Obras Literárias

março, 2017

  • 3 março

    Memória de meu bem, cortado em flores (1860)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Memória de meu bem, cortado em flores por ordem de meus tristes e maus Fados, deixai-me descansar com meus cuidados nesta inquietação de meus amores. Basta-me o mal presente, e os temores dos sucessos que espero infortunados, sem que venham, de novo, bens passados …

  • 3 março

    Lindo e sutil trancado, que ficaste (1595)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Lindo e sutil trançado, que ficaste em penhor do remédio que mereço, se só contigo, vendo te, endoudeço, que fora cos cabelos que apertaste? Aquelas tranças d’ouro, que ligaste, que os raios do Sol têm em pouco preço, não sei se para engano do …

  • 3 março

    Lembranças saudosos, se cuidais (1595)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Lembranças saudosas, se cuidais de me acabar a vida neste estado, não vivo com meu mal tão enganado, que não espere dele muito mais. De muito longe já me costumais a viver de algum bem desesperado; já tenho co a Fortuna concertado de sofrer …

  • 3 março

    Lembranças que lembrais o meu bem passado (1685-1668)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Lembranças que lembrais meu bem passado para que sinta mais o mal presente, deixai-me (se quereis) viver contente, não me deixeis morrer em tal estado. Mas se também de tudo está ordenado viver (como se vê) tão descontente, venha (se vier) o bem por …

  • 3 março

    Julga-me a gente toda por perdido (1616)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Julga-me a gente toda por perdido, vendo-me, tão entregue a meu cuidado, andar sempre dos homens apartado, e dos tratos humanos esquecido. Mas eu, que tenho o mundo conhecido, e quase que sobre ele ando dobrado, tenho por baixo, rústico, enganado, quem não é …

  • 3 março

    Já não sinto, Senhora, os desenganou (1668)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Já não sinto, Senhora, os desenganas com que minha afeição sempre tratastes, nem ver o galardão que me negastes, merecido por fé, há tantos anos. A mágoa choro só, só choro os danos de ver por quem, Senhora, me trocastes; mas em tal caso …

  • 3 março

    Já a saudosa Aurora destoucava (1598)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Já não sinto, Senhora, os desenganas com que minha afeição sempre tratastes, nem ver o galardão que me negastes, merecido por fé, há tantos anos. A mágoa choro só, só choro os danos de ver por quem, Senhora, me trocastes; mas em tal caso …

  • 3 março

    Indo o triste pastor todo embebido (1668)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Indo o triste pastor todo embebido na sombra de seu doce pensamento, tais queixas espalhava ao leve vento cum brando suspirar da alma saído: —A quem me queixarei, cego, perdido, pois nas pedras não acho sentimento? Com quem falo? A quem digo meu tormento …

  • 3 março

    Ilustre o dino ramo dos Meneses (1598)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Ilustre o dino ramo dos Meneses, aos quais o prudente e largo Céu (que errar não sabe), em dote concedeu rompesse os maométicos arneses; desprezando a Fortuna e seus reveses, ide para onde o Fado vos moveu; erguei flamas no Mar alto Eritreu, e …

  • 3 março

    Grão tempo ha já que soube da Ventura (1595)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Grão tempo há já que soube da Ventura a vida que me tinha destinada; que a longa experiência da passada me dava claro indício da futura. Amor fero, cruel, Fortuna dura, bem tendes vossa força exprimentada: assolai, destruí, não fique nada; vingai vos desta …