Características Gerais
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As aves são vertebrados que descendem dos répteis e após passarem por um período evolutivo complicado, atualmente possuem as seguintes características:
São vertebrados amniotas, alantoidianos e homeotérmicos;
São bípedes, pela transformação dos membros anteriores em asas, o que lhes permite (na maioria das vezes) voar;
O corpo é coberto de penas que contribuem para o voo e para a manutenção da temperatura corpórea;
Os maxilares foram transformados em bicos e atualmente são desprovidos de dentes;
Existência de um só côndilo ocipital e escamas nas pernas e nos pés (heranças deixadas pelos répteis);
Adaptações que facilitam o vôo como os sacos aéreos nos pulmões, que se enchem de ar e se comunicam com os óssos pneumáticos;
Sistema digestivo completo (com pâncreas, fígado e vesícula biliar) e circulação dupla e completa;
Olhos bem desenvolvidos, com percepção de cores e em alguns casos é composto por duas fovea centralis, o que lhes confere maior campo de visão. Além das pálpebras, há a membrana nictiante que corre cobrindo o olho no sentido horizontal;
Os sexos são separados com certo dimorfismo sexual.
Como evoluíram as aves
Desde o Século XIX, a anatomia comparada pôs em evidência numerosas afinidades estruturais entre os répteis (Dinossauros) e as aves.
Achados importantes para a Paleontologia conseguiram explicar esta evolução:
Archaeopteryx: possuíram o tamanho de um pombo, esqueleto e dentes semelhantes aos Dinossauros, penas e asas como as aves. Eram animais bípedes com uma coluna vertebral alongada terminando em uma longa cauda. Os membros anteriores, são bem desenvolvidos, tem mãos com dedos alongados providos de garras. Além disso, possuem uma soldadura da clavículas da cintura escapular. Foram encontrados espécimes nos calcários de Solhofen (150 m.a);
Deinonychus: possuiram mais ou menos 4 metros de comprimento, todas as características dos tetrápodos e era muito parecido com o Archaeopteryx, mas sem sinal de de penas e asas. Seus fósseis datam de 100 milhões de anos atrás;
Mononychus: descoberto recentemente no Deserto de Gobi (Mongólia). Tinha o tamanho de um peru, mandíbula dotada de afiados dentes (indicando ser um potente predador) e uma longa cauda. Com essas características se pareceria muito com os tetrápodes, mas possuia muitas feições que o assemelhavam as aves modernas, como o esterno em quilha, onde se prende a musculatura do vôo. Os ossos do carpo no Mononychus são fundidos, o que significa uma adaptação para o vôo, sugerindo para este gênero, que eles devem ter evoluído de animais voadores, como os avestruzes e as emas modernas. Assim fica difícil distinguir se Mononychus era uma ave primitiva ou um Dinossauro e na falta de uma real distinção, ele talvez fosse ambas as coisas.
Para explicar a origem do vôo das aves, cientistas propuseram inúmeras hipóteses, mas todas levam a duas grandes categorias: a evolução das árvores para o chão e a evolução do chão para as árvores.
Esta hipótese admite que a colonização do meio arboríola teria sido feita em primeiro lugar pelos antepassados reptilianos bípedes das aves. No decorrer das etapas sucessivas (salto, vôo em pára-quedas e vôo planado), as penas tem-se-iam desenvolvido como órgãos aerodinâmicos.
Paleoecologia
No Cretáceo Superior já conhecem-se algumas aves, como os Ichthyornis e os Hesperornis, ainda com maxilas nos dentes.
No princípio do Terciário certas áreas abandonadas devido à extinção dos Dinossauros são temporariamente ocupadas por aves não voadoras de grande porte que não parecem ter sobrevivido durante muito tempo (exceto na América do Sul) em virtude da concorrência dos mamíferos, que começam a dominar todos os habitats. Apareceram então grandes grupos de aves voadoras modernas, carenadas, que tem uma diferenciação do externo e a quilha que favoreceria o vôo.
