que, com Jairzinho e Paulo César, formava a grande esperança da torcida brasileira. Entre as revelações, despontavam o goleiro Leão, do Palmeiras, e o lateral Marinho Chagas, do Botafogo.
Estréia
No dia 13 de julho, o Brasil estreou sem brilho contra a Iugoslávia, na partida de abertura do mundial. A trave e uma ótima atuação do goleiro Leão garantiram o 0 a 0. O Brasil não era mais o bicho-papão de 70.
No segundo jogo da seleção brasileira, outro empate sem graça com a esforaçada equipe da Escócia. Para se classificar, o Brasil precisava ganhar do Zaire por três a zero. Gols de Jairzinho, Rivelino e um de Valdomiro, ajudado por uma falha do goleiro adversário, asseguraram a passagem para a fase seguinte.
O Brasil ficou no grupo A, com Alemanha Oriental, Argentina e a poderosa Holanda, que deslumbrava o mundo com um futebol coletivo, rápido e ágil, em que todos defendiam e atacavam em bloco, não dando chance ao adversário.
No time holandês, as posições não eram fixas e as jogadas rápidas de contra-ataque eram praticamente fatais.
Contra os alemães orientais, o Brasil continuou se arrastando. Um gol de falta de Rivelino garantiu a vitória magra.
No jogo seguinte, contra a Argentina, o Brasil se apresentou bem melhor, com os jogadores
nitidamente mais à vontade, por enfrentar um adversário sul-americano que também jogava um futebol ultrapassado, lento, incapaz de romper as defesas européias.
Um gol de Jairzinho e outro de Rivelino contra um de Brindisi, asseguraram a vitória brasileira por dois a um.
‘Laranja Mecânica’
O próximo adversário do Brasil, a Holanda, impressionava a todos. O time, comandado em campo pelo incrível Johan Cruyff – considerado o maior jogador do mundo no momento – contava com o talento do líbero Rud Krol, do meia Neeskens e dos pontas Rep e Resenbrink.
A campanha dos dois times mostrava bem as diferenças entre as seleções do Brasil e da Holanda. Enquanto o Brasil tinha suado para se classificar e nos cinco primeiros jogos tinha vencido apenas três, marcando apenas 6 gols, os holandeses contabilizavam quatro vitórias e 12 gols.
Surpreendentemente, o Brasil fez contra a Holanda o seu melhor jogo na Copa de 74 e, se Jairzinho e Paulo César não tivessem perdido gols fáceis, os brasileiros teriam deixado o campo no intervalo vencendo por dois a zero.
Segundo Jairzinho, os holandeses “tremeram diante da seleção brasileira e só no segundo tempo encontraram seu jogo.”
Um gol de Neeskens e outro de Cruyff, completando rápidos contra-ataques, foram suficientes para despachar o Brasil, fazendo justiça à melhor campanha da chamada “Laranja Mecânica”.
No final do jogo, o zagueiro brasileiro, Luis Pereira, foi expulso depois de atingir o holandês Neeskens com uma entrada desleal e escandalosa.
Ao Brasil, restava a disputa do terceiro lugar contra a Polônia. Os holandeses seguiam para fazer a grande final contra a segunda melhor seleção de 74, a dona da casa, a Alemanha.
Num jogo disputado em ritmo de treino, o Brasil perdeu de um a zero para a Polônia, com um gol do ponta Lato, aproveitando um avanço do lateral Marinho. O Brasil perdia merecidamente o terceiro lugar para o eficiente time polonês.
Final
No dia 7 de julho, a seleção holandesa pisou o gramado do estádio Olímpico, em Munique, como grande favorita, para fazer a primeira final de uma Copa do Mundo da sua história.
Mas o time alemão era igualmente respeitável, com o eficiente goleiro Sepp Mayer, o lateral Paul Breitner e o capitão Franz Beckembauer, os meio-campistas Bonhof e Overath, e o eficiente artilheiro Gerd Muller.
No começo da partida, Cruyff e companhia envolveram os alemães com seus toques de primeira e deslocamentos rápidos. Antes que um adversário tocasse na bola, o craque Johan Cruyff foi derrubado na entrada da área por Vogts e Hoeness. Pênalti, que o próprio Cruyff converteu.
Mas o experiente time alemão fez uma marcação cerrada sobre Cruyff, anulando o cérebro do time, emperrando a engrenagem principal do carrossel.
Antes do término do primeiro tempo, a Alemanha já tinha virado o jogo com um gol de pênalti cobrado por Breitner e um outro do oportunista centroavante Muller.
No segundo tempo, os holandeses se intimidaram e os alemães seguiram administrando a vantagem sem descuidar da defesa.
Como na final de 54 contra a Hungria, a Alemanha reverteu um favoritismo quase que unânime para conquistar o bicampeonato.
Apesar do quarto lugar, a inexpressiva campanha da seleção brasileira foi duramente criticada pela imprensa brasileira. O técnico Zagalo foi chamado de medroso e de retranqueiro, numa alusão ao esquema excessivamente defensivo e cauteloso do técnico campeão de 70.
Seleção brasileira
Leão, Valdir Peres, Renato, Zé Maria, Nelinho, Luis Pereira, Marinho Perez, Wilson Piazza, Alfredo, Marinho Chagas, Marco Antônio, Paulo Cesar Carpegiani, Rivelino, Ademir da Guia, Jairzinho, Valdomiro, Cesar, Mirandinha, Leivinha, Paulo Cesar Lima, Edu e Dirceu.
Resultados
Grupo 1
Alemanha Ocidental 1 X 0 Chile
Alemanha Oriental 2 X 0 Austrália
Chile 1 X 1 Alemanha Oriental
Alemanha Ocidental 3 X 0 Austrália
Austrália 0 X 0 Chile
Alemanha Oriental 1 X 0 Alemanha Ocidental
Grupo 2
Brasil 0 X 0 Iugoslávia
Escócia 2 X 0 Zaire
Iugoslávia 9 X 0 Zaire
Escócia 0 X 0 Brasil
Escócia 1 X 1 Iugoslávia
Brasil 3 X 0 Zaire
Grupo 3
Suécia 0 X 0 Bulgária
Holanda 2 X 0 Uruguai
Holanda 0 X 0 Suécia
Bulgária 1 X 1 Uruguai
Holanda 4 X 1 Bulgária
Suécia 3 X 0 Uruguai
Grupo 4
Itália 3 X 1 Haiti
Polônia 3 X 2 Argentina
Polônia 7 X 0 Haiti
Argentina 1 X 1 Itália
Argentina 4 X 1 Haiti
Polônia 2 X 1 Itália
Fase final
Grupo A
Holanda 4 X 0 Argentina
Brasil 1 X 0 Alemanha Oriental
Holanda 2 X 0 Alemanha Oriental
Brasil 2 X 1 Argentina
Holanda 2 X 0 Brasil
Argentina 1 X 1 Alemanha Oriental
Grupo B
Alemanha Ocidental 2 X 0 Iugoslávia
Polônia 1 X 0 Suécia
Alemanha Ocidental 4 X 2 Suécia
Polônia 2 X 1 Iugoslávia
Suécia 2 X 1 Iugoslávia
Alemanha Ocidental 1 X 0 Polônia
Disputa pelo terceiro lugar
Polônia 1 X 0 Brasil
Final
Alemanha Ocidental 2 X 1 Holanda
Argentina – 1978
ARGENTINA CONQUISTA SUA PRIMEIRA COPA
Argentinos comemoram vitória sobre a Holanda
O Brasil chegou à Copa da Argentina com inovações promovidas pelo técnico da seleção, o capitão reformado do Exército, Claudio Coutinho, supervisor da delegação vitoriosa em 70. Sob seu comando, as novas jogadas da seleção ganharam nomes como “ponto-futuro” e “overlaping”. A torcida via, porém, as mudanças com desconfiança.
Renovado estava também o elenco da equipe. Dos remanescentes de Copas anteriores, sobraram apenas os goleiros Leão e Valdir Peres, o lateral Nelinho e os meias Rivelino e Dirceu.
Uma nova geração de craques despontava na seleção de Coutinho. Brilhavam os zagueiros Edinho, Amaral e Oscar, os meio-campistas Toninho Cerezo e Batista, os atacantes Jorge Mendonça, Roberto Dinamite e a dupla infernal Zico-Reinaldo, a esperança de gols da torcida brasileira.
A seleção passou com altos e baixos pelas eliminatórias contra Paraguai, Colômbia, Peru e Bolívia. O time marcou 17 gols em 6 jogos, dos quais empatou dois e venceu quatro.
O Brasil estreou na Copa no dia 3 de junho, em Mar del Plata, contra a Suécia, que completava o grupo 3, junto com Áustria e Espanha.
A grama do campo, recentemente plantada, começou a se desprender, deixando em seu lugar um monte de buracos, que dificultavam o toque de bola da seleção brasileira.
Apesar do gramado ruim, o atacante Reinaldo abriu o placar para o Brasil, mas os suecos não demoraram a empatar.
No segundo tempo, a seleção brasileira não conseguiu acertar, facilitando a marcação rígida do pouco inspirado time sueco.
No final do jogo, Zico completou, de cabeça para o gol sueco, um escanteio cobrado pelo lateral Nelinho. Mas o juiz galês Clive Thomas não validou o gol, alegando que tinha apitado o fim da partida, com a bola no ar, antes de ter sido tocada pela cabeça de Zico.
Para o segundo jogo contra a Espanha, o técnico Claudio Coutinho voltava a insistir com outra de suas novidades que igualmente desagradava a torcida: a escalação do zagueiro Edinho, do Fluminense, na lateral esquerda. Era evidente a falta de adaptação de Edinho à nova posição.
A seleção não passou de um empate sem gols, em que foi salva por um erro do juiz e bandeirinha, que não validaram um gol espanhol, com a bola tendo nitidamente ultrassado a linha de gol, depois de bater no travessão brasileiro.
Depois de dois empates, o Brasil teria que decidir a classificação com a Áustria, e só a vitória interessava.
Segundo informações que circularam na Argentina, o então presidente da CBF, almirante Heleno Nunes, teria imposto ao capitão Claudio Coutinho a substituição de Zico e Reinaldo por Roberto Dinamite e Jorge Mendonça. Edinho abandonou o sacrifício da posição improvisada e foi substituído por Rodrigues Neto.
As mudanças surtiram efeito e o atacante do Vasco da Gama Roberto fez o gol que garantiu a classificação brasileira.
Quartas de final
Nas quartas-de-final, o Brasil ficou no grupo de Polônia, Peru e a dona da casa, a Argentina.
O bom time argentino venceu os poloneses por dois a zero. Também o Brasil surpreendia ao passar com facilidade pelo Peru, com uma vitória de três a zero e um melhor futebol de conjunto.
O próximo jogo seria contra a Argentina no pequeno estádio do Rosário Central. A imprensa e a torcida locais armaram um verdadeiro clima de guerra para intimidar os brasileiros.
Preocupado, Coutinho tirou o criativo Toninho Cerezo, colocando em seu lugar o truculento Chicão, do São Paulo.
