Obras Literárias

março, 2017

  • 7 março

    Vôs outros, que buscais repouso certo (1616)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Vós outros, que buscais repouso certo na vida, com diversos exercícios; a quem, vendo do mundo os benefícios, o regimento seu está encoberto; dedicai, se quereis, ao desconcerto novas hontas e cegos sacrifícios; que, por castigo igual de antigos vícios, quer Deus que andem …

  • 7 março

    Verdade, Amor, Razão, Merecimento (1598)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Verdade, Amor, Razão, Merecimento, qualquer alma farão segura e forte; porém, Fortuna, Caso, Tempo e Sorte, têm do confuso mundo o regimento. Efeitos mil revolve o pensamento e nao sa ~e a que causa se reporte; mas sabe que o que é mais que …

  • 7 março

    Tomava Daliana por vingança (1595)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Tomava Daliana por vingança da culpa do pastor que tanto amava, casar com Gil vaqueiro; e em si vingava o erro alheio e pérfida esquivança. A discrição segura, a confiança, as rosas que seu rosto debuxava, o descontentamento lhas secava, que tudo muda üa …

  • 7 março

    Todo o animal da calma repousava (1595)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Todo o animal da calma repousava, só Liso o ardor dela não sentia; que o repouso do fogo em que ardia consistia na Ninfa que buscava. Os montes parecia que abalava o triste som das mágoas que dezia; mas nada o duro peito comovia, …

  • 7 março

    Tempo é já que minha confiança (1595)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Tempo é já que minha confiança se desça de üa falsa opinião; mas Amor não se rege por razão; não posso perder, logo, a esperança. A vida, si; que üa áspera mudança não deixa viver tanto um coração. E eu na morte tenho a …

  • 7 março

    Tal mostra dá de si vossa figura (1616)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Tal mostra dá de si vossa figura, Sibela, clara luz da redondeza, que as forças e o poder da natureza com sua claridade mais apura. Quem viu üa confiança tão segura, tão singular esmalte da beleza, que não padeça mais, se ter defesa contra …

  • 7 março

    Sustenta meu viver ua esperança (1668)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Sustenta meu viver üa esperança derivada de um bem tão desejado que, quando nela estou mais confiado, mor dúvida me põe qualquer mudança. E quando inda este bem na mor pujança de seus gostos me tem mais enlevado, me atormenta então ver eu que, …

  • 6 março

    Suspiros inflamados, que cantais (1598)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Suspiros inflamados, que cantais a tristeza com que eu vivi tão ledo! Eu mouro e não vos levo, porque hei medo que ao passar do Lete vos percais. Escritos para sempre já ficais onde vos mostrarão todos co dedo como exemplo de males; que …

  • 6 março

    Sentindo-se tomada a bela esposa (1616)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Sentindo se tomada a bela esposa de Céfalo, no crime consentido, para os montes fugia do marido; e não sei se de astuta, ou vergonhosa. Porque ele, enfim, sofrendo a dor ciosa, de amor cego e forçoso compelido, após ela se vai como perdido, …

  • 6 março

    Senhora já dest’alma, perdoai (1668)

    Sonetos de Luís Vaz de Camões Senhora já dest’alma, perdoai de um vencido de Amor os desatinos, e sejam vossos olhos tão beninos com este puro amor, que d’alma sai. A minha pura fé somente olhai, e vede meus extremos se são finos; e se de algüa pena forem dinos, …