O que são
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Elas são basicamente carapaças protetoras dos moluscos marinhos, animais de corpo mole. Quando eles nascem, forma-se a seu redor uma concha provisória, chamada protoconcha. Quando o molusco cresce e atinge a idade jovem, começa a se constituir a concha definitiva, substituindo a primeira. É o chamado manto – tecido parecido com a pele, envolvendo as partes vitais do animal – que secreta as substâncias formadoras das quatro camadas da concha.
O principal componente é o carbonato de cálcio, extraído da água do oceano. Há também elementos orgânicos, como proteínas, produzidos pelo próprio animal. “À medida que o molusco cresce, o manto elimina mais carbonato e proteínas, e a concha também aumenta de tamanho”, diz a oceanógrafa Ceci Pereira Moreira de Souza, da Universidade de São Paulo. Além das conchas formadas por duas partes (conhecidas como sistema bivalve), existem também as estruturas em forma de cone produzidas pelos moluscos da classe conhecida como gastrópodes.
Calliostoma zizyphinum (Linnaeus, 1758)
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ordem: Archaeogastropoda
Família: Calliostomatidae
Género: Calliostoma
Nome: Comum Pião
Morfologia e outra informação sobre a espécie Calliostoma zizyphinum
Concha cônica até cerca de 3cm de altura e 3cm de largura, ápice pontiagudo e base plana. Cor da concha variável, creme a rosa ou violeta com manchas castanhas, vermelhas ou púrpura. Bastante frequente e distribuído do intertidal até aos 300m de profundidade. Alimenta-se de hidrozoários.
Referência
Gofas, S.; Le Renard, J.; Bouchet, P. (2001). Mollusca, in: Costello, M.J. et al. (Ed.) (2001). European register of marine species: a check-list of the marine species in Europe and a bibliography of guides to their identification. Collection Patrimoines Naturels, 50: pp. 180-213
Não posso dizer que seja um colecionador de conchas, pois isso requeria conhecimentos que não possuo. Mas sou, indubitavelmente, um grande apreciador da beleza extraordinária de que se revestem os “esqueletos exteriores” de alguns dos animais do filo dos Moluscos (Mollusca). Assim, tenho vindo a adquirir, sem plano nem objectivo definidos, exemplares que me impressionam, seja pelo seu aspecto estranho, seja pela dita beleza.
GASTRÓPODES (GASTROPODA)
A classe dos gastrópodes inclui mais de 3/4 de todos os moluscos, dos quais cerca de metade são espécies marinhas.
Durante a minha infância e juventude, nas praias aqui da região do Porto abundavam as conchinhas: de mexilhões, lapas, vários tipos de pequenos búzios, de bivalves aparentados com a amêijoa e o berbigão e, de todas as mais apreciadas, os beijinhos!
A mim, e atrevo-me a dizer a quase toda a gente, encantavam-me os beijinhos! Pequeninos, pois mal excedem os 10 mm, de forma delicada e perfeita, parecem pequenas jóias, uma espécie de pérolas dos pobres!
Na maré baixa, dezenas de pessoas percorriam a praia, curvadas, apanhando principalmente beijinhos. Mesmo deitados na areia, era fácil encontrar beijinhos. Será que o seu nome provém de algum jogo que os namorados praticavam, cujo prémio era um “dito cujo” por cada beijinho encontrado? Ou, simplesmente decorre da sua forma que sugere uns lábios em posição de beijar?
O beijinho era tão popular que havia em Leça, e ainda há, uma praia chamada Praia dos Beijinhos! Beijinhos é que parece já não haver, ou quase! Estarão em vias de extinção nas praias do Porto? Será que terão sido vítimas desta maldita poluição que espalhamos por todo o lado?
O beijinho é um gastrópode da família TRIVIIDAE, com o nome científico Trivia monacha. Beijinho é um nome muito português, acho eu, pois traduzindo os nomes ingleses, encontramos: caurim-feijão, caurim-manchado ou caurim-europeu-comum.
Ocorre desde o Mediterrâneo até às Ilhas Britânicas e o seu tamanho vai dos 7 aos 12 mm.
O beijinho é um gastrópode da família TRIVIIDAE, com o nome científico Trivia monacha. Beijinho é um nome muito português, acho eu, pois traduzindo os nomes ingleses, encontramos: caurim-feijão, caurim-manchado ou caurim-europeu-comum.
Ocorre desde o Mediterrâneo até às Ilhas Britânicas e o seu tamanho vai dos 7 aos 12 mm.
A família TRIVIIDAE é muito próxima de uma outra, a CYPRAEIDAE, a ponto de, durante muito tempo, os gastrópodes hoje classificados na primeira terem sido incluídos na segunda.
Para um leigo como eu, a diferença mais evidente entre as duas famílias resulta de os beijinhos apresentarem sulcos enquanto as cipreias têm uma superfície lisa e muito brilhante. Além disso, os beijinhos têm tamanhos, em geral, mais pequenos.
