Sonetos de Luís Vaz de Camões Senhor João Lopes, o meu baixo estado ontem vi posto em grau tão excelente, que vós, que sois enveja a toda a gente, só por mim vos quiséreis ver trocado. Vi o gesto suave e delicado que já vos fez, contente e descontente, lançar …
Obras Literárias
março, 2017
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6 março
Sempre, cruel Senhora, receei (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Sempre, cruel Senhora, receei, medindo vossa grã desconfiança, que desse em desamor vossa tardança, e que me perdesse eu, pois vos amei. Perca-se, enfim, já tudo o que esperei, pois noutro amor já tendes esperança. Tão patente será vossa mudança, quanto eu encobri sempre …
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6 março
Seguia aquele fogo, que o guiava (1616)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Seguia aquele fogo, que o guiava, Leandro, contra o mar e contra o vento; as forças lhe faltavam já e o alento, Amor lhas refazia e renovava. Despois que viu que a alma lhe faltava, não esmorece; mas, no pensamento, (que a língua já …
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6 março
Se, despois d’esperança tão perdida (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões [À morte de D. António de Noronha] Em flor vos arrancou, de então crecida (Ah! senhor dom António!), a dura sorte, donde fazendo andava o braço forte a fama dos Antigos esquecida. üa só razão tenho conhecida com que tamanha mágoa se conforte: que, …
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6 março
Se tomar minha pena em penitência (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Se tomar minha pena em penitência do erro em que caiu o pensamento, não abranda, mas dobra meu tormento, a isto, e a mais, obriga a paciência. E se üa cor de morto na aparência, um espalhar suspiros vãos ao vento, em vós não …
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6 março
Se de vosso fermoso e lindo gesto (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Se de vosso fermoso e lindo gesto nasceram lindas flores para os olhos, que para o peito são duros abrolhos, em mim se vê mui claro e manifesto: 52 pois vossa fermosura e vulto honesto em os ver, de boninas vi mil molhos; mas …
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6 março
Se algüa hora em vos a piedade (1595)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Se algü’hora em vós a piedade de tão longo tormento se sentira, não consentira Amor que me partira de vossos olhos, minha saüdade. Apartei me de vós, mas a vontade, que pelo natural n’alma vos tira, me faz crer que esta ausência é de …
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6 março
Se a Fortuna inquieta e mal olhada (166
Sonetos de Luís Vaz de Camões Se a Fortuna inquieta e mal olhada, que a justa lei do Céu consigo infama, a vida quieta, que ela mais desama, me concedera, honesta e repousada; pudera ser que a Musa, alevantada com luz de mais ardente e viva flama. fizera ao Tejo …
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6 março
Quem vos levou de mim, saudoso estado (1668)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Quem vos levou de mim, saudoso estado, que tanta sem-razão comigo usastes? Quem foi, por quem tão presto me negastes, esquecido de todo o bem passado? Trocastes-me um descanso em um cuidado tão duro, tão cruel, qual m’ordenastes; a fé, que tínheis dado, me …
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6 março
Quem quiser ver d’amor üa excelência (1598)
Sonetos de Luís Vaz de Camões Quem quiser ver d’Amor üa excelência onde sua fineza mais se apura, atente onde me põe minha ventura, por ter de minha fé experiência. Onde lembranças mata a longa ausência, em temeroso mar, em guerra dura, ali a saudade está segura, quando mor risco …
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