Dia da Pediatria

27 de Julho

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O exercício da pediatria nos dias atuais

A importância da Pediatria no mundo moderno ultrapassa a sua grande gama de conhecimentos etiológicos e fisiopatológicos das doenças das crianças e projeta-se além das suas eficientes técnicas diagnósticas e terapêuticas. A atribuição mais genuína da pediatria é proteger e cuidar do indivíduo em uma de suas fases de maior vulnerabilidade.

Dia da Pediatria

A pediatria estrutura-se em uma assistência integral à criança e ao adolescente. Os pediatras representam o recurso mais qualificado para atender a criança e o adolescente, tanto em nível de atenção primária quanto em níveis de maior complexidade. As famílias levam seus filhos ao pediatra com a certeza de que é possível enfrentar e vencer muitas doenças. O trabalho do pediatra contribuiu, através dos tempos, sobretudo nas últimas décadas, para diminuir a morbidade e a mortalidade de crianças e adolescentes no nosso país. Ressalte-se a importância capital de inúmeros outros fatores responsáveis por essa diminuição, mas não se pode negar a influência cultural e prática do atendimento das crianças realizado pelos médicos pediatras. Paradoxalmente, no entanto, o exercício da pediatria nos dias de hoje realiza-se em meio a conflitos, dilemas e dificuldades econômicas.

A moderna pediatria do século XXI incorpora e aproveita os avanços tecnológicos, prioriza a promoção à saúde e a prevenção de doenças, ao lado do diagnóstico precoce e do tratamento oportunos. Para cumprir adequadamente esses propósitos, a boa formação técnica do pediatra é fundamental. Todos reconhecem a necessidade de um pediatra bem formado, permanentemente em educação continuada e com compromisso profissional, moral e ético. É preciso agir com base na avaliação da melhor certeza científica, porque hoje, mais do que ontem, as decisões médicas são vitais para o paciente. Entretanto, essas exigências não são correspondidas com a valorização do trabalho do pediatra. O pediatra de hoje encontra-se sobrecarregado com múltiplos empregos, geralmente em condições de trabalho adversas e, freqüentemente, com remuneração aquém do que seria ético.

Até o consultório do pediatra foi invadido por empresas intermediadoras de serviços médicos (convênios) que, de modo geral, remuneram muito mal. Note-se que o problema não é haver pacientes de “convênio”, mas o fato de que os intermediários entre o médico e o cliente agem com lógica mercantilista e visam apenas o lucro de suas empresas.

A realidade do atual mercado de trabalho contrasta com a expectativa dos pediatras. No passado, não muito remoto, a prática da pediatria caracterizava-se pela alta freqüência do exercício liberal da profissão. Nos últimos anos, observa-se que a profissão perdeu, praticamente, seu caráter liberal (autonomia técnica e econômica). Os honorários médicos que eram tratados diretamente com o cliente são decididos hoje por empresas intermediadoras de serviços médicos. Do mesmo modo, mudou-se a relação médico-paciente, passando terceiros a interferir em decisões técnicas. A relação médico-paciente, como se sabe, é a pedra básica da prática médica e, nos dias de hoje, tornou-se uma relação “prestador de serviço-usuário”, com vínculos transitórios. Esse fato reflete um dos grandes conflitos da prática médica atual: a fidelidade que o médico deve ao seu paciente e a que está obrigado a ter com as instituições das quais depende economicamente.

Por outro lado, deve-se ressaltar que as atividades com vínculo de emprego, público ou privado, universitárias ou não, também remuneram o pediatra com baixos salários. Além do mais é freqüente a falta de condições adequadas de trabalho em vários serviços e o número excessivo de atendimentos por jornada de trabalho. Ou seja, as dificuldades ultrapassam o terreno da sobrevivência econômica da profissão e atingem a realização da vocação profissional. Note-se, no entanto, que como em todas as áreas de atividade humana, existem exceções e é possível encontrar, em alguns serviços, uma melhor condição para o exercício da pediatria.

Tendo em vista o contexto atual do exercício da pediatria, tanto no setor público quanto no setor privado, é preciso encontrar caminhos que resgatem a dignidade da profissão. Urge encontrar respostas para questões fundamentais: Como manter incólume a autonomia profissional do pediatra, cada vez mais ameaçada, preservando-se a boa qualidade da assistência prestada, como remunerar adequadamente o trabalho do pediatra?

A tarefa de revalorizar o exercício da pediatria é de responsabilidade de todos: das sociedades de pediatria, da universidade, dos serviços de formação de pediatras e de cada um dos médicos pediatras. É vital buscar o resgate da relação médico-paciente, da autonomia do trabalho médico, da melhor assistência pediátrica a todas as crianças (evitando-se políticas equivocadas em relação à saúde infantil), da boa formação técnica e ética dos pediatras, além da valorização da consulta do pediatra e da sua remuneração, que é parte intrínseca do ato médico. Neste trabalho não é lícita a omissão de ninguém, sob qualquer pretexto, sendo vital a participação de todos, tanto do pediatra prático quando do professor de pediatria ou do diretor de serviço médico. Ressalta-se a necessidade de encontrar aliados na sociedade civil e no meio médico, uma vez que todas as especialidades médicas vivem problemas semelhantes e nenhuma solução será encontrada isoladamente.