A superfície brilhante das cipreias levou os navegadores portugueses de quinhentos, que as encontraram abundantemente na costa africana, a pensar que era a partir delas que os chineses fabricavam a porcelana. Daí, o seu nome popular de porcelanas. A família é constituída por cerca de 200 espécies diferentes, algumas das quais são abundantes, particularmente nos trópicos.
A popularidade das cipreias é tão grande que, durante milênios, uma destas conchas, a cipreia-moeda (Cypraea moneta) (ao lado), foi utilizada como moeda.
É uma concha que apresenta uma variação muito grande, pelo que se encontram exemplares quer com diferentes cores, como também de forma.
O meu exemplar tem 2,1 cm, um pouco abaixo da média que é 2,5 cm.
A bela, embora pequena, cipreia-cabeça-de-serpente tem numerosas subespécies em toda a região tropical do Indo-Pacífico.
Esta, parece-me tratar-se da Cypraea caputserpentis kenyonae, nativa da África Austral, onde habita os recifes de coral.
Este espécime tem 2,7 cm, encontrando-se exemplares dos 1,5 aos 4,3 cm.
Uma das mais bonitas cipreias é certamente a cipreia-tigre (Cypraea tigris), apesar de ser muito comum e, portanto, muito fácil de conseguir.
O seu habitat é nos recifes de coral da região do Indo-Pacífico e o tamanho médio dos espécimes adultos é 9 cm (o meu tem 7,5 cm).
São conhecidas formas gigantes e todas negras.
Outra cipreia muito popular é a cipreia-toupeira (Cypraea talpa). Muito brilhante e com cores bonitas seduz facilmente qualquer apreciador de conchas.
Encontra-se também nos recifes de coral do Indo-Pacífico, a uma profundidade entre 5 e 10 m.
O meu espécime tem 6,3 cm, um pouco acima da média que é 5,6 cm.
A cipreia-arábica (Cypraea arabica) tem numerosas subespécies habitando a região do Indo-Pacífico, desde a África Oriental ao Tahiti, e do Japão à Austrália, cujo tamanho varia dos 3,3 aos 6 cm. Este exemplar tem 5,5 cm.
A cipreia-lince (Cypraea lynx) é também nativa do Indo-Pacífico e tem tamanho entre 2,7 e 7,8 cm. O meu bonito espécime tem 5,1 cm.
A cipreia-rosa-silvestre (Cypraea eglantina) não será uma das cipreias mais bonitas, mas é difícil uma porcelana não suscitar apreço, pelo que não deixa de ser interessante.
Habita o Pacífico Central, as Filipinas e a Indonésia e o seu tamanho pode variar desde os 3,5 aos 8,5 cm. O meu exemplar tem 5,9 cm.
Muito bela e muito rara, a porcelana-dourada (Cypraea aurantium) é uma das conchas mais desejadas pelos coleccionadores.
O seu habitat localiza-se no lado de fora dos recifes do Sudoeste do Pacífico, desde as Filipinas às Ilhas Salomão e Fidji.
O seu tamanho varia dos 5,8 aos 11,7 cm e o meu exemplar mede 9,3 cm.
Na imagem ao lado, pode apreciar-se o aspecto particular da espiral desta concha e a sua cor branca.
É também patente o grande desenvolvimento da margem à volta do canal superior.
A Cypraea histrio tem, em língua inglesa, o nome popular de minstrel ou histrio cowry, o que, numa tradução livre, poderia dar algo como porcelana-comediante, em português. Ignoro se existe nome oficial popular, em português, mas do que “não tenho dúvidas” é que a Natureza se “divertiu” muito ao criar esta fantástica concha!
De facto, só um artista de imaginação delirante poderia produzir semelhante obra! No dorso, o padrão faz lembrar um delicado mosaico duma antiga civilização, ao qual se sobrepõem misteriosas manchas escuras! Para além da linha do manto o padrão muda para um mosaico de ladrilhos mais pequenos e mais esparsos! Finalmente, a base apresenta pintas escuras num fundo quase branco, como se vê na zona ventral de muitos felídeos, como o leopardo e o jaguar, por exemplo! Incrível!
É nativa do Oceano Índico, embora exista uma subespécie na Austrália, e o seu tamanho varia dos 2,3 aos 8,8 cm. Este exemplar corresponde à variedade endémica das Maldivas e tem 5,3 cm.
A família OVULIDAE é próxima da família CYPRAEIDAE e inclui conchas finas e leves, em geral muito atraentes.
A língua-de-flamingo (Cyphoma gibbosum) é uma concha pequena, com uma forma muito curiosa e, sobretudo, muito bonita.
Habita uma região que se estende desde o Sudeste da Florida, Caraíbas, até ao Brasil.
O meu espécime, que trouxe de Cuba, Província do Oriente, tem 2,5 cm, o que, aliás, corresponde à média do seu tamanho.
Os abalones, orelhas-do-mar ou lapas-reais (família HALIOTIDAE) têm conchas achatadas que apresentam buracos na circunvolução final que o animal usa para a respiração. Vivem em rochedos submersos sobre os quais deslizam facilmente. A face interna é iridescente, notando-se no centro a marca do músculo.
