Dia de São Lucas

18 de Outubro

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Evangelista cristão de formação grega nascido em Antioquia, na Síria, autor do terceiro dos evangelhos sinóticos e dos Atos dos Apóstolos, seus textos são os de maior expressão literária do Novo Testamento.

Por seu estilo literário, acredita-se que pertencia a uma família culta e abastada e, de acordo com a tradição, exercia a profissão de médico e tinha talento para a pintura.

Converteu-se ao cristianismo e tornou-se discípulo e amigo de Paulo de Tarso, porém segundo seu próprio relato, não chegou a conhecer pessoalmente Jesus Cristo, pois ainda era muito criança quando o Messias foi crucificado.

Paulo o chamava de colaborador e de médico amado e segundo o testemunho dos Atos dos Apóstolos e das Cartas de São Paulo, que constituem os únicos dados biográficos autênticos, acompanhou o apóstolo em sua segunda viagem missionária de Trôade a Filipos, onde permaneceu por seis anos seguintes.

Depois novamente acompanhou Paulo, desta vez numa viagem de Filipos a Jerusalém (57-58). Também esteve presente na prisão do apóstolo em Cesaréia e o acompanhou até Roma.

Com a execução do apóstolo e seu mestre (67), deixou Roma e, de acordo com a tradição cristã, enquanto escrevia seu Evangelho, teria pregado em Acaia, na Beócia e também na Bitínia, onde teria morrido (70). Porém existem várias versões sobre o local e como morreu.

Uma versão registra que foi martirizado em Patras e, segundo outras, em Roma, ou ainda em Tebas.

Comprometido com a verdade histórica, registrou em seu evangelho o que ouvira diretamente dos apóstolos e discípulos que testemunharam a vida de Jesus.

Uma tradição bizantina mais tardia, no século VI, quase com certeza apócrifa, considera que ele também se dedicava à pintura e chegou a lhe atribuir alguns retratos de Maria, mãe de Jesus.

O exame do vocabulário de seu Evangelho levou a crítica moderna a confirmar a antiga tradição de que era um médico e excelente escritor, preocupado em manter-se fiel aos fatos históricos e, politicamente, com as injustiças sociais.

Seu símbolo como evangelista é o touro e, na tradição litúrgica, seu dia é comemorado em 18 de outubro.

OBS.: Os outros evangelhos sinóticos são os de Marcos e o de Mateus. Os três Evangelhos são assim chamados porque permitem uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões e apresentam Jesus como uma personagem humana destacando-se dos comuns pelas suas ações milagrosas.

O Quarto Evangelho, o de João, descreve um Jesus como um Messias com um carácter divino, que traz a redenção absoluta ao mundo, relatando a história de Jesus de um modo substancialmente diferente, pelo que não se enquadra nos sinópticos.

Em bom português sinóptico vem do grego synoptikós, que significa de um só golpe de vista entender várias coisas. Relativo a sinopse; que tem forma de sinopse; resumido.

Evangelho

Lucas é um dos quatro evangelistas.

O seu Evangelho é reconhecido como o do amor e da misericórdia. Foi escrito sob o signo da fé, nos tempos em que isso podia custar a própria vida. Mas falou em nascimento e ressurreição, perdão e conversão, na salvação de toda a humanidade.

Além do terceiro evangelho, escreveu os Atos dos Apóstolos, onde registrou o desenvolvimento da Igreja na comunidade primitiva, relatando os acontecimentos de Jerusalém, Antioquia e Damasco, deixando-nos o testemunho do Cristo da bondade, da doçura e da paz.

Dia de São Lucas
São Lucas

Lucas nasceu na Antioquia, Síria. Era médico e pintor, muito culto, e foi convertido e batizado por são Paulo. No ano 43, já viajava ao lado do apóstolo, sendo considerado seu filho espiritual. Escreveu o seu Evangelho em grego puro, quando são Paulo quis pregar a Boa-Nova aos povos que falavam aquele idioma. Os dois sabiam que mostrar-lhes o caminho na própria língua facilitaria a missão apostólica. Assim, através de seus escritos, Lucas tornou-se o relator do nascimento de Jesus, o principal biógrafo da Virgem Maria e o primeiro a expressá-la através da pintura.

