27 de Março
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Comemora-se o Dia do Circo em 27 de março, numa homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nessa data, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo.
Considerado por todos que o assistiram como um grande palhaço, se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. Seus contemporâneos diziam que ele era o pai de todos os que, de cara pintada e colarinho alto, sabiam fazer o povo rir.
Como surgiu o circo
É praticamente impossível determinar uma data específica de quando ou como as práticas circenses começaram. Mas pode-se apostar que elas se iniciaram na China, onde foram encontradas pinturas de 5 000 anos, com figuras de acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Esses movimentos faziam parte dos exercícios de treinamento dos guerreiros e, aos poucos, a esses movimentos foram acrescentadas a graça e a harmonia.
Conta-se ainda que no ano 108 a.C aconteceu uma enorme celebração para dar as boas-vindas a estrangeiros recém-chegados em terras chinesas. Na festa, houve demonstrações geniais de acrobacias. A partir de então, o imperador ordenou que sempre se realizassem eventos dessa ordem. Uma vez ao ano, pelo menos.
Também no Egito, há registros de pinturas de malabaristas. Na Índia, o contorcionismo e o salto são parte integrante dos espetáculos sagrados. Na Grécia, a contorção era uma modalidade olímpica, enquanto os sátiros já faziam o povo rir, numa espécie de precursão aos palhaços.
No palco da história
Por volta do ano 70 a.C, surgiu o Circo Máximo de Roma, que um incêndio destruiu totalmente, causando grande comoção. Tempos depois, no ano 40 a.C, construíram no mesmo lugar o Coliseu, com capacidade para 87 mil pessoas. No local, havia apresentações de engolidores de fogo, gladiadores e espécies exóticas de animais.
Com a perseguição aos seguidores de Cristo, entre os anos 54 e 68 d.C, esses lugares passaram a ser usados para demonstrações de força: os cristãos eram lançados aos leões, para serem devorados diante do público.
Os artistas procuraram, então, as praças, feiras ou entradas de igrejas para apresentarem às pessoas seus malabarismos e mágicas.
Ainda na Europa do século XVIII, grupos de saltimbancos se exibiam na França, Espanha, Inglaterra, mostrando suas habilidades em simulações de combates e na equitação.
O circo moderno
A estrutura do circo como o conhecemos hoje teve sua origem em Londres, na Inglaterra. Trata-se do Astley’s Amphitheatre, inaugurado em 1770, pelo oficial inglês da Cavalaria Britânica, Philip Astley.
O anfiteatro tinha um picadeiro com uma arquibancada próxima e sua atração principal era um espetáculo com cavalos. O oficial percebeu, no entanto, que só aquela atração de cunho militar não segurava o público e passou a incrementá-la com saltimbancos, equilibristas e palhaços.
O palhaço do lugar era um soldado, que entrava montado ao contrário e fazia mil peripécias. O sucesso foi tanto, que adaptaram novas situações.
Era o próprio oficial Astley quem apresentava o show, vindo daí a figura do mestre de cerimônias
Quando o circo chegou ao Brasil
No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século dezoito, eles eram perseguidos. Aqui, andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista.
Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa.
Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
Circo contemporâneo
Circo contemporâneo é o que se aprende na escola. Fenômeno consequente das mudanças de valores na sociedade e suas novas necessidades. Grande parte dos profissionais do circo mandaram seus filhos para a universidade, fazendo com que as novas gerações da lona trabalhem mais na administração.
Em fins dos anos 70, começam a aparecer as primeiras escolas de circo, no mundo inteiro. Na França, a primeira a surgir foi a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini, em 1979, com o apoio do governo francês.
No Canadá, artistas performáticos têm aulas com ginastas e, em 1981, é criada uma escola de circo para atender à necessidade desses novos acrobatas.
Interessante lembrarmos, no entanto, que essa importância que o circo assume no mundo capitalista já era cultivada na ex-URSS, desde a década de 20. Data de 1921 a criação de uma escola de circo na União Soviética, que coloca o circo no patamar de arte, com inovação dos temas e das formas de apresentação.
Escolas e grupos brasileiros
No Brasil, a primeira escola de circo foi criada em São Paulo, em 1977, com o nome de Piolin (que é também o nome de um grande palhaço brasileiro). Funcionava no estádio do Pacaembu.
No Rio de Janeiro, surge em 1982 a Escola Nacional de Circo, abrindo oportunidades para jovens de todas as classes e vindos de diferentes regiões do país. Eles aprendem as novas técnicas circenses e, uma vez formados, montam seus próprios grupos ou vão trabalhar no exterior.
São muitos os grupos espalhados pelo Brasil afora. Citamos a Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli e a Nau de Ícaros.
Nossos palhaços
Carequinha, “o palhaço mais conhecido do Brasil” – ele mesmo se intitula assim – diz que os melhores palhaços que ele conheceu na vida foram Piolin, Arrelia e Chicarrão. Essa notoriedade de George Savalla Gomes, seu verdadeiro nome, se deve muito à TV. Comandou programas de televisão, gravou vários discos, e soube tirar dessa mídia o melhor proveito. A TV, para ele, não acabou nem vai acabar nunca com o circo. Segundo Carequinha, o circo é imortal.
“Sou contra circo que tem animais. Não gosto. O circo comum, sem animais, agrada muito mais.”
Carequinha
Denominado o “Rei dos Palhaços“, o senhor Abelardo Pinto morreu em 1973 e era conhecido no meio circense e no Brasil como o palhaço Piolin (era magro feito um barbante e daí a origem do apelido). Como Carequinha, Piolin trabalhou em circo desde sempre. Admirado pela intelectualidade brasileira, participou ativamente de vários movimentos artísticos, entre eles, a Semana de Arte Moderna de 1922.