Atualmente as aves agrupam 10.000 espécies vivas.
A possível ligação entre os dinossauros e as aves foi proposta, pela primeira vez, pelo naturalista Thomas Henry Huxley, em meados do século XIX. Na década de 70, John Ostrom, da Universidade de Yale, realizou uma comparação anatómica meticulosa do Archaeopteryx (considerada a primeira ave no registo fóssil) com vários dinossauros, concluindo que este era muito parecido com um terópode (dinossauro carnívoro e bípede) conhecido por Deinonychus. Ostrom deu particular atenção à fúrcula, um pequeno osso do punho, partilhado pelos dois fósseis, que é necessário para bater as asas.
Nas últimas décadas, vários dinossauros com afinidades avianas foram encontrados: Velociraptor e Oviraptor na Mongólia, Unenlagia na Patagónia e em Espanha um fóssil com uma cabeça primitiva, semelhante à de um dinossauro, mas com asas praticamente modernas. No total, os cientistas encontraram mais de 100 características partilhadas pelas aves e pelos dinossauros carnívoros e bípedes, entre elas o esqueleto constituído por ossos ocos que, sendo mais leve, facilita o voo, e as patas com três dedos virados para a frente.
Alguns cientistas rejeitam a relação entre aves e dinossauros, considerando que as similaridades se desenvolveram independentemente. Para eles, os dinossauros e as aves partilham um ancestral comum ainda não descoberto, mas evoluíram por diferentes caminhos. No entanto, estes paleontólogos não têm fundamentos palpáveis e o que o registo fóssil indica é que apenas os dinossauros têm um perfil anatómico que os posiciona como precursores das aves.
Finalmente, na década de 90, foram achados vários fósseis que fornecem provas conclusivas à teoria de que as aves descendem dos dinossauros. Estas descobertas foram feitas na província de Liaoning, no Nordeste da China. Nesta região o sedimento que assentou sobre dinossauros e insectos mortos há milhões de anos atrás era tão fino, que preservou até as asas de borboletas ancestrais. Nesta zona têm sido desenterrados inúmeros fósseis, com mais de 120 milhões de anos, de dinossauros terópodes com penas. Estes fósseis são autênticos elos de ligação entre os dois grupos e sustentam a hipótese de que as aves são dinossauros alados.
Algumas espécies descobertas em Liaoning:
Archaeoraptor liaoningensis é um verdadeiro elo perdido na complexa cadeia que liga os dinossauros às aves.
Mostrava uma combinação de características físicas impressionante: já possuía penas e a estrutura do ombro, os ossos do peito e o grande esterno são semelhantes aos das aves, indicando que o animal era um excelente voador. Porém, a sua cauda é surpreendentemente similar à da família dos dinossauros terópodes conhecidos como dromaeosáurios, que inclui os raptores do Parque Jurássico. Esta mistura de características modernas e primitivas é exatamente o que os cientistas esperavam encontrar nos primeiros dinossauros que experimentaram voar;
Sinornithosaurus millenii era também um dromaeossáurio com braços compridos, apresentava um farto casaco de penas e ossos do peito e dos ombros semelhantes aos das aves;
Beipiaosaurus inexpectus era um terópode com pescoço e garras compridas, tinha cerca de 2 metros de comprimento, sendo o maior dinossauro com penas jamais encontrado. O fóssil apresentava penas rijas e estreitas. O Beipiaosaurus não voava, mas provavelmente usava as penas para se aquecer quando se expunha ao sol;
Protarchaeopteryx robusta possuía penas simétricas, sugerindo que ainda não era capaz de voar. Poderia ter o mesmo aspecto que os antepassados do Archaeopteryx;
Caudipteryx zoui era um corredor veloz, cujo corpo estava coberto por penas primitivas, insuficientemente aerodinâmicas para permitir o voo.