De fato, uma observação geral do movimento atual evidencia que o conjunto das entidades médicas nacionais trabalha, coordenadamente, com várias propostas que podem efetivamente ajudar a melhorar o panorama do exercício da profissão no país. Na pauta dos movimentos da classe médica estão: a Lei do Ato Médico, a regulamentação da abertura de novas escolas médicas, a melhor formação profissional na graduação e na residência médica, a educação médica continuada, as condições do exercício profissional e a remuneração no setor público, valorização e adequação do trabalho médico no setor de saúde suplementar com a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), além de ações pontuais peculiares a cada especialidade.

Nesse sentido, releve-se o trabalho que vem sendo realizado nessa área pela Sociedade Brasileira de Pediatria e por suas filiadas, como a Sociedade de Pediatria de São Paulo. Pode-se citar como exemplos desse trabalho: a participação da pediatria ma CBHPM (antiga reivindicação dos pediatras), melhor remuneração no SUS do pediatra na sala de parto, participação do pediatra no Programa de Saúde da Família, valorização do trabalho clínico em consultório nas Unimeds, além da promoção de uma ampla discussão e reflexão sobre o exercício da pediatria, que hoje, praticamente, envolve todos os pediatras, inclusive aqueles das universidades.

É verdade que atualmente parece existir uma menor procura da pediatria pelos jovens médicos, conforme sugerem a diminuição de candidatos à Residência e o concurso do Titulo de Especialista em Pediatria (TEP). Porém, a pediatria continua sendo uma das maiores especialidades médicas do país. Segundo a pesquisa “Perfil dos Pediatras do Brasil”, em 1.999 existiam 31.532 pediatras no Brasil (estima-se que hoje existam em torno de 35 mil), 78,72% deles satisfeitos por exercer a profissão. Em que pese os conflitos e os dilemas, a vocação pediátrica continua vencendo porque o trabalho do pediatra, realizado sob a égide da ciência e da ética, confere à pediatria seu caráter de profissão de serviço e lhe outorga sua nobreza e dignidade.

Fonte: www.spsp.org.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

O dia da pediatria no país é uma alusão à fundação, em 1910, da Sociedade Brasileira de Pediatria: uma associação científica para se dedicar ao estudo dos problemas e patologias infantis, ocupando uma lacuna de atividades pediátricas no Brasil.

Os primeiros anos de vida são aqueles que determinarão toda a vida futura de uma pessoa. Não só no sentido biológico, mas também psicológico e social. Uma enfermidade nesta época, pode acarretar danos de desenvolvimento físico e mental, com seqüelas muitas vezes irreversíveis, como no caso de uma poliomielite. Daí se pode verificar a importância da atividade do pediatra.

Dia da Pediatria

O pediatra é uma figura importante para o esclarecimento dos pais durante o desenvolvimento da criança. Desde a sala de parto, esse especialista procura informar sobre aleitamento materno, interpretação das necessidades das crianças, vacinas, e mais uma série de fatores que concernem a saúde infantil.

O pediatra é, acima de tudo, um profissional vocacionado, que gosta de sua profissão. É ele que está na ponta da atenção primária nos diversos pontos do país. E a despeito das dificuldades, vem difundindo o soro caseiro, contribuindo para a queda da mortalidade infantil por diarréia e desidratação, melhorando os índices de aleitamento materno, reduzindo a mortalidade por doenças infecto-contagiosas e respiratórias. É uma das poucas especialidades médicas que ainda mantém, apesar de vários pesares, o vínculo médico-paciente. O pediatra ainda é médico de família.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria

Dia da Pediatria

27 de Julho

A PEDIATRIA

A Pediatria não é uma área de atividade dentro da Medicina: ela é toda a Medicina. Tem como atividade a assistência ao ser humano até a adolescência, prazo suficientemente longo para a ação dos mais variados agentes morbígenos. Não há, praticamente, agente morbígeno que não aja nesse período de vida, inclusive os degenerativos, que costumam agir nas idades mais avançadas. A própria velhice pode afetá-la, não no sentido cronológico mas no sentido biológico, criando-se um quadro clínico semelhante à velhice, chamado Progéria.

A ação pediátrica não se incia a partir do nascimento. Ela foi “retrogredindo” ao período de gestação e até antes desta, respectivamente com a Assistência Pré-natal e com o Aconselhamento Genético, aquela realizada normalmente pelo obstetra, este pelo geneticista, e valem como “prelúdios” da Pediatria.

O Aconselhamento Genético visa impedir a união de duas pessoas portadoras de doenças geneticamente transmissíveis e, portanto, com possibilidades de risco maior ou menor de sua transmissão aos filhos. Por motivos de ordem afetiva ou outros, nem sempre é fácil ou possível impedir aquela união. O Aconselhamento Genético tem, pois, que se limitar ao sentido etimológico de sua própria denominação: aconselhar ou desaconselhar a união, mostrando o grau de risco, podendo mesmo enfatizá-lo, sobretudo nos casos de doenças graves. A decisão deve caber aos dois interessados e, eventualmente, às respectivas famílias. O atendimento das contra-indicações do geneticista pelos interessados pressupõe, por parte destes, um alto senso de responsabilidade social e moral.

A importância da Assistência Pré-Natal decorre da extrema dependência do produto conceptual em relação ao organismo materno; isto faz com que tudo que afete este afete ou possa afetar aquele. São nove meses de ação vivificadora, tempo suficiente para a intervenção de fatores morbígenos, por vezes graves, às vezes mortais. A Assistência Pré-natal foi sempre encargo do obstetra; ultimamente os fenômenos mórbidos fetais no fim da gestação foram postos em destaque e passaram a ser preocupação também dos pediatras, criando-se para estes um novo campo de ação: a Pediatria Perinatal.