Quando das prisões de são Paulo, Lucas acompanhou o mestre, tanto no cárcere como nas audiências. Presença que o confortou nas masmorras e deu-lhe ânimo no enfrentamento do tribunal do imperador. Na segunda e derradeira vez, Paulo escreveu a Timóteo que agora todos o haviam abandonado. Menos um. “Só Lucas está comigo” E essa foi a última notícia certa do evangelista.

A tradição cristã diz-nos que depois do martírio de são Paulo o discípulo, médico e amigo Lucas continuou a pregação. Ele teria seguido pela Itália, Gálias, Dalmácia e Macedônia. E um documento traduzido por são Jerônimo trouxe a informação que o evangelista teria vivido até os oitenta e quatro anos de idade. A sua morte pelo martírio em Patras, na Grécia, foi apenas um legado dessa antiga tradição.

Todavia, por sua participação nos primeiros tempos, ao lado dos apóstolos escolhidos por Jesus, somada à vida de missionário, escritor, médico e pintor, transformou-se num dos pilares da Igreja. Na suas obras, Lucas dirigia-se a um certo Teófilo, amigo de Deus, que tanto poderia ser um discípulo como uma comunidade, ou todo aquele que entrava em contato com a mensagem da Boa-Nova através dessa leitura. Com tal recurso literário, tornou seu Evangelho uma porta de entrada à salvação para todos os povos, concedendo o compartilhamento do Reino de Deus por todas as pessoas que antes eram excluídas pela antiga lei.

Dia de São Lucas
São Lucas

Lucas não era hebreu e sim gentio, como era chamado todo aquele que não professava a religião judaica. Não há dados precisos sobre a vida de S. Lucas, mas segundo a tradição, era natural de Antioquia, cidade situada em território hoje pertencente Síria e que, na época, era um dos mais importantes centros da civilização helênica na Ásia Menor. Viveu no século I d.C., desconhecendo-se a data exata do seu nascimento, assim como de sua morte.

Na mocidade, Lucas estudou artes e ciências, particularmente retórica e medicina. Há quem afirme ter sido ele um hábil pintor. Nicéforo e outros escritores referem-se à existência de diversos retratos de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem, feitos por ele.

É provável que São Paulo tenha sido seu mestre na doutrina cristã e dele tenha recebido o batismo. São Jerônimo chama-o filho espiritual de São Paulo. As primeiras referências a são Lucas constam das epístolas de São Paulo, nas quais é chamado de “colaborador” e “o médico amado” (Cl 4:14). O certo é que São Lucas foi companheiro constante de São Paulo em todas as viagens apostólicas e esteve com ele no cárcere, tendo conhecido e vivido com os demais apóstolos.

São Paulo por várias vezes externa a alta consideração em que o tinha, elogia-lhe o zelo, a dedicação e a fidelidade de coração e dá-lhe o título de apóstolo.

Cheio de sensibilidade e disponibilidade, Lucas foi um apóstolo dos mais solícitos. Possuía sólida cultura científica e literária, tendo escrito o terceiro Evangelho e os Atos dos Apóstolos, revelando-nos os íntimos segredos da Anunciação, Visitação, o nascimento de Jesus e demais fatos que tomou conhecimento junto aos primeiros apóstolos da cristandade. O próprio são Lucas se exclui do grupo de testemunhas diretas da vida de Cristo. Diz um antigo texto: “Lucas, sírio de Antioquia, médico de profissão, discípulo dos apóstolos, depois seguiu Paulo”.