“O circo não tem futuro, mas nós, ligados a ele, temos que batalhar para essa instituição não perecer”
Frase dita por Piolin, pouco antes de morrer
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
Dia do Circo
27 de Março
Alguns estudiosos afirmam que o circo surgiu na Antiguidade, na Grécia ou no Egito; alguns apontam a origem do circo na China, mais de 5000 anos atrás. Há inúmeras versões sobre a origem do circo, dissonantes ou não, elas concordam em um sentido: o propósito de entreter e até enganar seus espectadores, o que ocorreu em muitos casos.
A versão do circo como conhecemos – com picadeiro, lona, números com animais – é recente e foi criada pelo suboficial inglês Philip Astley, por volta de 1770, que montou um espetáculo equestre que contava com saltadores e palhaços.
Não entraremos no mérito da origem do Circo, procuraremos, portanto, apresentar alguns exemplos que mais se prolongaram como espetáculos circenses ao longo da história da humanidade.
O Coliseu de Roma, um anfiteatro reconstruído pelo imperador romano Júlio César, por volta dos anos 40 a.C., onde cabiam 87 mil espectadores, atraídos pelas mais variadas atrações, tais como: homens louros das regiões nórdicas, animais exóticos, engolidores de fogo, e posteriormente gladiadores que lutavam até a morte – a atração mais esperada pelo público do Coliseu.
A luta entre os gladiadores no Coliseu começou com o reinado de Nero (ano 54 a 68 da era cristã), era a instituição no Império Romano do chamado “panis et circense” (pão e circo), que tinha por objetivo dar ao povo comida e diversão, para que estes não clamassem por mudanças ou melhorias que poderiam abalar as bases do Império Romano.
As touradas na Espanha, uma prática que teve origem em Creta, onde o objetivo era domar e matar touros enfurecidos pelos gritos e pelos golpes de espadas aplicados pelos toureiros.
A arte acrobática na China, utilizada em um torneio chamado “A batalha contra Chi-hu” (Chi-hu equivalente a chefe de tribo), que consistia em um exercício de batalha, com participantes portando chifres nas cabeças, lançando-se uns contra os outros em grupo de dois ou três. Conhecido como o “jogo das cabeçadas” na era do imperador Wu, da dinastia Han (220-206 a. C.), transformou-se e passou a chamar-se Pai-Hsi (os cem espetáculos). A encenação evoluiu e tomou a forma de espetáculos anuais, conhecidos como o Festival da Primeira Lua. Que ganhou novos números com o passar do tempo.
No Brasil, “o maior espetáculo da Terra” tem origens tão diversas, quanto dissonantes; consenso mesmo só existe no fato de se admitir que houve uma chamada “Idade do Ouro”, que segundo Omar Eliott, diretora da Escola Nacional de Circo no Rio de Janeiro durante o século XIX, os grandes circos estrangeiros vinham para cá aproveitando momentos econômicos favoráveis, como o ciclo da cana-de-açúcar, o “boom” da borracha e a ascensão do café, tomados como exemplos.
Os circos chegaram a ter entre seus espectadores, gente da nobreza e até mesmo imperadores.
Acredita-se que, com as constantes perseguições aos ciganos na Península Ibérica, muitos tenham chegado ao Brasil e entre suas atividades incluíam-se o adestramento de animais selvagens, o ilusionismo e as exibições com cavalos, conforme relata a pesquisadora Alice Viveiros de Castro, que afirma “sempre houve ligação dos ciganos com o circo”.
Atualmente, a grande maioria dos circos não usa mais animais em seus espetáculos, passou a contar com números mais ousados, primando pela encenação e pela profissionalização de seus componentes, com objetivo de competir com cinemas, teatros e outras formas de entretenimento.
Fonte: www.brasilcultura.com.br
Dia do Circo
27 de Março
O circo é umas das mais antigas artes de espectáculos do mundo.
Teve origem em povos nômades da Eurásia.
Artistas de circo em tela de Georges Seurat, 1891Existem muitos tipos de circo: circo de rua, circo tradicional, circo chinês, circo russo etc.
O universo circense é na verdade um conjunto de diversas artes: malabarismo, palhaço, acrobacia, monociclo, adestramento de animais, equilibrismo, ilusionismo, etc.
Há cerca de cinco mil anos, pinturas onde aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas, foram descobertas na China, partindo daí uma hipótese do surgimento da arte circense.
Naquela época, a acrobacia era utilizada como forma de treinamento para os guerreiros, pois gerava agilidade, flexibilidade e força.
Fonte: www.cidadaopg.sp.gov.br
Dia do Circo
27 de Março
Na época em que não existia televisão nem cinema, e o teatro era diversão para as elites, a chegada de um circo era uma festa que empolgava adultos e crianças. Como as opções de lazer e entretenimento eram poucas, o circo promovia o grande evento em que as pessoas se reuniam para se divertirem com palhaços, mágicos, malabaristas e outras atrações.
A China revela os registros mais antigos de atividades circenses; nesse país há pinturas de cinco mil anos, com figuras de acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Foi na Grécia e em Roma antigas, porém, que o circo adquiriu forma e até uso político. Os Césares instituíram a política do “pão e circo”, que consistia em oferecer comida e entretenimento à população, como formas de domínio e contenção. Por volta do ano 70 a.C., surgiu o Circo Máximo de Roma, que foi destruído totalmente por um incêndio. Mais tarde, para aplacar a insatisfação popular, foi construído no mesmo lugar o Coliseu, com capacidade para 87 mil pessoas. Oferecia apresentações de engolidores de fogo, gladiadores e espécies exóticas de animais. Anos depois, com a perseguição ao cristianismo, o Coliseu transformou-se em uma arena em que os cristãos capturados eram jogados aos leões para serem devorados diante do público.
