Dia do Pau-Brasil

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Dia do Pau-Brasil

Caesalpinia echinata é uma espécie brasileira de árvore da família Fabaceae. Os nomes comuns incluem pau-brasil, pau de Pernambuco, árvore de Pernambuco.

A madeira dessa planta é usada para fazer arcos para instrumentos de corda, dentre outros. A madeira também proporciona um corante vermelho.

Dia do Pau-Brasil

A madeira desta árvore tem uma cor vermelha profunda.  Árvores de pau-brasil eram uma parte grande das exportações e da economia do país.

Botanicamente, várias espécies estão envolvidas, todos na família Fabaceae. O termo “pau-brasil” é mais frequentemente usado para se referir à espécie Caesalpinia echinata, mas aplica-se também a outras espécies, tais como Caesalpinia sappan. A árvore também é conhecida por outros nomes, como ibirapitanga, Tupi para “madeira vermelha”, ou de pau de Pernambuco, em homenagem ao estado brasileiro de Pernambuco.

Importância histórica

Nos séculos 15 e 16, o pau-brasil foi muito valorizado na Europa e bastante difícil de obter. Vindo da Ásia, que foi negociado em forma de pó e usado como um corante vermelho na fabricação de têxteis, tais como veludo, em alta demanda durante o Renascimento.

Quando os navegadores portugueses descobriram o Brasil, 22 de abril de 1500, eles imediatamente viram que o pau-brasil foi muito abundante ao longo da costa e no seu interior, ao longo dos rios. Em poucos anos, ocorreu uma operação agitada e muito rentável para o corte e transporte do pau-brasil.

O rico comércio que logo se seguiu estimulou outras nações para tentar colher e contrabandear pau-brasil  para fora do Brasil. Corsários atacavam navios portugueses carregados para roubar sua carga. Por exemplo, a tentativa mal sucedida em 1555 de uma expedição francesa liderada por Nicolas Durand de Villegaignon, vice-almirante da Bretanha e corsário sob o rei, para estabelecer uma colônia no atual Rio de Janeiro foi motivado em parte recompensa gerada pela exploração econômica do pau-brasil.

Exploração

Exploração excessiva levou a uma diminuição acentuada do número de árvores de pau-brasil no século 18, causando o colapso dessa atividade econômica. Atualmente, a espécie está quase extirpada na maioria de sua escala original. O pau-brasil é listado como uma espécie ameaçada pela IUCN, e é citado na lista oficial da flora ameaçada de extinção do Brasil.

A Data

 

A comemoração alusiva à data surgiu em 3 de maio de 1978, através da Lei 6.607, quando o pau-brasil (Caesalpina echinata) foi declarado oficialmente como árvore símbolo nacional. A espécie, que já foi considerada extinta, é um marco na história do País. Entre os séculos XVI e XVIII foram cortadas oficialmente no Brasil quase 500 mil árvores, com 15 metros de comprimento. Dentre os europeus envolvidos com o comércio do pau-brasil, os holandeses foram os que mais se destacaram nessa atividade, tanto pela extração de corantes como pela utilização deles nas fábricas. O pau-brasil não foi importante apenas no início da colonização, mesmo depois da cana-de-açúcar, ele continuou sendo uma fonte de corante vermelho, fundamental para a indústria têxtil.

A madeira do pau-brasil pode ser talvez a mais valiosa do mundo e é considerada incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos. Seu uso, dada a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de arcos de violinos, móveis finos, canetas e jóias. No século XX a sociedade brasileira descobriu o pau-brasil como um símbolo em perigo de extinção e algumas iniciativas foram feitas no sentido de reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos de recuperação florestal.

1. Introdução

O pau-brasil é conhecido pelos brasileiros devido ao fato de ter originado o nome do nosso país, pelo ciclo econômico que ele representou ou pela grande ameaça de extinção que existe sobre ele. Sem dúvida, o pau-brasil representa um marco histórico do país, e no entanto, poucos têm conhecimento sobre seu ciclo econômico, as implicações históricas envolvidas e suas características botânicas.

Dia do Pau-Brasil

Pensando no que o pau-brasil representa à nossa cultura, e para prestá-lo uma homenagem, escolheu-se o nome PAU BRASIL para representar nossa instituição,

que tem como uma das metas, a divulgação de aspectos da fauna e flora brasileiras. No texto abaixo você poderá obter informações sobre a árvore que originou o nome de nosso país.

2. Nossas florestas num passado distante

Há 80 milhões de anos predominava em todo o planeta Terra o clima típico dos trópicos, e a vegetação no Brasil já existia na sua forma exuberante. Porém, esta condição ambiental contínua, sofreu alterações pela ocorrência de cataclismas geológicos e períodos de frio intenso, isto é, períodos glaciais, causando modificações na topografia e no clima da biosfera terrestre.

