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Dia Mundial do Trabalho – O que é
O Dia do Trabalho tem raízes profundas nos 130 anos do movimento trabalhista e seus esforços para melhorar as condições dos trabalhadores em todo o mundo.
Alguns argumentam que é tão relevante hoje destacar os desafios que os trabalhadores ainda encontram.
O Dia do Trabalho costuma ser um dia para desfiles, manifestações e, às vezes, tumultos nas principais cidades do mundo.
As liberdades condicionais podem incluir os direitos das mulheres, as condições de trabalho dos imigrantes e a erosão das condições dos trabalhadores. As manifestações geralmente acontecem em 1º de maio e são muitas vezes chamadas de Protestos do Dia de Maio.
Por que 1º de maio é feriado?
Com o crescimento da Revolução Industrial veio a demanda por trabalhadores e sindicatos . Por volta da década de 1850, movimentos de oito horas em todo o mundo visavam reduzir a jornada de trabalho de dez para oito horas . Em seu primeiro congresso em 1886, a Federação Americana do Trabalho convocou uma greve geral em 1º de maio para exigir uma jornada de oito horas, que culminou no que hoje é conhecido como o motim de Haymarket .
Na manifestação em Chicago, uma bomba não identificada explodiu na multidão e a polícia abriu fogo. A briga matou vários policiais e civis, e mais de 60 policiais e 30 a 40 civis ficaram feridos. Na sequência, a simpatia civil chegou à polícia, e centenas de líderes trabalhistas e simpatizantes foram presos; alguns foram condenados à morte por enforcamento. Os empregadores recuperaram o controle dos trabalhadores, e os dias de trabalho de dez ou mais horas voltaram a ser a norma.
Em 1889, a Segunda Internacional, uma federação europeia de partidos socialistas e sindicatos, designou o dia 1º de maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores. Até hoje, o primeiro de maio se tornou o símbolo dos direitos dos trabalhadores em todo o mundo .
Dia Mundial do Trabalho – Feriado
O Dia do Trabalho, comemorado no Brasil com o feriado de primeiro de maio, teve origem em um movimento ocorrido em 1886, em Chicago.
Nesta data do ano de 1886 nada menos que 200 mil trabalhadores, organizados pela Federação dos Trabalhadores dos Estados Unidos e do Canadá, fizeram uma greve geral em Chicago, reivindicando a limitação da jornada de trabalho a oito horas diárias.
Nos dias seguintes à manifestação aconteceram outros protestos, que reuniram centenas de milhares de pessoas e originaram mortes causadas pela polícia enquanto tentava reprimir os protestantes. A de 4 de maio, chamada de Revolta de Haymarket, entrou para a história também como um dos eventos originários do Dia do Trabalho.
Nos anos subsequentes, outros movimentos escolheram o primeiro de maio para se lançar, homenageando os revoltosos de Chicago. Dessa forma, a data foi se consolidando como um marco para trabalhadores de várias partes do mundo.
Em 1890, houve uma nova greve para estender a jornada de oito horas para todos os locais dos Estados Unidos. Também em primeiro de maio desse ano a data foi comemorada pela primeira vez em âmbito mundial, por indicação da liderança socialista internacional. Somente cinco anos depois a ocasião seria celebrada pela primeira vez no Brasil, em Santos, São Paulo, por iniciativa do Centro Socialista.
Grandes manifestações marcaram o primeiro de maio dos anos de Fourmies – 1891 quando, na França, houve repressão policial em Fourmies deixando 7 mortos e 30 feridos; 1903 ocasião em que, no Rio de Janeiro, uma passeata reuniu 20 mil participantes; 1919 quando 50 mil protestaram no Rio de Janeiro por influência da Revolução Russa; 1980 quando 120 mil grevistas protestaram no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.
Comemorou-se a ocasião no Brasil, pela primeira vez, em 1895, na sede do Centro Socialista em Santos. O feriado nacional foi oficializado graças a dois fatores: um projeto de lei do deputado Sampaio Ferraz aprovado no Congresso em 1902 e a lei 662, surgida em 1949.
