Obras Literárias

maio, 2017

  • 25 maio

    A Bomba Atômica – Vinícius de Moraes

    (Vinícius de Moraes) I e = mc2 EINSTEIN Deusa, visão dos céus que me domina . . . tu que és mulher e nada mais! (“Deusa”, valsa carioca) Dos céus descendo Meu Deus eu vejo De pára-quedas? Uma coisa branca Como uma forma De estatuária Talvez a forma Do homem …

  • 25 maio

    Poema para Todas as Mulheres

    Vinícius de Moraes No teu branco seio eu choro. Minhas lágrimas descem pelo teu ventre E se embebedam do perfume do teu sexo. Mulher, que máquinas és, que só me tens desesperado Confuso, criança para te conter! Oh, não feches os teus braços sobre a minha tristeza, não! Ah, não …

  • 25 maio

    Poema Enjoadinho

    Vinícius de Moraes Filhos . . . Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-lo? Se não os temos Que de consulta Quanto silêncio Como os queremos! Banho de mar Diz que é um porrete . . . Cônjuge voa Transpõe o espaço Engole água Fica salgada …

  • 25 maio

    Poema dos Olhos da Amada

    Vinícius de Moraes Ó minha amada Que olhos os teus São cais noturnos Cheios de adeus São docas mansas Trilhando luzes Que brilham longe Longe dos breus… Ó minha amada Que olhos os teus Quanto mistério Nos olhos teus Quantos saveiros Quantos navios Quantos naufrágios Nos olhos teus… Ó minha …

  • 25 maio

    Poema de Natal

    Vinícius de Moraes Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados, Para chorar e fazer chorar, Para enterrar os nossos mortos – Por isso temos braços longos para os adeuses, Mãos para colher o que foi dado, Dedos para cavar a terra. Assim será a nossa vida; Uma tarde …

  • 25 maio

    Poema de Auteil

    Vinícius de Moraes A coisa não é bem essa. Não há nenhuma razão no mundo (ou talvez só tu, Tristeza!) Para eu estar andando nesse meio-dia por essa rua estrangeira com o nome de um pintor estrangeiro. Eu devia estar andando numa rua chamada Travessa Di Cavalcanti No Alto da …

  • 25 maio

    Morte de Madrugada

    Vinícius de Moraes Muerto cayó Federico ANTONIO MACHADO UMA CERTA madrugada Eu por um caminho andava Não sei bem se estava bêbedo Ou se tinha a morte n’alma Não sei também se o caminho Me perdia ou encaminhava Só sei que a sede queimava-me A boca desidratada. Era uma terra …

  • 24 maio

    Pescador

    Pescador – Vinícius de Moraes Pescador, onde vais pescar esta noitada: Nas Pedras Brancas ou na ponte da praia do Barão? Está tão perto que eu não te vejo pescador, apenas Ouço a água ponteando no peito da tua canoa… Vai em silêncio, pescador, para não chamar as almas Se …

  • 24 maio

    Pêra

    Vinícius de Moraes Como de cera E por acaso Fria no vaso A entardecer A pêra é um pomo Em holocausto À vida, como Um seio exausto Entre bananas Supervenientes E maças lhanas Rubras, contentes A pobre pêra: Quem manda ser a? Los Angeles, 1947 Fonte: www.4shared.com

  • 24 maio

    Pátria minha

    Vinícius de Moraes A minha pátria é como se não fosse, é íntima Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo É minha pátria. Por isso, no exílio Assistindo dormir meu filho Choro de saudades de minha pátria. Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi: Não sei. …