Machado de Assis Musa dos olhos verdes, musa alada, Ó divina esperança, Consolo do ancião no extremo alento, E sonho da criança; Tu que junto do berço o infante cinges C’os fúlgidos cabelos; Tu que transformas em dourados sonhos Sombrios pesadelos; Tu que fazes pulsar o seio às virgens; Tu …
Obras Literárias
abril, 2017
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17 abril
Musa Consolatrix
Machado de Assis Que a mão do tempo e o hálito dos homens Murchem a flor das ilusões da vida, Musa consoladora, É no teu seio amigo e sossegado Que o poeta respira o suave sono. Não há, não há contigo, Nem dor aguda, nem sombrios ermos; Da tua voz …
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17 abril
Missa do Galo
Machado de Assis Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu …
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17 abril
Menina e Moça
Machado de Assis A Ernesto Cybrão Está naquela idade inquieta e duvidosa, Que não é dia claro e é já o alvorecer; Entreaberto botão, entrefechada rosa, Um pouco de menina e um pouco de mulher. Às vezes recatada, outras estouvadinha, Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor; Tem …
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17 abril
Manhã de Inverno
Machado de Assis Coroada de névoas, surge a aurora Por detrás das montanhas do oriente; Vê-se um resto de sono e de preguiça, Nos olhos da fantástica indolente. Névoas enchem de um lado e de outro os morros Tristes como sinceras sepulturas, Essas que têm por simples ornamento Puras capelas, …
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17 abril
Luz Entre Sombras
Machado de Assis É noite medonha e escura, Muda como o passamento Uma só no firmamento Trêmula estrela fulgura. Fala aos ecos da espessura A chorosa harpa do vento, E num canto sonolento Entre as árvores murmura. Noite que assombra a memória, Noite que os medos convida, Erma, triste, merencória. …
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17 abril
Lua Nova
Machado de Assis Mãe dos frutos, Jaci, no alto espaço Ei-la assoma serena e indecisa: Sopro é dela esta lânguida brisa Que sussurra na terra e no mar. Não se mira nas águas do rio, Nem as ervas do campo branqueia; Vaga e incerta ela vem, como a idéia Que …
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17 abril
Livros e Flores
Machado de Assis Teus olhos são meus livros. Que livro há aí melhor, Em que melhor se leia A página do amor. Flores me são teus lábios. Onde há mais bela flor, Em que melhor se beba O bálsamo do amor?
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17 abril
Tortura – Valentim Magalhães
Valentim Magalhães A Adelino Fontoura. Ante a mesquita d’áureos minaretes Açoitam dois telingas a traidora; As vergastas, sutis como floretes, Sibilam sobre a carne tentadora. À vibração das varas, estremecem Seus níveos membros firmes, delicados, E, nos espamos do sofrer, parecem Das contorsões do gozo eletrizados. Geme aos golpes, que …
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17 abril
A Idéia Nova
Valentim Magalhães A Barros Cassal. Abisma o teu olhar no azul do firmamento; Devassa o velho Olimpo e o velho céu cristão: À serena altivez do seu deslumbramento A indagadora vista elevarás em vão! Está deserto o céu! No grande isolamento Palpita, ensangüentado, o sol – um coração. Mas os …
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