A ameaça de guerra não se concretizou e o placar final sem gols espelhou a mediocridade demonstrada em campo pelas duas equipes.
Sem vencedor, a classificação para a semifinal ficou para ser decidida na última rodada.
Na tarde do dia 21 de junho, o Brasil passeou em Mendoza, vencendo sem dificuldade a Polônia por três a um, apresentando um futebol solto e criativo.
Agora, o Brasil teria que esperar o resultado da partida entre Argentina e Peru, que seria disputada à noite, em Rosário.
Sabendo que precisariam ganhar por uma diferença de quatro gols, os argentinos partiram para o ataque e os jogadores peruanos não esboçaram reação. Sem resistência, os gols argentinos foram se sucedendo.
No final, dois gols de Mario Kempes, outros dois de Luque, um de Houseman e outro de Tarantini definiram o placar de seis a zero, que garantia a classificação e eliminava o Brasil.
Os brasileiros acusaram os peruanos de terem entregado o jogo. A CBF entrou com recurso pedindo anulação da partida, alegando que as duas partidas deveriam ter sido disputadas no mesmo horário. A Fifa acatou o recurso, mas respondeu que os brasileiros conheciam o regulamento antes do início da Copa.
O Brasil acabou vencendo o time italiano por dois a um e ficou com o terceiro lugar. Indignado, o técnico Claudio Coutinho elegeu o Brasil, o “campeão moral” de 78, afinal a seleção brasileira terminou a Copa como a única equipe invicta.
Final
A Argentina seguia em frente para fazer a final contra a Holanda, que, apesar de ter chegado a sua segunda final consecutiva, já não apresentava o mesmo poder ofensivo do carrossel de 74.
Sem Johan Cruyff, que se negou a ir à Argentina em protesto contra a ditadura militar que governava o país, a Holanda acabou vencida pela raça e determinação dos argentinos.
Depois de um empate de um a um no tempo regulamentar, a Argentina fez dois gols na prorrogação, aniquilando qualquer possibilidade de reação dos holandeses. A Argentina conquistava a sua primeira Copa do Mundo entrando para o seleto clube dos campeões mundiais.
Mas a história poderia ter sido bem diferente. No último minuto do tempo normal, o ponta-esquerda holandês Resenbrink carimbou a trave do goleiro Fillol, emudecendo as mais de 70 mil pessoas que lotavam o estádio Monumental de Nuñes.
Ao time holandês restava o consolo de uma grande campanha e o segundo vice-campeonato consecutivo.
A fabulosa geração de Cruyff, Kroll, Rep, Neeskens, Jongblod e Resenbrink seria mais uma a passar para a história sem conquistar o título mundial.
Seleção brasileira
Leão, Carlos, Valdir Peres, Toninho, Nelinho, Oscar, Abel, Polozzi, Amaral, Edinho, Rodrigues Neto, Toninho Cerezo, Chicão, Rivelino, Dirceu, Batista, Gil, Jorge Mendonça, Zico, Roberto Dinamite, Reinaldo e Zé Sergio.
Resultados
Grupo 1
Argentina 2 X 1 Hungria
Itália 2 X 1 França
Argentina 2 X 1 França
Itália 3 X 1 Hungria
Itália 1 X 0 Argentina
França 3 X 1 Hungria
Grupo 2
Alemanha Ocidental 0 X 0 Polônia
Tunísia 3 X 1 México
Alemanha Ocidental 6 X 0 México
Polônia 1 X 0 Tunísia
Alemanha Ocidental 0 X 0 Tunísia
Polônia 3 X 1 México
Grupo 3
Áustria 2 X 1 Espanha
Suécia 1 X 1 Brasil
Áustria 1 X 0 Suécia
Brasil 0 X 0 Espanha
Espanha 1 X 0 Suécia
Brasil 1 X 0 Áustria
Grupo 4
Peru 3 X 1 Escócia
Holanda 3 X 0 Irã
Escócia 1 X 1 Irã
Holanda 0 X 0 Peru
Peru 4 X 1 Irã
Escócia 3 X 2 Holanda
Fase final
Grupo A
Alemanha Ocidental 0 X 0 Itália
Holanda 5 X 1 Áustria
Itália 1 X 0 Áustria
Alemanha Ocidental 2 X 2 Holanda
Holanda 2 X 1 Itália
Áustria 3 X 2 Alemanha Ocidental
Grupo B
Brasil 3 X 0 Peru
Argentina 2 X 0 Polônia
Polônia 1 X 0 Peru
Argentina 0 X 0 Brasil
Brasil 3 X 1 Polônia
Argentina 6 X 0 Peru
Disputa pelo terceiro lugar
Brasil 2 X 1 Itália
Final
Argentina 3 X 1 Holanda
Espanha – 1982
ITÁLIA PÕE FIM A SONHO DO BRASIL
Mais uma vez o futebol brasileiro tinha se renovado e a nova geração de excelentes jogadores permitiu que o técnico Telê Santana selecionasse um grupo excepcional para a Copa da Espanha de 82.
O time de Telê não teve dificuldades em se classificar, despachando nas eliminatórias a Venezuela e Bolívia.
Para o Mundial, a Fifa aumentou o número de participantes de 16 para 24, de modo a refletir o crescente número de inscrições e acomodar interesses financeiros e políticos.
A Copa já tinha se tornado um negócio bilionário, atraindo a maior audiência entre os eventos esportivos existentes.
Mais jogos
Com o aumento do número de participantes, na Copa da Espanha foram disputadas 52 partidas, em comparação com as 38 da Copa de 78.
Os 24 países foram dividos em 6 grupos, cabendo ao Brasil encabeçar o grupo 6, ao lado de URSS, Escócia e Nova Zelândia.
O time de Telê contava com o talento de jogadores como Leandro, Júnior, Zico, Sócrates, Falcão e Toninho Cerezo.
No jogo de abertura, a Argentina, campeã mundial, foi derrotada por 1 a 0 pela Bélgica. Esta partida marcou a estréia em Copas do Mundo de Diego Maradona, a grande estrela mundial de sua geração.
No dia seguinte, o Brasil começou a campanha contra a União Soviética. O time jogou mal, com uma defesa insegura, que permitiu que os soviéticos abrissem o placar, com um gol do meio-de-campo Bal, em falha do goleiro Valdir Peres.
No segundo tempo, o Brasil continuou errando muito e o árbitro espanhol, Ausgusto Lamo, deixou de marcar um pênalti em favor dos soviéticos, cometido pelo zagueiro Luisinho, do Atlético Mineiro.
A criatividade dos atacantes brasileiros acabou garantindo a vitória de virada. O empate veio com um belo gol de Sócrates, que, depois de driblar dois adversários, desferiu um potente chute de direita no ângulo do goleiro Dasaev.
O ponta Éder fez o gol da vitória a dois minutos do fim, com outro chute forte, de fora da área.
Escócia
No segundo jogo, contra a Escócia, o Brasil mostrou mais tranqüilidade. Nem o gol dos escoceses, aos 18 minutos de jogo, abalou o time. O Brasil seguiu dominando e os gols foram saindo normalmente.
Primeiro Zico, em cobrança perfeita de falta. Em seguida o zagueiro Oscar fez de cabeça, depois Éder, encobrindo o goleiro escocês Rough. O meia Falcão fechou o placar a três minutos do final. Resultado: 4 a 1 para o Brasil.
No último jogo das oitavas, nova goleada brasileira. Desta vez, o time venceu a Nova Zelândia por quatro a zero, com dois gols de Zico, um de Falcão e outro do centroavante Serginho.
Na próxima fase, o Brasil teria que deixar Sevilha e iria à Barcelona formar o grupo C com a Itália e a Argentina.
Os argentinos, campeões do mundo, pareciam ser os adversários mais perigosos. Os italianos faziam uma péssima campanha, tendo marcado apenas dois gols nos três empates que conseguiram na primeira fase (0 a 0 contra Polônia e um a um contra o Peru e Camarões).
Mas os italianos surpreenderam ao vencer os argentinos por 2 a 1. Contra o Brasil, a Argentina voltou a jogar mal e a seleção brasileira não perdoou, vencendo por 3 a 1, com gols de Zico, Junior e Serginho, com Ramon Diaz descontando.
Os campeões mundiais estavam eliminados e o jovem Diego Maradona perdeu a cabeça atingindo deslealmente o meio-de-campo Batista. Como resultado, foi expulso de campo.
Brasil eliminado
No dia 5 de julho, o Brasil voltava ao campo do pequeno estádio do Sarriá, para decidir a classificação contra a Itália. Para o Brasil, o empate era suficiente.
Mas logo aos 5 minutos de jogo, o centroavante Paolo Rossi abriu o placar para a Itália. O Brasil empataria aos 12 minutos com Sócrates, finalizando um passe de Zico.
Paolo Rossi voltou a marcar aos 25 minutos, aproveitando uma falha de Cerezo numa saída de bola equivocada. Depois de muito batalhar, o Brasil voltou a empatar no segundo tempo com Falcão, dando a impressão de que a classificação estava garantida.
Mas o time de Telê não sabia se defender para segurar um resultado e, instintivamente, continuou atacando, dando chances à Itália. Aos 29 minutos, o artilheiro Rossi marcou o último gol da partida e pôs fim ao sonho de mais um título brasileiro.
O Brasil, eleito pela imprensa internacional especializada como o melhor time da Copa, estava eliminado da Copa de 82.
Semifinais
A Itália seguia para as semifinais, junto com a França, a Alemanha e a Polônia.
Os italianos, empolgados com as vitórias sobre Brasil e Argentina, nem pareciam o mesmo time que começara timidamente o mundial. Com outros dois gols do oportunista Paolo Rossi, a Itália não deu chances aos poloneses. O placar de dois a zero colocava a Itália na final contra a Alemanha.
A outra semifinal entre França e Alemanha acabou sendo considerada a melhor partida daquele mundial.
No lado alemão, craques como o lateral Briegel, o meio-de-campo Paul Breitner e os atacantes Littbarski e Rummenigge, além do excelente goleiro Schumacher.
A França não ficava atrás, com Amoros na lateral direita e o excelente Trésor comandando o miolo da zaga. No meio-de-campo brilhava o talento do baixinho Girese e de Tiganá. No ataque, os ótimos ponteiros Six e Rocheteau eram liderados pelo fabuloso Michel Platini.
Depois de um empate de um a um no tempo normal, o jogo foi levado a uma prorrogação de 30 minutos.
Os franceses fizeram dois gols e cometeram o mesmo erro da seleção brasileira: continuaram atacando, permitindo que os alemães empatassem em 3 a 3.
Pela primeira vez na hisitória das Copas, uma partida teria que ser decidida em cobrança de pênaltis. Prevaleceu a Alemanha que marcou cinco, contra quatro dos franceses.
Final
Alemanha e Itália fizeram a grande final. Os italianos entraram com muita raça e não deram chance aos alemães.
Final do jogo: três para a Itália (gols de Paolo Rossi, Tardelli e Altobelli) e um para a Alemanha (Paul Breitner). A Itália conseguiu, assim, seu tricampeonato, igualando a marca brasileira.