O pediatra deve estar atento a:

1 — problemas orgânicos e psíquicos,

2 — em caráter preventivo e curativo,

3 — cada um destes quatro aspectos considerado isoladamente e em suas múltiplas interdependencias,

4 — à luz da constituição da criança,

5 — à luz das condições econômicas

6 — e das condições espirituais da família,

7 — e das condições do ambiente físico (clima, casa e terreno, agasalhos, condições propícias a acidentes),

8 — tudo isso em caráter evolutivo conforme o progressivo desenvolvimento da criança,

9 — contribuindo para a formação de uma pessoa física e mentalmente sadia e socialmente útil,

A criança, na totalidade de seus atributos orgânicos e psíquicos, tem um caráter unitário e global de ser e de reagir, Esta unidade é peculiar a todas as idades, e por isto somos um ”organismo” e não um “ajuntamento de órgãos”, O que distingue a criança do adulto é a muitíssimo maior intensidade desse fenômeno na criança e que vai se atenuando com o desenvolvimento, O adulto pode adoecer por doença que acometa apenas, e moderadamente, um ou alguns de seus aparelhos ou sistemas biológicos. A criança, não. A estímulos ainda que aparentemente moderados, a criança pode reagir, e não raramente reage de modo global, com prejuízo da totalidade, ou quase, de seu conjunto organopsíquico.

O caráter global e unitário de reação da criação aos estímulos hígidos ou morbígenos deve ser o arcabouço do espírito do pediatra, conduzindo-o a correspondente caráter global e unitário na assistência à criança. Voltemos ao conceito de Pediatria anteriormente exposto, para considerar os itens em que foi desdobrado. Os itens 1 e 2, “problemas orgânicos e psíquicos, em caráter preventivo e curativo”, constituem a maior parte das preocupações e tarefas dos médicos em geral. Diga-se, entretanto, que nessas atividades habituais dos médicos há uma grande preferência pelos problemas orgânicos e, nestes, preferência pelos aspectos curativos.

Na pediatria, este desequilíbrio não deve existir, O item 3, “… suas múltiplas interdependências”, têm importância tão grande quanto a de cada um dos quatro aspectos, cada um influindo sobre os outros e deles recebendo influência — tanto no campo da doença como no da saúde, Seriam “círculos viciosos” que se formam em prejuízo da criança, bem como “círculos virtuosos” que podemos estabelecer a seu favor. A imagem de “círculo” não é adequada, pois este se faz em um plano. Mas sob o aspecto que estamos considerando, quando uma volta se complete, as condições gerais da criança estão pioradas, portanto em um plano mais baixo. Por isso, em vez da imagem de “círculo”, usaremos a imagem de “espiral descendente” e de “espiral ascendente”, correspondentes aos círculos “vicioso” e “virtuoso” (o termo exato seria “curva sinusoidal” expressão pouco usada e pouco familiar a nossos ouvidos).

A espiral viciosa mais habitualmente reconhecida é entre as infecções e as condições de nutrição: toda criança desnutrida tem baixa imunidade, e toda criança infectada tem baixa tolerância alimentar, Esta é a espiral “viciosa”; a espiral “virtuosa” é a mesma ao inverso, a melhora de cada componente acarretando a melhora do outro.

Tais espirais, viciosas ou virtuosas, podem abranger um número variado de componentes, tanto orgânicos como psíquicos. Cito apenas um exemplo de espiral viciosa mais complexa e que é de observação freqüente, Criança com infecção crônica de amígdalas e de vegetações adenoides e vivendo em casa fria ou em quarto frio; desnutrição, com anemia; anorexia causada pela infecção crônica e seus surtos agudos e pelo vício de ser alimentada à custa de agrados; episódios dispépticos naqueles surtos. Em suma: casa fria, anorexia psicogênica, infecção crônica com surtos agudos, desnutrição com eventual anemia, baixa vitalidade geraL Essa criança precisa de tratamento antiinfeccioso, de eventual transfusão sangüínea, precisa não receber agrados nas recusas de alimento, precisa de mais carinhos e manifestações de afeto fora das refeições, precisa receber alimentação equilibrada, eventualmente precisa ser operada e mudar de casa, e receber as vacinas que ainda não tiver recebido.

Que esse exemplo dê uma idéia da necessidade de investigação global de cada caso clínico, sua interpretação global e seu tratamento global. Na prática, as espirais viciosas variam no número, na espécie e na intensidade de seus componentes, bem como no grau de intensidade de seu efeito sobre o conjunto da criança. Devem ser poucas, no mundo, as crianças que jamais tenham passado por uma ou algumas dessas espirais.

O desenvolvimento incessante dos conhecimentos médicos e da tecnologia profissional acarretou a fragmentação da Medicina em Especialidades de número crescente. Isto já vem ocorrendo na Pediatria, com ameaça ao espírito “unitário e global” indispensável ao pediatra. Este mal se atenuará se o pediatra, antes de se especializar, exercer durante alguns anos a “pediatria global”, Este treino de espírito global elevará o nível de eficiência de sua atividade especializada,

O item número 4, “à luz da constituição da criança”, é cronologicamente o primeiro, pois já está determinada no óvulo fecundado e seus caracteres são determinados pelo equipamento genético dos progenitores. Tudo que somos resulta da ação intercorrente — harmônica ou desarmônica — de dois conjuntos de fatores: genéticos e os ambientais, que agem desde a fecundação até a morte.

