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O Dia Mundial do Autismo, anualmente em 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas, em 18 de Dezembro de 2007[, para a conscientização acerca dessa questão. No primeiro evento, em 2 de abril de 2008, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, elogiou a iniciativa do Catar e da família real do país, um dos maiores incentivadores para a proposta de criação do dia, pelos esforços de chamar a atenção sobre o autismo.
No evento de 2010, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.
Em 2011, o Brasil teve o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, iluminado de azul nos dias 1 e 2 de abril, além da Ponte Estaiada em São Paulo, os prédios do Senado Federal e do Ministério da Saúde em Brasília, o Teatro Amazonas em Manaus, a torre da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, entre muitos outros. Em Portugal, monumentos e prédios, como a Torre dos Clérigos e a estátua do Cristo Rei em frente a Lisboa também foram iluminados de azul para a data.
Referências
1. Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Revista Autismo (Setembro de 2010).
2. Mônica Villela Grayley. ONU marca 1º Dia Mundial sobre Autismo. Rádio ONU.
3. Greater awareness and understanding of autism needed, says UN chief. UN News Centre (2 de Abril de 2010).
4. Paulo Marcio Vaz (1 de Abril de 2011). Autistas iluminam Cristo Redentor de azul para cobrar mais atenção à causa. Jornal do Brasil.
5. João Batista Jr. (6 de Abril de 2011). ONG Autismo & Realidade ilumina marcos da cidade de azul. Veja São Paulo.
6. 2 de abril: Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Conselho Nacional de Saúde (1 de Abril de 2011).
7.Teatro Amazonas será iluminado de azul para comemorar Conscientização do Autismo. Globo.com – Portal Amazonia.com (27 de Março de 2011).
8. Cristo Rei e Torre dos Clérigos assinalam dia Mundial do Autismo. Jornal de Notícias (31 de Março de 2011).
9.Dia Mundial do Autismo: Cristo-Rei e Clérigos iluminados de azul. PT Jornal (1 de Abril de 2011).
Fonte: pt.wikipedia.org
Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Vice-presidente e uma das fundadoras da ONG Autismo & Realidade, Paula Balducci de Oliveira responde de maneira sucinta sobre a associação que algumas pessoas fazem entre autismo e violência: “Como qualquer ser humano, os autistas podem ter outros distúrbios psiquiátricos. Podem manifestar um comportamento agressivo voltado para si mesmos ou para outras pessoas”, esclarece. “Na maioria das vezes em que isso acontece, é por frustração, devido à incapacidade ou à falta de habilidade na comunicação”, complementa. O Autismo & Realidade, fundada em julho de 2010 por um grupo de pais e profissionais, busca divulgar conhecimento atualizado sobre autismo por meio de campanhas e atividades. A ONG também procura estimular as famílias a buscar diagnóstico, tratamento e inclusão social de pessoas com autismo, além de treinar e capacitar profissionais.
Maria Cristina Kupfer, professora titular do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, concorda com Paula, dizendo que a agressividade não é um traço integrante do quadro, e sim um comportamento ao alcance de qualquer pessoa. Uma criança que não tem diagnóstico de autismo pode ser ou não violenta em uma situação de birra, por exemplo. “É preciso cuidado ao dizer que uma criança tem autismo. Seus comportamentos de fechamento não são suficientes para caracterizá-la como autista”, explica a pesquisadora. Ela ressalta a importância de detecção precoce dos primeiros sintomas que possam indicar que a criança seja autista, uma vez que a estimulação é essencial para que o sujeito tenha um desenvolvimento saudável. “Os pais não devem ser responsabilizados. Eles precisam de ajuda para retomarem o diálogo com essa criança”, afirma Kupfer.
Mas, afinal, o que é o autismo? Letícia Amorim, psiquiatria da AMA (Associação de Amigos do Autista), define o autismo como “uma síndrome comportamental caracterizada por uma dificuldade na comunicação, uma dificuldade na interação social e comportamentos repetitivos e estereotipados”. Ela deixa claro que o tratamento não é medicamentoso, a não ser quando o quadro está associado com co-morbidades (como transtorno obsessivo-compulsivo ou déficit de atenção) ou quando algum sintoma prejudica muito as atividades do cotidiano.
A AMA é uma instituição que oferece um tratamento de 20 horas de intervenção psicoeducacional e comportamental. Além disso, a Associação possui um grupo de terapia para autismo de alto funcionamento e síndrome de Asperger, dois dos quadros situados dentro do espectro autista.
Amorim explica também que atualmente os psiquiatras compreendem as diversas categorias dentro do diagnóstico de autismo como um espectro. “O que varia é a intensidade dos sintomas e a cognição. Uma criança com transtorno do espectro autista pode ter variações no grau da inteligência, mas também apresentar interesses restritos e linguagem repetitiva”, afirma. Segundo ela, a maioria dos autistas possui déficits na teoria da mente (capacidade de se colocar no lugar do outro e prever seu comportamento), déficits na função executiva (flexibilidade de pensamento, capacidade de elaborar novas estratégias) e fraca coerência central (tendência dar importância a detalhes e perder o significado global).