Paolo Rossi, o “carrasco” do Brasil, tornou-se artilheiro da Copa de 82, com seis gols.
Para o Brasil, sobrou o consolo de ter pela primeira vez um juiz apitando uma final de Copa do Mundo, o árbitro Arnaldo César Coelho.
Para muitos, a Copa de 82 marcou o fim da era do chamado futebol arte. A partir daí, prevaleceriam o preparo físico e os rígidos esquemas táticos defensivos, que acabariam por tirar o brilho do espetáculo.
Times como a França de Platini e o Brasil de Zico, Sócrates e Falcão passaram a ser citados para mostrar que no futebol o que conta mesmo é o resultado.
Uma grande curiosidade do mundial da Espanha foi a interferência do xeque do Kuwait, Fahid al-Sabah. Ele invadiu o campo da partida em que a França derrotou o Kuwait por quatro a um, para protestar com o juiz soviético Miroslav Stuper, contra a validação de um gol francês.
Surpreendentemente, o juiz não só permitiu a invasão de campo, como voltou atrás e mudou sua decisão, anulando o gol francês. O árbitro acabou punido pela Fifa.
Seleção brasileira
Valdir Peres, Paulo Sergio, Carlos, Leandro, Edevaldo, Oscar, Luisinho, Juninho, Edinho, Junior, Pedrinho, Toninho Cerezo, Falcão, Batista, Renato, Paulo Isidoro, Sócrates, Serginho, Roberto Dinamite, Zico, Éder e Dirceu.
Resultados
Grupo 1
Itália 0 X 0 Polônia
Peru 0 X 0 Camarões
Itália 1 X 1 Peru
Polônia 0 X 0 Camarões
Polônia 5 X 1 Peru
Itália 1 X 1 Camarões
Grupo 2
Argélia 2 X 1 Alemanha Ocidental
Áustria 1 X 0 Chile
Alemanha Ocidental 4 X 1 Chile
Áustria 2 X 0 Argélia
Argélia 3 X 2 Chile
Alemanha Ocidental 1 X 0 Áustria
Grupo 3
Bélgica 1 X 0 Argentina
Hungria 10 X 1 El Salvador
Argentina 4 X 1 Hungria
Bélgica 1 X 0 El Salvador
Bélgica 1 X 1 Hungria
Argentina 2 X 0 El Salvador
Grupo 4
Inglaterra 3 X 1 França
Tchecoslováquia 1 X 1 Kuwait
Inglaterra 2 X 0 Tchecoslováquia
França 4 X 1 Kuwait
França 1 X1 Tchecoslováquia
Inglaterra 1 X 0 Kuwait
Grupo 5
Espanha 1 X 1 Honduras
Iugoslávia 0 X 0 Irlanda do Norte
Espanha 2 X 1 Iugoslávia
Honduras 1 X 1 Irlanda do Norte
Iugoslávia 1 X 0 Honduras
Irlanda 1 X 0 Espanha
Grupo 6
Brasil 2 X 1 URSS
Escócia 5 X 2 Nova Zelândia
Brasil 4 X 1 Escócia
URSS 3 X 0 Nova Zelândia
URSS 2 X 2 Escócia
Brasil 4 X 0 Nova Zelândia
Segunda fase
Grupo A
Polônia 3 X 0 Bélgica
URSS 1 X 0 Bélgica
Polônia 0 X 0 URSS
Grupo B
Alemanha Ocidental 0 X 0 Inglaterra
Alemanha Ocidental 2 X 1 Espanha
Espanha 0 X 0 Inglaterra
Grupo C
Itália 2 X 1 Argentina
Brasil 3 X 1 Argentina
Itália 3 X 2 Brasil
Grupo D
França 1 X 0 Áustria
Áustria 2 X 2 Irlanda do Norte
França 4 X 1 Irlanda do Norte
Semifinais
Itália 2 X 0 Polônia
Alemanha Ocidental 3 X 3 França
(Alemanha Ocidental venceu por 5 X 4 nos pênaltis)
Disputa pelo terceiro lugar
Polônia 3 X 2 França
Final
Itália 3 X 1 Alemanha Ocidental
México – 1986
MARADONA GANHA A COPA PARA A ARGENTINA
Torcida comemora bicampeonato
Maradona comandou a equipe da Argentina na campanha vitoriosa do bicampeonato, na Copa de 1986. Já o Brasil voltou mais cedo para casa, eliminado, nos pênaltis, pela França, nas quartas-de-final.
O México ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo pela segunda vez, depois de a Colômbia, inicialmente escolhida para abrigar o campeonato, desistir do torneio, alegando falta de dinheiro para as obras necessárias à criação da infra-estrutura exigida.
O Brasil foi escolhido cabeça-de-chave do grupo D, formado também pela Espanha, Irlanda do Norte e Argélia.
A seleção brasileira jogaria todas as partidas no estádio Jalisco, em Guadalajara, local da vitoriosa campanha da Copa de 70.
Primeiras fases
O comando da seleção continuou entregue a Telê Santana, técnico que privilegiava os esquemas ofensivos que sempre caracterizaram o futebol brasileiro.
Telê tentou como pôde manter a base da excelente seleção que tinha levado à Espanha quatro anos antes. Zico era o seu maior problema. Contundido seriamente no joelho, estava longe de sua melhor forma e seu aproveitamento era incerto.
No jogo de estréia, a seleção brasileira suou para vencer a Espanha por 1 a 0, com gol de Sócrates, marcado no segundo tempo.
No segundo tempo, o Brasil, ainda sem contar com Zico, voltou a jogar mal e a ganhar de 1 a 0. Desta vez, o gol foi do centroavante Careca.
A seleção confirmou a classificação para a segunda fase ao vencer a Irlanda do Norte no terceiro jogo por 3 a 0. Foram dois gols de Careca e um golaço do lateral do Botafogo, Josimar, com uma bomba de fora da área. O chute forte pegou um efeito esquisito e entrou no ângulo do gol irlandês. Zico entrou no segundo tempo no lugar de Sócrates para pegar ritmo de jogo.
Na segunda fase, o time do Brasil passou a apresentar um bom futebol, mostrando mais entrosamento e um belo toque de bola. Mas, apesar da fácil vitória de 4 a 0 sobre a Polônia, era evidente que a seleção não tinha mais o poder ofensivo do time de 82. Seu esquema tático revelava claramente preocupações defensivas.
Em entrevista à BBC, o técnico Telê Santana explicou a substituição do talentoso Falcão pelo limitado Elzo: “Precisávamos aumentar a consistência defensiva do meio-de-campo, para que nosso ataque pudesse desenvolver as jogadas ofensivas com mais tranqüilidade.”
No começo da Copa, a Dinamarca era apontada como uma das favoritas, um time com futebol coletivo semelhante ao “carrossel” holandês de 74.
Na primeira fase, o time dinamarquês, apelidado de “Dinamáquina”, goleou o bom time do Uruguai por 6 a 1 e derrotou a poderosa Alemanha por 2 a 0.
Mas, na fase seguinte, a máquina dinamarquesa emperrou e o time foi eliminado pela Espanha com uma goleada de 5 a 1. Neste jogo, o atacante espanhol Emilio Butragueño, “El Bugre”, marcou quatro gols.
Espanha, Brasil, França, Bélgica, Inglaterra, Argentina, México e Alemanha fariam as quartas-de-final da Copa.
Brasil eliminado
O adversário do Brasil seria a França de Michel Platini, Tigana e Girese, um time com estilo de jogo aberto como o brasileiro.
Como a seleção brasileira, a França apresentava uma base composta por uma geração de craques em decadência, que disputaria a sua última Copa do Mundo.
Jogando ofensivamente, os dois times fizeram um grande espetáculo para o público. A partida foi considerada pela Fifa a mais técnica da Copa.
O Brasil começou dominando e aos 17 minutos de jogo o centroavante Careca completou de primeira uma bela troca de passes do ataque brasileiro.
Mas, antes do final do primeiro tempo, um descuido da zaga brasileira permitiu que Platini completasse um cruzamento, empatando a partida.
No segundo tempo, Telê colocou Zico no lugar de Mueller. Logo na primeira jogada, Zico deu um ótimo passe para o lateral Branco, que foi derrubado na área.
Encarregado da cobrança, Zico bateu fraco, permitindo a defesa do goleiro Bats. O empate de 1 a 1 prevaleceu até o final do tempo normal. Também não houve gols na prorrogação de 30 minutos, o que levou o jogo a ser decidido nos pênaltis.
Sócrates e Júlio César desperdiçaram suas cobranças. Pela França, apenas Platini não marcou. O Brasil estava eliminado de mais uma Copa do Mundo.
Por ter perdido o pênalti no tempo normal, Zico foi duramente criticado pela torcida. Foi chamado de displicente e de responsável pela eliminação do Brasil.
Em entrevista à BBC, Zico rebateu as críticas e negou que tenha sido displicente: “Não houve displicência. Na verdade eu tinha acabado de entrar e ainda estava meio frio, ainda não estava no ritmo da partida. Não queria cobrar, mas acabou sobrando para mim, pois no treino do dia anterior eu tive o melhor índice de aproveitamento.”
Para o lateral Junior, o que faltou foi “criatividade e um pouco de sorte.”
Mão de Deus
Curiosamente, nas quartas-de-final, somente o jogo entre a Argentina e a Inglaterra não precisou ser decidido nos pênaltis.
Foi um gol de mão, de Maradona, que decidiu a partida. Maradona disputou de cabeça uma bola com o goleiro Shilton e usou a mão para tocar o balão para as redes. O juiz não percebeu a malandragem e validou o gol que acabou desclassificando a Inglaterra.
Depois do jogo, Maradona foi cínico ao se referir ao recurso antiesportivo. Ele disse que fez o gol com a cabeça e com a mão de Deus.
Mas a deslealdade do craque não tira o brilho do primeiro gol de Maradona na vitória de 2 a 1 contra os ingleses.
Num verdadeiro “gol de placa”, Maradona driblou uma fila de ingleses desde o meio-de-campo até o gol adversário. Depois de driblar também o goleiro Shilton, Maradona simplesmente tocou para o gol vazio.
Final
Nas semifinais, Argentina e Alemanha venceram, respectivamente, a Bélgica e a França pelo mesmo placar de 2 a 0, classificando-se para a grande final.
Contra a Bélgica, a Argentina teve outro golaço de Maradona, que conseguiu romper a marcação de vários zagueiros com jogadas geniais.
Num jogo de grande emoção, a Argentina, sob comando de Maradona, venceu na final a forte equipe da Alemanha por 3 a 2, conquistando o bicampeonato mundial.
Maradona repetiu em 86 para a Argentina o que Garrincha, em 62 no Chile, e Pelé, em 70, no México, tinham feito para o Brasil. O craque inventou jogadas sensacionais e enloqueceu seus marcadores, comandando as vitórias de seu time.
A Copa do México marcou o fim de uma das maiores gerações de craques do futebol mundial. Seria a última Copa de Zico, Falcão, Junior, Sócrates, Reinaldo, Leandro e Toninho Cerezo para o Brasil, e de Platini, Tigana, Girese para a França, e de Rummenige para a Alemanha.