A constituição individual deve ser entendida como o conjunto dos fatores geneticamente herdados, de caráter orgânico e psíquico, com fixidez característica, podendo, confarme o atributo, modificar suas formas de expressão no decurso da vida, A idéia de constituição — modos individuais de ser e de reagir — ocorre com mais freqüência ao espírito do médico a propósito de doenças em sua maioria orgânicas, com quadros clínicos característicos. O conceito de “constituição” deve ser muito mais amplo, abrangendo todas as peculiaridades orgânicas e psíquicas e de natureza genética. Isto inclui numerosas manifestações funcionais, que vão desde a baixa imunidade por deficiência de globulinas até o grau de resistência a esforços prolongados, desde o grau de estabilidade do meio interno até a capacidade de raciocinar. As influências ambientais agem sobre os atributos constitucionais, podendo modificar a maneira por que estes se exteriorizam, mas sem alterar suas potencialidades, que serão transmitidas intatas (salvo mutações) às gerações seguintes.

Influências ambientais podem ter efeitos duradouros e eventualmente incorrigíveis, com a fixidez dos atributos constitucionais; mas em geral as conseqüências de influências ambientais são passíveis de correção, e não são transmissíveis por herança. A constituição abrange, como dissemos, também caracteres funcionais. Quando estes se referem à resistência a fatores morbígenos e são desfavoráveis, cria-se o chamado “terreno”. Pelo fato de a constituição só ser lembrada a propósito de doenças, criou-se a expressão clássica de “terreno mórbido”. Mas ela pode acrescentar atributos de boa resistência, e então dever-se-ia criar a correlata expressão de “terreno hígido”. Quando o terreno é hígido, tudo é mais fácil na criação da criança; quando mórbido, tudo é mais difícil — na igualdade dos fatores ambientais.

Ao grau de resistência geral e habitual da criança pode-se dar o nome de “vitalidade”, com um componente constitucional fixo e um componente adquirido por influências ambientais, este de efeitos variáveis na espécie, variedade, intensidade e duração de sua influência. O componente constitucional delimita mais amplamente ou menos amplamente a área de sucesso dos cuidados assistenciais. Há por conta da constituição, crianças bem assistidas e que adoecem com freqüência, bem como crianças mal assistidas e que se apresentam em condições gerais melhores do que as que se poderiam prever pelas condições em que vivem.

A avaliação da “capacidade constitucional de resistência” da criança, isto é, do fator fixo de sua “vitalidade”, depende, a rigor, de sua observação continuada e dificilmente é feita com precisão. Há um elemento que informa essa avaliação, e é o seu “tipo morfológico”: as crianças espigadas, longilíneas, são mais vibráteis e precoces, e mais suscetíveis às conseqüências dos fatores neuropatizantes, sobretudo dos erros educacionais; as crianças brevilíneas são em geral mais gordas e pacatas, mas sujeitas a processos catarrais, alérgicas e fluxionais e mais suscetíveis às infecções respiratórias.

O item número 5, “condições econômicas da família”, tem um papel semelhante ao da constituição individual: mede ou delimita a amplitude da “área assistencial”, pois a criação de um filho é uma fonte de despesas. Baixos recursos econômicos da família são, infelizmente, um fator importante de morbilidade e mortalidade infantis. Como médico, o pediatra só pode colaborar prestando assistência gratuita e se abstendo de prescrições desnecessariamente dispendiosas. Como cidadão, pode e deve dar seu apoio a tudo que contribua para a elevação e homogeneização do nível espiritual e econômico da sociedade.

A socialização da Medicina como vem sendo praticada entre nós tende a atenuar a influência nefasta do baixo poder econômico da família e a ampliar a possibilidade de assistência aos eufemisticamente chamados “menos afortunados”.

O item número 6, “ambiente espiritual familiar”, tem um amplo conteúdo. Abrange o grau de instrução não só geral como relativo às necessidades de uma criança, mas também ao nível de inteligência e do que, à falta de melhor nome, chamaria de “amadurecimento mental”: hábitos de disciplina, capacidade de sentir e de aprender o significado das coisas, capacidade de observação, capacidade de Iniciativa e de fnétodo, bem como o grau de devotamente à criança, qualidades que nada têm a ver com a instrução e com a inteligência.

Tudo isso é importante, pois a prescrição do pediatra é apenas um “roteiro” a ser seguido pela família e sua compreensão e aplicação dependem desses atributos. Essa compreensão depende também do pediatra, de suas qualidades “didáticas”, isto é, do grau de clareza com que a explica (e da caligrafia com que a escreve. .).

Mas tudo isto é apenas parte do item 6, Toda gente tem um “lastro” de pensamentos e de idéias, do qual resultam hábitos de conduta que independem, de um modo geral, do grau de instrução e de inteligência. Exterioriza-se por condutas “automáticas” e que são muito rebeldes a influências modificadoras. Esse lastro se transmite de geração a geração, criando-se uma espécie de “mentalidade coletiva”. Esta caracteriza povos ou raças e foi chamada étos social, que influi sobre o conjunto espiritual da coletividade e das famílias que a constituem, fornecendo-lhes o que se poderia chamar de “temperamento coletivo”.