Nunca se casou e nunca teve filhos. São Lucas escreveu o seu Evangelho a pedido expresso de São Paulo. Serviu-se da língua grega, porque São Paulo pregava aos gregos, e por este motivo, era natural que tivesse desejo de poder apresentar-lhes o Evangelho na língua pátria. Seus textos são os de maior expressão literária do Novo Testamento. Comprometido com a verdade histórica, São Lucas registrou em seu evangelho o que ouvira diretamente dos apóstolos e discípulos de Jesus: “…conforme no-los transmitiram os que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da Palavra -, a mim também pareceu conveniente, após acurada investigação de tudo desde o princípio, escrever-te de modo ordenado…” (Lc 1:2-3). São Lucas cita em seu Evangelho episódios da vida de Nosso Senhor e de Maria Santíssima, que não se encontram nos demais Evangelhos. Daí, se conclui que o autor tenha conhecido pessoalmente a Virgem Maria, e assim, chegando ao conhecimento de certos fatos da infância de Jesus.

Tornou-se excepcional para a vida da Igreja, por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o Carisma da inspiração e com uma vivência comunitária, que resultaram no Evangelho e na primeira história da Igreja, o Ato dos Apóstolos. No Evangelho, encontramos o Cristo que, sendo amor universal, se revela a todos, e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o “bom” ladrão e conta as lindas parábolas do filho pródigo, ou do pai misericordioso, e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos, deparamo-nos com a ascensão do Cristo que promete o batismo no Espírito Santo, cumpre no dia de Pentecostes, inaugurando assim sua Igreja, que evangeliza com coragem a todos os povos.

Alguns exegetas (intérpretes da Escritura Sagrada) observavam, ainda, outra particularidade do Evangelho de São Lucas: de trazer fatos da vida de Nosso Senhor que animam os pecadores a ter confiança na misericórdia divina, e os dispõem ao arrependimento dos pecados: por exemplo, as parábolas do filho pródigo, do bom pastor, do bom samaritano, a conversão do bom ladrão, que na última hora recebeu que Nosso Senhor a promessa do céu. Devido a esta particularidade do Evangelho de São Lucas, escreveu os Atos dos Apóstolos, nos quais relata fatos como a Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a vinda do Espírito Santo.

Ali também temos uma história de desenvolvimento da Igreja primitiva: descreve o martírio de Santo Estêvão e de São Tiago.

São Lucas foi o fiel companheiro de São Paulo em todas as excursões apostólicas. Quando São Paulo esteve preso em Cesaréia e na perseguição que São Paulo sofreu em Roma, São Lucas foi o seu grande e dedicado amigo que não o abandonou, prestando-lhe grande auxílio. Terminado o tempo aflitivo, São Lucas fez com São Paulo ainda, muitas viagens pela Grécia e Ásia. A participação de são Lucas na missão de São Paulo é indicada quando o autor emprega o plural “nós” ao falar dos que pregavam, nos Atos dos Apóstolos. Nesse livro, conta que acompanhou São Paulo, por volta do ano 51, em sua segunda viagem missionária de Tróade a Filipos. Depois da partida do apóstolo, permaneceu em Filipos por cerca de seis anos. Novamente acompanhou São Paulo numa viagem a Jerusalém, e também quando o apóstolo foi conduzido prisioneiro a Roma. Na véspera de seu martírio, São Paulo lembrou: “Somente Lucas está comigo” (2Tm 4:11).

Há incerteza sobre as circunstâncias de sua morte.