Seleção Brasileira
Carlos, Edson, Edinho, Junior, Casagrande, Careca, Julio César, Alemão, Branco, Sócrates, Elzo, Oscar, Falcão, Muller, Zico, Edivaldo, Paulo Victor, Josimar, Mauro Galvão, Silas, Valdo e Leão.
Resultados
Grupo 1
Bulgária 1 X 1 Itália
Argentina 3 X 1 Coréia do Sul
Coréia do Sul 1 X 1 Bulgária
Itália 1 X 1 Argentina
Argentina 2 X 0 Bulgária
Itália 3 X 2 Coréia do Sul
Grupo 2
México 2 X 1 Bélgica
Paraguai 1 X 0 Iraque
México 1 X 1 Paraguai
Bélgica 2 X 1 Iraque
México 1 X 0 Iraque
Paraguai 2 X 2 Bélgica
Grupo 3
França 1 X 0 Canadá
URSS 6 X 0 Hungria
França 1 X 1 URSS
Hungria 2 X 0 Canadá
URSS 2 X 0 Canadá
França 3 X 0 Hungria
Grupo 4
Brasil 1 X 0 Espanha
Argélia 1 X 1 Irlanda do Norte
Brasil 1 X 0 Argélia
Espanha 2 X 1 Irlanda do Norte
Brasil 3 X 0 Irlanda do Norte
Espanha 3 X 0 Argélia
Grupo 5
Dinamarca 1 X 0 Escócia
Uruguai 1 X 1 Alemanha Ocidental
Dinamarca 6 X 1 Uruguai
Alemanha Ocidental 2 X 1 Escócia
Escócia 0 X 0 Uruguai
Dinamarca 2 X 0 Alemanha Ocidental
Grupo 6
Marrocos 0 X 0 Polônia
Portugal 1 X 0 Inglaterra
Inglaterra 0 X 0 Marrocos
Polônia 1 X 0 Portugal
Marrocos 3 X 1 Portugal
Inglaterra 3 X 0 Polônia
Oitavas de final
Bélgica 4 X 3 URSS
México 2 X 0 Bulgária
Brasil 4 X 0 Polônia
Argentina 1 X 0 Uruguai
França 2 X 0 Itália
Alemanha Ocidental 1 X 0 Marrocos
Inglaterra 3 X 0 Paraguai
Espanha 5 X 1 Dinamarca
Quartas de final
França 1 X 1 Brasil (França venceu nos pênaltis: 4 X 3)
Alemanha Ocidental 0 X 0 México (Alemanha Ocidental venceu nos pênaltis: 4 X 1)
Argentina 2 X 1 Inglaterra
Bélgica 1 X 1 Espanha (Bélgica venceu nos pênaltis: 5 X 4)
Semifinais
Alemanha Ocidental 2 X 0 França
Argentina 2 X 0 Bélgica
Disputa pelo terceiro lugar
França 4 X 2 Bélgica
Final
Argentina 3 X 2 Alemanha Ocidental
Itália – 1990
A ALEMANHA É TRICAMPEÃ
Alemães vencem os argentinos na final
A Copa da Itália de 1990 reuniu, pela primeira vez, todos os times campeões mundiais (na época, Uruguai, Brasil, Inglaterra, Itália, Alemanha e Argentina).
Para o Mundial, o comando do time brasileiro tinha sido entregue ao técnico Sebastião Lazaroni.
Lazaroni convocou para a Copa o mesmo grupo de jogadores que no ano anterior tinha conquistado, sob seu comando, a Copa América para o Brasil.
Em 90, o futebol da seleção brasileira tinha perdido definitivamente o espírito alegre e descontraído das duas Copas anteriores.
Mudança tática
Segundo alguns críticos, o esquema tático do Brasil era contraído, quase europeu. A equipe tinha cinco jogadores no meio-de-campo, com funções muito mais destrutivas do que criativas, e dois homens solitários na frente. O esquema de Lazaroni mostrava que o Brasil entrava em campo procupado em se defender.
O Brasil ficou no grupo C, com a Suécia, a Escócia e a Costa Rica. Na primeira fase, os jogos do Brasil seriam disputados em Turim, no estádio Del Alpi, construído especialmente para a Copa do Mundo.
No dia 8 de junho, no estádio Giuseppe Meazza, em Milão, Argentina e Camarões disputaram a partida de abertura da 14º Copa do Mundo.
Os jogadores de Camarões não tomaram conhecimento de Maradona e venceram os campeões mundiais por 1 a 0.
Contusões
Na seleção brasileira, a contusão de Romário e a de Bebeto dificultaram a escalação do time. O Brasil estreou contra a Suécia, com uma vitória de 2 a 1, dois gols de Careca.
Em campo, o time brasileiro era comandado por Dunga, jogador dedicado e marcador rigoroso, mas de pouca criatividade.
A torcida estranhava o novo estilo bruto e a falta de talento da seleção. A marcação forte na defesa e no meio-de-campo e as saídas rápidas em contra-ataques de Mueller e Careca eram as armas da seleção de Lazaroni.
No segundo jogo, contra a Costa Rica, a tática não surtiu o efeito desejado. O ataque brasileiro perdeu uma infinidade de gols e o Brasil ganhou por apenas 1 a 0, com gol de Muller.
Bebeto entrou no lugar de Careca quando faltavam apenas 7 minutos para a partida terminar. Nitidamente sem ritmo de jogo e sentindo a contusão, Bebeto não foi escalado contra a Escócia.
Sem Romário e Bebeto, o ataque brasileiro voltou a repetir os mesmos erros contra a Escócia. O resultado foi também 1 a 0, com novo gol de Mueller. O Brasil não jogava um futebol de um time campeão.
Eliminação
O futebol feio e truncado não era exclusividade da seleção brasileira. A marcação cerrada prevaleceu na Copa de 90. A retranca era a tônica da grande maioria das seleções.
Nas quartas-de-final, o Brasil enfrentou a Argentina, que também tinha feito uma fraca campanha na primeira fase.
Curiosamente, o Brasil realizou sua melhor partida contra a Argentina, mas, na única boa jogada que fez em todo o jogo, Maradona se livrou de seis marcadores e deu um passe para Caniggia marcar o gol da vitória, que eliminou o Brasil e classificou os argentinos para a semifinal.
O sonho do tetracampeonato brasileiro estava adiado pela quinta vez. Segundo alguns críticos, a péssima organização foi responsável pela inexpressiva campanha da seleção brasileira.
A partida entre Camarões e Inglaterra foi considerada a melhor da Copa da Itália. As duas equipes brigaram palmo a palmo por uma vaga nas semifinais. A Inglaterra abriu o marcador, mas Camarões chegou a virar o placar depois da entrada do veterano Roger Mila, com 40 anos de idade. Mas no final, os ingleses venceram por 3 a 2, com um gol do centroavante Gary Lineker.
As duas semifinais foram decididas nos pênaltis, depois de empate de 1 a 1 em ambos os jogos. A Argentina derrotou a Itália e na outra partida a Alemanha eliminou a Inglaterra.
Final
Alemanha e Argentina repetiriam a finalíssima da Copa de 86. Era a terceira final consecutiva dos alemães.
Foi uma das finais mais feias e violentas da história das Copas. O time argentino usou e abusou da “catimba” sul-americana para truncar o jogo. O zagueiro argentino Monzon foi expulso aos 19 minutos por jogo violento.
Aos 39 minutos do primeiro tempo, o lateral alemão Brehme fez o gol único do jogo ao converter um pênalti.
No final do jogo duas, cenas distintas: enquanto Maradona chorava em campo pela perda do título, o capitão alemão, Lothar Matthaus, erguia a taça para delírio da torcida.
A Alemanha conquistava o seu tricampeonato, igualando-se ao Brasil e à Itália.
A campanha do Brasil foi uma das mais inexpressivas de todas as Copas. Foram só quatro jogos e apenas quatro gols marcados, ante a dois gols tomados.
A Copa da Itália acabou sendo a consagração do chamado antijogo. O torneio totalizou quinze expulsões e uma das piores médias de gols de todos os tempos.
Seleção brasileira
Taffarel, Jorginho, Ricardo Gomes, Dunga, Alemão, Branco, Valdo, Careca, Mozer, Muller, Mauro Galvão, Bismark, Silas, Romário, Acácio, Aldair, Bebeto, Renato Gaúcho, Mazinho, Ricardo Rocha, Tita e Zé Carlos.
Resultados
Grupo 1
Itália 1 X 0 Áustria
Tchecoslováquia 5 X 1 Estados Unidos
Itália 1 X 0 Estados Unidos
Tchecoslováquia 1 X 0 Áustria
Áustria 2 X 1 Estados Unidos
Itália 2 X 0 Tchecoslováquia
Grupo 2
Camarões 1 X 0 Argentina
Romênia 2 X 0 URSS
Argentina 2 X 0 URSS
Camarões 2 X 1 Romênia
URSS 4 X 0 Camarões
Argentina 1 X 1 Romênia
Grupo 3
Brasil 2 X 1 Suécia
Costa Rica 1 X 0 Escócia
Escócia 2 X 1 Suécia
Brasil 1 X 0 Costa Rica
Costa Rica 2 X 1 Suécia
Brasil 1 X 0 Escócia
Grupo 4
Colômbia 2 X 0 Emirados Árabes Unidos
Alemanha Ocidental 4 X 1 Iugoslávia
Iugoslávia 1 X 0 Colômbia
Alemanha Ocidental 5 X 1 Emirados Árabes Unidos
Iugoslávia 4 X 1 Emirados Árabes Unidos
Alemanha Ocidental 1 X 1 Colômbia
Grupo 5
Bélgica 2 X 0 Coréia do Sul
Uruguai 0 X 0 Espanha
Espanha 3 X 1 Coréia do Sul
Bélgica 3 X 1 Uruguai
Uruguai 1 X 0 Coréia do Sul
Espanha 2 X 1 Bélgica
Grupo 6
Inglaterra 1 X 1 Irlanda
Holanda 1 X 1 Egito
Inglaterra 0 X 0 Holanda
Irlanda 0 X 0 Egito
Inglaterra 1 X 0 Egito
Irlanda 1 X 1 Holanda
Oitavas de final
Tchecoslováquia 4 X 1 Costa Rica
Camarões 2 X 1 Colômbia
Alemanha Ocidental 2 X 1 Holanda
Argentina 1 X 0 Brasil
Irlanda 0 X 0 Romênia (Irlanda venceu nos pênaltis: 5 X 4)
Itália 2 X 0 Uruguai
Inglaterra 1 X 0 Bélgica
Iugoslávia 2 X 1 Espanha
Quartas-de-final
Argentina 0 X 0 Iugoslávia (Argentina venceu nos pênaltis 3 X 2)
Itália 1 X 0 Irlanda
Alemanha Ocidental 1 X 0 Tchecoslováquia
Inglaterra 3 X 2 Camarões
Semifinais
Argentina 1 X 1 Itália (Argentina venceu nos pênaltis: 4 X 3)
Alemanha Ocidental 1 X 1 Inglaterra (Alemanha Ocidental venceu nos pênaltis: 4 X 3)
Disputa do terceiro lugar
Itália 2 X 1 Inglaterra
Final
Alemanha Ocidental 1 X 0 Argentina
Estados Unidos – 1994
BRASIL É TETRACAMPEÃO
Seleção comemora título inédito nos EUA
Ricardo Acampora
Foram 24 anos com o grito de campeão engasgado na garganta, mas a torcida brasileira pôde finalmente comemorar a vitória na Copa dos Estados Unidos.