Quando se pensa em um anglo-saxão ou em um latino, pensa-se espontaneamente em dois tipos de “temperamento”: o primeiro, calmo, de poucas palavras e de atitudes corporais tranqüilas; o segundo, exuberante em palavras e gestos. É que um e outro assim o são porque assim o foram seus antepassados, há séculos e séculos, senão há milênios.

O étos social está presente em cada família conforme a origem étnica de seus componentes e por vezes em antagonismos prejudiciais à criança. O étos familiar influi de modo amplo, incluindo o “modo de lidar com crianças”. Quando as prescrições pediátricas contrariam de modo acentuado o étos familiar, é possível, ou é provável ou é certo o seu pouco sucesso ou seu insucesso. O éfos alimentar da família não é sempre homogêneo na intensidade de sua influência. No primeiro ano de vida da criança ele não é muito rígido, e a mãe aceita geralmente com facilidade modificações alimentares para seu filho. A partir de então, o éfos alimentar vai recuperando seu poder, e a partir do segundo ano a criança passa a ser alimentada com os alimentos habituais ao étos alimentar da família.

Entre os componentes mais arraigados do éfos familiar está o “modo de lidar com as crianças”. Nesse modo há vários componentes prejudiciais à criança, com surpreendente fixidez e que encontrei praticamente inalterados através de mais de quatro decênios de contato profissional com crianças: um, o de quererem que a criança tome a quantidade de alimento que o adulto estabelece, independentemente do grau de necessidade da criança e averiguada pelo pediatra; outro, o de brincarem excessivamente com a criança: outro (a série seria imensa,..) o hábito de mentir à criança. Esses erros têm conseqüências funestas sobre o equilíbrio emocional da criança e se projetam na sua vida de adulto. Prescrições educacionais podem ser entendidas pela mãe, mas raramente são obedecidas. Ainda que ela vença o seu éíos pessoal, o êxito pode ser sacrificado, e com freqüência o é, por ação do éíos dos demais conviventes da criança.

É no éíos familiar desfavorável que o pediatra encontra um dos grandes obstáculos a sua atividade. O item 7, “condições de ambiente físico da criança” é outro condicionante, abrangendo clima, habitação e seu terreno, agasalho e condições propícias a acidentes. Estes fatores não devem estar alheios ao espírito do pediatra. No caso de habitação muito insalubre, pode ser necessária a mudança de domicílio. O clima não pode ser modificado, e nos casos “extremos” pode ser necessária a mudança da família para região de clima benéfico. O item 8, “caráter evolutivo da assistência”, significa que não há prescrição pediátrica “fixa” ou “permanente”, pois as condições pessoais da criança também não o são, requerendo novas condições assistenciais à medida que evoluem, Toda prescrição pediátrica deve incluir seu prazo de duração, para evitar que a mãe nela permaneça por tempo indefinido e prejudicial, ou que a modifique por inspiração empírica de seu éíos familiar. O item 9: quase nada a dizer a seu propósito. O conceito de pediatria que enunciamos é um “programa de ação”; o alvo, a finalidade, o item 9, muito poderá depender do pediatra, mas muito mais dependerá da vida em geral.

A extensão e a complexidade das coisas e das causas pelas quais a criança sofre exigem do pediatra uma “abertura propedêutica” muito ampla, a fim de poder investigar e averiguar um grande número de fatores morbígenos, quer as atuais e atuantes, quer os que as condições de vida da criança permitem supor que venham a agir, Se assim não fizer ele estará cometendo o erro pediátrico de “tratar de uma doença” e de não estar “assistindo a uma criança”. A tarefa nem sempre é fácil, inclusive pela imprecisão das informações dadas pela mãe, Às vezes ela não sabe explicar o regime alimentar da criança, pois isso é encargo da pajem. Não é raro que não saiba dizer se bate sol no quarto da criança. Nem sempre se lembra das vacinas que foram aplicadas. Às vezes, oculta erros que sabe estar cometendo, a fim de não ficar “mal” perante o pediatra. A essa “abertura” ele precisa associar um “espírito de catequese”, para aliciar não só a mãe mas também os demais conviventes da criança para as normas e condutas que prescreveu. A prescrição pediátrica, como foi dito, é apenas um “roteiro”, que só terá valor na medida em que se associarem forças e valores emocionais do pediatra e da família. É preciso que ele continue a se preocupar com o caso, inclusive, eventualmente, pedindo notícias periódicas sobre a evolução do quadro clínico.

A Pediatria não é apenas uma atividade médica em seu sentido habitual. Ela é também, senão sobretudo, um “estado de espírito”, que assegura a permanência dos esforços a favor da criança e que tem como alicerce o amor a ela, não o amor que se exprime em prosa e verso, mas que se exterioriza em ação. Como estado de espírito, e com esse conteúdo, não é apanágio apenas de pediatras e pode ser possuído por qualquer pessoa. Por exemplo, na rua, vendo um adulto que anda dando a mão a uma criança pequena e caminhando em seu passo natural, obrigando a criança a correr para acompanhá-lo, não é preciso ser pediatra para abordar o adulto e, com muita diplomacia, esclarecê-lo sobre o esforço que está exigindo da criança. Ou, vendo uma criança brincando no telhado de uma casa, alertar a mãe sobre o perigo a que a criança está sujeita, Ou, em uma barbearía, observando que o cabeleireiro que corta o cabelo de uma criança e que “por brincadeira” diz a ela que se cortar um pedaço da orelha dará ao cachorro, não é preciso ser pediatra para adverti-lo amistosamente que uma ameaça de mutilação pode afetar seriamente o futuro emocional da criança.

