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Segundo algumas hipóteses, a roda foi inventada na Ásia, há 6000 anos, na Mesopotâmia talvez.
Foi uma invenção de importância extraordinária, não só porque promoveu uma revolução no campo dos transportes e da comunicação, mas também porque a roda, com diferentes modificações, passou a fazer parte de numerosos mecanismos e contribuiu para um incrível impulso ao progresso humano.
Como nasceu a ideia de se construir a roda? Talvez dos troncos que muitos povos, inclusive assírios e egípcios, colocavam sob grandes massas de pedra, a fim de que estas corressem melhor pelo terreno, quando queriam transportá-las.
Os veículos com rodas, puxados nos primeiros tempos por bois, depois por asnos e finalmente por cavalos, pouparam muito trabalho e muito cansaço ao homem.
No início a roda era feita de uma peça de madeira inteiriça, compacta e pesada. Para que ela se tronasse veloz e de mais fácil manejo, fizeram-se inúmeras aberturas, originando-se, pouco a pouco, a roda com raios.
Estes eram em número de quatro, mas com o passar do tempo foram aumentando.
As rodas com raios apareceram na Mesopotâmia e na Pérsia, no ano 2000 antes de Cristo. Nessa mesma época, a coroa, ou seja, a parte externa da roda que mantém contato com o solo, foi protegida com inúmeros pregos de cobre, muito próximos uns dos outros, para que não se estragasse.
Os assírios e os persas colocaram-lhe depois um círculo metálico.
A posição das rodas uma atrás da outra é típica das bicicletas que nasceram há duzentos anos. A primeira bicicleta era um veículo muito simples; foi inventada pelo francês De Siorac, no ano de 1790 e era composta por duas rodas no mesmo tamanho, ligadas por uma travessa de madeira. Possuía também um cabo ou manivela para apoio das mãos.
Mais tarde, 1818, o alemão Carlos Drais aperfeiçoou este veículo, fazendo com que a roda dianteira pudesse mover-se para a direita e para a esquerda.
Com seu movimento giratório, a roda tornou-se logo parte integrante das máquinas que auxiliam o homem a levantar pesos. O guindaste, por exemplo.
No guindaste a roda mudou de aspecto, transformando-se em uma roldana, ou seja, em uma roda estriada de modo que uma corda pudesse correr dentro dela, dando origem à polia.
Os primeiros guindastes usados pelos gregos e pelos romanos para suspender blocos de pedras, eram formados por traves fortes, chamadas mastros, quase sempre inclinadas. No ponto de encontro fixava-se uma polia.
Muito mais recentemente é a roda de água ou hidráulica, conhecida entre os gregos e os romanos, usada ainda hoje no campo. Era provida de caixinhas ou de pequenas pás e servia para transportar a água até os canais de irrigação.
No século I d.C., a roda hidráulica passou a fazer parte de uma invenção revolucionária: o moinho hidráulico.
Nestes, as moendas eram giradas por rodas munidas de pás, movidas pela força da água. Os primeiros moinhos desta espécie parece terem sido inventados pelos gregos; eram rústicos, apresentando uma roda horizontal e moviam-se lentamente. No século I depois de Cristo, o engenheiro romano Vitrúvio transformou esse tipo de moinho.
Antes de mais nada colocou a roda hidráulica em posição vertical, depois, aproveitando o conhecimento da roda dentada engrenou o mastro horizontal com o mastro vertical que movimentava a moenda superior. Assim, a engrenagem transformou o movimento horizontal em movimento vertical.
Além dos moinhos movidos pela água inventaram-se os moinhos a vento. Os persas foram os primeiros a desfrutar da força do vento para um trabalho útil. Em alguns de seus documentos que datam do ano 950 a.C., fala-se de moinhos de vento para a moenda do grão e para aspirar a água.
A roda teve também grande importância no desenvolvimento de uma arte antiquíssima: a arte de fiar e de tecer. Os primeiros homens obtiveram o fio das fibras vegetais do linho e do algodão, enrolando-as e esticando-as com as mãos. Somente muito mais tarde chegou-se ao fuso e à roca. O fuso e a roca foram usados durante toda a Antiguidade Clássica, até que na Idade Média o fuso foi adaptado à roda giratória. Nasceu, assim, o molinete.