O abalone-arco-íris (Haliotis iris) é exclusivo da Nova Zelândia, onde é conhecido por black-foot ou paua, na língua dos Maoris. Realmente, a superfície externa da concha natural é negra, embora o meu exemplar tenha sido polido para pôr em evidência o belo irisado da camada inferior. Pode atingir os 20 cm, ainda que o meu tenha apenas 14 cm.
As conchas em forma de cone, ou troques, pertencem à família TROCHIDAE, que inclui centenas de espécies distribuídas por todo o mundo. Coloridas por fora, têm o interior raiado de madrepérola.
O facto de a camada interior ser nacarada faz com que, frequentemente, estas conchas nos cheguem às mãos depois de polidas. O problema é que, para os leigos como eu, classificar estas conchas torna-se, em geral, uma tarefa muito complicada. A concha que se segue é um bom exemplo.
Já pensei tratar-se do troque-em-forma-de-cone ou troque-morango (Tectus ou Trochus conus), mas agora, enquanto espero que alguém me esclareça, estou mais inclinado para a hipótese de ser o troque-comercial (Tectus ou Trochus niloticus).
O troque-comercial deve o seu nome a ter sido intensivamente utilizada para fazer botões e, mesmo hoje, ainda é pescada em pequenas quantidades com fins comerciais.
É uma concha bastante comum na região tropical do Indo-Pacífico, perto dos recifes de coral.
A sua cor original é branca ou rosada com riscas vermelhas ou cinzentas nas circunvoluções e manchas ou pintas na base, como a imagem da esquerda deixa ver, pelo menos em parte.
O meu exemplar tem perto de 7 cm, podendo encontrar-se conchas desde os 5 aos 15 cm.
A concha que se segue, parcialmente polida, já foi mais fácil de classificar, embora com alguma sorte à mistura.
Trata-se do troque-pêga (Cittarium pica) que habita a região das Caraíbas. Este exemplar foi, efectivamente, trazido da província de Holguín, Cuba.
Tem cerca de 9,5 cm, sendo o tamanho normal dos espécimes adultos compreendido entre 5 e 10 cm.
O polimento parcial permite ainda ver a sua coloração natural que é manchas pretas em fundo branco, o que ainda é mais patente na foto da esquerda, que mostra a base que não foi polida.
A família TURBINIDAE integra as conchas conhecidas popularmente por turbantes ou turbos. O turbo-sul-africano (Turbo sarmaticus) é uma das conchas mais apreciadas pelos coleccionadores que a guardam depois de polida para revelar o nacarado da camada inferior.
Vive nos rochedos submersos do litoral da África do Sul e tem um tamanho médio de 7,5 cm. O meu belíssimo exemplar tem quase 7 cm.
De facto, aprecio tanto esta concha que achei justificar-se mostrar aqui várias fotos dela.
Estas conchas ilustram bem a dificuldade, para um amador, em classificar conchas que foram polidas! Penso não estar enganado ao considerar que se tratam ambas de espécies da família TURBINIDAE. Quais é que não sei!
A primeira, que tem 7 cm, trazia uma etiqueta com o nome (popular) jade-turbo, mas é tudo quanto sei! Pode ser que se trate do turbo-prateado (Turbo argyrostomus), ou talvez do Turbo olearium , ou ainda do Turbo stenogyrus!
A segunda, uma concha com apenas 5,5 cm, a acreditar num site comercial que consultei, poderia ser o turbo-de-boca-dourada (Turbo chrysostomus), mas só pela fotografia lá existente, pois o nome levanta muitas dúvidas! Vou continuar a pesquisar e se, entretanto, alguém me puder esclarecer … ficarei muito grato!
As turritelas, gastrópodes da família TURRITELLIDAE, são especialmente atraentes pela sua forma muito elegante.
O exemplar, representado à direita, corresponde à turritela-comum (Turritella communis), abundante na Europa Ocidental e Mediterrâneo. Vive na areia, em águas muito ou pouco profundas, e tem um tamanho médio de 6 cm. O meu tem 6,5 cm.
A maior das turritelas é a turritela-em-parafuso (Turritella terebra), muito comum na areia lodosa da Região Tropical do Indo-Pacífico. O meu exemplar, à esquerda, tem apenas 8,8 cm, mas o tamanho dos espécimes adultos pode atingir os 17 cm.
A família STROMBIDAE abrange seis gêneros, cada um deles com a sua forma característica.
Os estrombos distinguem-se por terem um lábio bojudo, como se vê à direita no estrombo-rosa, também conhecido por rainha-das-conchas (Strombus gigas).
É comum em toda a região desde o sudeste da Florida até ao centro do litoral brasileiro e vive na areia. O animal é comestível e a sua concha tem um tamanho médio de 23 cm, aliás, o caso do meu espécime.
