Sonetos de Luís Vaz de Camões Quando o Sol encoberto vai mostrando ao mundo a luz quieta e duvidosa, ao longo de üa praia deleitosa, vou na minha inimiga imaginando. Aqui a vi, os cabelos concertando; ali, co a mão na face tão fermosa; aqui, falando alegre, ali cuidosa; agora …
Obras Literárias
março, 2017
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3 março
Quando cuido no tempo que, contente (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Quando cuido no tempo que, contente, vi as pérolas, neve, rosa e ouro, como quem vê por sonhos um tesouro, parece tenho tudo aqui presente. Mas tanto que se passa este acidente, e vejo o quão distante de vós mouro, temo quanto imagino por …
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3 março
Quando a suprema dor muito me aperta (1685-1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Quando a suprema dor muito me aperta, se digo que desejo esquecimento, é força que se faz ao pensamento, de que a vontade livre desconserta. Assi, de erro tão grave me desperta a luz do bem regido entendimento, que mostra ser engano ou fingimento …
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3 março
Pues lágrimas tratáis, mis ojos tristes (1685-1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Pues lágrimas tratáis, mis ojos tristes, y en lágrimas pasáis la noche y día, mirad si es llanto este que os envia aquella por quien vos tantas vertistes Sentid, mis ojos, bien esta que vistes, y si ella lo es, oh gran ventura mia! …
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3 março
Presença bela, angélica figura (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Presença bela, angélica figura, em quem, quanto o Céu tinha, nos tem dado; gesto alegre, de rosas semeado, entre as quais se está rindo a Fermosura; olhos, onde tem feito tal mistura em cristal branco o preto marchetado, que vemos já no verde delicado …
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3 março
Por sua Ninfa, Céfalo deixava (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Por sua Ninfa, Céfalo deixava Aurora, que por ele se perdia, posto que dá princípio ao claro dia, posto que as roxas flores imitava. Ele, que a bela Prócris tanto amava que só por ela tudo enjeitaria, deseja de atentar se lhe acharia tão …
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3 março
Por cima destas águas, forte e firme (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Por cima destas águas, forte e firme, irei por onde as sortes ordenaram, pois, por cima de quantas me choraram aqueles claros olhos, pude vir me. Já chegado era o fim de despedir me, já mil impedimentos se acabaram, quando rios de amor se …
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3 março
Pois meus olhos não cansam de chorar (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Pois meus olhos não cansam de chorar tristezas, que não cansam de cansar me; pois não abranda o fogo em que abrasar me pôde quem eu jamais pude abrandar; não canse o cego Amor de me guiar a parte donde não saiba tornar me; …
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3 março
Pensamentos, que agora novamente (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Pensamentos, que agora novamente cuidados vãos em mim ressuscitais, dizei me: ainda não vos contentais de terdes, quem vos tem, tão descontente? Que fantasia é esta, que presente cad’hora ante meus olhos me mostrais? Com sonhos e com sombras atentais quem nem por sonhos …
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3 março
Pelos extremos raros que mostrou (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Pelos extremos raros que mostrou em saber, Palas, Vénus em fermosa, Diana em casta, Juno em animosa, África, Europa e Asia as adorou. Aquele saber grande que ajuntou esprito e corpo em liga generosa, esta mundana máquina lustrosa, de só quatro Elementos fabricou. Mas …
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