Depois de popularizar o futebol por praticamente todo o mundo, faltava à Fifa desbravar o concorrido mercado americano. Na preferência do torcedor americano, o futebol perde feio para o beisebol, o futebol americano, o basquetebol e o hóquei sobre o gelo.
Mas, ainda assim, motivada pela perspectiva de grande lucro, a Federação de Futebol dos Estados Unidos encaminhou à Fifa sua candidatura para sediar a Copa do Mundo de 94. O país acabou sendo escolhido, vencendo candidatos como Marrocos e Brasil.
E os americanos provaram sua competência empresarial. Com um marketing eficiente, fizeram com que a Copa tivesse a maior média de público até então. Cada jogo reuniu público de 70 mil pessoas. Cerca de 3 bilhões de telespectadores no mundo inteiro acompanharam o torneio.
Brasil defensivo
No dia 17 de junho, Alemanha e Bolívia abriram a décima-quinta Copa do Mundo, em Chicago. A Alemanha venceu por 1 a 0 numa partida fraca.
O Brasil ficou no grupo A, com a Suécia, a Rússia e Camarões. A seleção brasileira era comandada por Carlos Alberto Parreira e Mário Jorge Lobo Zagalo. Parreira era o técnico e Zagalo o supervisor.
Zagalo voltava à seleção depois do fracasso da Copa de 74, quando tinha sido acusado de retranqueiro. Ao embarcar com a delegação para os EUA, Zagalo se defendeu dizendo que preferia ser campeão jogando feio do que perder a Copa jogando bonito.
O Brasil de 94 era um time defensivo. O meio-de-campo, onde no passado brilharam jogadores de talento como Zizinho, Zito, Didi, Gerson, Rivelino, Falcão e Zico, era ocupado então pelos valentes e limitados Dunga e Mário Silva.
Estréia
O Brasil estreou contra a Rússia em São Francisco. Aos 27 minutos, Romário abriu o placar com oportunismo. No segundo tempo, Raí fez o último gol do jogo, cobrando pênalti sofrido por Romário.
No segundo jogo, o Brasil se soltou mais e ganhou com facilidade de Camarões por 3 a 0, com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto.
No último jogo da primeira fase, o Brasil enfrentou a Suécia em Detroit. Aos 23 minutos do primeiro tempo Andresson fez o primeiro gol sueco. A Suécia se fechou dificultando a penetração do ataque brasileiro.
Mas no comecinho do segundo tempo, Romário marcou. O empate de 1 a 1 garantiu ao Brasil o primeiro lugar do grupo, mas a seleção saiu de campo vaiada, com a torcida mostrando claramente seu descontentamento com o esquema excessivamente defensivo.
O doping de Maradona
Ao fim da primeira fase, a Argentina tinha despontado como a grande favorita para o título. Uma goleada de 4 a 0 sobre a Grécia mostrou um Maradona com ânimo renovado.
No segundo jogo, o Brasil conquistou nova vitória, desta vez 2 a 1 sobre a Nigéria. Mas para surpresa geral, o resultado do exame antidoping de Maradona tinha dado positivo.
Ele tinha tomado medicamentos que continham substâncias proibidas pela Fifa. Maradona foi suspenso da Copa e o excelente time argentino não conseguiu reencontrar seu bom futebol e acabou eliminado pela Romênia nas oitavas-de-final.
Nesta fase, o Brasil enfrentou os donos da casa. O jogo estava marcado para 4 de julho, o dia da independência dos Estados Unidos, e todo o marketing que promoveu a partida exaltava um espírito nacionalista. Os americanos se prepararam para uma batalha.
Expulsão
Depois de um jogo duríssimo, onde o lateral Leonardo foi expulso por ter atingido deslealmente um jogador americano com uma fortíssima cotovelada no rosto, o Brasil venceu por 1 a 0, com um gol de Bebeto, marcado a 15 minutos do final.
Nas quartas-de-final, contra a Holanda, a seleção brasileira fez sua melhor partida no mundial, vencendo por 3 a 2, com gols de Romário, Bebeto e do lateral Branco, em cobrança de falta, aos 36 minutos, desempatando o jogo para o Brasil.
Na semifinal, o time brasileiro foi a Los Angeles para enfrentar a mesma Suécia com quem tinha empatado na primeira fase.
Os suecos voltaram a jogar trancados na defesa, o que exigiu muita cautela e paciência por parte do Brasil para vencer por 1 a 0, com gol de Romário, marcado a menos de 15 minutos do final.
Final
Depois de 24 anos, a seleção brasileira voltaria a disputar a final de uma Copa do Mundo. A Itália seria a adversária do Brasil.
Os dois times repetiriam, assim, a final da Copa de 70. Desta vez, o apito final revelaria ao mundo um tetracampeão, pois cada país já tinha conquistado três Copas do Mundo (o Brasil em 58, 62 e 70 e a Itália em 34, 38 e 82).
Os esquemas defensivos de Brasil e Itália tirou parte do brilho do espetáculo e, a exemplo da final do Mundial anterior, o jogo não teve a emoção de uma verdadeira final de Copa do Mundo.
Quase não houve chance de gol e ao final de 90 minutos regulamentares e de 30 minutos de prorrogação, Brasil e Itália não tinham saído do 0 a 0, levando a decisão da Copa para os pênaltis.
Pela primeira vez uma Copa do Mundo seria decidida em cobrança de pênaltis. O capitão Baresi, da Itália, foi o primeiro a bater e desperdiçou a cobrança chutando para fora.
Pelo Brasil, o zagueiro Márcio Santos chutou forte, mas em cima do goleiro Pagliuca, que não teve dificuldade em espalmar.
Daí para a frente, Albertini e Evani converteram para a Itália. Romário e Branco também fizeram seus gols para o Brasil. O goleiro brasileiro Tafarel defendeu o pênalti cobrado por Massaro e o capitão Dunga colocou o Brasil em vantagem.
Faltando uma cobrança para cada lado, o placar mostrava Brasil 3 a 2. O ídolo da Itália, Roberto Baggio, foi encarregado da cobrança e bateu por cima do travessão dando o título ao Brasil.
Críticas
Apesar da vitória e do título inédito, a campanha da seleção deixou a desejar. Os críticos não se conformavam em ver o time do Brasil com características defensivas.
A Copa de 94 marcaria o início do fim da carreira de um dos maiores jogadores de todos os tempos, o argentino Diego Armando Maradona. Suspenso pela Fifa e lutando contra a dependência de cocaína, Maradona nunca recuperou a forma física e técnica com que levou a Argentina conquista do Mundial de 86.
Outro registro lamentável da Copa dos Estados Unidos foi o assassinato do zagueiro colombiano Escobar, morto a tiros num bar de Bogotá, por ter sido o autor do gol contra que desclassificou a seleção da Colômbia, na partida contra os Estados Unidos.
A artilharia do torneio foi dividida pelo búlgaro Hirsto Stoitchkov e pelo russo Oleg Salenko, com seis gols cada. A Bulgária ficou ainda com a quarta colocação, depois de perder o último jogo para a Suécia por 4 a 0, que assim assegurou o terceiro lugar na Copa.
Seleção brasileira
Taffarel, Jorginho, Ricardo Rocha, Mauro Silva, Bebeto, Dunga, Zinho, Raí, Romário, Márcio Santos, Leonardo, Ronaldão, Branco, Zetti, Aldair, Cafu, Mazinho, Paulo Sérgio, Muller, Ronaldo, Viola, Gilmar.
Resultados
Grupo 1
Estados Unidos 1 X 1 Suíça
Romênia 3 X 1 Colômbia
Suíça 4 X 1 Romênia
Estados Unidos 2 X 1 Colômbia
Romênia 1 X 0 Estados Unidos
Colômbia 2 X 0 Suíça
Grupo 2
Camarões 2 X 2 Suécia
Brasil 2 X 0 Rússia
Suécia 3 X 1 Rússia
Brasil 3 X 0 Camarões
Brasil 1 X 1 Suécia
Rússia 6 X 1 Camarões
Grupo 3
Alemanha 1 X 0 Bolívia
Espanha 2 X 2 Coréia do Sul
Alemanha 1 X 1 Espanha
Coréia do Sul 0 X 0 Bolívia
Espanha 3 X 1 Bolívia
Alemanha 3 X 2 Coréia do Sul
Grupo 4
Argentina 4 X 0 Grécia
Nigéria 3 X 0 Bulgária
Argentina 2 X 1 Nigéria
Bulgária 4 X 0 Grécia
Nigéria 2 X 0 Grécia
Bulgária 2 X 0 Argentina
Grupo 5
Irlanda 1 X 0 Itália
Noruega 1 X 0 México
Itália 1 X 0 Noruega
México 2 X 1 Irlanda
Irlanda 0 X 0 Noruega
Itália 1 X 1 México
Grupo 6
Bélgica 1 X 0 Marrocos
Holanda 2 X 1 Arábia Saudita
Arábia Saudita 2 X 1 Marrocos
Bélgica 1 X 0 Holanda
Holanda 2 X 1 Marrocos
Arábia Saudita 1 X 0 Bélgica
Oitavas de final
Alemanha 3 X 2 Bélgica
Espanha 3 X 0 Suíça
Suécia 3 X 1 Arábia Saudita
Romênia 3 X 2 Argentina
Holanda 2 X 0 Irlanda
Brasil 1 X 0 Estados Unidos
Itália 2 X 1 Nigéria
Bulgária 1 X 1 México (Bulgária venceu nos pênaltis: 3 X 1)
Quartas de final
Itália 2 X 1 Espanha
Brasil 3 X 2 Holanda
Bulgária 2 X 1 Alemanha
Suécia 2 X 2 Romênia (Suécia venceu nos pênaltis: 5 X 4)
Semifinais
Brasil 1 X 0 Suécia
Itália 2 X 1 Bulgária
Disputa do terceiro lugar
Suécia 4 X 0 Bulgária
Final
Brasil 0 X 0 Itália (Brasil venceu nos pênaltis: 3 X 2)
França – 1998
FRANÇA FAZ FESTA PARA A TORCIDA EM CASA
O primeiro gol de Zidane contra o Brasil, na final
Os franceses foram considerados os azarados dos anos 80 nas Copas do Mundo. Mas quando a competição foi realizada em território francês, em 1998, a seleção local produziu o melhor futebol de sua história.
A final acabou sendo um tanto frustrante, graças ao desempenho abaixo da média do Brasil, abalado pelos misteriosos problemas enfrentados por Ronaldo antes de entrar em campo.