Os verdadeiros artistas circenses passaram, então, a se apresentar em feiras, praças e igrejas. A prática acabou se espalhando pela Europa e perdurou vários séculos na figura dos saltimbancos, que apresentavam simulações de combate e equitação e os tradicionais malabarismos que encantavam o público.
O circo moderno surgiu na Inglaterra. O oficial Philip Astley, da Cavalaria Britânica, inaugurou o Astley’s Amphitheatre em 1770, o qual apresentou a estrutura que os circos utilizam até hoje, com um picadeiro central e uma arquibancada. A principal atração era um espetáculo com cavalos, mas Astley logo contratou saltimbancos, malabaristas e palhaços. O apresentador do show era o próprio Astley, surgindo então a figura do mestre-de-cerimônias.
No Brasil, os circos apresentavam uma estrutura teatral. Sua introdução deve-se às famílias ciganas que, com suas tendas, atraíam espectadores para suas apresentações. O espetáculo do circo-teatro era dividido em duas partes. A primeira era tradicional, com malabaristas e mágicos. A segunda introduzia o teatro, apresentando peças, em sua maioria cômicas. Esse estilo de circo predominou durante quase um século, colocando os brasileiros em contato com as artes cênicas.
O picadeiro ficou conhecido como o berço do teatro brasileiro. O maior expoente desse teatro cômico que começava a dar os seus primeiros passos foi o palhaço Piolin. Seu nome era Abelardo Pinto; nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, em 27 de março de 1897. O Dia Nacional do Circo foi instituído em sua homenagem, devido a seu trabalho pioneiro na introdução do circo e das artes cênicas.
Há, contudo, uma noite triste nos espetáculos circenses: os animais. As suas imagens felizes apresentadas pelos proprietários do circo perderiam todo o seu charme se os detalhes horríveis de suas vidas fossem revelados. Todos os animais de circo, de qualquer espécie, são aprisionados até a morte. Além de passarem fome, ficam confinados em espaços minúsculos, sem as mínimas condições de higiene, sujeitos a diversas doenças, até as contagiosas ao próprio ser humano, como por exemplo a tuberculose. Seu treinamento é baseado no medo, na tortura e na anulação dos seus próprios instintos, ou seja, um tratamento bizarro e inaceitável.
Hoje a lei brasileira define e incrimina a prática de maus-tratos em animais e permite que qualquer pessoa registre um boletim de ocorrência policial.
Fonte: www.paulinas.org.br
Dia do Circo
27 de Março
“O circo é como o trem: uma coisa romântica, de uma grande ternura, do passado. É uma coisa prática para o povo. Você vai à vontade. O circo tem de ser preservado. É uma dessas coisas que jamais deveriam terminar.”
Dercy Gonçalves
Capa do livro Circo Nerino. Editado pelo SESC, São Paulo.
Há registros, segundo o autor Antonio Torres, em seu livro O circo no Brasil, de que a arte circense remonta a antes da era Cristã, e que suas raízes estão nos hipódromos da Grécia antiga e no grande Império Egípcio. No Egito, os primeiros sinais da arte circense estão gravados nas pirâmides, com desenhos de domadores, equilibristas, malabaristas e contorcionistas.
Os espetáculos desse período eram como as procissões, que tinham o objetivo de saudar os generais vitoriosos. Nesses cortejos, havia a doma, o desfile de animais exóticos e soldados conduzindo os novos escravos, além de apresentações em argolas e barras, que lembravam números da moderna ginástica olímpica. No início, a arte circense tinha uma forte relação com esse esporte, com números baseados em saltos e acrobacias.
Também há registros, com mais de 4 mil anos, do desenvolvimento da arte circense na China, onde a acrobacia era bastante popular. Relatos dão conta que no ano 108 a.C., já havia um festival anual de arte circense com novas atrações a cada ano. Foi aí que apareceram os números da corda bamba e do equilíbrio sobre as mãos. Mas foi na Europa que o circo ganhou força e se desenvolveu. Os espetáculos tomaram impulso ainda no Império Romano, quando seus anfiteatros recebiam apresentações de habilidades (mais tarde classificadas como circenses). A importância e a grandiosidade desse espetáculo pode ser atestada pelo Circo Máximo de Roma, construído onde hoje estão as ruínas do Coliseu Romano.
Capa do livro El Circo Soviético.
Com a decadência do Império Romano, os artistas circenses ganham espaço nas praças públicas, nos adros das igrejas e, sobretudo, nas feiras. “… ela (a feira) foi o lugar onde a arte circense permaneceu, de Roma a Philip Astley.”(CASTRO,1998:p.17). Esses circos, agrupados em pequenas companhias, rodavam vilas, cidades e castelos, em busca de público e de sustento. Nessa época os circos não tinham a mesma organização dos nossos dias, com cobertura de lona, arquibancadas e picadeiro, Mas já apresentavam números que permanecem até hoje, como engolidores de fogo, truques mágicos e malabarismos. ” Já o circo, como nós o conhecemos – um picadeiro, lonas, mastros, trapézios, desfiles de animais – é a forma moderna de antiquíssimos entretenimentos de diversos povos e culturas.”(CASTRO,1998: p.16).
Para melhor compreensão, deve-se fazer separação entre o circo e a arte circense. A arte circense é o resultado de performances artísticas desenvolvidas em diversos países ao longo do tempo. Essas performances incluem: habilidades físicas, equilíbrio na corda bamba, saltos mortais, contorcionismo; elementos de teatro e dança; e habilidades em geral: andar em monociclo, domar animais, etc.