O estrombo-lutador-das-Índias-Ocidentais (Strombus pugilis), à esquerda, tem o mesmo habitat do anterior e encontra-se abundantemente nas areias das praias. Deve o seu nome aos enérgicos movimentos do animal.
O meu espécime, que veio duma praia do Nordeste do Brasil, trazido pelo meu filho Rui, tem 6 cm, um pouco abaixo da média que é 7,5 cm.
As conchas do gênero Lambis, também da família STROMBIDAE, têm o nome popular de conchas-aranha. Têm longos dedos-extensão, como se vê, ao lado, neste exemplar da Lambis chiragra.
A Lambis chiragra tem várias subespécies, pelo que se encontram conchas com variações apreciáveis, quer em tamanho, cor e padrão de decoração. Vive na areia do litoral do Indo-Pacífico, onde é comum.
Esta bonita concha pertence à subespécie Lambis chiragra arthritica e o seu tamanho normal oscila entre 11 e 19 cm.
Durante anos, possuí um espécime com os três dedos superiores partidos mas, em 2004, consegui este bonito exemplar, com 13,3 cm.
Já em 2003, tinha conseguido um outro exemplar, este da subespécie Lambis chiragra chiragra, com o impressionante tamanho de 22 cm, já que o tamanho médio oscila entre 8,5 e 33 cm:
A concha-aranha-comum (Lambis lambis) é também nativa do Indo-Pacífico, larga, pesada, com tamanho variável entre 9 e 27,5 cm. O meu exemplar tem 19 cm.
Como se vê, a abertura larga e ondulada tem seis dedos-extensão (ou espinhos), quase todos curvados para cima. O canal sifonal (em baixo) é simétrico ao espinho superior.
Os espinhos das conchas-aranha permitem-lhes rastejar na areia, à volta dos recifes, sem serem arrastadas pelas correntes marinhas. As fêmeas possuem espinhos mais longos do que os machos! Porque será?
Além disso, os jovens não têm espinhos!
Ainda da família STROMBIDAE, as tíbias (género Tibia) são em forma de fuso com um canal sifonal mais ou menos comprido. A mais espectacular é certamente a tíbia-fuso (Tibia fusus), pois tem o canal sifonal incrivelmente longo, tão longo quanto o resto da concha. O canal é suavemente curvado na ponta.
O meu exemplar é perfeito com 24,5 cm, bem acima da média que é 20 cm. Habita nas águas profundas do sudoeste do Pacífico e é relativamente rara.
A tíbia-delicada (Tibia delicatula), em baixo, embora mais discreta do que a anterior, é também muito bonita.
É uma concha não muito comum, uma vez que habita águas profundas.
Existem várias subespécies e acentuadas variações de cor, ocorrendo em toda a zona setentrional do Índico, desde o Golfo de Aden e a África Oriental até à Ilha de Samatra.
O meu exemplar tem 9,5 cm, encontrando-se espécimes de tamanhos que variam desde os 4,5 aos 11 cm.
Uma das espécies mais notáveis da família é a Cypraeacassis rufa, popularmente conhecida por elmo-boca-de-boi, ou boca-de-touro, uma concha grande e espetacular, muito utilizada antigamente para fazer medalhões e camafeus.
Habita perto dos recifes de coral do Indo-Pacífico tropical e tem um tamanho médio de 15 cm. O meu magnífico exemplar tem uns bons 16,5 cm.
Franclim Ferreira
Seja por suas formas bizarras, cores vivas, ou pela sua ornamentação variada, as conchas são verdadeiras esculturas naturais que sempre exerceram grande atração sobre o homem. O interessante é que na natureza, na maioria das vezes a beleza é funcional, ou seja, pode servir como atrativo sexual entre indivíduos da mesma espécie ou, no caso das flores, para atrair insetos que promovem a polinização. No caso das conchas, no entanto, essa beleza é gratuita, pois a maioria dos moluscos enxerga muito mal; uma grande parte vive em cavernas ou em profundidades onde a luz não chega. Alguns vivem enterrados e têm atividade apenas à noite, e outros ainda têm a concha completamente incrustada por outros organismos.
Então por que essas formas e cores?
A Ciência ainda não tem resposta para essa questão e o que nos resta é atribuir o fato a um simples capricho da natureza.
A concha é uma formação de carbonato de cálcio encerrado numa rede proteica secretada pelo molusco que funciona como um esqueleto protegendo o corpo mole do animal.
Zoologicamente os moluscos estão divididos em cinco classes principais:
Gastrópodes
É a maior classe, onde estão os moluscos que possuem conchas em espiral; são os conhecidos caramujos, caracóis, búzios e tantas outras denominações populares. As lesmas de jardim e as lesmas do mar (ambas sem concha) também se encaixam neste grupo.
Bivalves
Como o nome diz, compreendem as conchas que possuem duas valvas. São mariscos, ostras e tantas outras “conchinhas” que achamos freqüentemente nas praias.
Cefalópodes
Esses animais são geralmente desprovidos de conchas, salvo poucas exceções como o Nautilus e o Argonauta. Nesta classe estão os polvos, lulas e calamares.