Também não é preciso ser pediatra para sentir o horror (supremo horror!) de um anúncio de televisão recomendando dar cachaça a criança de colo, e procurar comunicar-se com a Censura Federal, denunciando a barbaridade, Existe nas cogitações forenses a figura do “erro judiciário”, que é a condenação de um réu inocente e cuja inocência só é reconhecida após meses ou anos de detenção injusta, Cada criança que morre é vítima de um “erro judiciário”, pois paga com a vida por circunstâncias de que é absolutamente inocente, inclusive por não ter pedido para nascer. Creio que esse é o mais execrável dos erros judiciários, O mesmo se diga da criança “simplesmente doente”, pois o que está sofrendo tem causas pelas quais é igualmente irresponsável Ao pediatra cabe cooperar na luta contra tais erros.

A criança perfeitamente normal é obra de tantas circunstâncias favoráveis» que constitui a menor parte delas, O problema é eminentemente social, Nas sociedades de alto nível socio-económico e cultural» a criança está como que automaticamente protegida pelos atributos desse nível, Nos países pobres e atrasados, a carência de alimentos suficientes e não adulterados, de água potáveh a ausência de esgotos, as precárias condições de habitação (favelas e cortiços), a promiscuidade que facilita contágios, o baixo nível de instrução, a falta de limpeza da habitação, a carência de hospitais, a má distribuição dos médicos no país, a carência de transportes coletivos, tudo isso são os materiais com que se “constrói” uma alta mortalidade infantil e faz com que, entre nóst ela ainda seja um problema grave. Por isso, a atividade profissional individual do pediatra ainda tem uma importância muito grande, até que a progressiva elevação e homogeneização da riqueza espiritual e econômica da coletividade vá tornando menos premente e menos generalizada a necessidade de assistência individual.

Fonte: www.pediatriasaopaulo.usp.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

A pediatria é uma especialidade em extinção?

A prática da Medicina é uma das atividades mais antigas do ser humano. A partir de Hipócrates, há 2500 anos, ela vem se organizando até os padrões atuais.

O desenvolvimento da Medicina inclui o aparecimento das Especialidades Médicas, entre elas, a Pediatria, descrita pela primeira vez por Theodore Zwinger, na Basiléia, Suíça, em 1722, e no Brasil, em 1899.

Observamos, então, que o respeito à criança como ser individualizado e com características próprias, que merecem atendimento específico, é relativamente recente na história da humanidade.

Dia da Pediatria

A ação do Pediatra é essencial aos sistemas de saúde, e podemos considerá-lo precursor do Médico de Família, tendo em vista a especificidade de sua atuação no contexto familiar, ouvindo, aconselhando e acompanhando o paciente e seus responsáveis e cuidadores. A consulta pediátrica é das poucas que ainda mantêm as características inerentes ao atendimento médico, ou seja, com anamnese e exame físico completos da criança, mesmo nos atendimentos de urgência, não se restringindo apenas à queixa principal.

O Pediatra necessita de tempo para dedicar toda essa atenção e, para tanto, deve atuar em condições adequadas, bem como ser remunerado de maneira justa. Como resultado, muitas consultas de Pronto Atendimento desnecessárias podem ser evitadas.

Muitos de nós, Pediatras, ainda vemos esta especialidade com romantismo, reconhecendo nela a beleza que de fato a cerca. Acompanhamos a criança desde o seu nascimento até a idade adulta.

Entretanto, com grande preocupação convivemos nos dias atuais com o que podemos chamar de decadência na forma de atuação do Médico, em especial do Pediatra. Várias são as causas desse fato, tais como a baixa remuneração do profissional, a pressão pela quantidade de atendimentos realizados, o não pagamento de consultas de retorno pelos Convênios, a falta de informação dos pais que procuram atendimento por qualquer motivo.

Todas essas dificuldades são observadas tanto no Sistema Público como no setor privado.

O surgimento das inúmeras especialidades pediátricas está gerando, também pelos motivos acima, cada vez mais a falta de interesse pela formação de Pediatras generalistas. Isto é um fato concreto, quando vemos o baixo número de candidatos à Residência, com sobra de vagas. Existe a busca crescente pelas áreas da Medicina que propiciem melhores condições de remuneração e de trabalho, e que não exijam tanta dedicação.

Por isso tudo isso, acreditamos que a Pediatria deve ser remunerada de modo diferenciado e praticada sob condições dignas, para que seja novamente uma especialidade atrativa.

Por fim, percebemos que não há a devida compreensão por parte dos Dirigentes dos Sistemas de Saúde de que não temos mais novos Pediatras e que os poucos que ainda estão atuando encontram-se sobrecarregados e em número insuficiente para dar cobertura a toda a demanda.

Necessitamos, portanto, da ação imediata de todos os responsáveis (Governo, CRM, Sociedades de Pediatria, Diretores das Empresas de Medicina de Grupo, Diretores dos Hospitais prestadores de serviço), no sentido de reverter a situação atual, a fim de que não voltemos aos tempos em que a criança não recebia o respeito devido, com a previsível extinção da Pediatria como especialidade médica.