Já o circo, o local físico, onde são feitas as apresentações de arte circense, sofreu várias modificações. O seu conjunto, com formato arredondado, picadeiro, cobertura de lona e cercado de arquibancadas, só foi criado em 1770, dando origem ao circo moderno, que é o que conhecemos hoje em dia.
Platéia: Circo Nerino
Segundo a pesquisadora Alice Viveiros de Castro, é consenso entre os historiadores reconhecer que o pai do circo moderno foi Philip Astley, suboficial inglês que comandava apresentações da cavalaria. Em seu circo, além das atrações com cavalos, Astley colocou saltimbancos, saltadores e palhaços. Entretanto, este circo tinha uma estrutura fixa, diferente dos circos modernos atuais.
Astley começou a difundir o circo moderno e abriu uma filial em Paris, após convite para apresentar-se para o rei da França. Só mais tarde, alguns países da Europa como Suécia, Espanha, Alemanha e Rússia, começaram a desenvolver sua arte circense. Em apenas cinquenta anos o circo moderno já tinha se espalhado por todo o mundo.
Antes de falar do circo no Brasil, vale destacar a chegada do circo aos Estados Unidos, primeiro país das Américas a receber esta atração. Foi lá que o circo moderno tornou-se móvel. A idéia foi de um homem chamado Barnum, que passou a viajar de trem com seu circo, parando nas cidades para fazer apresentações. Também nos Estado Unidos, o espetáculo ganhou números esdrúxulos, como a famosa mulher barbada.
Documentos apontam que no século XVIII, antes mesmo da criação do circo moderno, já haviam grupos circenses no Brasil. Normalmente, essas companhias eram formadas por ciganos, expulsos da Península Ibérica. Em suas apresentações eles faziam de tudo: doma de animais, números de ilusionismo e até teatro de bonecos. O circo moderno só chegou ao Brasil a partir de 1830. Incentivadas pelos ciclos econômicos do café, borracha e cana-de-açúcar, grandes companhias européias vinham apresentar-se nas cidades brasileiras. Foram essas companhias que ajudaram a formar as primeiras famílias de circo, que passaram a ser as responsáveis pelo desenvolvimento do circo moderno no Brasil.
Eram realmente famílias, com laços consanguíneos, que sustentavam esta atividade. Pai, avô, filho, sobrinhos e netos eram responsáveis por tudo, desde a infra-estrutura e montagem do circo, até o espetáculo. Sempre foram mantidos os números clássicos, como o do engolidor de fogo ou o da corda bamba, mas foram criadas também novas atrações, já enquadradas à cultura do povo brasileiro.
Até a pouco tempo, esta era a situação dos circos no Brasil. Mas diversos fatores levaram a uma mudança na sua organização e administração. Com o surgimento dos grandes centros urbanos e o desenvolvimento tecnológico, apareceram também novas formas de entretenimento, como a televisão, cinema, teatro e parques de diversão. Com isso, o circo foi perdendo espaço e público. “Na verdade, o circo adaptou-se aos novos tempos da mass media. Tornou-se performático. Mas sem esquecer a maioria das atrações de antigamente.”(TORRES,1998: p.45).
A primeira mudança foi na relação familiar. Agora, os pais preferem que seus filhos se dediquem aos estudos, ao invés de se dedicarem apenas à arte circense. Os pais passaram a perceber que, com estudo, seus filhos continuariam trabalhando no circo, mas agora como proprietários de uma empresa, e não apenas como artistas. Esta atitude acabou trazendo duas consequências: a primeira, diz respeito à visão que estes “novos empresários” têm do circo. Menos sentimentais, para eles o circo é um negócio que tem que dar lucro. A segunda é que, para suprir a demanda de artistas, já que as famílias circenses agora cuidavam da administração, surgiram as escolas de circo, que formam novos artistas. Eles não fazem parte da família. A relação é apenas de patrão e empregado. Igual a um funcionário, que trabalha em troca de salário.
Hoje, estas mudanças se refletem em vários circos brasileiros, como Beto Carrero, Circo Garcia, Orlando Orfei, Circo Vostok e outros. As velhas famílias, que faziam de tudo, ainda continuam nos circos, mas agora na administração de verdadeiras empresas.
As mudanças ocorridas na administração do circo moderno ajudaram a criar também uma nova categoria de circo. Conhecidas como “novo circo”, estas companhias não têm picadeiro, nem lona, nem arquibancadas e se apresentam, na maioria das vezes, em teatros ou casas de espetáculo. Nas apresentações, há inovações na linguagem, com a incorporação de elementos de dança, teatro e música. Um exemplo desse tipo de circo é o Cirque du Soleil, do Canadá. No Brasil, há vários grupos desse gênero, como o Intrépida Trupe, Fratellis, Teatro de Anônimos e Nau de Ícaros.
Porém, à margem de todas estas grandes transformações, ainda há os pequenos circos, que não conseguiram se “modernizar”, mas que resistem, fazendo apresentações nas pequenas cidades do interior e bairros da periferia das grandes cidades. Nesses circos, com pequenas estruturas, as famílias ainda trabalham como antigamente, fazendo de tudo. Os espetáculos são simples. São raras as apresentações com animais, que custam caro, ou com equipamentos grandes e sofisticados. Esses pequenos circos, ainda com sentimentalismo e, certamente, um pouco de saudosismo, continuam no picadeiro, com a certeza de que fazer sorrir ainda é o melhor remédio pra não deixar a tradição acabar.
Fonte: www.facom.ufba.br
Dia do Circo
27 de Março
Quando e onde começa a história do Circo
Mais do que um divertimento, procurar a resposta para essa pergunta tem sido um exercício de imaginação para pesquisadores e historiadores do Brasil e do mundo. Imprecisos, os antecedentes históricos do circo estão envoltos em lendas e versões desencontradas.