Mas isso não tirou o brilho da conquista de Zinedine Zidane e seus companheiros, que venceram a final por 3 a 0 – e tiveram que enfrentar momentos difíceis durante a competição.
Um deles foi durante as oitavas-de-final, quando os franceses – pela primeira vez na história das Copas – venceram o jogo contra o Paraguai com um gol de morte súbita.
Sorte francesa
Outro momento tenso para os franceses foi nas quartas-de-final contra os italianos, quando o jogo ficou em 0 a 0 no tempo normal e acabou indo para a disputa por pênaltis, no Stade de France, em Paris.
Mais uma vez a sorte sorriu para a equipe da França, que venceu por 4 a 3.
O jogo seguinte foi mais tranqüilo. Nas semifinais, a França bateu a Croácia por 2 a 1, com todos os gols sendo marcados no segundo tempo.
Foi uma vitória significativa, já que a Croácia vinha com moral, depois de uma vitória de 3 a 0 sobre a Alemanha.
Trajetória brasileira
O Brasil teve um susto logo na primeira rodada do Mundial: perdeu por 2 a 1 para a Noruega. Nada muito grave, já que a seleção já estava classificada para a segunda rodada, depois de vencer a Escócia e o Marrocos.
Nas oitavas-de-final, foi a vez do Chile cair frente ao Brasil. 4 a 1, com dois gols de César Sampaio e dois de Ronaldo.
Depois de passar pela Dinamarca na fase seguinte (por 3 a 2), a seleção chegou à semifinal, onde teve um confronto tenso e difícil com a Holanda, liderada pelo craque Denis Bergkamp.
Frente a 54 mil expectadores, que lotaram o estádio Velodrome, em Marselha, o Brasil encerrou o primeiro tempo com um gol de Ronaldo. Na etapa complementar, Patrick Kluivert igualou o marcador.
A prorrogação terminou sem gols mas, nos pênaltis, deu Brasil, por 4 a 2. O caminho estava aberto para a segunda participação consecutiva do Brasil na final da Copa do Mundo.
Mas as misteriosas convulsões de Ronaldo colocariam um fim no sonho do penta.
A Holanda e a Croácia disputaram o terceiro lugar, que teve a vitória dos croatas, por 2 a 1. O principal destaque da Croácia, Davor Sucker, garantiu a artilharia da competição, ao terminar o mundial com seis gols.
Seleção brasileira
Taffarel, Cafu, Aldair, Júnior Baiano, Roberto Carlos, Dunga, César Sampaio, Rivaldo, Leonardo, Ronaldo, Bebeto, Carlos Germano, Gonçalves, André Cruz, Zé Carlos, Giovanni, Zé Roberto, Doriva, Denílson, Edmundo, Dida.
Resultados
Grupo A
Brasil 2 X 1 Escócia
Marrocos 2 X 2 Noruega
Escócia 1 X 1 Noruega
Brasil 3 X 0 Marrocos
Escócia 0 X 3 Marrocos
Brasil 1 X 2 Noruega
Grupo B
Itália 2 X 2 Chile
Camarões 1 X 1 Áustria
Chile 1 X 1 Áustria
Itália 3 X 0 Camarões
Itália 2 X 1 Áustria
Chile 1 X 1 Camarões
Grupo C
Arábia Saudita 0 X 1 Dinamarca
França 3 X 0 África do Sul
África do Sul 1 X 1 Dinamarca
França 4 X 0 Arábia Saudita
França 2 X 1 Dinamarca
África do Sul 2 X 2 Arábia Saudita
Grupo D
Paraguai 0 X 0 Bulgária
Espanha 2 X 3 Nigéria
Nigéria 1 X 0 Bulgária
Espanha 0 X 0 Paraguai
Espanha 6 X 1 Bulgária
Nigéria 1 X 3 Paraguai
Grupo E
Coréia do Sul 1 X 3 México
Holanda 0 X 0 Bélgica
Bélgica 2 X 2 México
Holanda 5 X 0 Coréia do Sul
Bélgica 1 X 1 Coréia do Sul
Holanda 2 X 2 México
Grupo F
Iugoslávia 1 X 0 Irã
Alemanha 2 X 0 EUA
Alemanha 2 X 2 Iugoslávia
EUA 1 X 2 Irã
Alemanha 2 X 0 Irã
EUA 0 X 1 Iugoslávia
Grupo G
Inglaterra 2 X 0 Tunísia
Romênia 1 X 0 Colômbia
Colômbia1 X 0 Tunísia
Romênia 2 X 1 Inglaterra
Romênia 1 X 1 Tunísia
Colômbia 0 X 2 Inglaterra
Grupo H
Argentina 1 X 0 Japão
Jamaica 1 X 3 Croácia
Jaão 0 X 1 Croácia
Argentina 5 X 0 Jamaica
Japão 1 X 2 Jamaica
Argentina 1 X 0 Croácia
Oitavas de final
Itália 1 X 0 Noruega
Brasil 4 X 1 Chile
França 1 X 0 Paraguai (França vence na morte súbita)
Nigéria 1 X 4 Dinamarca
Alemanha 2 X 1 México
Holanda 2 X 1 Iugoslávia
Romênia 0 X 1 Croácia
Argentina 2 X 2 Inglaterra (Argentina vence nos pênaltis, 4 a 3)
Quartas de final
Itália 0 X 0 França (França vence nos pênaltis, 4 a 3)
Brasil 3 X 2 Dinamarca
Holanda 2 X 1 Argentina
Alemanha 0 X 3 Croácia
Semifinais
Brasil 1 X 1 Holanda (Brasil vence nos pênaltis, 4 a 2)
França 2 X 1 Croácia
Disputa de terceiro lugar
Holanda 1 X 2 Croácia
Final
Brasil 0 X 3 França
Coréia do Sul e Japão – 2002
Brasil conquista o Pentacampeonato
Festa do outro lado do mundo
Local: Coréia do Sul e Japão
Campeão: Brasil
Vice: Alemanha
Mascotes da Copa: Nik, Kaz e Ato
Artilheiro: Ronaldo (Brasil) com 8 gols.
Curiosidades: A primeira Copa do século 21 teve várias curiosidades interessantes, veja algumas logo abaixo:
Na veia
A FIFA vai usar amostras de sangue nos exames para detecção de doping durante o Mundial 2002. A novidade surgiu porque os exames de sangue são considerados mais eficazes do que os de urina e foram utilizados com sucesso nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Salt Lake City (EUA).
Aliados
Autoridades militares dos Estados Unidos e sul-coreanas firmaram acordo de cooperação em que o exército norte-americano auxiliou no esquema de segurança nas imediações dos dez estádios do país onde forão disputados os jogos da Copa do Mundo.
Pelo acordo, o exército dos EUA atuou nos casos de ataques com armas químicas e biológicas. A Coréia do Sul recebeu 37 mil soldados norte-americanos. A seleção dos Estados Unidos integrou o Grupo D da Copa, ao lado da própria Coréia, Polônia e Portugal.
Medida Preventiva
A federação chinesa de futebol fez um seguro no valor de US$ 24 milhões para os jogadores e membros da delegação do país na Copa do Mundo de 2002. A decisão foi tomada depois que a seleção encarou várias lesões de seus principais jogadores.
O contrato firmado com a empresa China Life vai cobrir 30 jogadores e 50 dirigentes. Os atletas serão assegurados em US$ 13,6 milhões e os membros da comitiva em US$ 10,4 milhões.
Sorte e azar
O auxiliar de produção Adair Santos da Rocha, de 23 anos, ganhou num sorteio o direito de assistir a um jogo do Brasil na Copa do Mundo 2002. O azar é que o catarinense está preso na Penitenciária Estadual de Florianópolis por participar de um assalto a mão armada em Joinville e não poderá usufruir do prêmio.
O pior é que Adair já cumpriu quatro dos onze anos a que foi condenado, e poderá entrar para o regime aberto no final de abril e ganhar liberdade condicional em julho. Ou seja, após o fim da competição, sem contar que a Justiça impede presos em condicional de sair do País.
Todo mundo sai ganhando…
Durante o período da Copa do Mundo, o governo japonês resolveu reduzir os preços das tarifas nas redes ferroviária, marítima e aérea do país. Além disso, pretende não cobrar ingressos dos turistas nos museus nacionais.
Vale quanto pesa
A rede francesa TF1 cobraria US$ 193 mil por um comercial de 30 segundos durante a decisão do Mundial, caso a selção francesa seja uma das fnalistas, o que não ocorreu. A TF1 pagou US$ 146 milhões pelos direitos de transmitir a Copa de 2002 e a de 2006, na Alemanha, e que sabe que o retorno financeiro depende do desmpenho da França na competição, que não foi dos melhores, a França não ganhou um jogo se quer. Por causa do fracasso dos clubes da França nas copas européias, a audiência de futebol caiu nessa temporada.
Resultados
Grupo A
Senegal 1 x 0 França
Dinamarca 2 x 1 Uruguai
França 0 x 0 Uruguai
Senegal 1 x 1 Dinamarca
Senegal 2 x 3 Uruguai
Dinamarca 2 x 0 França
Grupo B
Paraguai 2 x 2 África do Sul
Espanha 3 x 1 Eslovenia
Espanha 3 x 1 Paraguai
África do Sul 1 x 0 Eslovénia
Espanha 3 x 2 África do Sul
Paraguai 3 x 1 Eslovénia
Grupo C
Brasil 2 x 1 Turquia
Costa Rica 2 x 0 China
Brasil 4 x 0 China
Costa Rica 1 x 1 Turquia
Turquia 3 x 0 China
Brasil 5 x 2 Costa Rica
Grupo D
Coréia do Sul 2 x 0 Polônia
Estados Unidos 3 x 2 Portugal
Coréia do Sul 1 x 1 Estados Unidos
Portugal 4 x 0 Polônia
Polônia 3 x 1 Estados Unidos
Coréia do Sul 1 x 0 Portugal
Grupo E
Irlanda 1 x 1 Camarões
Alemanha 8 x 0 Arábia Saudita
Alemanha 1 x 1 Irlanda
Camarões 1 x 0 Arábia Saudita
Irlanda 3 x 0 Arábia Saudita
Alemanha 2 x 0 Camarões
Grupo F
Argentina 1 x 0 Nigéria
Inglaterra 1 x 1 Suécia
Suécia 2 x 1 Nigéria
Inglaterra 1 x 0 Argentina
Suécia 1 x 1 Argentina
Nigéria 0 x 0 Inglaterra
Grupo G
México 1 x 0 Croácia
Itália 2 x 0 Equador
Croácia 2 x 1 Itália
México 2 x 1 Equador
México 1 x 1 Itália
Equador 1 x 0 Croácia
Grupo H
Japão 2 x 2 Bélgica
Rússia 2 x 0 Tunísia
Japão 1 x 0 Rússia
Tunísia 1 x 1 Bélgica
Japão 2 x 0 Tunísia
Bélgica 3 x 2 Rússia
Oitavas de Final
Partidas na Coréia do Sul
15 de Junho, Seogwipo – Alemanha 1 X 0 Paraguai
16 de Junho, Suwon – Espanha 1 X 1 (3X2 nos Pênaltis) Irlanda
17 de Junho, Jeonju – Estados Unidos 2 X 0 México
18 de Junho, Daejeon – Coréia do Sul 2 X 1 Itália
Partidas no Japão
15 de Junho, Niigata – Inglaterra 3 X 0 Dinamarca
16 de Junho, Oita – Senegal 2 X 1 (AET) Suécia
17 de Junho, Kobe – Brasil 2 X 0 Bélgica
18 de Junho, Miyagi – Turquia 1 X 0 Japão
Quartas de Final
Partidas na Coréia do Sul
21 de Junho, Ulsan – Alemanha 1 X 0 Estados Unidos
22 de Junho, Gwangju – Coréia do Sul 0 X 0 (5X3 nos pênaltis) Espanha
Partidas no Japão
21 de Junho, Shizuoka – Brasil 2 X 1 Inglaterra
22 de Junho, Osaka – Turquia 1 X 0 (AET) Senegal
Semifinais
25 de Junho, Seul, Coréia do Sul – Alemanha 1 X 0 Coréia do Sul
26 de Junho, Saitama, Japão – Brasil 1 X 0 Turquia
Disputa de 3º Lugar
29 de Junho, Daegu, Coréia do Sul – Turquia 3 X 2 Coréia do Sul
Final
30 de Junho, Yokohama, Japão – Brasil 2 X 0 Alemanha
Público: 69.029
Árbitro: Pierluigi Collina (Itália)
Gols: Ronaldo (BRA) 67′, Ronaldo (BRA) 79′
Alemanha – 2006
TETRACAMPEONATO DA ITÁLIA
A Copa do Mundo (ou Campeonato Mundial) de Futebol de 2006 realizar-se-á na Alemanha . Pela segunda vez a Alemanha será o país-sede (a primeira vez foi no ano de 1974), e o único pré-classificado.