São diversas as versões: de acordo com São Jerônimo, São Lucas se dedicou à vida apostólica, até a idade de 84 anos e morreu cheio do Espírito Santo, na Beócia. Nicéforo conta que o Evangelista morreu mártir, vítima da perseguição dos romanos ao cristianismo, tendo sido enforcado pelos pagãos. Sua vida de apóstolo e de missionário, com as privações, os sacrifícios, penitências e perseguições, foi um martírio ininterrupto. É isto o que a Igreja quer expressar na oração da festa deste Santo. “Interceda por nós, assim pedimos Senhor, o vosso Santo Evangelista Lucas, que, para honra do vosso nome, levou continuamente em seu corpo a mortificação da cruz”. Daí alguns deduzem, que São Lucas tenha levado em seu corpo os sagrados estigmas. Tampouco se sabe ao certo onde foi sepultado e onde repousam seus restos mortais. Na versão mais provável e aceita pela Igreja Católica, seus despojos encontram-se em Pádua, na Itália, onde há um jazigo com o seu nome, que é visitado pelos peregrinos. É reconhecido como o Padroeiro dos artesãos, escultores e médicos cirurgiões. Na tradição litúrgica, seu dia é comemorado em 18 de outubro.

O símbolo de são Lucas como evangelista é o touro, um dos quatro animais da visão de Ezequiel, porque seu Evangelho começa falando do sacerdócio de Zacarias, cuja incumbência, como ministro do altar, era oferecer a Deus as vítimas, entre as quais o boi figurava em primeiro lugar.

O Evangelho Segundo Lucas e o Atos dos Apóstolos

Um aspecto importante que Lucas evidencia é o fato que a Palavra de Deus cresce e se afirma de maneira misteriosa, também através do sofrimento e num contexto de oposições e perseguições (cf. At 4, 1-31; 5, 17-42). A palavra que São Lucas indica é chamada a fazer-se, para todas as gerações, um evento espiritual capaz de renovar a existência. A vida cristã, suscitada e sustentada pelo Espírito, é diálogo interpessoal que se funda precisamente na Palavra que o Deus vivo nos dirige, pedindo-nos que a acolhamos, sem reservas, na mente e no coração. Em síntese, trata-se de se tornar um discípulo disposto a escutar com sinceridade e disponibilidade o Senhor, a exemplo de Maria de Betânia, que “escolheu a melhor parte”, porque “se sentou aos pés do Senhor para escutar a Sua palavra” (cf. Lc 10, 38-42).

“Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-Me” (Lc 9, 23). Para Lucas, ser cristão significa seguir Jesus no caminho que Ele percorre (19, 57; 10, 38; 13, 22; 14, 25). É Jesus mesmo que toma a iniciativa e chama a segui-Lo, e fá-lo de modo decisivo, inconfundível, mostrando assim a sua identidade completamente fora do comum, o seu mistério de Filho, que conhece o Pai e O revela (cf. Lc 10, 22). Na origem da decisão de seguir Jesus está a opção fundamental em favor da sua Pessoa. Se não se é fascinado pelo rosto de Cristo não se consegue segui-Lo com fidelidade e constância, também porque Jesus caminha por uma via impérvia, põe condições extremamente exigentes e se dirige rumo a um destino paradoxal, o da Cruz. Lucas sublinha que Jesus não ama compromissos e requer o empenho da pessoa inteira, um decisivo desprendimento de toda a nostalgia do passado, dos condicionamentos familiares, da posse dos bens materiais (cf. Lc 9, 57-62; 14, 26-33).

O homem será sempre tentado a atenuar estas exigências radicais e a adaptá-las s próprias debilidades, ou a desistir do caminho empreendido. Mas é precisamente sobre isto que se decide a autenticidade e a qualidade da vida da comunidade cristã. Uma Igreja que vive no compromisso seria como o sal que perde o sabor (cf. Lc 14, 34-35). É preciso abandonar-se ao poder do Espírito, capaz de infundir luz e sobretudo amor a Cristo; é necessário abrir-se ao fascínio interior que Jesus exerce sobre os corações que aspiram à autenticidade, rejeitando as meias medidas. Isto é certamente difícil para o homem, mas torna-se possível com a graça de Deus (cf. Lc 18, 27). Por outro lado, se o seguimento de Cristo implica que se leve cada dia a Cruz, esta, por sua vez, é árvore de vida que conduz à ressurreição. Lucas, que sublinha as exigências radicais do seguimento de Cristo, é também o Evangelista que descreve a alegria daqueles que se tornam discípulos de Cristo (cf. Lc 10, 20; 13, 17; 19, 6.37; At 5, 41; 8, 39; 13, 48).