Estes dinossauros, entre outros, vieram apoiar a hipótese de que as penas primitivas evoluíram para o isolamento térmico ou para exibição, em vez de serem usadas para voar. De entre os animais homeotérmicos (de sangue quente), aqueles cujo corpo se encontra coberto por penas ou pêlos são também os que apresentam as maiores taxas metabólicas. Sendo assim, a descoberta destes fósseis dá mais peso à hipótese de que estes dinossauros eram homeotérmicos.
Por outro lado, estas descobertas levam a crer que a existência de penas deveria ser uma característica bem disseminada no seio dos dinossauros terópodes, talvez existissem até no famoso Tyrannosaurus rex. Com estas descobertas, as descrições de muitas espécies podem ter que ser alteradas, à medida que os museus recriam a aparência destes precursores das aves modernas.
A grande maioria dos cientistas defende agora que os dinossauros não se extinguiram, mas que vivem ainda nos dias de hoje sob a forma alada, como águias, pardais, cegonhas, andorinhas, etc. Se por um lado, estes achados fazem com que a ligação entre aves e dinossauros se torne mais evidente, por outro fazem com que o conceito de Ave se torne cada vez mais indistinto.
Teoria
A teoria de que as aves descendem dos dinossauros ganhou mais crédito nos últimos dias, quando paleotologistas anunciaram a descoberta de fósseis de duas espécies, ambas com penas e com características de dinossauros. Esses fósseis, descobertos na provincia de Liaoning, na China, têm mais de 120 milhões de anos de idade, e reforçam a contestada teoria de que os dinossauros seriam os ancestrais, em linha direta, das aves, afirma Philip Currie, responsável pela seção de dinossauros de um museu de paleontologia do Canadá.
Diz Currie: “os dinossauros têm sido sinônimo de controvérsia, em ciência; uma dessas controvérsias, acho eu, está finalmente resolvida.
O trabalho de uma equipe de cientistas permitiu identificar os fósseis como sendo de duas diferentes espécies; essas descobertas foram publicadas no National Geographic Magazine, e no Nature. Diz Ji Qiang, diretor do Museu Geológico Nacional em Beijing, que trabalhou com os fósseis, que a descoberta das penas nesses animais comprovaria a relação existente entre dinossauros e aves. “Eles representam o elo perdido entre aves e dinossauros, que sempre tivemos a esperança de encontrar”.
As duas espécies, denominadas Caudipteryx zoui e Protoarchaeopteryx robusta eram ambas capazes de correr rapidamente, embora quase certamente fossem incapazes de voar; essas conclusões são obtidas pela observação, por um lado, de suas longas pernas, e, por outro, pelo fato de seus membros anteriores serem relativamente curtos. O Protoarchaeopteryx tinha o tamanho de um peru atual, e parece ser o ancestral do conhecido Archaeopteryx, conhecido fóssil. É possível que as penas, nele, tenham tido o papel de isolamento térmico, ou de camuflagem, ou ainda para o reconhecimento entre os membros da mesma espécie.
Caudipteryx, por outro lado, tinha aproximadamente 1 metro de altura, com o corpo provavelmente coberto de penas, embora o fóssil exiba penas apenas na cauda e nos membros anteriores. Ambos os animais, diz Currie, se assemelham bastante a dinossauros carnívoros chamados Terópodos. “Podia-se prever que esses fósseis realmente existiam, no entanto, francamente, nunca esperei que fossemos ter a sorte de encontrá-los”, diz Mark Norell, do departamento de paleontologia dos vertebrados do Museu de História Natural de Nova Iorque, que também participou do trabalho com os fósseis.
O próximo passo, segundo alguns cientistas, será identificar exatamente para que serviam as penas nesses dinossauros, já que não estariam ligadas ao vôo. Essas descobertas, por exemplo, poderiam ajudar a descobrir se os dinossauros eram animais de sangue quente ou de sangue frio, como os répteis atuais. Por outro lado, a falta de relação entre as penas e o vôo poderia permitir o surgimento de novas teorias a respeito de como o vôo se originou, diz ainda Philip Currie.
Descoberta Ave Primitiva
Por incrível que pareça foi descoberta uma ave que viveu num período bem anterior ao surgimento de aves parecidas com dinossauros.