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A vegetação que era adaptada a um clima quente e úmido, devido ao resfriamento intenso dos pólos, passou a ocupar apenas uma estreita faixa da Terra, a região tropical situada entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Fatores como a presença de luz, calor e umidade durante todo ano, possibilitaram que o Brasil possuísse ecossistemas singulares como a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, e outras formações vegetais que se mantiveram originais até a chegada dos portugueses, compreendendo uma área de aproximadamente 5,2 milhões de quilômetros quadrados, sendo ocupada até então, apenas pelos índios.

3. História

A Chegada dos Portugueses e Início do Ciclo Econômico

Em 1500, na chegada de Cabral, Pero Vaz Caminha descreveu: “mataria que é tanta, e tão grande, tão densa e de tão variada folhagem, que ninguém pode imaginar.” Diante da exuberância encontrada pelos portugueses, estes descobriram a existência de uma riqueza para eles inesgotável: o pau-brasil.

Dia do Pau-Brasil
De cor amarela, a flor da Caesalpinia echinata dura no máximo dois dias e surge pela primeira vez quando a árvore está com três ou quatro anos de vida

Os índios brasileiros já utilizavam esta árvore para a confecção de arcos, flechas, e para pintura de enfeites, com um corante vermelho intenso extraído do cerne. A técnica foi ensinada aos portugueses pelos próprios índios, que também foram encarregados de cortar, aparar e arrastar as árvores até o litoral, onde carregavam os navios a serem enviados para a Europa.

O ciclo econômico teve início em 1503 e até 30 anos após a chegada dos portugueses, era o único recurso explorado pelos colonizadores. Nesse período calcula-se que foram exploradas 300 toneladas de madeira por ano, sempre aumentando nos anos posteriores.Com a exploração, a terra do pau-brasil tornou-se de muita importância, e em pouco tempo Pindorama (denominação tupi que significa Terra das Palmeiras), oscilou entre os nomes oficiais Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra do Brasil e logo em seguida apenas por Brasil.

O carregamento da madeira era enviado para Portugal e, de lá, a matéria-prima era enviada para Antuérpia, na Bélgica, de onde seguia para os principais consumidores, a Inglaterra, Alemanha e Florença, na Itália. A exploração era monopolizada pela coroa, sendo que mesmo após a implementação das Capitanias, seus donos não podiam explorar a madeira nem tão pouco impedir que representantes da coroa o fizessem.O monopólio da coroa portuguesa sobre o pau-brasil teve existência curta, pois a França, Inglaterra, Holanda e Espanha passaram a participar das atividades extrativistas ajudados pelos índios (em troca de quinquilharias).

Este processo de exploração conjunta e contínua consistiu nesse período, possivelmente, a retirada mais intensa e devastadora que se ouviu falar na história do Brasil. Essa prática não se limitou ao pau-brasil, sendo que outras essências foram eliminadas das reservas florestais localizadas mais no interior da Mata Atlântica.Esse contrabando pode ser afirmado por Paul Gaffarel: “o algodão e as especiarias só figuravam nos carregamentos a título de curiosidade, mas o mesmo não pode dizer quanto às madeiras preciosas, principalmente as de tinturarias, que formavam o carregamento essencial de nossos navios”.

As intensas atividades dos contrabandistas, obrigaram Portugal a instituir as Capitanias, com o objetivo de povoar e defender o território.A narrativa do conto europeu de Jean de Lery , mostra o quanto a árvore impressionou os viajantes daquela época: “Devo começar pela descrição de uma das árvores mais notáveis e apreciadas entre nós por causa da tinta que dela se extrai: o pau-brasil, que deu nome a essa região. Esta árvore, a que os selvagens chamam de arabutan, engalha como o carvalho de nossas florestas, e algumas há tão grossas, que três homens não bastam para abraçar-lhes o tronco”.O término do ciclo econômico, no século 19, foi determinado pela quase inexistência da espécie na matas e pela descoberta de corante artificial correspondente.

Foram 375 anos de exploração, e por muito tempo extraiu-se a “brasileína” que dava cor às roupas da nobreza e utilizada como tinta de escrever, e além do corante, a madeira do pau-brasil era utilizada nas indústrias civil e naval. O ciclo econômico do pau-brasil, se concentrou exclusivamente na Mata Atlântica, sua área original. De sua atividade restou uma floresta devastada, até a quase extinção da espécie com capoeiras de florestas secundárias e terras que passaram a ser utilizadas na plantação da cana do açúcar. Desde o início de sua exploração, restou após 500 anos da chegada dos portugueses, menos de 3% de Floresta Atlântica. Assim, os colonizadores criaram um modelo de devastação, que se fixou profundamente nos sistemas sócio-econômicos seguintes.