Escafópodes
Todas as conchas desse grupo pouco conhecido têm a concha em forma de dente de elefante Poliplacóforos: esse grupo é bem menos conhecido. Esses moluscos possuem um conjunto de oito placas que cobrem o animal e podem se enrolar como um “tatu-bolinha”.
O conhecido “Bernardo-eremita” ou “maloqueiro”, uma espécie de caranguejo que vive dentro de caramujos, não fabrica a concha, ele simplesmente a utiliza para proteger a parte mole do animal.
Encontramos as conchas em todos os ambientes: nas florestas, rios, lagos, mares ou até nos jardins de nossas casas. São cerca de 80.000 espécies com enormes variações. Existem conchas com menos de um milímetro de comprimento e outras que chegam a mais de um metro como as Tridacnas do Oceano Pacífico, que podem pesar 250 quilos. Essas gigantescas conchas representam um perigo para os caçadores de pérolas, pois ficam camufladas no fundo do mar com suas valvas semi-abertas filtrando seu alimento e, se uma perna ou braço toca acidentalmente no animal, ela se fecha rapidamente prendendo de forma fatal o mergulhador. Hoje é comumente encontrada servindo de pia batismal em igrejas. Esse é um dos muitos exemplos em que observamos a concha presente na vida do Homem.
Desde a pré-história, já temos registros da utilização das conchas como ferramentas, armas e adornos. Até hoje os homens do Sudão cobrem-se de búzios em cerimônias especiais e na nossa sociedade a pérola é muito valorizada como enfeite. A pérola nada mais é que um corpo estranho que se aloja dentro de algumas espécies de bivalves que vão secretando uma substância chamada nácar, que acaba por envolver completamente a partícula formando assim essa verdadeira jóia.
Mais tarde, o molusco e sua concha começaram a ser usados para produção de remédios, rações e tinturas. A púrpura, tintura avermelhada extraída de molusco de mesmo nome, foi muito importante nas relações comerciais da Europa da Idade Média. Mais tarde foi substituída por tinturas convencionais.
Na religião, a concha também está sempre presente, muitas vezes ligada ao símbolo de virilidade e longevidade, ou no caso da Índia e das Ilhas Fiji, acredita-se que seus respectivos deuses vivam dentro de determinadas espécies de caramujos considerados sagrados. Na religião católica a concha aparece, por exemplo, na passagem bíblica do batismo de Jesus.
A presença das conchas nas artes é enorme. Na Arquitetura, ela aparece estilizada de forma constante por grandes mestres e colecionadores como Gaudí e Frank Lloyd Wright. A Escultura barroca européia é cheia desses elementos, vide obra de Pierre Puget no século XVII. Botticelli, Del Zucchi, Van Der Ast e Rembrandt são exemplos de grandes pintores e amantes do assunto que retrataram as conchas em suas telas. Na Literatura, o fantástico mecanismo hidráulico da concha do Nautilus, em que o molusco injeta ou retira gases de um labirinto de câmaras, fazendo o animal subir ou descer a profundidades de mil metros nos oceanos, foi inspiração para o submarino de mesmo nome em “Vinte mil léguas submarinas” de Julio Verne. O Nautilus também foi o nome do primeiro submarino nuclear lançado ao mar em 1954 pelos Estados Unidos. Aliás, diz-se que Albert Einstein, depois de estudar uma concha de Nautilus, teve algumas noites de insônia, porque a espiral logarítmica que rege o crescimento da concha é a mesma que Descartes demonstrou em 1638, dizendo ter encontrado o modelo de crescimento contínuo sem modificação de estrutura.
Na África oriental, pequenos búzios eram usados como moedas (com vinte mil conchas um homem comprava uma bela esposa!) e esse procedimento foi muito usado em diferentes regiões e épocas. A partir daí, a concha passou a ser símbolo também de opulência e riqueza e até hoje aparecem cunhadas em faces de muitas moedas e selos.
Em relação à alimentação, mariscos, ostras, vôngoles, vieiras, scargots e outros foram sempre muito apreciados. Até os primeiros habitantes do território brasileiro utilizaram o molusco como principal fonte de alimento, antes mesmo da prática da caça. Temos hoje esses dados graças á arqueologia e a paleontologia modernas que, por sinal, se baseiam largamente nas conchas para seus estudos, pois esses animais são de fácil fossilização e datação.
O colecionismo e o amadorismo são atividades também muito antigas na vida do homem e que apresentam sempre histórias curiosas. Conta-se, por exemplo, que no Mar da China encontrava-se uma das conchas mais raras do mundo da época, o Epitonium scalare. Alguns ávidos chineses produziram réplicas perfeitas dessa concha com massa de arroz e venderam essas peças falsas para colecionadores da Europa. Hoje, com o advento do mergulho, foram achados milhares de exemplares tornando-a assim uma concha comum. Em compensação as réplicas de massa de arroz são consideradas verdadeiras obras de arte e valem uma fortuna!