Avô das galinhas Descoberta do mais antigo animal de penas pode mudar teoria sobre a evolução das aves
Caudipteryx, de 120 milhões de anos: visto como o elo entre os dinossauros e as aves, pode não passar de um pássaro primitivo
Com menos de 25 centímetros de comprimento e dorso coberto por longas penas, um pequeno réptil que viveu há 220 milhões de anos está provocando uma enorme polêmica entre os paleontólogos. Ele pode mudar drasticamente uma das mais consolidadas teorias da evolução, a de que as aves vêm dos dinossauros.
Na semana passada, paleontólogos americanos e russos concluíram que um bichinho emplumado, chamado Longisquama insignis, foi provavelmente o primeiro animal a Oapresentar penas sobre o corpo. Isso ocorreu dezenas de milhões de anos antes de os primeiros dinossauros semelhantes aos pássaros surgirem sobre a Terra. Essa descoberta revolucionária antecipa drasticamente o aparecimento de um ancestral das aves em relação ao período em que a maioria dos cientistas considera ter existido o elo de transição entre as duas espécies, há 145 milhões de anos.
A equipe russo-americana que estudou o Longisquama percorreu um tortuoso caminho para chegar à conclusão de que ele é uma proto-ave. O objeto da pesquisa foram seis exemplares fósseis encontrados num lago na Quirguízia, na Ásia, em 1969. Na época, o paleontólogo russo Alexander Sharov descreveu o Longisquama como um réptil com escamas alongadas, de até 12 centímetros de comprimento daí a origem do nome que deu à nova espécie. Os exemplares petrificados foram então guardados num museu, de onde só saíram no início do ano passado para ser expostos pelo Museu de História Natural da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos. Foi então que os detalhes inusitados chamaram a atenção de cientistas americanos, que retomaram as pesquisas. “Encontramos algumas das mais reconhecíveis características das penas de aves modernas, que não aparecem em outro lugar”, diz o americano John Ruben, coordenador do novo estudo. O paleontólogo Terry Jones vai além e diz que, mesmo sem as penas, o bicho tem tudo para ser o ancestral das aves. “A estrutura peitoral, o pescoço e o esqueleto são exatamente como os dos pássaros”, afirma.
A descoberta lança dúvidas sobre um assunto que era quase unanimidade entre os cientistas. Em 1998, na província de Liaoning, na China, encontraram-se os fósseis de dois estranhos animais, o Caudipteryx e o Protoarchaeopteryx. Eles foram descritos como dinossauros com penas numa etapa de transição para as aves atuais. O Longisquama joga essa interpretação no lixo. “As penas são estruturas muito complexas que apareceram em um único momento na cadeia evolutiva”, diz John Ruben. “Elas não poderiam ter aparecido tão cedo no Longisquama e depois ressurgido num dinossauro 100 milhões de anos mais tarde.” Ou seja, o Caudipteryx e o Protoarchaeopteryx só poderiam ser aves primitivas descendentes do antiquíssimo Longisquama, e não de dinossauros. (Essa reportagem foi publicada na seção de Paleontologia, página 85, da Veja de 28 de junho de 2000)
Isso significa uma coisa bem clara: primeiro que o archeopteryx não era uma forma de transição entre pássaros e répteis, era um pássaro perfeito como há muito vêm dizendo os criacionistas, e segundo é que a Teoria da Evolução não consegue realmente explicar nada mesmo. Agora como explicar o seu aparecimento misterioso e súbito milhões de anos antes dos dinossauros parecidos como aves, ou porque os dinossauros ficaram parecidos com aves, e porque as penas fazem seu aparecimento tão cedo e somem do registro fóssil?