Os automóveis mais antigos possuíam rodas com raios de madeira ou arame, ou rodas de artilharia, fabricadas em uma única peça de ferro fundido. Na década de 1930 essas rodas foram substituídas pelas de aço estampado, mais leves, mais resistentes e de menor preço.
Com tudo isso podemos perceber que a invenção da roda revolucionou os transportes na pré-história e iniciou uma seqüência de notáveis aperfeiçoamentos.
A maior invenção tecnológica
Num trecho de linha férrea próximo da cidade de Paris, apenas um zumbido indica a passagem de um trem de passageiros a quase 300 quilômetros por hora. Numa estradinha de terra batida numa fazenda do interior mineiro, uma estrutura barulhenta de carro de bois passa a menos de 5 quilômetros por hora, produzindo um ranger quase sonolento provocado pelo atrito entre a roda de madeira e o eixo de apoio. A única semelhança entre esses dois acontecimentos, converge talvez, para o fato de simplesmente andarem sobre rodas.
Mais depressa, mais devagar, milhões de rodas, pequenas ou grandes, funcionam em todo o mundo, transformando a vida em movimento. Um dos principais indicadores do progresso consumista de um país, costuma ser medido pela facilidade com que seus habitantes podem se locomover e transportar os produtos de seu trabalho ou para seu consumo. Em outras palavras: quantas rodas esse país faz girar e com qual rapidez?
A diferença que a roda, considerado como sendo o maior invento fundamental da história, trouxe para o destino humano é incalculável. Um pouco de matemática ajudará a explicar tal façanha. Um homem adulto e treinado percorre num dia de caminhada, cerca de 30 quilômetros, e a carga máxima que consegue carregar é cerca de 40 quilos, além do seu próprio peso.
Com a domesticação de animais, por volta de 5.000 a.C., a capacidade de carga no lombo de bestas aumentou para 100 quilos. A tração animal aumentou ainda mais a capacidade de carga para 1.200 quilos puxados por uma carreira de bois. Acredita-se que os egípcios usaram de artifícios como grandes roletes de madeira para transportar por quilômetros, os enormes blocos de granito e de pedra para a construção das pirâmides, inventando também o que se chama hoje de rota de transportes, ou simplesmente estradas.
Na verdade, a invenção da roda é motivo de discussão entre os grandes historiadores de todos os tempos. Alguns sustentam que essa peça de tamanha simplicidade, foi a maior criação do homem estudando o movimento do astro Sol, como se ele rodasse ao redor da Terra. Por terem sido fabricadas em madeira, as primeiras rodas já foram certamente destruídas pela ação do tempo.
Sem a roda, o homem não iria muito longe. As quatro principais fontes de energia que o homem utiliza para sua existência são fundamentadas na roda: a água, a energia elétrica, o animal e o vento. O simples carrinho de mão inventado pelos chineses, cerca de 200 a.C., conduz sete vezes mais carga e passageiros do que o ombro humano. A bicicleta criada na França em 1645, permitia velocidades até três vezes maiores do que a de um homem caminhando pausadamente.
A roda: a primeira grande invenção da humanidade.
Além de revolucionar os meios de transportes, a roda possibilitou outro grande salto para a tecnologia – o movimento controlado por rotação. Na Mesopotâmia, há milhares de anos, os primeiros discos de madeira usados pelo homem para trabalhar o barro, talvez tenha sido uma das primeiras criações empregando a roda no sentido explícito da palavra.
No século XIV, apareceram simultaneamente em diferentes regiões da Europa, como França e Inglaterra, as primeiras rodas de tecelagem enxertadas com finas agulhas para desfiar o algodão.
Desde então, novos engenhos baseados no mesmo princípio não pararam de surgir, porém, cada vez mais complexos. Aproveitando a descoberta de que uma roda de maior diâmetro leva mais tempo para dar uma volta completa do que uma roda pequena, o homem também descobriu a teoria da velocidade centrípeta. Inventaram-se os relógios com rodas dentadas que até hoje encantam as mais belas catedrais do mundo todo; as máquinas a vapor; a locomotiva e o automóvel.
Rodas e revoluções andam juntas há muito tempo. Numa era de colossais conquistas tecnológicas entre 8.000 e 5.000 a.C., na faixa de países semi-áridos entre os rios Nilo, localizado na África e Ganges, na Ásia, o homem inventou o arado, o barco à vela, os processos de fundição de ferramentas, jóias e o calendário solar.