No Japão, o colecionismo é cada vez mais freqüente, pois tornou-se símbolo de status entre executivos do país, já que tradicionalmente era uma atividade exercida por todos os imperadores. Através principalmente das doações, as maiores coleções do mundo estão hoje nos museus espalhados pelo globo. No Brasil, a principal pertence ao Museu Oceanográfico de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, mas existem também grandes coleções particulares. Talvez por tudo isso, ou simplesmente por serem belas, existam cada vez mais amadores interessados em colecionar e entender esse mundo fascinante.
Eduardo Schirrmeister
Nome que se dá ao invólucro calcário ou córneo de certos animais, cuja face interna é revestida de madrepérola, especialmente os moluscos. Estes vivem no mar, em água doce ou em terra.
Artesãos usam a madrepérola das conchas de haliotes e de ostras para enfeitar objetos, jóias e instrumentos musicais. Artistas esculpem desenhos em relevo em muitas espécies de conchas para fazer broches e medalhões.
Os cientistas podem expor conchas aos raios atômicos para estudar os efeitos da radiação. Na prospecção de petróleo, os técnicos procuram certas espécies de conchas fósseis nos campos e desertos. Essas conchas mostram se a área foi, por exemplo, o leito de um oceano. Em muitos desses antigos leitos oceânicos formaram-se grandes depósitos de petróleo.
Nos tempos pré-históricos, conchas de cauri e conchas-dentes eram usadas como dinheiro. Os índios da América do Norte e da América do Sul também usavam conchas como moeda.
Concha viva da espécie Oliva sayana
COMO SE FORMAM AS CONCHAS
Existem cerca de 100 mil tipos de conchas de moluscos. Cada qual tem sua própria forma e desenho, mas todas se desenvolvem da mesma maneira. A maioria das conchas tem três camadas. Cada uma delas recebe um nome: a externa é chamada prismática; a média é a lamelar e a interna recebe o nome de camada do nácar. Todas as camadas contêm carbonato de cálcio. Na maioria das conchas, os sais minerais dessas camadas dotam a concha de um revestimento duro. Na camada externa, o sal mineral pode encontrar-se em pequenas partículas chamadas primas. Na camada interna, o sal mineral aparece muitas vezes como uma substância lisa e lustrosa, denominada nácar ou madrepérola.
O alimento que o molusco ingere fornece-lhe os minerais que formam a concha. A corrente sangüínea do animal transporta os minerais até o manto, uma modificação do tegumento da superfície dorsal, que secreta a concha. Glândulas especiais do manto produzem, em forma líquida, as substâncias que constituem a concha. Outras glândulas de manto acrescentam um material endurecedor, de modo que o líquido rapidamente adquire consistência e resistência. Outras glândulas produzem as substâncias que dão cor à concha.
A maioria dos moluscos acrescenta material às suas conchas durante toda a vida. À medida que o animal cresce, a concha vai crescendo com ele. As amêijoas e os caracóis começam a produzir suas conchas antes mesmo da eclosão do ovo. Ao saírem desse, seu corpo aumenta de tamanho rapidamente. Um caracol do mar, que mede apenas 3 mm ao sair do ovo, pode alcançar 13 a 15 cm em seis meses. A maioria das ostras e caracóis cresce durante cerca de seis anos.
CONCHAS DE MOLUSCOS
As conchas dos moluscos podem ser divididas em cinco grupos principais.
Univalves
A palavra univalve significa uma concha. A maioria dos caracóis tem uma concha em forma de tubo enrolado sobre si mesmo. As conchas dos univalves têm uma abertura em uma das extremidades. A maioria delas apresenta na abertura uma parte dura em forma de tampa, chamada opérculo. O animal pode puxar o opérculo para fechar a entrada da concha, a fim de livrar-se de predadores.
Os cientistas identificaram mais de 60 mil espécies de conchas univalves. A maior é a fasciolária da Flórida, que alcança cerca de 60 cm de comprimento. Dos caracóis terrestres, o maior é o caracol gigante da África, cuja concha tem cerca de 20 cm de comprimento.
Bivalves
são as conchas que têm duas partes acopladas. Essas partes se movem sobre juntas que parecem pequenos dentes, as charneiras. As bivalves mantêm as valvas (as duas partes da concha) abertas quando estão em repouso e sem nada que as perturbe. Uma larga faixa de tecido elástico prende as valvas nessa extremidade (charneira), funcionando como um dispositivo para manter as valvas separadas. Se um predador se aproxima, um forte músculo adutor fecha de um golpe as valvas e as mantém cerradas. Se o músculo se cansa e se afrouxa, as valvas tornam a abrir-se.
Existem cerca de 11 mil espé-cies de bivalves. Às vezes, há uma pérola nessas conchas de rio, mas as pérolas realmente valiosas vêm da ostra perlífera (que produz ou contém pérolas) do mar. O maior bivalve conhecido é a Tridacna do Pacífico sul, que pode alcançar 1,20 m de comprimento.