No final do ano passado, um comentário de uma psicóloga no programa “Domingão do Faustão” da Rede Globo causou indignação de pais e profissionais da saúde. A entrevistada teria relacionado o comportamento de um atirador responsável pela morte de 26 pessoas em Newtown (EUA) com a síndrome de Asperger, um dos transtornos dentro do espectro autista. “Não tem nenhum estudo que relacione síndrome de Asperger à violência, muito pelo contrário, eles têm aderência a regras e a rotinas, rigidez do comportamento, totalmente o contrário. Eles gostam de rotina bem-estabelecida. As rotinas podem ser auto impostas ou impostas por outras pessoas”, explica Amorim. “A agressividade das pessoas com autismo é geralmente voltada para si mesmo. Como elas têm dificuldade em se comunicar, o comportamento agressivo pode ter função de comunicar alguma coisa que ele não está conseguindo dizer. A intervenção visa que ela aprenda a se comunicar de outra forma”, complementa a psiquiatra. Maria Cristina Kupfer acrescenta: “Não é possível fazer diagnóstico a partir de uma notícia. O diagnóstico é uma atividade de grande responsabilidade”.
Nova lei de cotas
Atualmente, a inclusão dos autistas na categoria de deficientes tem por objetivo conscientizar a sociedade a respeito do transtorno e combater o preconceito, muitas vezes motivado pelas informações equivocadas transmitidas pela mídia. “A Lei de Cotas foi um reconhecimento, uma conquista. No entanto, alguns autistas não possuem deficiência intelectual. Aqueles que tem inteligência preservada, porém com peculiaridades do espectro autista, vêm tendo dificuldades de beneficiar-se dessa Lei, porque não se enquadram nos critérios de deficiência”, elucida Paula Balducci. Para ela, a sociedade não sabe ainda lidar com o autismo, seja nas escolas, no mercado de trabalho ou nas relações sociais. “As pessoas têm em mente que são pessoas que vivem em seu próprio mundo e não querem interagir. É preciso que a sociedade saiba que elas podem e querem essa interação, apenas não sabem como fazê-lo”.
Kupfer, que fundou a Associação Lugar de Vida, também acredita que ver o autista como deficiente não é suficiente, mas vê aspectos positivos da lei. “A ideia de deficiência ajuda no sentido que afasta da noção de doença mental, de louco”, esclarece. “No entanto, a saída para a deficiência tem a desvantagem de não dar para essa criança todas as chances que ela teria se ela não fosse considerada deficiente”.
De modo geral, a intervenção precoce junto aos autistas e a conscientização da sociedade a respeito do tema são dois passos fundamentais para a melhora na qualidade de vida dessas pessoas. Paula Balducci acredita que a inclusão deve ser feita desde a infância até a vida adulta. “Queremos que o mundo do trabalho acolha melhor as necessidades desses jovens. Somente a diversidade cria ambientes democráticos e saudáveis”, finaliza.
Victória Cirino
Fonte: saudedamente.com.br
Dia Mundial da Conscientização do Autismo
No dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU), pais, profissionais e governantes procuraram se unir para a conscientização e alerta de uma síndrome que cada vez mais afeta novas crianças. Ainda sem saber ao certo o que causa o autismo, cientistas do mundo inteiro têm trabalhado em conjunto na busca por respostas.
O que é o autismo
O autismo é uma síndrome que afeta o desenvolvimento em três importantes áreas: comunicação, socialização e comportamento. Foi descrito pela literatura médica pela primeira vez em 1943, pelo psiquiatra norte-americano Leo Kanner.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que tenhamos 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo 2 milhões somente no Brasil. Pesquisas demonstram que a prevalência da síndrome é cada vez maior (a quantidade de portadores aumentou dez vezes em quatro décadas). O autismo é mais comum em crianças: uma em cada 88 crianças apresentam sintomas, sendo a prevalência cinco vezes maior em meninos.
Uma das explicações para o aumento das estatísticas é a melhora no diagnóstico, que acontece cada vez mais cedo e evoluiu de forma a reconhecer até mesmo os sinais mais sutis da síndrome.
Nesta terça-feira (02), a estufa do Jardim Botânico em Curitiba, estará iluminada com a cor azul para comemorar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo; no Rio de Janeiro, o Cristo Redentor; em São Paulo, a ponte estaiada (Octávio Frias de Oliveira) e, em Aparecida do Norte, o Santuário Nacional estarão iluminados de azul.
Além da estufa iluminada, haverá em Curitiba uma manifestação na Boca Maldita, das 8h às 12 horas, com a participação de alunos, pais e mestres das escolas especiais de Curitiba divulgando informações sobre o autismo.
Fonte: www.educadores.diaadia.pr.gov.br
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