A rigor é muito difícil, de fato, precisar a data de origem dos espetáculos, em recintos abertos ou fechados, que marcam o surgimento do gênero.
Escreve Roberto Ruiz em seu livro Hoje tem espetáculo?, no qual, com muita graça, levanta uma hipótese curiosa: o remoto ancestral do artista de circo deve ter sido aquele troglodita que, num dia de caça surpreendentemente farta, entrou na caverna dando pulos de alegria e despertando, com suas caretas, o riso dos seus companheiros de dificuldades.
Uma versão que leva a outra: tudo pode ter começado mesmo com o primeiro homem a fazer uma brincadeira engraçada, o que hoje chamamos de palhaçada. Não é a toa que o palhaço é a alma do circo.
Há registros de que o circo tem suas raízes nos hipódromos da Grécia antiga e no grande Império egípicio, onde já havia a doma de animais. Os espetáculos começavam com uma procissão solene e apresentavam cortejos que celebravam as voltas das guerras, com o desfile de homens fortes conduzindo os vencidos como escravos e animais exóticos que demonstravam o quão longe os generais vencedores tinham ido.
Diversos números circenses faziam parte das Olimpíadas , justificando a relação forte que tem o circo com o esporte, a ginástica olímpica e as suas categorias, como barras, argolas, solo, solo, etc.
No Coliseu de Roma eram apresentadas muitas excentricidades. Homens louros nórdicos, animais exóticos, engolidores de fogo, gladiadores, etc. O Império Romano entrava no primado do pão e circo. Ao tempo de Nero (imperador de Roma de 54 á 68 dc), as arenas passam a ser ocupadas por espetáculos sangrentos, com a perseguição aos cristãos, que são atirados às feras. Isso provocou uma queda no interesse pelas artes circenses que se prolongou por muito tempo. Os artistas passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas das igrejas.
Os chineses porém tem outra versão: foi na China que tudo começou. e com a arte acrobática, tão antiga quanto a sua música, a sua dança e o seu teatro. A acrobacia chinesa já existia na sociedade primitiva, quando se celebrava um torneio chamado A batalha contra Chi-hu (Chi-hu era o nome de um chefe de tribo).
Tratava-se de um exercício de batalha, com os participantes portando chifres nas cabeças, arremetendo uns contra os outros em grupo de dois ou três. Conhecido como o jogo das cabeçadas na era do imperador Wu, da dinastia Han (220-206 AC), transformou-se e passou a homenagem a visitantes estrangeiros. Eles foram brindados com apresentações acrobáticas tão surpreendentes que o imperador decidiu que a partir dali, todos os anos, seriam realizados espetáculos do gênero durante o Festival da Primeira Lua.
Fonte: www.petecaecia.com
Dia do Circo
27 de Março
Artista Circense
Respeitável público, começa agora a história de um dos maiores espetáculos da Terra: o circo. Crianças e adultos ficam encantados com esse grande show, que apesar de ser milenar, até hoje atrai muita gente. Acredita-se que a origem do circo está na China, pois lá foram descobertas pinturas de cerca de 5 mil anos de acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Essas acrobacias eram treinamentos para guerreiros, pois nelas eram exigidas muita força, flexibilidade e agilidade. Mas também encontramos indícios da arte circense nas pirâmides do Egito, na Grécia, na Índia e em Roma.
No ano 40 a.C foi criado o Circo Máximo de Roma, onde é hoje o Coliseu. Com mais de 87 mil lugares, o Coliseu era uma casa de espetáculos onde eram apresentados, além dos famosos gladiadores, engolidores de fogo e animais exóticos. Mas depois, o Coliseu foi transformando em uma arena de apresentação de espetáculos sangrentos, como a perseguição de cristãos por leões e animais ferozes.
Desde então, os artistas passaram a compor suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. Feiras populares também exibiam truques mágicos e habilidades como o malabarismo. No século XVII, grupos de incipientes artistas circenses percorriam a Europa fazendo exibições de destreza com cavalo e combates simulados, além de apresentações das tradicionais artes circenses como o contorcionismo e o malabarismo.
A forma como conhecemos o circo, com picadeiro e lona, de forma arredonda é a chamada forma moderna e tem origem na última década do século XVIII. Hoje em dia, além de malabarismo e contorcionismo, elementos da dança e do teatro foram incorporados ao circo.
O circo brasileiro nasceu juntamente com a imigração dos ciganos, vindos da Europa, pois foram eles que nos apresentaram as artes circenses. Mas pouco a pouco o nosso circo foi tomando um rumo próprio e isso é constatado, principalmente, na figura do nosso palhaço. O palhaço europeu é essencialmente um mímico, enquanto o brasileiro é falante e bastante humorístico.
A primeira escola de circo que se instalou no Brasil chamava-se Piolin, em São Paulo, no estádio do Pacaembu (1977). Em 1982, surgiu a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro e jovens de todas as classes sociais têm acesso às técnicas circenses. Formados, os ex-alunos vão trabalhar nos circos brasileiros ou no exterior, ou formam grupos que se apresentam em teatros, ginásios e praças. Atualmente, a Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli, os Parlapatões, Patifes e Paspalhões, a Nau de Ícaros, o Circo Mínimo, o Circo Escola Picadeiro, as Linhas Aéreas e o Teatro de Anônimo, entre outros, formam o Circo Contemporâneo Brasileiro.
Fonte: UFGNet, Central do Circo, CEDI
Dia do Circo
27 de Março
Qual é a origem do circo?