O mais estranho é quando o descobridor da ave fala: Elas não poderiam ter aparecido tão cedo no Longisquama e depois ressurgido num dinossauro 100 milhões de anos mais tarde. Essa é de fato uma observação muito sensata, mas, no entanto, o olho que é bem mais complexo que as penas surgiu separadamente 3 vezes. E as penas obrigatoriamente têm que ter feito isso também, já que alguns dinossauros apresentavam certas partes do corpo cobertas como uma leve plumagem. Então o que poderia ter acontecido? Os répteis evoluíram para aves que evoluíram de novo para répteis se tornando dinossauros? Basta saber agora quanta coincidência os evolucionistas vão conseguir engolir antes de ficarem um pouco desconfortáveis.
A origem das aves
A origem das aves ainda é um tema polêmico. A maioria dos biólogos acredita que as aves evoluíram dos dinossauros predatórios de duas pernas, uma teoria que é sustentada por diversas descobertas de fósseis nos últimos 150 anos. A descoberta do Archaeopteryx, em particular, convenceu muita gente de que os dinossauros são a origem das aves modernas.
Encontrado na Alemanha em 1860, o Archaeopteryx é uma das descobertas de fósseis mais importantes e comentadas. Os espécimes encontrados até agora parecem ser do período Jurássico, de cerca de 150 milhões de anos atrás, e forneceram a primeira prova de uma criatura que apresentava características comuns a dinossauros e aves. Dentadura completa, uma cauda longa e ossuda e três garras em cada asas demonstram sua relação com os antigos lagartões. Também têm penas e um esterno parecido com a fúrcula (o osso da sorte) dos pássaros modernos.
A compreensão sobre a evolução das aves está sempre mudando com aparecimento de mais fósseis. Outros animais semelhantes às aves, do mesmo período, foram encontrados na China, e fósseis de aves de outras linhagens foram encontrados na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul.
Nem todo mundo concorda com a teoria dos dinossauros. Alguns biólogos acreditam que as aves evoluíram muito antes do Archaeopteryx na mesma época dos primeiros dinossauros, provavelmente ancestrais répteis de quatro patas. De acordo com esta teoria, muitas espécies de aves surgiram e então se tornaram extintas junto com os dinossauros. Entretanto, elas evoluíram, se transformando em um dos grupos de animais mais variados do planeta. Atualmente há mais de 9.700 espécies de aves conhecidas, ocupando todo nicho ecológico e habitat possível.
As Aves Dinossauros
Desde a descoberta do Archaeopteryx no final do século XIX muitos paleontólogos ainda discutem a origem das aves a partir ou não dos dinossauros.
A proposta surgiu quando os paleontólogos começaram a estudar a fundo o Archaeopteryx recém-descoberto.
O Archaeopteryx apresentava várias características das aves atuais, tais como penas (deixadas impressas ao redor do esqueleto do animal), asas, estrutura dos ossos… Porém ele também tinha muitas características reptilianas como o focinho com dentes, garras nas asas, cauda de lagarto… Isso deixou os especialistas da época muito intrigados.
Mais intrigados ainda ficaram com a descoberta logo depois de um pequeno dinossauro que, com exceção das penas poderia ser considerado um primo do Archaeopteryx . Era o Compsognathus. Ainda hoje o Archaeopteryx deixa os cientistas malucos tentando classificá-lo. Alguns o consideram uma ave primitiva; outros, um dinossauro emplumado; tem gente ainda que diz que ele não é nem um nem outro, é um elo perdido, uma criatura única.
Seja o que for ele iniciou uma das questões mais polêmicas no mundo da Paleontologia: serão as aves descendentes dos dinossauros ?
Porém essa idéia não é defendida por todos os paleontólogos. Há quem diga que a semelhança na forma não é prova de evolução. Eles sustentam que pode ser um simples caso de evolução convergente, que nada mais é que o processo pelo qual dois tipos de organismos podem assumir formas semelhantes por terem um estilo semelhante de vida, sem necessariamente terem algum parentesco próximo.