As Leis de Proteção do Pau-Brasil e das Florestas

Devido à devastação intensa das matas do litoral brasileiro à procura do pau-brasil, no período de 1500 a 1875, foi elaborada em 1542, a 1ª Carta-Régia estabelecendo normas para o corte e punição ao desperdício de madeira. Esta foi a primeira medida, tomada pela coroa portuguesa para defender as florestas no Brasil. Esse interesse não estava diretamente ligado a uma preocupação pela ameaça de desequilíbrio da natureza, mas pela demasiada saída dessa riqueza sem controle da corte. Essas normas, entretanto, jamais foram cumpridas. Em 1605 surge um Regimento fixando a exploração em 600 toneladas por ano. Este regimento tinha o objetivo apenas de limitar a oferta de madeira na Europa, mantendo assim, preços elevados.

Durante o Império, muitas outras proibições surgiram sem resultado, entre elas a Carta de Lei de outubro de 1827, onde poderes foram delegados aos juizes de paz das províncias na fiscalização das matas e na interdição de corte das madeiras de construção em geral.

Surge, então o termo popular madeiras de lei. Outras leis criminais estabelecendo penas ao corte ilegal de madeiras surgiram, porém sem êxito. Mesmo a lei n° 601, em 1850 editada por D. Pedro II proibindo a exploração florestal em terras descobertas, com fiscalização a cargo do município, foi ignorada, pois justificava-se o desmatamento como necessário ao progresso da agricultura. A partir de então, instalou-se vasta monocultura cafeeira para alimentar o mercado de exportação. A Princesa Izabel, em 1872, autorizou o funcionamento da primeira companhia privada especializada em corte de madeira, para evitar o desmatamento descontrolado.

Porém, em 1875 liberou totalmente de licença prévia qualquer corte de madeira nas matas particulares. Em 1920, o Presidente Epitácio Pessoa, preocupado com a preservação e restauração de matas, disse: “dos países cultos dotados de matas e ricas florestas, o Brasil é talvez o único que não possui um código florestal”. Em 1921, foi criado o serviço florestal com regularização em 1925. Porém de nada adiantou, pois este serviço não tinha respaldo na constituição de 1891, que não mencionava nada a respeito de matas e árvores. Assim o pau-brasil continuou sendo explorado e as florestas sem amparo das leis.

Em 1934, foi criado um anteprojeto do Código Florestal de 1931, pelo decreto n° 23.793 que foi transformado em lei, em defesa das florestas e matas particulares. Assim, primeiro o resultado concreto deste projeto, foi a criação da primeira unidade de conservação no Brasil, o Parque Nacional de Itatiaia. Mesmo com a existência de um Código Florestal, este não garantia a total proteção das árvores de pau-brasil que ainda restaram na faixa compreendida entre o Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte. Foi necessária a sua quase extinção para que o pau-brasil fosse reconhecido oficialmente na história brasileira. Em 1961, o presidente Jânio Quadros aprovou um projeto declarando o pau-brasil como árvore símbolo nacional e o ipê como flor símbolo.

É realizado um substituto do projeto n.º 1006, de 1972, por meio da lei n.º 6607 de 7/12178, declarando o pau-brasil a Árvore Nacional, e instituindo o dia 03 de maio como o dia do pau-brasil.

4. Conhecendo um pouco a espécie

Nome científico: Caesalpinia echinata Lamarck
Família: Leguminosae-caesalpinoideae

Em 1789 o naturalista francês Jean Baptiste Lamarck (1744 a 1829) estudou e descreveu a espécie cientificamente, isto é, denominou-a para que todos os cientistas a conhecessem por um único nome: Caesalpinia echinata, sendo os termos Caesalpinia em homenagem

Dia do Pau-Brasil
O tronco da Caesalpinia echinata é coberto por espinhos

ao botânico e médico Andreas Caesalpinus que viveu entre 1519 a1603, e echinata por ser uma árvore que possui acúleos no tronco e galhos. Esses acúleos são saliências duras e pontiagudas e que facilmente são destacadas do tronco. Os acúleos do pau-brasil são semelhantes àqueles encontrados nas roseiras, popularmente conhecidos por “espinhos”.

O pau-brasil possui a casca pardo-acinzentada, ou pardo-rosada nas partes destacadas, e cerne (miolo) vermelho, cor de brasa. Atinge até 30 m de altura (dados da literatura indicam que podem chegar até 40 metros) e 1,5 m de circunferência.

