Obras Literárias

março, 2017

  • 1 março

    A fermosura desta fresca serra

    Luís Vaz de Camões A fermosura desta fresca serra E a sombra dos verdes castanheiros, O manso caminhar destes ribeiros, Donde toda a tristeza se desterra; O rouco som do mar, a estranha terra, O esconder do sol pelos outeiros, O recolher dos gados derradeiros, Das nuvens pelo ar a …

  • 1 março

    Schiller

    I Tíbio o sol entre as nuvens do ocidente, Já lá se inclina ao mar. Grave e solene Vai a hora da tarde! O oeste passa Mudo nos troncos da alameda antiga, ue à voz da Primavera os gomos brota: O oeste passa mudo, e cruza o átrio Pontiagudo do …

  • 1 março

    O Soldado

    Alexandre Herculano I Veia tranquila e pura De meu paterno rio, Dos campos, que ele rega, Mansíssimo armentio. Rocio matutino, Prados tão deleitosos, Vales, que assombravam selvas De sinceirais frondosos, Terra da minha infância, Tecto de meus maiores, Meu breve jardinzinho, Minhas pendidas flores, Harmonioso e santo Sino do presbitério, …

  • 1 março

    O Castelo de Faria

    A breve distância da vila de Barcelos, nas faldas do Franqueira, alveja ao longe um convento de Franciscanos. Aprazível é o sítio, sombreado de velhas árvores. Sentem-se ali o murmurar das águas e a bafagem suave do vento, harmonia da natureza, que quebra o silêncio daquela solidão, a qual, para …

  • 1 março

    O Bobo

    Alexandre Herculano I Introdução A morte de Afonso VI, Rei de Leão e Castela, quase no fim da primeira década do século XII, deu origem a acontecimentos ainda mais graves do que os por ele previstos no momento em que ia trocar o brial de cavaleiro e o cetro de …

  • 1 março

    O Bispo Negro

    1 Houve tempo em que a velha catedral conimbricense, hoje abandonada de seus bispos, era formosa; houve tempo em que essas pedras, ora tisnadas pelos anos, eram ainda pálidas, como as margens areentas do Mondego. Então, o luar, batendo nos lanços dos seus muros, dava um reflexo de luz suavíssima, …

  • 1 março

    O Alcaide de Santarém

    I O Guadamelato é uma Ribeira que, descendo das solidões mais agras da Serra Morena, vem, através de um território montanhoso e selvático, desaguar no Guadalquivir, pela margem direita, pouco acima de Córdova. Houve tempo em que nestes desvios habitou uma densa população: foi nas eras do domínio sarraceno em …

  • 1 março

    Mocidade e Morte

    Solevantado o corpo, os olhos fitos, As magras mãos cruzadas sobre o peito, Vede-o, tão moço, velador de angústias, Pela alta noite em solitário leito. Por essas faces pálidas, cavadas, Olhai, em fio as lágrimas deslizam; E com o pulso, que apressado bate, Do coração os estos harmonizam. Ë que …

  • 1 março

    Eurico, O Presbítero

    Alexandre Herculano Prólogo do autor Para as almas, não sei se diga demasiadamente positivas, se de­masiadamente grosseiras, o celibato do sacerdócio não passa de uma condição, de uma fórmula social aplicada a certa classe de indi­víduos cuja existência ela modifica vantajosamente por um lado e desfavoravelmente por outro. A filosofia …

  • 1 março

    D. Pedro

    Pela encosta do Líbano, rugindo, O noto furioso Passou um dia, arremessando à terra O cedro mais frondoso; Assim te sacudiu da morte o sopro Do carro da vitória, Quando, ébrio de esperanças, tu sorrias, Filho caro da glória. Se, depois de procela em mar de escolhos, A combatida nave …