Para exemplificar esse fenômeno podemos citar um animal muito conhecido: a hiena. Muitos a consideram um primo dos cães e lobos, mas na verdade ela não tem nada de parentesco com eles. Na verdade acredita-se que seus parentes mais próximos sejam os felinos (estranho, não é?). Então por que elas se parecem com cães e não com seus parentes mais próximos, os gatos? Isso ocorre porque as hienas tem um estilo de vida e vivem em um ambiente mais parecido com o dos canídeos. Assim a seleção natural tornou-as mais parecidas com eles. Outro exemplo é o panda gigante. Apesar da aparência ele não é considerado um urso verdadeiro, sendo que seu parente mais próximo é o guaxinim.
O inverso desse processo também pode acontecer: é a evolução divergente, onde dois seres aparentados assumem formas tão diferentes, por terem estilos de vida também diferentes. Por exemplo, você sabia que os parentes mais próximos do elefante são o peixe-boi e o hírax (um bichinho que parece um hamster e vive nas montanhas ao norte da África). Apesar do parentesco são criaturas totalmente diferentes entre si na forma e no tamanho, pois durante a evolução eles assumiram estilos de vida totalmente diferentes.
Assim essas são as principais linhas de pensamento sobre a evolução das aves:
DINOSSAUROS
Essa teoria é a mais aceita e difundida entre os cientistas. Segundo a mesma as aves teriam evoluído a partir de pequenos e ágeis dinossauros terópodes (e não de enormes dinossauros como Tyrannosaurus, Triceratops e Apatosaurus). Com os milhões de anos eles adquiriram penas e posteriormente aprenderam a voar.
ARCOSSAUROS
Essa teoria é a 2ª mais aceita entre os cientistas. Supõe-se que as aves teriam evoluído dos arcossauros, um grupo de répteis que também deu origem aos dinossauros, pterossauros e crocodilos, As aves então teriam evoluído bem antes até dos Archaeopteryx, há mais de 200 milhões de anos.
CROCODILOS
Essa teoria é a menos aceita e defende a tese de que as aves evoluíram a partir de um grupo primitivo de crocodilos terrestres. Baseia-se em uma poucas e vagas semelhanças entre as aves e pequenos crocodilianos terrestres encontrados nos depósitos fósseis.
PTEROSSAUROS
Essa teoria é uma das mais antigas e atualmente já não é mais defendida por ninguém. Baseia-se na semelhança externa entre aves e pterossauros. Nesse caso porém as semelhanças terminam por aí. De resto esses dois grupos eram bem diferentes. É um típico caso de evolução convergente.
Vamos discutir mais aprofundadamente a 1ª teoria, que é a mais provável e aceita pela comunidade científica em geral . . .
Como já foi dito, desde a descoberta do Archaeopteryx alguns paleontólogos imaginaram que, dada à incrível semelhança entre essa criatura, aves e dinossauros, talvez houvesse uma ligação. Propôs-se então que as aves teriam evoluído a partir de um grupo de pequenos terópodes carnívoros (alguns dizem que foram animais semelhantes ao Compsognathus, outros que foram de dinossauros raptores, como o Deinonychus), passando por um estágio intermediário semelhante ao Archaeopteryx.
Eles se baseiam em diversas características anatômicas observadas em dinossauros e aves, tais como:
Estrutura semelhante entre braços de dinossauros e asas de aves
Presença nos dois grupos de ossos ocos
Estrutura de pernas e bacia semelhantes entre os dois grupos
E cada vez mais as descobertas feitas nos últimos 10 anos pela Paleontologia têm reforçado essa idéia. Novas espécies de dinossauros com características cada vez mais próximas de aves estão quase confirmando as antigas teses.
O Unenlagia da Patagônia (abaixo) por exemplo, possuía uma estrutura totalmente nova dos braços, que literalmente lhe permitia “bater as asas”. Apesar dessa criatura não voar acredita-se que quando corria em alta velocidade para apanhar pequenas presas ele deveria balançar os braços de cima para baixo, da mesma maneira que os pássaros fazem quando voam. Esse movimento, que inicialmente servia para dar estabilidade e equilíbrio ao animal pode ter originado o bater de asas nos pássaros.
Existe ainda o Rahonavis uma ave primitiva que podia voar ( claro que não com muita elegância) mas que possuía nas patas traseiras garras curvas idênticas aos dinossauros do tipo raptor, como o Velociraptor.