Bivalve – Possui duas partes acopladas. Ela normalmente fica aberta e se fecha quando está em perigo. Existem cerca de 11 mil espécies e algumas delas podem conter pérolas, mas as valiosas vêm da ostra perlífera.
Conchas-Dentes
têm o aspecto de uma longa agulha ou de uma presa de elefante, em miniatura. As conchas são tubos ocos ligeiramente encurvados, mais finos em uma das extremidades. Ambas as extremidades são abertas.
Os cientistas identificaram cerca de 500 espécie de conchas-dentes. Seu comprimento varia de 1,3 cm a 13 cm.
Concha-Dente – Concha que se parece com uma longa agulha ou com uma presa de elefante
(em miniatura). É um tubo oco, ligeiramente encurvado, cujas extremidades são abertas. Existem cerca de 500 espécies.
Polvos e Lulas
Nesse grupo de animais, as sibas ou sépias e as lulas têm a concha dentro do corpo. A da siba é um osso gredoso, que, embora leve e esponjoso, serve de sólido suporte ao corpo do animal. A lula tem uma concha com cerca de 2,5 cm de comprimento, sob a pele, na parte posterior do corpo. Quando enrolada, parece um chifre de carneiro. Nos países tropicais, muitas vezes o mar lança esses animais à praia. Os polvos são moluscos sem concha.
Lula – É um animal que possui a concha no interior do corpo, como as sibas ou sépias. Nas sibas, essa concha funciona como um suporte para o corpo do animal. Nas lulas, a concha possui cerca de 2,5 cm.
Quítons ou Quitões
A concha do quíton compõe-se de oito peças móveis, separadas, chamadas placas, que uma faixa coriácea mantém juntas. A faixa funciona como uma série de dobradiças entre as placas, o que permite ao animal dobrar-se e mover-se de um lado para outro facilmente. As conchas de quíton às vezes são chamadas cota-de-malha por se parecerem com minúsculas armaduras. Os quítons fixam-se às rochas no mar. Alguns têm menos de 2,5 cm de comprimento.
São milhares de espécies de formatos bizarros e cores brilhantes que fazem a alegria dos colecionadores. Conheça a imensa variedade desses “esqueletos” de moluscos
Quando criança, Marcus Coltro fazia como todo mundo: juntava conchinhas encontradas na areia da praia e guardava as mais bonitas. Aos 12 anos, inscreveu-se, a conselho da mãe, em um curso de Conquiliologia (palavra esquisita que se refere ao estudo das conchas) no Museu do Mar, em Santos, no litoral paulista. Começou aí uma paixão que o levou a comprar livros e a levar a sério uma coleção que foi crescendo também pela troca com outros colecionadores do mundo. Vários se tornaram meus amigos até hoje, conta o empresário de 43 anos, um dos mais ativos associados da Conquiliologistas do Brasil, entidade fundada em 1989 com o objetivo de pesquisar conchas e reunir estudiosos e colecionadores do País.
Tridacna squamosa, as conchas desta família são grandes e costuma ser protegidas por leis ambientais.
Em alguns lugares, como as ilhas Cook, existem criações para reintrodução na natureza
Cada concha vem de um lugar, de uma viagem, de situações diferentes, conta o colecionador, que guarda minuciosamente dados como nome das espécies, local de coleta, habitat dos moluscos protegidos nessas armações de carbonato de cálcio. As conchas são como esqueletos externos desses animais e os dados são uma fonte vital para a ciência, acrescenta. Graças aos colecionadores, milhares de novas espécies foram descobertas, estudadas e descritas nos últimos anos só no Brasil, foram centenas.
No mundo, existem aproximadamente 15 mil espécies diferentes de conchas; no Brasil, foram identificadas 1.500 espécies. Elas existem em todos os ambientes rios, lagos, mares e até em terra, como as lesmas e caracóis de jardim e os escargots, tão apreciados pela culinária francesa. Alguns são uma praga, como o caramujo do gênero Biomphalaria, hospedeiro do verme Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose.
Em meio a tanta variedade, há conchas em espiral, bivalves e nas mais diferentes formas; e de todos os tamanhos com menos de 1 milímetro a mais de 1 metro, como as Tridacnas, do Oceano Pacífico, que podem pesar 250 quilos. No Brasil, temos a Strombus goliath, de mais de 30 centímetros e pesando cerca de 2 quilos, conta Marcus. Elas são encontradas em águas rasas, mas geralmente nossas conchas são de profundidade.
Nesta e nas próximas páginas, você verá algumas das espécies mais bonitas do Brasil e do mundo. Depois de apreciá-las, poderá entender o entusiasmo dos colecionadores. Em tempo: catar conchinhas na praia não afeta o ambiente, isto é, quando elas não abrigam mais o animal em seu interior.
Túmulos de conchas
Até hoje, as centenas de pequenas elevações ao longo da costa, formadas por milhares de carapaças abertas de moluscos, fragmentos de ossos de animais, restos de artefatos de pedra e vestígios de fogueira, intrigam os pesquisadores.