Todos estes inventos baseados no princípio da roda. A primeira indicação da figura de uma roda registrada numa placa de argila, auxiliando um meio de transporte humano foi na Suméria em 3500 a.C.
Atualmente, as rodas de bicicleta já são feitas de alumínio, kevlar ou fibra de carbono.
É o homem reinventando a invenção. Após a descoberta da roda pelos sumérios, a notícia se espalhou. Gregos, romanos e egípcios há mais de 2.000 a.C. criaram então novos modelos, com raios ao invés de uma placa de tábuas, para conduzir suas bigas de guerra e revestidas com pedaços de metal fundido para resistirem aos fortes impactos provocados pelas colisões.
Enfim, sempre foram modificando a ideia original conforme suas necessidades e abrindo largos espaços para o uso da roda no seu cotidiano.
Os celtas, por exemplo, modificaram os carros romanos e inventaram o sistema de eixo dianteiro giratório, capazes de dar maior direção em curvas menos angulosas. O Renascimento, movimento de revolução nas artes, ciências, medicina e literatura que ocorreu por toda a Europa no século XV, fez surgir os famosos cabriolés, diligências de tração animal com cabine fechada para conduzir a aristocracia européia e protegê-la do mau tempo ou da poeira das rudimentares estradas de terra.
Por volta de 1850, começava o declínio da tração animal e iniciava-se a era da tração a vapor, reescrevendo o papel da roda. Não demorou muito, inventou-se então as rodas fabricadas totalmente de ferro forjado no final do século XIX. Barcos a vapor e locomotivas, além de servirem de meios de transporte de carga, eram o fascínio de milhares de bens-aventurados da época. No início do século XX, o veterinário inglês John Boyd Dunlop criou o primeiro aro pneumático.
Nada mais era do que um aro metálico revestido com uma câmara de couro costurado e cheio de ar, o qual servia para amenizar os sacolejos provocados pelas rodas de ferro sobre as estradas de pedra, que imediatamente foram introduzidos nos veículos automotivos fabricados por Henry Ford.
O cinema mostrou toda a força dessa invenção no lendário filme “Tempos Modernos”, de 1936, brilhantemente estrelado por Charlie Chaplin. Daquela época até os dias atuais a roda nunca mais parou de movimentar a humanidade.
Alberto Cury Nassour
Técnica de rolagem
Uma prefiguração da criação da roda pode ser vista nesta utilização de rolos de madeira em paralelo para deslocar o urso abatido.
O grande peso da caça tornava penoso seu deslocamento através unicamente da força muscular, mesmo através do arrasto com auxílio de galhos. Vemos aqui, portanto, o aparecimento de uma nova solução técnica.
É importante também notar o uso de alavancas, outra importante invenção
A origem da roda
Existem diversas teorias acerca do surgimento da roda, mas nenhum achado arqueológico provou sua origem pré-histórica. Pode-se supor que esta tenha existido antes do período histórico, talvez antes do domínio das técnicas metalúrgicas pelo homem, ou durante esta fase.
Os primitivos instrumentos de pedra ou metal poderiam ter sido utilizados para se lavrar ou talhar as primeiras rodas. Os primeiros testemunhos de seu aparecimento, contudo, ligam sua origem à civilização Suméria, aproximadamente em 3000 A.C
Trenó primitivo
Esta modalidade de trenó, feita com pele de animal ou casca de árvore, foi uma das primeiras soluções que o homem pré-histórico criou para o transporte de cargas. Sua forma plana permitia o arrasto de objetos não somente na neve, mas também sobre o capim e os charcos semi-alagados.
O Travois
Criado na pré-história, o travois é um dos dispositivos de arrasto extremamente primitivo. É composto por duas varas longitudinais, presas por travessas, formando uma armação em forma de H ou A sobre a qual a carga é colocada. As varas são presas ao dorso do animal, por exemplo um cavalo ou um cão. Era o meio de deslocamento de cargas utilizado pelos indígenas da América do Norte. Na fotografia de 1888, vemos um casal indígena transportando seus pertences, obrigado a se mudar constantemente, fugindo do invasor branco
No limiar da história
O modelo apresentado reproduz uma relíquia encontrada em escavações na região do vale do rio Indus, na localidade de Mohenjo-Daro. Esse objeto data do terceiro milênio antes de Cristo, e atesta a existência e o uso cotidiano da roda em veículos de transporte. Os povos do vale do rio Indus estão entre as mais antigas civilizações conhecidas
Suméria
A invenção da roda foi de grande valia em lugares em que o terreno favorecia sua utilização: planícies, cobertas por plantas rasteiras. Ela facilitou enormemente o transporte dos fardos pesados, desta forma permitindo o aumento da atividade econômica. Segundo a arqueologia, ela teria surgido na Suméria.
