João Cabral de Melo Neto (OU: SERVENTIA DAS IDÉIAS FIXAS) Assim como uma bala enterrada no corpo, fazendo mais espesso um dos lados do morto; assim como uma bala do chumbo mais pesado, no músculo de um homem pesando-o mais de um lado; qual bala que tivesse um vivo mecanismo, …
Obras Literárias
fevereiro, 2017
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1 fevereiro
A Educação Pela Pedra
João Cabral de Melo Neto Uma educação pela pedra: por lições; para aprender da pedra, freqüentá-la; captar sua voz inenfática, impessoal (pela de dicção ela começa as aulas). A lição de moral, sua resistência fria ao que flui e a fluir, a ser maleada; a de poética, sua carnadura concreta; …
janeiro, 2017
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27 janeiro
Soneto – Gregório de Matos
Carregado de mim ando no mundo, E o grande peso embarga-me as passadas, Que como ando por vias desusadas, Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo. O remédio será seguir o imundo Caminho, onde dos mais vejo as pisadas, Que as bestas andam juntas mais ousadas, Do que anda …
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27 janeiro
Senhora Dona Bahia
Gregório de Matos “Ninguém vê, ninguém fala, nem impugna, e é que, quem o dinheiro nos arranca, nos arranca as mãos, a língua, os olhos.” “Esta mãe universal, esta célebre Bahia, que a seus peitos toma, e cria, os que enjeita Portugal” “Cansado de vos pregar cultíssimas profecias, quero das …
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27 janeiro
Obras Poéticas – Gregório de Matos
Clique nos links abaixo para navegar no capítulo desejado: A Umas saudades (257) 2º Soneto À morte de Afonso Barbosa da Franca (327) 1º Soneto a Maria dos Povos (319) Inconstância dos bens do mundo (317) Confusão do festejo do entrudo Descreve a vida escolástica (161) Desaires da formosura …
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27 janeiro
No dia em que Fazia Anos
Gregório de Matos 1. Pois os prados, as aves, as flores ensinam amores, carinhos, e afetos: venham correndo aos anos felizes, que hoje festejo: Porque aplausos de amor, e fortuna celebrem atentos as aves canoras as flores fragrantes e os prados amenos. 2. Pois os dias, as horas, os anos …
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27 janeiro
Liras – Gregório de Matos
Gregório de Matos Oh não te espantes não, notomia, Que se atreva a Bahia Com oprimida voz, com plectro esquio Cantar ao mundo teu rico feitio, Que é já velho em Poetas elegantes O cair em torpezas semelhantes. Da Pulga acho, que Ovídio tem escrito, Lucano do Mosquito, Das Rãs …
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27 janeiro
Epílogos – Gregório de Matos
Gregório de Matos Que falta nesta cidade?…………….Verdade Que mais por sua desonra?………..Honra Falta mais que se lhe ponha……….Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, numa cidade, onde falta Verdade, Honra, Vergonha. Quem a pôs neste socrócio?……….Negócio Quem causa tal perdição?………….Ambição E o maior …
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27 janeiro
Descrição da Cidade de Sergipe
Gregório de Matos Três dúzias de casebres remendados, Seis becos, de mentrastos entupidos, Quinze soldados, rotos e despidos, Doze porcos na praça bem criados. Dois conventos, seis frades, três letrados, Um juiz, com bigodes, sem ouvidos, Três presos de piolhos carcomidos, Por comer dois meirinhos esfaimados. As damas com sapatos …
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27 janeiro
Descrevo que era naquele mesmo tempo a cidade de Bahia
Gregório de Matos A cada canto um grande conselheiro, que nos quer governar cabana, e vinha, não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um freqüentado olheiro, que a vida do vizinho, e da vizinha pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, para a levar à …
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