Sonetos de Luís Vaz de Camões Passo por meus trabalhos tão isento de sentimento grande nem pequeno, que só pola vontade com que peno me fica Amor devendo mais tormento. Mas vai me Amor matando tanto a tento, temperando a triaga co veneno, que do penar a ordem desordeno, porque …
Obras Literárias
março, 2017
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3 março
Os vestidos Elisa revolvia (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Os vestidos Elisa revolvia que lh’Eneias deixara por memória: doces despojos da passada glória, doces, quando seu Fado o consentia. Entr’eles a fermosa espada via que instrumento foi da triste história; e, como quem de si tinha a vitória, falando só com ela, assi …
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3 março
Os reinos e os impérios poderosos (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Os reinos e os impérios poderosos que em grandeza no mundo mais cresceram, ou por valor de esforço floreceram ou por varões nas letras espantosos. Teve Grécia Temístocles famosos; os Cipiões a Roma engrandeceram; doze pares a França glória deram; Cides a Espanha, e …
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3 março
Ondados fios d’ouro reluzente (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Ondados fios d’ouro reluzente, que, agora da mão bela recolhidos, agora sobre as rosas estendidos, fazeis que sua beleza se acrecente; Olhos, que vos moveis tão docemente, em mil divinos raios entendidos, se de cá me levais alma e sentidos, que fora, se de …
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3 março
Olhos fermosos, em quem quis Natura (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Olhos fermosos, em quem quis Natura mostrar do seu poder altos sinais, se quiserdes saber quanto possais, vede-me a mim, que sou vossa feitura. Pintada em mim se vê vossa figura, no que eu padeço retratada estais; que, se eu passo tormentos desiguais, muito …
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3 março
Óh quão caro me custa o entender-te (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Oh! quão caro me custa o entender te, molesto Amor, que, só por alcançar te, de dor em dor me tens trazido a parte onde em ti ódio e ira se converte! Cuidei que para em tudo conhecer te, me não faltasse experiência e …
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3 março
Oh como se me alonga, de ano em ano
Sonetos de Luís Vaz de Camões Oh! como se me alonga, de ano em ano, a peregrinação cansada minha! Como se encurta, e como ao fim caminha este meu breve e vão discurso humano! Vai se gastando a idade e cresce o dano; perde se me um remédio, que inda …
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3 março
O tempo acaba o ano, o mês e a hora (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões O tempo acaba o ano, o mês e a hora, a força, a arte, a manha, a fortaleza; o tempo acaba a fama e a riqueza, o tempo o mesmo tempo de si chora. tempo busca e acaba o onde mora qualquer ingratidão, qualquer …
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3 março
O raio cristalino s’estendia (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões O raio cristalino s’estendia pelo mundo, da Aurora marchetada, quando Nise, pastora delicada, donde a vida deixava, se partia. Dos olhos, com que o Sol escurecia, levando a vista em lágrimas banhada, de si, do Fado e Tempo magoada, pondo os olhos no Céu, …
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3 março
O filho de Latona esclarecido (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões O filho de Latona esclarecido, que com seu raio alegra a humana gente, o hórrido Piton, brava serpente, matou, sendo das gentes tão temido. Feriu com arco, e de arco foi ferido, com ponta aguda d’ouro reluzente; nas tessálicas praias, docemente, pela Ninfa Peneia …
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