Sua floração ocorre no final do mês de setembro até meados de outubro. Entre os meses de novembro a janeiro ocorre a maturação dos frutos O pau-brasil pertence ao mesmo gênero da sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) e pau-ferro (Caesalpinia ferrea) árvores comumente plantadas nas calçadas, e que também são originárias da Mata Atlântica. A diferença básica entre essas espécies é a ausência de acúleos na sibipiruna e pau-ferro.

Características gerais: Árvore de 8-12 m de altura. Consta ter existido no passado exemplares de até 30 m de altura e diâmetro de 50-70 cm. Um exemplar antigo cultivado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro possui 25 m de altura e 60 cm de diâmetro. Seus ramos terminais, folhas e frutos são providos de pequenos espinhos. Suas folhas são compostas duplamente pinadas (bipinadas) com 5-6 pares de pinas, cada uma com 6-10 pares de folíolos. Seu tronco é áspero e descamante através de placas de forma irregular, deixando mostrar por baixo uma superfície vermelho-alaranjada que contrasta com o restante da casca de cor cinza. Este aspecto originou seu nome indígena “ibirapitanga” com o significado de “madeira cor de brasa”. Flores muito perfumadas, de cor amarela, que permanecem na planta por menos de uma semana. Seus frutos são vagens totalmente recobertas por espinhos que se formam logo após a floração e amadurecem deixando cair espontaneamente as sementes em menos de 50 dias.

Origem: Desde o Ceará até o Rio de Janeiro na floresta pluvial atlântica. Atualmente sua presença pode ser notada apenas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Utilidades: Sua madeira é muito dura, pesada, compacta, de grande resistência mecânica e praticamente incorruptível. Nos tempos coloniais era muito utilizada na construção civil e naval e para trabalhos de torno, pela coloração vermelho-laranja-vivo. Era também exportada em grande quantidade para extração de um princípio colorante denominado “brasileína” muito usado para tingir tecidos e fabricar tintas de escrever, representando a primeira grande atividade econômica do país. Sua exploração intensa gerou muitas riquezas para o reino e caracterizou um período econômico de nossa história, que estimulou a adoção do nome “Brasil” ao nosso país. Sua madeira, já muito escassa, é empregada atualmente apenas para a confecção de arcos de violino, sendo exportada para vários países exclusivamente para este fim. Á árvore, de qualidades ornamentais notáveis e de grande importância histórica para o país (símbolo nacional), é amplamente cultivada em todo o país com fins paisagísticos.

Informações ecológicas: Planta semidecídua, heliófita ou esciófita, característica da floresta pluvial atlântica. Ocorre preferencialmente em terrenos mais secos (mata-de-cipó), inexistindo na cordilheira marítima. É planta típica da floresta primária densa, sendo rara nas formações secundárias. Sua tolerância ao sol (heliófita), contudo, é derivado da observação de sua perfeita adaptação ao cultivo em áreas abertas e não de seu comportamento no habitat natural.

5. Ocorrência Natural

A árvore pau-brasil também é conhecida popularmente por ibirapitanga, orabutã, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado e pau-de-pernambuco. Originária da floresta pluvial Atlântica, tem ocorrência natural desde o Estado do Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro, numa larga faixa de 3.000 km. Quando a árvore ficou escassa na região mais próxima do litoral, os índios percorriam distâncias de até 20 léguas, equivalendo a 120 km. É uma árvore que vive tipicamente em floresta primária densa.

Raramente é encontrada em formações secundárias e atualmente, através de levantamentos científicos, poucos exemplares de pau-brasil nascidos em natureza, ocorrem nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Dia do Pau-Brasil
Cortes transversais de árvores de Pau-Brasil, uma com 12 anos (acìma) e outra com 27 anos (abaixo)

6. O Pau-Brasil e os violinos

Em 1775, em Paris, François Tourte projetou o primeiro arco de violino com a madeira do pau-brasil, conhecida como “Fernambouc”, uma corruptela de Pernambuco, pois foi principalmente na Capitania de Pernambuco que se iniciou a exploração dessa madeira. O projeto foi considerado como padrão, no que diz respeito à extensão e curvatura. O pau-brasil era considerado a madeira ideal para essa finalidade, pois apresentava peso e espessura ideais, mas também porque era uma madeira abundante na Europa, naquela época.

O desperdício da madeira era enorme, pois para a produção de um arco de violino, era exigida a parte mais flexível, sem nó, e cortada no sentido de maior comprimento das fibras, reduzindo o aproveitamento no trabalho artesanal a 15% da tora. O pau-brasil atualmente continua sendo utilizado na fabricação de arcos de violino. A produção racional da árvore não é estimulada, pois para esse fim são necessárias árvores com pelo menos 30 anos de vida.