Até o governo Vargas, o Dia do Trabalho foi considerado uma ocasião propícia a passeatas e protestos, pensamento que tinha como base os movimentos anarquista e comunista. Quando o trabalhismo passou a ser disseminado por Getúlio, a data começou a ser celebrada com festas e desfiles, como acontece até hoje.
Apesar de o primeiro de maio ser comemorado em muitos países, sendo feriado nacional em grande parte deles, há variações significativas de datas.
Nos Estados Unidos o dia primeiro, May Day, é reconhecido como a data comemorada pelos socialistas e comunistas. No entanto, não é quando se celebra oficialmente o Dia do Trabalho porque, procurando justamente dissociar a conquista dos trabalhadores desses movimentos, escolheu-se a primeira segunda-feira de setembro para o feriado nacional oficializado pelo Congresso em 1894. A data foi escolhida por homenagear trabalhadores que se manifestaram nessa mesma época, dos anos de 1882 e 1884, em favor de sua classe, em Nova Iorque.
Na Austrália comemora-se em quatro dias diferentes: 4 de Março na Austrália ocidental, 11 de Março no estado de Vitória, 6 de Maio em Queensland e Território do Norte e 7 de Outubro em Canberra, Nova Gales do Sul (Sidney) e na Austrália meridional. Na Inglaterra o feriado é no primeiro domingo após o primeiro de maio; no Japão, em 23 de setembro; na Espanha, em 18 de julho; e na Nova Zelândia, em 18 de outubro.
O dia primeiro de maio é conhecido internacionalmente como o dia do trabalhador, sendo, no Brasil, feriado nacional.
Suas origens remontam ao ano de 1886, quando, no dia primeiro de maio, em Chicago, mais de um milhão de trabalhadores participaram da Greve Geral.
Esses operários lutavam pela redução da jornada de trabalho para oito horas diárias.
Entretanto, os movimentos sofreram inúmeras repressões, sendo que a maior delas foi a explosão de uma bomba que matou dezenas de trabalhadores.
Atualmente, o feriado em questão transmite, somente, uma imagem de celebração…uma celebração vazia, uma vez que grande parte dos trabalhadores desconhece as origens do primeiro de maio na verdade, ele é visto como um dia de descanso merecido àqueles que laboram diariamente.
O escritor modernista Mário de Andrade foi capaz de elaborar um conto que trata justamente da ilusão que cerca esse feriado. O conto Primeiro de maio faz parte da obra Contos Novos, que foi publicada postumamente, em 1947. As nove narrativas que formam o livro são, na realidade, variações de um mesmo tema: o homem disfarçado, desdobrado entre essência e aparência.
Primeiro de maio apreende doze horas na vida de uma personagem em que nada parece acontecer.
Às seis horas da manhã do dia primeiro de maio, 35 pula da cama ansioso para comemorar aquele dia que o pertence, já havia avisado os companheiros da Estação da Luz que não iria trabalhar no dia seguinte trabalho de carregador não tem feriado.
A partir de então, 35 começa a se arrumar para estar digno de tamanha comemoração: veste uma roupa com as cores do Brasil comemorar é vestir uma roupa bonita (aparência), o que mostra sua inexperiência e alienação.
35 quer festejar o primeiro de maio com seus iguais mesmo não sabendo exatamente quem são eles. Ao sair de casa, 35 não sabe para onde ir…seus pés o levam mecanicamente à estação, onde sua vestimenta de festa é ridicularizada por seus iguais. Isolado e separado dos companheiros, decide, então, ir para o centro da cidade, mas não encontra nada, tudo está fechado e vazio. Segue para o Jardim da Luz e descobre que a polícia proibira comícios. No Palácio das Indústrias encontra a celebração oficial dos patrões e do Estado; 35 pensa em fugir, lutar, mas não faz nada. Por fim, acaba voltando para a estação e ajuda um colega a carregar as malas de um passageiro – o poder quase nulo das personagens não impede a fraternidade no espaço do trabalho.
Durante todo o movimento do enredo, o narrador caminha ao lado de 35 o que é rompido no final, uma vez que o narrador parece abandonar a personagem. A paráfrase acerca do conto não é capaz de descrever a narrativa, pois ela só pode registrar a sequência epidérmica dos acontecimentos, o enredo aparente fundado no ato de caminhar em busca da celebração.