São os sambaquis, palavra de origem indígena que significa depósito de conchas, confundidas no passado com lixeiras pré-históricas. Hoje, sabe-se que são vestígios dos povos primitivos que habitaram o litoral entre 2 mil e 10 mil anos atrás. Seus membros enterravam os mortos e os cobriam com uma grossa camada de conchas, talvez um sinal de sua principal fonte de alimentação.
Mas, como não se sabe muita coisa sobre esses povos, pode ser que os caramujos tenham sido coletados apenas para a construção desses montes funerários.
Pelo menos um crânio, estimado em 9 mil anos, foi encontrado em um desses sítios arqueológicos, denominado Capelinha I, na bacia do rio Jacupiranga, em São Paulo. No Vale do Ribeira existe uma grande quantidade de sambaquis fluviais (foto ao lado), de dimensões mais modestas que os da beira-mar, e localizados numa área de transição com o planalto.
Acredita-se que eles sejam mais antigos que os da costa, um sinal de que há cerca de 10 mil anos a planície litorânea era maior e o mar estava alguns quilômetros mais longe do que se encontra hoje. Daquela época para cá, a maré vem subindo e é possível que os sambaquis costeiros mais antigos tenham sido submersos pelo oceano.
Atualmente, os maiores sambaquis encontram-se em Santa Catarina e alguns chegam a ter mais de 30 metros de altura.
As nossas conchas
Moluscos podem ser encontrados em qualquer ambiente dos vulcões submarinos às regiões polares. Alguns vivem presos em diversos locais, como as pedras, outros caminham ou nadam livremente e há ainda os que vivem enterrados. Mas dão preferência ao clima tropical. Por isso, eles são encontrados em quantidades maiores no Caribe ou nos corais dos oceanos Pacífico e Índico.
E, como tudo que se refere à biodiversidade, também na quantidade de espécies de moluscos o Brasil se destaca e, conseqüentemente, na variedade de conchas. Mas não é fácil encontrá-las nas praias porque algumas vivem em grande profundidade. As mais bonitas são obtidas nas redes de pesca ou mergulhando
De que são feitas as conchas?
As conchas, que servem de proteção para vários animais, principalmente os moluscos, são estruturas complexas formadas basicamente de carbonato de cálcio (CaCO3). Nos moluscos existem três substâncias que compõem a concha: a camada externa é formada por uma substância chamada de conchiolina, uma camada intermediária de calcita e uma camada de carbonato de cálcio.
O sangue dos moluscos é rico em uma forma líquida de cálcio. O cálcio é retirado não só da sua alimentação mas também absorvido diretamente da água do mar pela pele do animal. O órgão que forma a concha é chamado de manto, um tecido delgado que fica em contato direto com a parte interna da concha.
O manto concentra o cálcio em áreas onde pode ser separado do sangue, formando cristais de carbonato de cálcio que secretados junto a uma matriz orgânica vão formando lentamente a concha.
A concha é um órgão rígido, muitas vezes externo, característico dos moluscos. A morfologia da concha é uma das características usadas para classificar estes animais:
– Os bivalves, como o nome indica, têm uma concha formada por duas peças;
– Os gastrópodes, como os caracóis, têm geralmente uma concha assimétrica, muitas vezes enrolada em espiral; mas as lesmas podem ter um rudimento de concha interior;
– Os cefalópodes, como o choco, têm uma concha interna, mas o náutilo possui uma concha exterior.
As conchas são formadas por nácar, uma mistura orgânica de camadas de conchiolina (uma escleroproteína), seguida de uma capa intermédia de calcite ou aragonite, e por último uma camada de carbonato de cálcio (CaCO3) cristalizado.
O nácar é secretado por células ectodérmicas do manto de certas espécies de moluscos. O sangue dos moluscos é rico em uma forma líquida de cálcio, que se concentra fora do fluxo sanguíneo e se cristaliza como carbonato de cálcio.
Os cristais individuais de cada camada diferem na sua forma e orientação. O nácar deposita-se de forma contínua na superfície interna da concha do animal (a capa nacarada iridescente, também conhecida como madrepérola). Estes processos proporcionam ao molusco um meio para alisar a própria concha e mecanismos de defesa contra organismos parasitas e dejetos prejudiciais.
Quando um molusco é invadido por um parasita ou é incomodado por um objeto estranho que o animal não pode expulsar, entra em ação um processo conhecido como enquistação, pelo meio do qual a entidade ofensiva é envolta, de forma progressiva, por camadas concêntricas de nácar. Com o tempo formam-se pérolas. A enquistação mantém-se até que o molusco morra.
As conchas são muito duradouras: duram mais tempo que os animais de corpo mole que as produzem. Em lugares onde se acumulam grandes quantidades de conchas formam-se sedimentos que podem converter-se, por compressão, em calcário.
Fonte:super.abril.uol.com.br/naturdata.com/paginas.fe.up.pt/www.conchasbrasil.org.br/www.klickeducacao.com.br/www.horizontegeografico.com.br www.vocesabia.net
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