Pela primeira vez na história do campeonato, o campeão do torneio anterior (nesse caso, o Brasil) precisou disputar as eliminatórias para poder defender o direito de participar no torneio. Trinta e dois países participarão da Copa de 2006, cuja fase final está marcada para acontecer entre 9 de Junho e 9 de Julho.
Copa do Mundo FIFA Alemanha 2006
Participantes: 32 (196 nas Eliminatórias)
Anfitrião: Alemanha
Período: 9 de Junho – 9 de Julho
A decisão de premiar a Alemanha com este evento altamente prestigiado foi controversa, já que se esperava que o campeonato ocorresse na África do Sul. Os outros finalistas eram Inglaterra, Marrocos e Brasil.
Desde que a escolha foi feita, o órgão que controla mundialmente o esporte, a FIFA, afirmou publicamente sua intenção de rotacionar o país-sede entre suas confederações integrantes. Por isso, espera-se que a Copa do Mundo de 2014 seja na América do Sul.
A sede para a Copa seguinte foi escolhida logo em seguida: a África do Sul abrigará os jogos da Copa do Mundo de 2010.
Como preparação para a competição, a FIFA organizou a Copa das Confederações 2005 na Alemanha .
A venda de ingressos para a Copa começou em 1 de Fevereiro de 2005, poucas semanas depois de anunciados o logo oficial, o mascote e o pôster da Copa da Alemanha .
De acordo com os resultados obtidos nas eliminatórias, os 32 países classificados são: Alemanha (previamente classificada como país sede), Argentina, Brasil, Paraguai, Equador, México, Estados Unidos da América, Trinidad e Tobago, Costa Rica, Portugal, Espanha, Inglaterra, França, Itália, Suíça, Suécia, República Tcheca, Ucrânia, Sérvia e Montenegro, Holanda, Croácia, Polônia, Togo, Gana, Angola, Costa do Marfim, Tunísia, Japão, Arábia Saudita, Irã (Irão), Coréia do Sul e Austrália.
Pela primeira vez na história da Copa do Mundo, três países lusófonos estarão presentes (Portugal, Angola e Brasil). E é a primeira vez, também, que a Concacaf terá quatro representantes (EUA, México, Costa Rica e Trinidad e Tobago), o mesmo número de América do Sul e Ásia.
Globo em frente à Prefeitura de Hamburgo
Espectativas
A Seleção Brasileira de Futebol é uma das grandes favoritas, assim como a Seleção Argentina e a Seleção Italiana. Apesar de obter bons resultanos nas últimas copas, a Seleção Alemã não possui grande credibilidade de seu povo na conquista do campeonato.
Segundo uma pesquisa do final de Fevereiro de 2006, apenas 9% dos alemães acreditavam que o país sede seria campeão. Já uma pesquisa publicada em 16 de Março de 2006 apontou o número como somente de 3% do povo alemão. A queda na credibilidade teve influência na derrota para a seleção da Itália por 4×1 no dia 1 de Março.
Já a revista semanal alemã Stern indicou, em uma pesquisa que entrevistou 1.000 alemães, que 17% dos entrevistados não acreditam que a sua seleção não passará da primeira fase, sendo que o grupo da seleção anfitriã é considerado um grupo “leve”. A pesquisa foi realizada pelo instituto Forsa.
Apesar de tudo, o povo alemão apóia o técnico pois, segundo a mesma pesquisa, 66% acham que ele deve permanecer no cargo mesmo que o time perca o jogo de preparação contra a seleção dos EUA de 22 de Março, em Dortmund, uma das cidades sede da Copa.
Na seleção do Brasil, Março foi um mês conturbado e duvidoso para os atacantes Adriano e Ronaldo, que passam por mal fase.
Um total de 12 cidades alemãs foram selecionadas para receber a fase final da Copa do Mundo de 2006 dentre um total de 20 candidaturas, tendo sido descartadas, designadamente, as postulações de Bremen, Düsseldorf, Mönchengladbach, Bochum e Duisburgo.
Os estádios começaram a ser preparados pouco tempo depois de selecionadas as cidades que os abrigarão. Enquanto alguns foram apenas submetidos a pequenas adaptações, muitos tiveram que ser completamente reformados e outros foram construídos especialmente para o torneio.
Para isso, cada estádio modernizado necessitou de um investimento que varia entre 48 e 280 milhões de euros. Além disso, mais de 1,38 bilhões de euros foram gastos para os novos estádios. Como comparação, para o torneio de 1974, foram gastos 242 milhões de marcos (aproximadamente 121 milhões de euros) para a habilitaçao de todos os centros esportivos.
A capacidade efetiva de alguns dos estádios na Copa do Mundo, em particular no Westfalenstadion, será mais baixa que os números citados, já que o regulamento da Bundesliga permite que se mantenham partes onde o público não tem a necessidade de se sentar, enquanto que as regras da FIFA não permitem isso, pelo que deverão ser instalados assentos nas áreas com essas características para a Copa do Mundo, reduzindo, assim, um pouco a sua capacidade.
Também, durante a Copa do Mundo, muitos dos estádios serão oficialmente conhecidos por nomes diferentes, já que a FIFA proíbe patrocínio no nome dos estádios. Por exemplo, o Allianz Arena será conhecido durante a competição como “FIFA WM-Stadion München” (Estádio da Copa do Mundo da FIFA Munique), enquanto o Veltins-Arena será revertido para seu nome original de “Arena AufSchalke”.
Das doze cidades-sede apenas duas não pertenciam completamente à Alemanha Ocidental, Leipzig e Berlim.
Países Classificados: Após as partidas da rodada de classificação de 16 de Novembro de 2005, os seguintes países asseguraram a classificação (mostrados aqui separados por associação regional):
Sorteio
Foi realizado em 9 de Dezembro de 2005, em Leipzig, Alemanha . As 32 seleções classificadas para o estágio final da Copa do Mundo foram divididas em 8 grupos (A, B, C, D, E, F, G e H) de 4 países cada. As seleções do Brasil, Espanha, México, França, Argentina, Itália e Alemanha foram escolhidas como cabeças de chave de cada um deles.
A Alemanha , país-sede, como tradicionalmente acontece, estará no Grupo A e o Brasil, como último campeão, fica no Grupo F, para evitar um possível confronto com a Alemanha antes da final
Times do mesmo continente foram distribuídos de modo a não ficarem no mesmo grupo, com exceção feita à Europa, que em alguns grupos possuem duas seleções, já que tiveram mais classificados (14) que qualquer outro continente.
São 8 os cabeças-de-chave, cada um colocado em grupos separados no sorteio em virtude de todos estarem no Pote 1. Os cabeças-de-chave foram escolhidos em 6 de Dezembro. À exceção de Espanha e México, escolhidos por critérios técnicos como desempenho nas duas últimas edições, todos os outros já foram campeões mundiais.
Potes 2, 3 e 4 são alocados “de tal forma que alcance a melhor distribuição geográfica possível entre os grupos.”
O pote 2 (África, >Oceania e América do Sul) continha a Austrália, Angola, Gana, Costa do Marfim, Togo, Tunísia, Equador e Paraguai.
O pote 3 (Europa) comportava a Croácia, República Tcheca, Holanda, Polônia, Portugal, Suécia, Suíça e Ucrânia.
O pote 4 (Ásia, América do Norte e Central) consistia de Irã, Japão, Arábia Saudita, Coréia do Sul, Costa Rica, Trinidad e Tobago e EUA.
Sérvia e Montenegro, como a seleção européia de pior colocação no ranking da FIFA, foi colocada em um “pote especial” para prevenir que três países da Zona Européia ficassem no mesmo grupo.
Primeiro era sorteada a seleção, logo em seguida seu lugar no grupo.
Fonte para maiores detalhes: Explicação da FIFA sobre o sorteio e reportagens da BBC sobre a distribuição dos cabeças-de-chave e dos potes.
Tabela de jogos
O sistema de disputa na fase de grupos é de todos contra todos dentro de seus grupos em turno único. As duas seleções de melhor desempenho passam para as oitavas-de-final, realocadas segundo chaveamento previamente determinado. A partir dessa fase, os jogos acontecem em eliminatória simples até à final. Os perdedores das semifinais disputam o terceiro lugar no dia anterior à final.
CLASSIFICAÇÃO FINAL
Campeão: Itália
Vice-Campeão: França
3° lugar: Alemanha
4° lugar: Portugal
5° lugar: Brasil
6° lugar: Argentina
7° lugar: Inglaterra
8° lugar: Ucrânia
9° lugar: Espanha
10° lugar: Suíça
11° lugar: Holanda
12° lugar: Equador
13° lugar: Gana
14° lugar: Suécia
15° lugar: México
16° lugar: Austrália
17° lugar: Coréia do Sul
18° lugar: Paraguai
19° lugar: Costa do Marfim
20° lugar: Rep. Tcheca
21° lugar: Polônia
22° lugar: Croácia
23° lugar: Angola
24° lugar: Tunísia
25° lugar: EUA
26° lugar: Irã
27° lugar: Trinidad e Tobago
28° lugar: Arábia Saudita
29° lugar: Japão
30° lugar: Togo
31° lugar: Costa Rica
32° lugar: Sérvia e Montenegro
Brasil na Copa
A edição de 2006 do torneio marca a 18ª vez que o Brasil participa da Copa do Mundo e a quinta vez em que defende o título de campeão.