Dos chineses aos gregos, dos egípcios aos indianos, quase todas as civilizações antigas já praticavam algum tipo de arte circense há pelo menos 4 000 anos – mas o circo como o conhecemos hoje só começou a tomar forma durante o Império Romano. O primeiro a se tornar famoso foi o Circus Maximus, que teria sido inaugurado no século VI a.C., com capacidade para 150 000 pessoas. A atração principal eram as corridas de carruagens, mas, com o tempo, foram acrescentadas as lutas de gladiadores, as apresentações de animais selvagens e de pessoas com habilidades incomuns, como engolidores de fogo. Destruído por um grande incêndio, esse anfiteatro foi substituído, em 40 a.C., pelo Coliseu, cujas ruínas até hoje compõem o cartão postal número um de Roma.
Com o fim do império dos Césares e o início da era medieval, artistas populares passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. “Nasciam assim as famílias de saltimbancos, que viajavam de cidade em cidade para apresentar seus números cômicos, de pirofagia, malabarismo, dança e teatro”, afirma Luiz Rodrigues Monteiro, professor de Artes Cênicas e Técnicas Circenses da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tudo isso, porém, não passa de uma pré-história das artes circenses, porque foi só na Inglaterra do século XVIII que surgiu o circo moderno, com seu picadeiro circular e a reunião das atrações que compõem o espetáculo ainda hoje. Cavaleiro de 1 001 habilidades, o ex-militar inglês Philip Astley inaugurou, em 1768, em Londres, o Royal Amphitheatre of Arts (Anfiteatro Real das Artes), para exibições equestres. Para quebrar a seriedade das apresentações, alternou números com palhaços e todo tipo de acrobata e malabarista.
O sucesso foi tamanho que, 50 anos depois, o circo inglês era imitado não só no resto do continente europeu, mas atravessara o Atlântico e se espalhara pelos quatro cantos do planeta.
Fonte: www.goarticles.com
Dia do Circo
27 de Março
“O circo é, antes de tudo, um espetáculo visual.
O palhaço faz tudo seriamente.
Ele não precisa falar e sim fazer graciosos trejeitos.
Sua mímica ingênua sempre consegue fazer rir.”
(Leonid G. Engibarov)
É indispensável que aqui se faça uma referência ao Circo Garcia, o mais antigo dos circos brasileiros ainda em atividade. Criado em 1928, continua até hoje e ser a alegria de velhos, jovens e crianças. (brasilcult)
Dentro de todos nós adultos há sempre uma criança. É esta criança que se empolga e sorri interiormente quando vê a lona armada de um Circo. (Mar)
Não existe figura mais alegre que a do Palhaço. Suas roupas coloridas, o nariz vermelho, grandes sapatos, cara branca com uma bocarra pintada, parece que acabou de saltar de nosso baú de recordações. (brasilcult)
A palavra Circo tem origem na forma circular dos picadeiros do Coliseu Romano. A única coisa que guardou do antigo circo romano foi a arena outrora ensanguentada – hoje, alegre picadeiro, onde com vistosas roupas se apresentam: domadores, palhaços, trapezistas. Motivo de inspiração para músicos e escritores, serviu de tema a Leoncavallo para sua ópera “I Pagliacci”. (Mar)
Falar em palhaços é o mesmo que se falar em estrepitosas e alegres risadas. Para jovens e velhos têm o dom de voltar as lembranças da infância onde se mesclam risos e fantasias. (brasilcult)
Dentro do Circo havia uma hierarquia circense. O primeiro palhaço era chamado de Bacalhau. Dentre os palhaços brasileiros mais famosos temos Chimarrão, Dudu, Piolim (do movimento modernista de 1922) e atualmente Arrelia e Carequinha. (Mar)
Falar em palhaços é o mesmo que se falar em estrepitosas e alegres risadas. Para jovens e velhos têm o dom de voltar as lembranças da infância onde se mesclam risos e fantasias. (brasilcult)
Para transportar toda a trupe do Circo, no começo eram usadas carroças puxadas a cavalo. Hoje modernos caminhões com carrocerias fechadas levam toda a parafernália necessária. Em chegando ao local onde ele se instalará, numa tarefa ordenada, todos trabalham. Em pouco tempo a lona é estendida, a montagem é feita e o espetáculo poderá começar. (Mar)
Infelizmente são raras as “mulheres” Palhaças. A mais popular, a primeira que se tem notícia, apareceu no começo do século e foi a Miss Loulou. (Mar)
Finda a temporada o Circo vai partir. A desmontagem é feita. Novos locais serão visitados; a alegria mudará de lugar… De qualquer maneira, o Circo continuará a ser a primeira escola de teatro, com uma farta gama de dramaturgia, de onde já saíram e continuarão a sair consagrados artistas. (brasilcult)
Bibliografia
Meillard, Louis: Le clown et les enfants
Pinaud, Marie: Le cirque
Publicação da FGV, 1988, n°3, março – O Correio
“O Circo, Arte Universal”. Cartes Postales et Collection 1990/2 n°132 (Mar)
Marília Carqueja Vieira
Fonte: www.brasilcult.pro.br
Dia do Circo
27 de Março
Pode-se dizer que as artes circenses surgiram na China, onde foram descobertas pinturas de quase 5.000 anos em que aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas. A acrobacia inclusive era uma forma de treinamento para os guerreiros de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força. Com o tempo, a essas qualidades se somou a graça, a beleza e a harmonia.
Em 108 a.C. houve uma grande festa em homenagem a visitantes estrangeiros, que foram brindados com apresentações acrobáticas surpreendentes. A partir daí, o imperador decidiu que todos os anos seriam realizados espetáculos do gênero durante o Festival da Primeira Lua. Até hoje os aldeões praticam malabarismo com espigas de milho e brincam de saltar e equilibrar imensos vasos nos pés.