É conhecida a importância que Lucas dá, nos seus escritos, à presença e à ação do Espírito, a partir da Anunciação, quando o Paráclito desce sobre Maria (cf. Lc 1, 35), até ao Pentecostes quando os Apóstolos, impelidos pelo dom do Espírito, recebem a força necessária para anunciar ao mundo inteiro a graça do Evangelho (cf. At 1, 8; 2, 1-4). É o Espírito Santo que plasma a Igreja.

São Lucas delineou nos traços da primeira comunidade cristã o modelo sobre o qual a Igreja de todos os tempos deve refletir-se: é uma comunidade unida “num só coração e numa só alma”, assídua na escuta da Palavra de Deus; uma comunidade que vive de oração, com alegria parte o Pão eucarístico, abre o coração às necessidades dos mais pobres até compartilhar com eles os bens materiais (cf. At 2, 42-47; 4, 32-37). Toda a renovação eclesial deverá haurir nesta fonte inspiradora o segredo da própria autenticidade e vigor.

A Revelação Mariana

Segundo uma piedosa tradição, Lucas é considerado pintor da imagem de Maria, a Virgem Mãe.

Mas a verdadeira imagem que Lucas traça da Mãe de Jesus é a que emerge das páginas da sua obra: em cenas que se tornaram familiares ao Povo de Deus, ele delineia uma imagem eloquente da Virgem. A Anunciação, a Visitação, a Natividade, a Apresentação no Templo, a vida na casa de Nazaré, a disputa com os doutores e a perda de Jesus e o Pentecostes ofereceram uma ampla matéria, ao longo dos séculos, ao incessante trabalho de pintores, escultores, poetas e músicos.

Contudo, o mais importante a captar é que, através de quadros da vida mariana, Lucas nos introduz na interioridade de Maria, fazendo com que descubramos ao mesmo tempo a sua função singular na história da salvação .Maria é aquela que pronuncia o “fiat”, um sim pessoal e total à proposta de Deus, definindo-se “Escrava do Senhor” (Lc 1, 38). Esta atitude de total adesão a Deus e disponibilidade incondicional à sua Palavra constitui o modelo mais excelso da fé, a antecipação da Igreja como comunidade dos fiéis. A vida de fé cresce e desenvolve-se em Maria na meditação sapiencial das palavras e dos acontecimentos da vida de Cristo (cf. Lc 2, 19.51). Ela “medita no coração” para compreender o sentido profundo das palavras e dos fatos, o assimilar e depois também o comunicar aos outros.

O Cântico do Magnificat (cf. Lc 1, 46-55) manifesta outro importante traço da “espiritualidade” de Maria: Ela encarna a figura do pobre, capaz de repor plenamente a sua confiança em Deus, que abate os poderosos dos tronos e exalta os humildes.

Lucas delineia-nos também a figura de Maria na Igreja dos primeiros tempos, mostrando-a presente no Cenáculo à espera do Espírito Santo: “E todos (os onze Apóstolos) unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e de Seus irmãos” (At 1, 14). O grupo reunido no Cenáculo constitui como que a célula germinal da Igreja.

No seu interior Maria desempenha um dúplice papel: por um lado, intercede pelo nascimento da Igreja, por obra do Espírito Santo; por outro, comunica à Igreja nascente a sua experiência de Jesus. A obra de Lucas propõe assim à Igreja um eficaz estímulo a valorizar a “dimensão mariana” da vida cristã no caminho do seguimento de Cristo.