A imagem exibida é a do célebre Estandarte de Ur, um mosaico que era carregado em procissões. Ele mostra uma cena de transporte, e podemos observar a presença de carros de combate e transporte, com suas rodas peculiares formadas de duas peças de madeira, sendo tracionados por onagros (2500 A.C.)
Mesopotâmia
Os mesopotâmicos, babilônicos e assírios prosseguiram o desenvolvimento dos carros originalmente criados pelos sumérios, introduzindo novos aperfeiçoamentos, seja para uso pacífico, seja bélico. Uma das mais importantes foi a criação da roda com aros, de fabricação muito mais trabalhosa e especializada. Esta roda permitia uma maior velocidade dos carros, um fator importante nos combates.
Outra novidade introduzida foi o uso do cavalo como força motriz, mais veloz que as mulas. Vemos acima um baixo-relevo em alabastro, descoberto em Nínive, datando de 668-628 a.C. Observe que os cavalos eram atrelados no pescoço, uma técnica que perdurou até a Idade Média (668 A.C.).
Diáspora
As guerras de conquista eram uma constante nesta região do mundo, um dos pólos da civilização da época. Aqueles que eram derrotados, caso não perdessem sua vida em combate, eram reduzidos à escravidão, sendo levados para o país do vencedor, juntamente com sua família, numa diáspora forçada.
Na ilustração vemos soldados assírios conduzindo prisioneiros — homens e mulheres — numa carroça, de volta da guerra. O veículo de transporte, nesse caso, os conduz ao cativeiro. Observar o uso da roda de aros (668 A.C.).
Carros Egípcios
Os egípcios tornaram o carro de guerra mais leve, e sua construção tornou-se extremante refinada. A escolha de materiais era cuidadosa, e para cada parte era empregada a madeira que melhor se adequasse à função. O encaixe das peças era perfeito. Os raios das rodas, por exemplo, eram compostos de duas peças separadas, que eram coladas a seguir. Isto visava obter uma maior elasticidade.
As imagens nos dão uma ideia da leveza destes veículos, os quais, nas vastas planícies do Egito, certamente permitiam aos combatentes alcançar grande velocidade, uma vantagem decisiva nos confrontos (aproximadamente 1400 A.C):
1 — Biga da época da 18ª Dinastia
2 — Carro de guerra da época de Amenófis III
3 — Carro de guerra, encontrado na tumba de Tutankhamon
4 — Carro de guerra, proveniente de Tebas
Os Hicsos
A civilização egípcia, já existente há milênios, conheceu o carro através da invasão de um povo, os Hicsos, aproximadamente em 1670 a.C. Este fato é atestado notadamente pela origem semítica dos termos através dos quais os egípcios designavam o carro e seus diferentes componentes. As pinturas de tumba nas quais o carro está presente só ocorrem após a XVIIIª dinastia, como na imagem acima, que mostra um carro de guerra. Esta pintura está na tumba de Menna, na época de Tutmés IV (1420-1411 A.C).
O carro da Princesa Núbia
Embora as invasões de outros povos tenham estejam entre os principais responsáveis pela difusão da tecnologia do carro, nem toda a iconografia resgatada mostra um caráter bélico. A pintura mural encontrada tumba do vice-rei de Kush, mostra uma princesa da Núbia levada por um carro puxado por bois.
A peculiaridade da cena é que o carro é conduzido por uma mulher, e, além disso, o escravo acaricia os bois. A dominação egípcia era muito ampla, tanto ao norte, na Palestina, por exemplo, quanto na própria África, de onde vinha esta princesa. (1338 A.C).
Carpentum
O carpentum era um carro de duas rodas puxado por dois cavalos.
Era utilizado pelos sacerdotes; foi sobre carpenta que foram trazidos para o Capitólio os objetos cultuais.
O carpentum de quatro rodas estava reservado ao imperador, altos dignatários e magistrados.
Nos quatro ângulos da caixa eram freqüentemente colocadas estátuas ou colunas que suportavam um teto.