Nas pirâmides do Egito existem pinturas de malabaristas e paradistas. Nos grandes desfiles militares dos faraós se exibiam animais ferozes das terras conquistadas, caracterizando os primeiros domadores.
Na Índia, os números de contorção e saltos fazem parte dos milenares espetáculos sagrados, junto com danças, música e canto.
Na Grécia as paradas de mão, o equilíbrio mão a mão, os números de força, as paradas de mão e o contorcionismo eram modalidades olímpicas. Os sátiros faziam o povo rir, dando continuidade à linhagem dos palhaços…
No ano 70 a.C., em Pompéia, havia um anfiteatro destinado a exibições de habilidades incomuns.
O Circo Máximo de Roma apareceu pouco depois, mas foi destruído em um incêndio. Em 40 a.C., no mesmo local foi construído o Coliseu, onde cabiam 87 mil espectadores. Lá eram apresentadas excentricidades como homens louros nórdicos, animais exóticos, engolidores de fogo e gladiadores, entre outros. Porém, entre 54 e 68 d.C., as arenas passaram a ser ocupadas por espetáculos sangrentos, com a perseguição aos cristãos, que eram atirados às feras, o que diminui o interesse pelas artes circenses.
Os artistas passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. Durante séculos, em feiras populares, barracas exibiram fenômenos, habilidades incomuns, truques mágicos e malabarismo.
No século XVIII, vários grupos de saltimbancos percorriam a Europa, especialmente na Inglaterra, França e Espanha. Eram frequentes as exibições de destreza a cavalo, combates simulados e provas de equitação.
O circo como ele é
O primeiro circo europeu moderno, o Astley’s Amphitheatre, foi inaugurado em Londres por volta de 1770 por Philip Astley, um oficial inglês da Cavalaria Britânica. O circo de Astley tinha um picadeiro com uma espécie de arquibancada perto. Construiu um anfiteatro suntuoso e fixo, pois ficaria permanentemente no mesmo lugar. Organizou um espetáculo equestre, com rigor e estrutura militares, mas percebeu que para segurar o público, teria que reunir outras atrações e juntou saltimbancos, equilibristas, saltadores e palhaço. O palhaço do batalhão era um soldado campônio, que acaba sendo o clown e que em inglês, origina de caipira. O palhaço não sabia montar, entrava no picadeiro montado ao contrário, caía do cavalo, subia de um lado, caía do outro, passava por baixo do cavalo. Como fazia muito sucesso, começaram a se desenvolver novas situações. Ao longo dos anos, Astley acrescentou saltos acrobáticos, dança com laços e malabarismo.
Este primeiro circo funcionava como um quartel: os uniformes, o rufar dos tambores, as vozes de comando para a execução dos números de risco. O próprio Astley dirigia e apresentava o espetáculo, criando assim, a figura do mestre de cerimônias.
Seu espetáculo foi visto por gente de todo mundo, pois Londres era muito visitada. E em 50 anos, houve um rápido desenvolvimento do circo no mundo.
O termo circus foi utilizado pela primeira vez em 1782, quando o rival de Astley, Charles Hughes, abriu as portas do Royal Circus. Em princípios do século XIX havia circos permanentes em algumas das grandes cidades européias. Existiam, além disso, circos ambulantes, que se deslocavam de cidade em cidade em carretas cobertas.
O circo Norte-Americano
John Bill Ricketts, inglês e aluno de Hughes, levou o circo aos Estados Unidos em 1792, tendo excursionado pelo nordeste americano. Seu circo foi destruído em um incêndio, fazendo-o retornar para a Inglaterra, aonde não chegou, pois o navio em que viajava afundou em uma tempestade.
William Cameron Coup foi o primeiro a fazer um espetáculo circense de grandes dimensões, para uma platéia de mais de mil pessoas, em 1869, com espetáculo em dois picadeiros simultaneamente. Dois anos depois, associou-se a Phineas T. Barnum, um famoso apresentador, e abriram um grande circo em Nova York. A propaganda dizia que era o maior espetáculo da Terra.
Em 1881, Barnum juntou-se a James Anthony Bailey, fazendo surgir um circo ainda maior, o Barnum and Bailey, com três picadeiros simultâneos.
Em 1884, surgiu a poderosa dinastia circense dos irmãos Ringling, que absorveram, entre outras, a companhia de Barnum e Bailey, e se tornaram a maior organização itinerante do mundo. No entanto, depois da II Guerra Mundial, os custos de montagem e transporte tornaram inviável o traslado de semelhante estrutura.
O circo no Brasil
No Brasil, mesmo antes do circo de Astley, já haviam os ciganos que vieram da Europa, onde eram perseguidos. Sempre houve ligação dos ciganos com o circo. Entre suas especialidades incluíam-se a doma de ursos, o ilusionismo e as exibições com cavalos. Há relatos de que eles usavam tendas e nas festas sacras, havia bagunça, bebedeira, e exibições artísticas, incluindo teatro de bonecos. Eles viajavam de cidade em cidade, e adaptavam seus espetáculos ao gosto da população local. Números que não faziam sucesso na cidade eram tirados do programa.
O circo com suas características, em geral itinerante, existe no Brasil a partir dos fins do século XIX. Desembarcavam em um porto importante, faziam seu espetáculo partiam para outras cidades, descendo pelo litoral até o rio da Prata, indo para Buenos Aires.
Instalando-se na periferia das grandes cidades e voltado para as classes populares, sua modernização não se deu em termos de espaços e equipamentos: investe no elemento humano, suas destrezas, habilidades e criatividade. Por isso, os palhaços são as figuras centrais, dependendo deles o sucesso do circo.
