Sonetos de Luís Vaz de Camões O dia em que eu nasci, moura e pereça, não o queira jamais o tempo dar, não torne mais ao mundo, e, se tornar, eclipse nesse passo o sol padeça. luz lhe falte, o sol se [lhe] escureça, mostre o mundo sinais de se …
Obras Literárias
março, 2017
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3 março
O culto divinal se celebrava (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões O culto divinal se celebrava no templo donde toda a criatura louva o Feitor divino, que a feitura com seu sagrado sangue restaurava. Ali Amor, que o tempo me aguardava onde a vontade tinha mais segura, nüa celeste e angélica figura a vista da …
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3 março
O Céu, a terra, o vento sossegado (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões O céu, a terra, o vento sossegado… As ondas, que se estendem pela areia… Os peixes, que no mar o sono enfreia… O nocturno silêncio repousado… O pescador Aónio, que, deitado onde co vento a água se meneia, chorando, o nome amado em vão …
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3 março
Num tão alto lugar, de tanto preço (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Num tão alto lugar, de tanto preço, este meu pensamento posto vejo, que desfalece nele inda o desejo, vendo quanto por mim o desmereço. Quando esta tal baixesa em mim conheço, acho que cuidar nele é grão despejo, e que morrer por ele me …
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3 março
Num jardim adornado de verdura (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Num jardim adornado de verdura, a que esmaltam por cima várias flores, entrou um dia a deusa dos amores, com a deusa da caça e da espessura. Diana tomou logo üa rosa pura, Vénus um roxo lírio, dos milhores; mas excediam muito às outras …
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3 março
Num bosque que dos Ninfas se habitava (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Num bosque que das Ninfas se habitava Sílvia, Ninfa linda, andava um dia; subida nüa árvore sombria, as amarelas flores apanhava. Cupido, que ali sempre costumava a vir passar a sesta à sombra fria, num ramo o arco e setas que trazia, antes que …
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3 março
No tempo que de Amor viver soía (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões No tempo que de Amor viver soía, nem sempre andava ao remo ferrolhado; antes agora livre, agora atado, em várias flamas variamente ardia. Que ardesse num só fogo, não queria O Céu, porque tivesse exprimentado que nem mudar as causas ao cuidado mudança na …
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3 março
Não passes, caminhante! Quem me chama (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Não passes, caminhante! Quem me chama ? —üa memória nova e nunca ouvida, de um que trocou finita e humana vida, por divina, infinita e clara fama. Quem é que tão gentil louvor derrama? —Quem derramar seu sangue não duvida por seguir a bandeira …
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3 março
Na metade do Céu subido ardia (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Na metade do Céu subido ardia o claro, almo Pastor, quando deixavam o verde pasto as cabras, e buscavam a frescura suave da água fria. Co a folha da árvore sombria, do raio ardente as aves s’emparavam; o módulo cantar, de que cessavam, só …
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3 março
Na desesperação já repousava (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Na desesperação já repousava o peito longamente magoado, e, com seu dano eterno concertado, já não temia, já não desejava; quando üa sombra vã me assegurava que algum bem me podia estar guardado em tão fermosa imagem que o treslado n’alma ficou, que nela …
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