O interior do carpentum era revestido com ricas fazendas, e o assento era frequentemente suspenso por correias.
Era sobre um carpentum que o recém-casado levava a jovem casada. (século I A.C.).
O Cisium
A viagem era uma empreitada que tinha seu cortejo de desventuras e inconvenientes, e é por isto que Horácio se diz feliz por não ser rico o bastante, o que o obrigaria a manter uma legião de escudeiros e cavalos, e obter viaturas de todo tipo. Ele se contenta em cavalgar uma pequena mula e caminhar lentamente, se arrastando, para Tarentum.
O veículo mais usado pelos romanos em suas viagens era a raeda, além da carruca, ambos os quais muitas vezes serviam como dormitórios. O cisium também era muito usado. Ele só tinha duas rodas, em vez das quatro da raeda. (século I D.C)
O Pilentun
O pilentum era originalmente uma viatura sagrada, servindo para o transporte das estátuas de deuses e objetos de culto. Um belo exemplo de pilentum é aquele da deusa Cibele, conservado em Nova York.
Esta carreta de quatro rodas era, no essencial, uma forma desenvolvida do plaustrum. Mais tarde, ele foi utilizado pelas Vestais e as matronas. Na Eneida de Virgílio, o escudo de Enéas nos mostra estas «atravessando a cidade em pilenta acolchoados». (século II A..C.).
O correio romano
O correio romano — cursus publicus —era uma organização que funcionava com o máximo de regularidade e precisão, só retomada pelos europeus dos séculos XVIIº e XVIIIº. Dispunha de cavalos de muda e mansiones, isto é, uma espécie de hotel primitivo onde se podia passar a noite. O adjetivo publicus, de denominação latina, não deve induzir ao erro, pois publicus não significava que esta instituição estava a serviço de todos; ela era statale, a serviço unicamente dos organismos do Estado, de modo que mesmo os funcionários do Estado, para utilizá-la, tinham necessidade de uma autorização especial
As estradas romanas
A construção de estradas foi um fator essencial no desenvolvimento econômico do Império Romano, além de favorecer enormemente seu domínio militar. A circulação viária só poderia florescer em um país onde estradas apropriadas estivessem à disposição do tráfego. Contudo, o desenvolvimento da rede viária exigia muito tempo. A lei das XII Tabelas (em torno do Vº século a.C.) já estabelecia um regulamento sobre as estradas, mas ela ainda não considerava sua construção e manutenção como uma tarefa do estado, tornando-a um dever dos proprietários das terras situadas à margem das estradas. Por outro lado, se a civilização romana tomava de empréstimo os elementos da construção das estradas aos Etruscos, assim como em tantas outras conquistas culturais, ela não deixava de as enriquecer com um espírito criativo, renovador e organizador. (século I D.C.)
Carlos Magno
Carlos Magno tentou recuperar a rede viária da França, mas seus esforços foram inúteis. Nenhum dos poderosos de seu tempo quis investir na manutenção das estradas que passassem pelas suas terras. O mau estado das estradas restringia os tipos de veículos a serem usados, e estes eram preferencialmente carroças, mais imunes às irregularidades, e as carretas, quando a carga impusesse a necessidade das quatro rodas. Uma das conseqüências deste estado de coisas foi o aumento do tempo de viagem, inevitável devido aos obstáculos.(século IX D.C.)
Cruzadas
Apesar destes problemas, houve um aumento considerável no número de viagens na época das Cruzadas, no século XII. Entretanto, dado o mau estado das estradas, a viagem era extremamente lenta, ainda no século XIV. Aqueles que não tinham condições eram obrigados a se sujeitar às piores condições possíveis, com o risco mesmo de sua vida.
Os poderosos realizavam as viagens em condições infinitamente melhores, mas a um custo altíssimo, pois eram obrigados a levar consigo soldados, para sua proteção, além de uma vasta criadagem e todo tipo de equipamento para atender às necessidades diárias, como comida, móveis, etc, pois estas conveniências não seriam encontradas ao longo das estradas. (século XII D.C.).