O circo brasileiro tropicalizou algumas atrações. O palhaço brasileiro falava muito, ao contrário do europeu, que era mais mímico. Era mais conquistador e malandro, seresteiro, tocador de violão, com um humor picante. O público também apresentava características diferentes: os europeus iam ao circo apreciar a arte; no Brasil, os números perigosos eram as atrações: trapézio, animais selvagens e ferozes.
Surge um novo circo
Atualmente, paralelamente aos circos itinerantes e tradicionais que ainda existem, a arte circense também se aprende em escolas. Por uma mudança de valores, muitos circenses colocaram seus filhos para estudar e fazer um curso universitário. As novas gerações estão trabalhando mais na administração dos circos.
Surge um novo movimento, que pode ser chamado de Circo Contemporâneo. Não há uma data precisa do seu surgimento, mas pode-se dizer que o movimento começou no final dos anos 70, em vários países simultaneamente. Na Austrália, com o Circus Oz (1978), e na Inglaterra, com os artistas de rua fazendo palhaços, truques com fogo, andando em pernas de pau e com suas mágicas.
Na França, a primeira escola de circo é a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini. Annie era descendente da maior família de palhaços franceses, os Fratellini. A escola surge com o apoio do governo francês, em 1979. Ligados à escola ou não, começam a surgir vários grupos.
No Canadá, os ginastas começaram a dar aulas para alguns artistas performáticos e a fazer programas especiais para a televisão e em ginásios em que os saltos acrobáticos eram mais circenses. Em 1981, criou-se a primeira escola de circo para atender à demanda dos artistas performáticos.
Em 1982, surge em Québec o Club des Talons Hauts, grupo de artistas em pernas de pau, malabaristas e pirofagistas. É esse grupo que em 1984 realiza o primeiro espetáculo do Cirque du Soleil. Em decorrência do grande sucesso no Canadá, eles recebem apoio do governo para a primeira turnê nos Estados Unidos. A segunda turnê, em 1990, é assistida por 1.300.000 espectadores no Canadá e excursiona por 19 cidades americanas. Surge a grande empresa de espetáculos, que atualmente está em cartaz com oito espetáculos diferentes no mundo, em três continentes, com mais de 700 artistas contratados.
Voltando um pouco na história, é importante mencionar a influência da ex-URSS. Em 1921, o novo governo soviético resolve criar uma escola de circo e convidam o prestigiado diretor de teatro Vsevolod Meyherhold para dirigi-la. O contato entre os tradicionais do circo e a vanguarda do teatro resulta na criação de uma escola que coloca o circo num patamar de arte. Dança clássica e teatro fazem parte do currículo. É criada uma forma de espetáculo com temas e uma apresentação inteiramente novas. São criados novos aparelhos, diretores são chamados para dirigir os espetáculos, músicos fazem composições especiais e sob medida.
O circo contemporâneo brasileiro
A primeira escola que se instalou no Brasil chamava-se Piolin, em São Paulo, no estádio do Pacaembu (1977). Em 1982, surgiu a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, onde jovens de todas as classes sociais têm acesso às técnicas circenses. Formados, os ex-alunos vão trabalhar nos circos brasileiros ou no exterior, ou formam grupos que se apresentam em teatros, ginásios e praças.
Atualmente, a Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli, os Parlapatões, Patifes e Paspalhões, a Nau de Ícaros, o Circo Mínimo, o Circo Escola Picadeiro, o Linhas Aéreas e o Teatro de Anônimo, entre outros, formam o Circo Contemporâneo Brasileiro.
A história de um mito do Circo!
George Savalla Gomes, o Carequinha, nasceu em Rio Bonito, RJ, em 18 de julho de 1915. A mãe, aramista e trapezista, sentiu as dores do parto em cima do trapézio. Pouco tempo depois deu a luz a Carequinha, ali mesmo dentro do circo. Criado em uma tradicional família circense, não podia ter outro destino. Começou a trabalhar como palhaço aos cinco anos de idade e nunca mais parou, passando por vários circos nacionais e até um internacional, o Circo Sarrazani.
Hoje é um representante vivo da leva de palhaços marcantes do Brasil. Ironicamente George tem uma vasta cabeleira, que faz questão de pintar e manter bem penteada, numa prova de extrema vaidade. O apelido foi dado pelo padrasto, responsável pela peruca careca que obrigou o enteado a usar.
Carequinha foi o primeiro artista circense a trabalhar na televisão, na TV Tupi, onde ficou durante muito tempo. Foi o inventor do que seriam os programas de auditório. Como estava acostumado a trabalhar com o público, pediu ao diretor de seu programa para colocar uma platéia de crianças com seus pais para que seu show fosse mais real, o que acabou tornando-o uma personalidade de projeção nacional.
Sempre se deu muito bem com os negócios e foi pioneiro no marketing pessoal. O resultado disso, aliado ao talento nato, fez o artista gravar 26 discos que venderam 2 milhões de cópias, alavancar a venda de produtos infantis que tinham a sua marca, fazer cinema e ainda conquistar vários prêmios e homenagens pelo País.
Querido principalmente pelo público infantil, George ainda faz shows em festas infantis. E ao contrário de seus famosos companheiros, que morreram na miséria, está bem financeiramente. Mora numa casa confortável em São Gonçalo e é casado há 55 anos com a mesma mulher. A amada de longa data é uma professora que ele conheceu numa ocasião em que seu circo estava em Poços de Caldas. Apaixonada, largou tudo para casar e acompanhá-lo pelo Brasil todo. O palhaço tem quatro filhos, cinco netos e dois bisnetos.
Fonte: www.arcadovelho.com.br
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