7. A extinção do Pau-Brasil

O pau-brasil era considerado extinto, quando em 1928 o estudante de agronomia João Vasconcelos Sobrinho e o professor de botânica Bento Pickel, verificaram a presença de uma árvore de pau-brasil, num local chamado Engenho São Bento, hoje sede da Estação Ecológica da Tapacurá da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP).

Atualmente, a espécie está tão ameaçada quanto outras de ocorrência na Mata Atlântica, que mesmo sendo um dos ecossistemas de maior diversidade é um dos mais ameaçados do planeta. Devido ao esforço de pessoas como o Prof. Roldão Siqueira Fontes e apoiados pela direção da UFRPE (sede da Estação Ecológica do Tapacurá), lançaram em 1972 uma Campanha Nacional em defesa do pau-brasil, recuperando a memória histórica e desencadeando a produção de mudas em todo o país.

Atualmente, muitas pessoas procuram o Instituto Pau Brasil para obtenção de mudas e sementes, pois pretendem plantá-las em suas propriedades ou iniciar campanhas de plantio. Como o Instituto Pau Brasil não as possui, são disponibilizados alguns links e endereços para a sua obtenção.

8. Produção de mudas

Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea, geralmente nos meses de novembro-dezembro. Como este fenômeno é muito rápido (2-3 dias), pode-se recolher as sementes sob a planta-mãe logo após a queda.

Se houver a ocorrência de chuvas as sementes germinam em poucos dias. Um kg de sementes contém aproximadamente 3.600 unidades.

Devem ser semeadas imediatamente após a coleta, diretamente em embalagens individuais ou em canteiros semi-sombreados contendo substrato argilo-arenoso.

A emergência ocorre em 7-15 dias e a taxa de germinação geralmente é alta.

As mudas estarão prontas para o plantio no local definitivo em 3-5 meses, contudo o desenvolvimento das plantas no campo é um tanto lento, não ultrapassando 2,5 m de altura aos 2 anos.

9. Bibliografia utilizada

COSTA, J.P. (1984). Pau Brasil: um pouco da sua história. In: Pau Brasil n.º 1, Ano I, 9- 12p. LORENZI, H. 1992.
Árvores brasileiras – manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, Editora Plantarum. 352 p.
NAIS, I. S. 1999. Nossa árvore genealógica. Revista Kalunga, no. 105. São Paulo. P. 9-11.
SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE DE RIBEIRÃO PRETO. 1999. Pau-brasil (Caesalpinea echinata, Lam) – Árvore Nacional. Folheto. 11p.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
AGUIAR, F.F.A. e AOKI, H. 1982. Regiões de ocorrência natural do pau-brasil (Caesalpinia echinata, Lam) In: Congresso Florestal Brasileiro, 4, Belo Horizonte. Anais da Sociedade Brasileira de Silvicultura. 1983, p.1-5.
AGUIAR, F.F.A. e PINTO, R. A. 1986. Pau Brasil (Caesalpinia echinata, Lam), São Paulo, Instituto de Botânica, 14 p. ilustradas (Folheto 18).
AOKI, H. e GRAEL, A.S. 1982. Medidas legais para a criação de uma reserva de pau-brasil (Caesalpinia echinata, Lam) no Município de Araruama – R.J. In: Congresso Nacional sobre: Essências Nativas, vol. 16A parte 3 – São Pauto. Anais. Revista do Instituto Florestal, p. 1519 – 1524.
GOMES, I. P. 1989. Roldão, teu nome é Brasil – Mimiografado FUN-BRASIL – 3p. REPORTAGEM-CIÊNCIA 1989. Uma vida de luta pelo pau-brasil. In: Jornal do Comércio – Recife – PE – outubro. RIZZINI, C.T. 1971.
Árvores e madeiras úteis do Brasil. Manual de Dendrologia Brasileira. Editora Edgar Blucher/Editora da universidade de São Paulo (EDUSP), 294 p.
SOARES, C.M.C. 1985. Pau-brasil: a árvore nacional. 2ª edição – Recife, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Estação Ecológica do Tapacurá. 39 p.

Texto: Ana Lúcia Ramos Auricchio
Fotos: Henry Lorenzi e Juares Silva

Fonte: www.ipci-comurnat.org/por02.htm
www.institutopaubrasil.org.br/paubrasil.cfm

Fonte: en.wikipedia.org/www.paraiba.pb.gov.br/www.plantarum.com.br/pau-brasill.html

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