O manuscrito do Duc de Berry
A agricultura foi sem dúvida o domínio em que a viatura foi utilizada de modo ininterrupto desde a queda do império Romano. Dentre os veículos usados, o mais comum era a carroça de duas rodas, pois este veículo não necessita de caminhos de boa qualidade. A carroça é mais leve, mais manobrável, e seu equilíbrio é mais estável. Enquanto fosse possível, ela era o veículo de eleição do camponês, só usando a carreta quando a carga solicitasse seu uso. A imagem é a representação do mês de setembro no famoso manuscrito medieval Les très riches heures du Duc de Berry, onde os frutos do outono são carregados numa carroça. (século XIV D.C).
Novo atrelamento
Quanto às inovações técnicas, durante a Idade Média elas tiveram um crescimento vegetativo. Apesar disto, foram de grande importância. Uma das primeiras foi a modificação da atrelagem do cavalo, com o uso do peitoral e da “coleira de ombro”. O peitoral, esta peça do arreio feita de feltro e de uma fazenda de lã branca, colocada sobre o peito do cavalo, permitiu que o mesmo pudesse empregar toda sua força na tração, o que o não era possível até então.
Convém lembrar que até então a atrelagem era feita no pescoço do animal, e este era obrigado a realizar um movimento convulsivo ao tracionar a carga. Podemos observar na imagem, pertencente ao manuscrito medieval Lês très riches heures du duc de Berry, representando o mês de outubro, a coleira colocada no cavalo que arrasta uma grade, feita especialmente para arar. O desenvolvimento destas técnicas beneficiou não somente a circulação de mercadorias, mas a própria produção diretamente, portanto.
Trem dianteiro giratório
Outra inovação técnica que surgiu neste período foi a introdução do trem dianteiro giratório. Este surge a princípio timidamente, para se estabelecer no final da Idade Média.
A imagem nos mostra um incidente ocorrido em 1415 com o papa João XXIII (não o contemporâneo homônimo: na época haviam três papas, em Roma, em Avignon e Florença . O desta última cidade é este João XXIII). O fato provavelmente ocorreu quando este se dirigia para o Concílio de Constância. Além do trem giratório, pode-se ver o balancim bifurcado. O veículo não possuía suspensão. (1483 D.C)
O surgimento da suspensão
Na evolução dos veículos hipomóveis, o maior aumento do conforto foi devido à introdução da suspensão. Esta isolava os viajantes da maior parte do impacto dos solavancos causados pela irregularidade dos caminhos. A suspensão era inicialmente feita através de correias de couro ou correntes, presas a quatro mastros nas extremidades da plataforma. Este veículo era chamado de “carreta oscilante”, e posteriormente recebeu o nome que a consagrou: carruagem. A primeira imagem nos mostra a entrada em Paris da Rainha da Sicília, em 1468.
Nota-se que a suspensão, na época, já era de conhecimento geral. A segunda imagem nos mostra a carruagem de D.Maria Francisca de Sabóia, oferecida por seu irmão, o rei Luís XIV da França, quando do casamento dela com D. Afonso VI, em 1666. (século XVII).
A bicicleta de Da Vinci
Esse modelo de bicicleta foi concebido por Leonardo da Vinci em 1490, muitos séculos antes da aparição do primeiro veículo real. Nota-se a presença da correia de transmissão, feita de couro, uma ideia avançada para a época. Embora não tenha sido nunca construída, o fato de a ter concebido reforça ainda mais a fama de gênio de Da Vinci.
História
Os historiadores, cientistas, antropólogos – e todo mundo que estuda o desenvolvimento da raça humana – concordam num ponto; o fato que mais contribuiu para o progresso da civilização foi a invenção e o aperfeiçoamento da roda.
Não se sabe exatamente quem inventou a roda, nem quando, nem como. Provavelmente a ideia inicial veio por obra do acaso. O homem primitivo pode ter usado um tronco roliço para ajudar mover alguma coisa. Ou, simplesmente algum troglodita pode ter escorregado numa pedra roliça e percebido que ela servia para deslizar.
Na verdade qualquer dessas coisas pode ter acontecido, pois muitos inventor nasceram assim: por acaso. O fato é que a roda surgiu há muitos milênios, quando ainda nem existiam documentos para registrar acontecimentos históricos. Sabe-se apenas que a roda já era usada na Europa Central e no Cáucaso por volta de 3 500 anos antes de Cristo.
Sem a invenção da roda, é bem provável que ainda estivéssemos naqueles tempos primitivos. Sem ela, é quase impossível imaginar qualquer carro ou máquina. Só para você ter uma ideia: pense em qualquer invento moderno: avião, relógio, bicicleta, locomotiva, motor…A roda está em todos!