Vale lembrar que o Brasil também tem representantes em diversas outras seleções classificadas para a fase final. Os técnicos das seleções da Arábia Saudita, Costa Rica, Portugal e Japão são brasileiros, bem como integrantes dos elencos técnicos de Portugal, Tunísia, Japão, Espanha e México.
A seleção brasileira chegou até as quartas-de-final, quando foi derrotada pela seleção francesa. Na classificação final, o Brasil ficou na quinta posição.
Fonte: www.joaozinho10.com.br
África do Sul – 2010
A primeira Copa do Mundo em solo africano também contou com um campeão inédito. Depois de boas campanhas que invariavelmente acabavam frustradas em Mundiais, a Espanha enfim pode comemorar o título e entrar para o seleto grupo de campeões da Copa.
Em 19 edições do torneio, apenas oito seleções conseguiram chegar ao topo: Brasil, Argentina, Uruguai, Itália, Alemanha, Inglaterra, França e Espanha.
A Fúria, como é conhecida a seleção espanhola, se tornou o primeiro time a conseguir vencer a Copa depois de perder a partida de estreia. Com uma equipe mesclada entre jogadores do Barcelona e do Real Madrid, dois dos maiores times do planeta, os espanhóis chegaram à África do Sul como um dos favoritos. Mas, logo na primeira partida, amargaram uma inesperada derrota para a Suíça.
Muitos colocaram o time espanhol em xeque, mas, aos poucos, a Fúria foi se ajeitando. Ainda na primeira fase, vitórias sobre Honduras e Chile garantiram a classificação para a segunda fase. Nas oitavas de final, um adversário duro: o vizinho Portugal. O clássico ibérico foi bastante equilibrado, mas um gol de David Villa colocou os espanhóis nas quartas de final.
O Paraguai e seu sempre complicado sistema defensivo foram os adversários seguintes. E, novamente, coube a David Villa se tornar o herói da partida, dessa vez com um gol marcado a sete minutos do fim do tempo regulamentar.
Na semifinal, os espanhóis pegaram os alemães. A rejuvenescida seleção germânica foi a maior sensação do Mundial. Com jogadores habilidosos como Mesut Özil Bastian Schweinsteiger e Thomas Müller ao lado dos veteranos Lukas Podolski e Miroslav Klose, o time treinado por Joachim Löw mostrou uma velocidade impressionante e deu show nos gramados sul-africanos.
Antes de enfrentar a Espanha, os alemães fizeram 4 x 1 na Inglaterra, nas oitavas, e 4 x 0 na Argentina, nas quartas. Mas a Fúria não se intimidou. De novo, os espanhóis precisaram apenas de um gol para avançar. Dessa vez, o herói foi o defensor Carles Puyol.
A Espanha chegava a uma final de Copa do Mundo pela primeira vez em sua história. Do outro lado, a Holanda. Ou seja, a primeira Copa em solo africano teria também um campeão inédito, qualquer que fosse o resultado do jogo.
Os holandeses também chegaram com moral, já que tinham eliminado o Brasil, nas quartas de final, e o surpreendente Uruguai, na semi. Mas era a vez da Espanha. E, depois de um 0 x 0 no tempo regulamentar, o craque Andres Iniesta, do Barcelona, fez o gol mais importante da história do futebol espanhol.
As ruas da Espanha foram tomadas pela torcida enlouquecida e o futebol de toque de bola idealizado pelo técnico Vicente Del Bosque, inspirado no próprio Barcelona, virou referência em todo o planeta.
A ressurreição da Celeste
Bicampeã mundial na primeira metade do século passado, a seleção do Uruguai penou no fim do século 20 e início do século 21. Na América do Sul, passou a ser a terceira força, atrás de Brasil e Argentina. Às vezes, nem isso. Mas a excelente campanha no Mundial de 2010 simbolizou o resgate do futebol uruguaio.
Liderada por Diego Forlán, a seleção celeste se classificou em um grupo que tinha França, a anfitriã África do Sul e o México. Depois, ainda despachou a Coreia do Sul e Gana até ser eliminada pela Holanda na semifinal. O quarto lugar foi o melhor resultado do Uruguai desde a Copa de 1970.
Outra surpresa foram os eslovacos. Na primeira participação em uma Copa como país independente, a Eslováquia conseguiu se classificar para a segunda fase, batendo a Itália no último jogo da etapa de grupos e obrigando a Azzurra a dar adeus ao Mundial. Nas oitavas de final, no entanto, os eslovacos acabaram eliminados, com uma derrota para a Holanda.
Segundo tempo fatal
Depois da preparação excessivamente festiva e o consequente fracasso em 2006, Dunga foi escolhido para ser o treinador do Brasil no ciclo para a Copa de 2010. Tetracampeão em 1994 e com fama de disciplinador, o gaúcho não tinha experiência como técnico, mas conseguiu uma série de resultados positivos antes de embarcar para a África do Sul.
Sob o comando de Dunga, a Seleção Brasileira venceu a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009.
O treinador formou um grupo de jogadores de sua confiança e conseguiu colocar o Brasil mais uma vez como favorito. Tudo deu certo até o segundo tempo das quartas de final. Na primeira fase, o Brasil ganhou da Coreia do Norte e da Costa do Marfim, além de ter empatado com Portugal. Classificado em primeiro do grupo, enfrentou o Chile nas oitavas de final. Resultado: vitória tranquila por 3 x 0.
Contra a Holanda, a Seleção Brasileira fez um primeiro tempo quase perfeito e foi para o intervalo vencendo por 1 x 0, gol de Robinho com passe de Felipe Melo. Ninguém poderia imaginar o que viria no segundo tempo. A Holanda empatou já aos sete minutos. A zaga falhou, o goleiro Julio Cesar saiu mal e a bola, que tinha sido cruzada por Wesley Sneijder, desviou de leve em Felipe Melo antes de entrar.
Desestabilizado, o Brasil se perdeu em campo e viu a Holanda virar. Dessa vez, Kuyt desviou uma cobrança de escanteio e a bola caiu na cabeça do baixinho Sneijder, que só mandou para as redes. A situação ainda piorou quando, descontrolado, Felipe Melo fez falta e deu um pisão em Robben, recebendo o cartão vermelho. Uma melancólica despedida para o Brasil.
Veja todos os grupos:
Grupo A
África do Sul
México
Uruguai
França
Grupo B
Argentina
Nigéria
Coreia do Sul
Grécia
Grupo C
Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovênia
Grupo D
Alemanha
Austrália
Sérvia
Gana
Grupo E
Holanda
Dinamarca
Japão
Camarões
Grupo F
Itália
Paraguai
Nova Zelândia
Eslováquia
Grupo G
Brasil
Coreia do Norte
Costa do Marfim
Portugal
Grupo H
Espanha
Suíça
Honduras
Chile
Fonte: www.copa2014.gov.br
Brasil – 2014
A Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 foi a vigésima edição da Copa do Mundo. Este torneio foi realizado no Brasil a partir de 12 junho – 13 julho de 2014 , pela segunda vez este evento esportivo ocorre naquele país depois do campeonato 1950.
Depois que o presidente da Fifa, Joseph Blatter , estabelecer, em 2001, os critérios de rotação continental do local do torneio, América do Sul foi escolhida em 2004 para celebrar em 2014 o seu primeiro título desde 1978 Argentina .
Apesar do entusiasmo inicial de alguns países, apenas Brasil e Colômbia apresentaram as suas indicações oficiais antes da data limite em dezembro de 2006. Poucos meses depois, a Colômbia retirou sua candidatura, deixando o Brasil como o único candidato. A 30 de outubro de 2007, a FIFA nomeou, oficialmente, como país anfitrião da Copa do Mundo de 2014.
202 associações afiliadas à FIFA participou, através de suas equipes representativas, o processo de qualificação para determinar as 31 equipes participantes do torneio, além do anfitrião. O campeonato foi organizado em duas fases: a primeira, oito formados grupos de quatro equipas cada avançar para a próxima ronda os dois primeiros de cada grupo.
Os dezesseis classificados posteriormente enfrentam em jogos de qualificação , atingindo as duas equipes que disputaram a final em 13 de julho no histórico estádio do Maracanã no Rio de Janeiro.
O Brasil fez um grande investimento para renovar seus esportes e transporte, a fim de organizar a infra-estrutura do torneio. No total, foram definidos 12 estágios para sede do partido.
No entanto, o alto custo incorrido na obra e atrasos provocou uma série de protestos pela população brasileira, antes e durante a Copa do Mundo.
No desenvolvimento de uma série de surpresas evento ocorreu durante a fase de grupos, com destaque para a eliminação da Espanha , a escolha do título mundial de defesa. Eles também foram eliminados na primeira fase campeões Inglaterra e Itália .
Além disso, houve um grande avanço para as equipes americanas, oito dos quais se qualificaram para a segunda rodada. Também pela primeira vez em uma Copa do Mundo, duas equipes africanas avançou para a segunda fase, neste caso, Argélia e Nigéria.
Durante as quartas de final do KO e os resultados eram esperados, destacando a paridade dos confrontos, que foram decididos por pequenas diferenças na pontuação, em horas extras ou tiroteio .
As semifinais colocar face a face, em cada um, uma equipa europeia um Sul-americano , reafirmando a hegemonia histórica das respectivas associações. Brasil foi ultrapassado pela Alemanha em um jogo histórico , enquanto a Argentina chegou à final depois de vencer rodada criminal à Holanda.
No final, a Alemanha venceu de 1: 0 a Argentina na prorrogação, coroado para o campeão do mundo quarta vez e tornando-se a primeira equipa europeia a vencer uma Copa do Mundo em território americano.
Tecnologicamente, o torneio contou com a estreia em um sistema de transmissão da Copa do Mundo em alta definição ultra- ( 4K ) e a estréia de sensores para evitar gols fantasmas para detecção automática de metas (DAG ), utilizado para determinar, sob movimentos questionáveis, se quer ou não a bola cruzou a linha do gol.
Maracanã
Cerimônia de abertura
A cerimônia de abertura foi realizada por 25 minutos no Arena Corinthians de São Paulo. Evocando a natureza, o primeiro ato foi árvores brilhantes e flores nativas Brasil , dando cor a área central do show, onde o verde é representado Amazônia e seus rios.
Cultura brasileira mais tarde é representado. Arena grama estava coberta de tecido colorido, enquanto a principal atração foi uma bola luminosa com mil quadros de tecnologia liderados , composto por mais de 90 000 células, que foi à direita no meio do campo.
No meio da cerimônia, a bola foi aberta e um palco foi formada, e dela veio Pitbull , Jennifer Lopez e Claudia Leitte , para executar a canção “We Are One (Ole Ola)» acompanhado do grupo de percussão brasileira Olodum , um menos de 60 000 espectadores.
O momento mais emocionante foi estrelado por um jovem paraplégico, que, auxiliado por um exoesqueleto , deu um pontapé inicial simbólico.
Fonte: es.wikipedia.org
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