Desse modo, o importante não é o que se conta, mas, sim, o que é mostrado pelo fluxo de consciência da personagem. O narrador se recusa a contar com suas próprias palavras ou atribuir sentido ao que ocorre na mente de 35; conforme Adorno, a narração não é mais possível, pois se renderia à mentira da representação. Quem narra sabe o sentido da vida, haveria, assim, uma comunhão de valores entre o narrador e seus leitores…mas não há mais certezas, o narrador não é mais onisciente.
Em Primeiro de maio, não há mistificações; trata-se de um homem comum. Partindo-se de uma leitura inserida no contexto histórico getulista da época, pode-se dizer que 35 não é o herói que move massas, mas, sim, um homem que nada pode fazer em relação à práxis política é, na verdade, uma práxis política degradada, resumida no ato de caminhar. Além disso, o caminhar sem rumo representa a situação dos proletários diante da ditadura getulista.
Entretanto, a cada passo de 35 é um passo na sua reflexão…o 35 das seis horas da manhã não é mais o mesmo do final do dia. O sentido de sua experiência não é comunicado pelo narrador, nem mesmo a personagem é capaz de contar. Esse sentido deve ser buscado nas fissuras da narrativa, nos discursos indiretos livres que subvertem a distância épica dos acontecimentos.
No conto, Mário de Andrade interpreta a história da época. Tratava-se de um momento decisivo para a nação: Revolução de 30 (tenentismo) e 32; política do café-com-leite (país agrário-pecuarista)… O autor questiona as estruturas de modernização do país – modernizar industrializando. Ao mesmo tempo, na década de 30, aconteciam movimentos proletários no mundo todo.
É possível perceber que 35 recebe informações de diversas fontes direita, esquerda, nacional, internacional. Tem acesso à informações, que eram censuradas pelo DIP, por meio de jornais clandestinos na plataforma onde trabalha. Desse modo, 35 não consegue articular suas opiniões, defende ideais tanto da esquerda comunista quanto da direita… 35 está preso diante das informações veiculadas pela mídia, não há uma comunicação verdadeira.
A personagem do conto extrai o sentido de suas doze horas do dia primeiro de maio: sai de casa se achando lindo, vestido com as cores da bandeira do Brasil; logo a seguir, pensa que o achariam estranho; e, finalmente, tem certeza de que está ridiculamente vestido. 35 não quer mais ser alienado, perde as ilusões, mas não é capaz de comunicar sua experiência.
35 é o sujeito marcado pelo número que ocupa nas convenções do trabalho da sociedade capitalista, indivíduos reduzidos ao lugar que ocupam nas relações de produção. A identidade não é trazida pelo nome próprio, mas, sim, pelo anonimato dessas relações de produção; a identidade não se traduz no que é visível. A personagem está na fissura entre o visível e o invisível; entre o comunicável e o incomunicável.
A literatura é uma forma de resistência à ideologia dominante, não se entrega à mentira da representação. A partir das transformações ocorridas no século XX, o poder de ação das personagens passou a ser inferior ao do leitor; até as coisas mais banais eles não são capazes de realizar. 35 quando fala, não diz o que pensa, parece ser inferior a nós. Trata-se de uma personagem emblemática: o homem kafkiano que vira inseto.
O dia primeiro de maio, que deveria ser uma celebração – no sentido de trazer à memória, recordar dos movimentos operários que aconteceram, principalmente em Chicago, foi transformado, pelo Estado, em uma celebração (festa e solenidade) oficial traduzida pelo feriado. Dessa forma, a comemoração se torna um espetáculo, uma ilusão a fim de manter o sistema capitalista vigente uma vez que não é interessante a esse sistema resgatar a ideia de movimentos contrários a ele. Em suma, do primeiro de maio restam apenas imagens de uma comemoração, ou melhor, de uma celebração.
Fonte: www.cpdoc.fgv.br/www2.portoalegre.rs.gov.br/www.midiaindependente.org/
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