Fonte: www.apmsjc.com.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

A importância do atendimento adequado ao recém-nascido na sala de parto

A ressuscitação do recém-nascido na sala de parto é um dos mais importantes desafios na prática pediátrica pois terá repercussões por toda a vida definindo a qualidade de vida do bebê, da família e o papel deste na sociedade. Um bebê com seqüelas, além de necessitar de cuidados relacionados à saúde por toda a vida com internações freqüentes, necessitará de estimulação por tempo prolongado e de educação especial. Além disso, o afastamento dos pais do trabalho e a diminuição da capacidade produtiva do próprio indivíduo terão reflexos significativos na saúde da população com alto custo social.

Segundo a Academia Americana de pediatria, 5 a 10% de todos os bebês necessitam de alguma manobra de ressuscitação ao nascimento e 1 a 10% dos nascidos em hospitais precisam de ventilação com pressão positiva. Em todo o mundo, ocorrem por ano mais de 5 milhões de mortes no período neonatal, e em 20% dos casos, é asfixia responsável por estas mortes. O prognóstico de cerca de 1 milhão destas crianças por ano, poderia ser modificado pela implementação de técnicas simples de reanimação neonatal.

No Brasil, a asfixia aparece com causa de morte em 11,7% dos óbitos ocorridos no primeiro ano de vida, em dados de 1995 pelo Sistema de Informação de Mortalidade, SIM, CENEP/FNSMS, configurando-a como um importante problema de saúde pública com alto custo financeiro par aa sociedade, dentre outros.

Em 1980, a American Academy of pediatrics, the College of Obstetricians and Gynecologist, American Anestesiology Society, heart and Stroke Foundation of Canada, Canadian Academy od Pediatrics, reconhecetrsam e implementaram, juntamente com American heart Association, um programa nacional de ensino em reanimação neonatal.

Modificado em 1992 e novamente em 2000, representantes da organização Mundial da Saúde e vários de países europeus, africanos, asiáticos, sul-americanos, seguem as recomendações do programa de reanimação neonatal atualmente.

Em 1993, o Ministério da saúde reconheceu a importância da presença do pediatra na sala de parto através da portaria 031/SAS-MS. Após isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria entendeu a necessidade de habilitar o pediatra par ao atendimento ao bebê na sala de parto e deu início a uma estratégia de implementação do programa de reanimação no país.

Em 1994, membros da Academia americana de pediatria treinaram 20 pediatras de vários Estados do Brasil, para serem os primeiros multiplicadores desta técnica, com o apoio da Organização Mundial da Saúde. A partir daí, o programa se estruturou e hoje conta com 418 instrutores, divididos em todos os Estados do Brasil. Foram treinados em 11 anos, 29.219 profissionais de saúde em todo o Brasil e já se observa um impacto significativo nos resultados de APGAR no 5º minuto em hospitais que aderiram ao programa.

O modelo do programa implementado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, segue uma formatação própria e única em todos os estados, facilitando a sua divulgação, a aderência dos treinados ao curso e a uniformidade nas ações. A metodologia, a didática e o material usado nas aulas práticas são os mesmos recomendados pela Academia Americana de pediatria.

O número alarmante de casos de asfixia no nosso meio e o reconhecimento da importância de suas repercussões justifica a criação de um programa nacional com o objetivo de reduzir sua incidência e conseqüências.

Fonte: www.cbpediatria2006.sbp.com.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

O pediatra enfrenta 4 grandes desafios para cuidar da saúde integral e ideal da criança de hoje. Os acidentes na infância, a obesidade infantil, a síndrome da doença do refluxo gastro esofágico, e a educação das crianças.

A educação começa desde a barriga da mãe, quando começa o diálogo entre mãe e filho, mas o período mais importante é entre os seis meses de vida e a retirada da fralda, o limite, o exemplo, e o silêncio são os três instrumentos mais importantes para o bem educar.

Dia da Pediatria

A obesidade na infância se inicia na grande maioria dos casos a partir dos 2 anos, e ocorre por excesso de ingesta alimentar e por falta de atividade física, a solução é uma dieta balanceada e trocar os doces, guloseimas e bolachas por frutas, e fazer a criança praticar atividade física, saindo da frente da televisão, ou brincando com jogos que só mexe o dedo, fazer a criança participar das tarefas da casa é um grande exercício e uma manifestação de educação. A obesidade infantil marca a criança física e emocionalmente e podemos considerá-la a doença crônica de maior gravidade e conseqüência ao longo da vida dessa criança.

Hoje, os acidentes na infância são a maior causa de mortalidade infantil, por isso todos os cuidados preventivos para cada idade devem ser tomados para que nossos filhos não percam suas vidas de maneira trágica e evitável.

A síndrome da doença do refluxo gastro esofágico é a doença do século e atinge crianças e adultos com a mesma intensidade, por isso o tratamento deve ser o mais abrangente possível, tratando todas as variáveis da doença.

Temos quatro doenças todas preveníveis e curáveis, precisamos sim ter mais acesso aos pais e maior poder de convencimento para que no dia do pediatra os nossos desafios possam ser superados e tenhamos como conseqüência uma geração, saudável física e mentalmente, porque na essência essas doenças são da modernidade que preza muito o ter, em detrimento do ser, e o ser saudável precisa sim mudar o seu conceito de felicidade e bem-estar para termos uma sociedade verdadeiramente mais feliz e realizada.