Por outro lado, a invenção da roda merece admiração porque não existia, para ela, nenhum modelo na natureza. Dessa vez o homem não se serviu de nada que já existisse: criou algo original. Antes arrastava-se pesadas cargas sobre uma espécie de trenó, ou sobre paus roliços. A ideia consiste em substituir paus roliços por um eixo fixo, em cujas extremidades colocaram discos de madeira – a roda.
O trenó ajudava, mas quando surgia uma pedra no meio do caminho…Era aquele trabalho! Se o trenó tivesse rodas isso não aconteceria: as rodas poderiam passar por cima das pedras. Essa é justamente, uma das grandes vantagens que a roda trouxe: sendo redonda, ela evita os choques com pequenos obstáculos, passando por cima deles.
As rodas antigas de madeira, entretanto, eram logo desgastadas pelo atrito com as pedras e obstáculos dos caminhos. Mas um dia o homem aprendeu a usar o metal; logo as rodas ganharam uma sola de ferro que as tornaria mais resistentes.
Os egípcios, depois os gregos, depois os romanos foram aperfeiçoando a roda. Carroças, bigas romanas – o uso da roda se ampliava e logo era usada nos primitivos instrumentos: rocas (uma roda movida a pedalada ajudava a tecer panos); rodas nos moinhos de água; rodas de pedras para afiar facas e machados.
A roda entrou, por fim, em todas máquinas importantes da civilização moderna: as grandes rodas metálicas das locomotivas, os pneumáticos das bicicletas, dos carros, dos aviões. Toda a estrutura do relógio, por exemplo, é baseada em roda.
Para percorrer a mesma distância uma roda grande leva mais tempo para dar uma volta completa do que uma roda pequena, certo? Por isso, uma roda grande engrenada (através de “dentes”) numa roda menor faz a menor andar mais rápido: enquanto a grande dá uma volta, a pequena pode dar duas ou mais.
Assim se obtém a diferença entre os ponteiros das horas, minutos e segundos: cada uma tem uma roda girando a velocidade diferente.
Motores, hélices, máquinas de impressão, projetores de cinema, gravadores de fitas, cérebros eletrônicos – para não falar das rodas gigantes e tantos outros brinquedos de diversões – quase não existe uma só máquina importante que não utilize roda, de alguma forma.
Portanto a roda é o “maior” dos inventos humanos.
História
Nas sociedades primitivas, cabia às mulheres carregar os objetos domésticos de seu grupo ao mudarem de moradia. Mas a necessidade de poder carregar peso além da força humana fez com que os seres humanos começassem a usar animais domesticados, muito mais resistentes, para levar carga.
Conta-se que os egípcios colocavam troncos de árvore, à maneira de cilindros, para transportar cargas pesadas.
Daí teria surgido o eixo fixo com discos de madeira nas extremidades. Mas a ideia da roda já fazia parte de símbolos do sistema solar cultivados pelos primitivos. Uma de suas referências era o sol parecendo rodar em volta da Terra.
O vestígio mais antigo do uso da roda em veículos é o desenho de uma carroça numa placa de argila encontrada na Suméria (Mesopotâmia), de 3.500 a.C.
Ao que tudo indica, tratava-se de um carro fúnebre com rodas compostas: duas tábuas arredondadas presas de ambos os lados de uma tábua central. Em 2.000 a.C., os sumérios colocaram raios no lugar da estrutura maciça.
Esse projeto, mais apropriado para ser atrelado à rapidez do cavalo do que à força do boi, foi aplicado primeiro nos carros de guerra.
Em uma peça encontrada na Mesopotâmia, de 2.500 a.C., o aro era preso à roda com pregos de cobre. Os aros de metal apareceram 500 anos mais tarde.
Em cerca de 1.500 a.C., os egípcios construíram bigas leves, com quatro rodas.
Por volta de 1870, foram introduzidos os raios de arame na roda de bicicleta. Na década seguinte já se usava o pneu de borracha, cheio de ar, com uma cobertura de couro, para cobrir as rodas.
Mais tarde vieram os aros de madeira, os de ferro fundido e, no início do século XX, os de aço. Todos são usados nas rodas de diferentes veículos até os dias de hoje.
Fonte: br.geocities.com/www.cdcc.usp.br/www.museudantu.org.br/www.educamor.net/netserv.em.com.br
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