A Igreja e sua Missão

Outra dimensão essencial da vida cristã e da Igreja, sobre a qual a narração de Lucas projeta luz viva, é a da missão evangelizadora. Lucas indica o fundamento perene desta missão, isto é, a unicidade e a universalidade da salvação operada por Cristo (cf. At 4, 12). O evento salvífico da morte-ressurreição de Cristo não conclui a história da salvação, mas indica o início de uma nova fase, caracterizada pela missão da Igreja, chamada a comunicar a todas as nações os frutos da salvação operada por Cristo. Por esta razão, Lucas faz seguir ao Evangelho, como conseqüência lógica, a história da missão.

É o próprio Ressuscitado que dá aos Apóstolos o “mandato missionário”: “Abriu-lhes, então, o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: “Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e ressuscitar dentre os mortos ao terceiro dia, que havia de ser pregado, em Seu nome, o arrependimento e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. E eu vou mandar sobre vós O que Meu Pai prometeu. Entretanto, permanecei na cidade até serdes revestidos com a força lá do Alto” (Lc 24, 45-48).

A missão da Igreja começa no Pentecostes “de Jerusalém” para se estender “até aos confins da terra”. Jerusalém não indica só um ponto geográfico. Pelo contrário, significa um ponto fulcral da história da salvação. A Igreja não parte de Jerusalém para a abandonar, mas para enxertar as nações pagãs na oliveira de Israel (cf. Rm 11, 17).

A tarefa da Igreja consiste em introduzir na história o fermento do Reino de Deus (cf. Lc 13, 20-21). Tarefa esta que exige empenhamento, descrita nos Atos dos Apóstolos como um itinerário cansativo e acidentado, mas confiado a “testemunhas” repletas de entusiasmo, audácia e alegria, disponíveis a sofrer e a dar a vida por Cristo. Esta energia interior lhes é comunicada pela comunhão de vida com o Ressuscitado e pela força do Espírito que Ele dá.

Precisamente o Evangelho de Lucas apresenta o discurso com que Jesus, na Sinagoga de Nazaré, proclama “o ano de graça do Senhor”, anunciando a salvação como libertação, cura e boa nova aos pobres (cf. Lc 4, 14-20). Sucessivamente, o próprio Evangelista apresentará a força purificadora do amor misericordioso do Salvador, em páginas tocantes como a da ovelha tresmalhada e do filho pródigo (cf. Lc cap. 15). O nosso tempo tem mais necessidade do que nunca deste anúncio.

Dia de São Lucas
São Lucas

Nasceu na Antioquia, antiga província romana da Síria, por volta dos ano 70, morreu na Beócia e foi sepultado em Tebas, na Grécia. Pesquisadores afirmam que duzentos anos após, seu corpo foi transferido para Constantinopla, na Basílica dos Santos Apóstolos,e depois por volta do ano de 1177 seus restos mortais foram levados para cidade de Pádua, onde se encontra até hoje.

Segundo São Paulo, que o converteu ao cristianismo, e seu companheiro na propagação do evangelho, era médico como afirma na carta aos Colossenses “Lucas, o querido médico, e Demas mandam saudações”, por isso São Lucas é considerado o Padroeiro de todos os médicos.

Dia de São Lucas
São Lucas

São Lucas é o autor do terceiro Evangelho, que traz o seu nome e também do livro dos Atos dos Apóstolos, onde deixa transparecer que acompanhou os Apóstolos na sua missão, e onde relata a história das primeiras comunidades cristã. Seus textos são os de maior expressão literária do Novo Testamento.Sua narração sobre o nascimento de Jesus é rica em detalhes por isso ficou conhecido como o “Evangelista do Natal”.

No seu Evangelho mostrou uma Igreja em missão, que difunde a mensagem e salvação trazida por Jesus Cristo. Para São Lucas ser cristão significa seguir Jesus Cristo, amigo dos pecadores e consolador dos que sofrem.

Fonte: www.dec.ufcg.edu.br/www.cot.org.br/www.sca.or.gbr/www.igrejaparati.com.br/

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