Mas se essa teoria é a correta, então como se deu o processo de evolução das aves?
Em primeiro lugar devemos levar em conta uma característica muito importante e atualmente exclusiva das aves: as penas. Sabemos que as penas nada mais são que escamas modificadas.
A questão é: será que elas apareceram só nas aves ou seus possíveis ancestrais, os dinossauros, já as possuíam? As últimas descobertas provam que alguns dinossauros já tinham penas cobrindo seus corpos. O fóssil de Sinosauropteryx, um pequeno dinossauro semelhante ao Compsognathus, tinha desde a nuca até a ponta da cauda uma fileira de penugem, semelhante em estrutura à dos pintinhos e patinhos.
Outros fósseis de dinossauros como o Mononychus e o Unenlagia também foram encontrados com impressões de penas fossilizadas. Até os raptores possuíam penas.
Sabemos que os dinossauros ancestrais das aves tinham penas. Mas por que elas apareceram?
Nas aves de hoje as penas podem ter basicamente 3 funções: exibição, isolamento térmico e vôo. Com certeza elas apareceram nos dinossauros devido à uma dessas utilidades. Mas qual?
Com certeza inicialmente elas não tinham nada a ver com o vôo, pois essa capacidade ainda não era dominada pelos dinossauros, nem pelas primeiras aves e é mais provável que tenha aparecido por último. Prova disso é a estrutura das penas fossilizadas encontradas.
Se observarmos as penas de um pássaro perceberemos que elas possuem um eixo principal de onde partem duas faixas de filamentos finos. As penas de vôo, como as das asas, por exemplo, são assimétricas, ou seja uma faixa de filamentos é mais grossa que a outra.
Já em penas de simples cobertura pode-se observar uma simetria, ou seja, as duas faixas sobre o eixo são iguais em espessura. Nos dinossauros as penas encontradas são simétricas, portanto impróprias para o vôo.
Também descarta-se o isolamento térmico, pois para que as penas cumprissem bem essa função era necessário que cobrissem praticamente todo o corpo dos dinossauros. Sabemos pelas descobertas que não era esse o caso. Na verdade elas normalmente formavam tufos ou cristas no alto da cabeça, na parte externa dos braços, no alto do dorso e às vezes na ponta da cauda.
Essa disposição leva os cientistas a crer que inicialmente os pequenos terópodes desenvolveram penas para exibição, seja em disputas territoriais, reconhecimento social ou em rituais de acasalamento, onde talvez os machos atraíssem parceiras com complexas danças e demonstrações de suas plumagens exuberantes.
Como tempo, os dinossauros já bem próximos das aves podem ter finalmente desenvolvido o mecanismo de vôo.
Alguns acreditam que pequenos dinossauros arborícolas desenvolveram o vôo ao saltarem dos altos galhos das árvores. Inicialmente eles apenas planavam. Com o tempo aprenderam a bater as asas para voar verdadeiramente.
Há quem acredite, porém, que os dinossauros aprenderam a voar a partir do solo mesmo. Os carnívoros corredores como o Unenlagia batiam os braços para equilibrar-se e ter estabilidade. Com o tempo aprenderam a dar saltos para alcançar mais rápido as presas. Mais adiante teriam aumentado a distância dos saltos usando suas asas para planarem. A partir daí o próximo passo seria o vôo propriamente dito.
Pensar nessa teoria é muito interessante pois se ela estiver realmente certa então os dinossauros podem nunca ter se extinguido da Terra. Eles ainda podem estar entre nós…
Quando olhar para um pomba ou pardal na rua, ou até mesmo para o periquito, papagaio ou canário que tiver em sua casa, pare e pense nisso… Você pode estar olhando para o último remanescente de um mundo há muito esquecido..
Fonte: geocities.yahoo.com.br/www.naturlink.pt /www.editorasaraiva.com.br/www.jornalinfinito.com.br/www.animalplanetbrasil.com
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