Fonte: www.clinicatiocecim.com.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

O que é Pediatria?

A Pediatria é o campo da Medicina que atende os problemas da criança, isto é, do ser humano em seu período de desenvolvimento — da fecundação à puberdade. Ela o faz através de duas formas:

Pediatria Preventiva, ou Puericultura – têm como finalidade a manutenção das condições de normalidade da criança, poupando-a de doenças e sofrimentos e eventualmente à morte, Pediatria Curativa, ou Clínica Pediátrica – visa a restauração da normalidade da criança, quando alterada.

Enquanto outros campos da medicina cuidam dos problemas de um órgão, de um aparelho ou de um sistema, a Pediatria cuida dos problemas de um período da vida. É a medicina da pessoa, no vulnerável período de crescimento e de desenvolvimento, quando ela se estrutura para a vida social.

A assistência à criança precede a fecundação, através da assistência pré-concepcional, assistência pré-natal, assistência natal. Essas três assistências em geral, não são realizadas pelo Pediatra. O departamento de Pediatria da UFSC inclui a assistência pré-natal (prevenção e tratamento de doenças maternas durante a gravidez) entre as assistências realizadas por seus Pediatras.

Nascida normal, graças à conjunção favorável dos fatores que sobre ela até então influíram, a criança é, ao acabar de nascer, portadora de um extraordinário impulso vital. Livre de obstáculos, esse impulso vai normalmente se atenuando até a maturidade.

Mas a vida, como a saúde, resulta da relação entre a resistência do organismo e os obstáculos ou agravos que ele tem de enfrentar. Acabada de nascer a criança, seu impulso vital agora vai funcionar em condições de vida muito diferentes, o que cria o grande caráter da criança, sua vulnerabilidade, a qual exige peculiaridades assistenciais que promovam sua adaptação àquelas condições — e aí estão o drama da criança e as responsabilidades do pediatra, deixar o caminho da criança “Livre de obstáculos…”.

A pediatria presta o que poderemos chamar assistência global à criança, que deve abranger:

os problemas orgânicos e psíquicos de modo preventivo e curativo; em sua totalidade e em suas mútuas dependências; 
à luz:

a) da constituição da criança;

b) das condições econômicas, espirituais e de saúde da família e

c) das condições de ambiente físico;

de modo evolutivo, isto é, de acordo com as peculiaridades de cada fase de desenvolvimento e visando à criação de uma pessoa física e psiquicamente sadia e socialmente útil.

Sempre que necessário e possível o pediatra buscará a cooperação de especialistas de outros ramos da Medicina.

A Pediatria obriga a modos especiais de ação junto à família, a fim de conquistá-la para a realização de suas prescrições, nem sempre por ela bem acolhidas.

A Pediatria tem como condições de existência e validade o amor à criança, o interesse por seu bem estar presente e futuro.

Fonte: www.cev20012.hpg.com.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

O que é ser um pediatra?

O pediatra é o médico especializado na assistência a crianças e adolescentes, seja no aspecto preventivo ou curativo. O pediatra realiza consultas de rotina e acompanha o crescimento, mede e pesa a criança, para comparar com exames anteriores, além de prevenir e tratar as possíveis enfermidades. É o pediatra que orienta e aconselha a mãe desde o nascimento do bebê, e acompanha seu desenvolvimento. Esse profissional tem a responsabilidade de auxiliar os pais na formação da criança, pois é nessa fase que o ser humano se constitui, tanto fisicamente quanto biologicamente. Também é de responsabilidade do pediatra garantir o bem estar e a saúde da criança, visando a prevenção de doenças em seu diagnóstico rápido.

Quais as características necessárias para ser um pediatra?

Para ser um pediatra, além de todo o conhecimento adquirido na faculdade de medicina, também é necessário que o profissional entenda de psicologia, principalmente a infantil, para assim se integrar cada vez mais a dinâmica familiar. Além disso, outras características interessantes são:

Gosto pela medicina e pelas ciências biológica

Fosto por crianças

Capacidade de observação

Capacidade de organização

Responsabilidade

Metodologia

Facilidade para lidar com as pessoas

Pró-atividade

Dinâmica

Interesse pelos sistemas do corpo humano

Discrição

Autocontrole

Qual a formação necessária para ser um pediatra?

Para ser um pediatra é necessário possuir diploma de curso superior em Medicina, com duração média de cinco a seis anos, e posterior especialização (equivalente a pós-graduação) e residência na área de Pediatria de alguma instituição de saúde, de no mínimo dois anos. É imprescindível que o curso escolhido seja de qualidade e reconhecido pelo MEC (Ministério de Educação e Cultura). O curso de Medicina engloba matérias como: anatomia e fisiologia dos diferentes sistemas do corpo humano, biologia, bioquímica, biologia molecular, genética, patologia, medicina preventiva, farmacologia, epidemiologia, psicologia médica, ente muitas outras matérias que tratam de todos os sistemas do corpo e especializações da medicina. É importante que o profissional se atualize constantemente por meio de cursos, palestras e workshops, para se manter sempre informado sobre novos métodos e técnicas de tratamentos e diagnóstico.

Principais atividades de um pediatra

Realizar consultas com os pais e a criança

Orientar os pais sobre a importância da consulta periódica com o pediatra, da amamentação, da alimentação adequada e informar sobre as fragilidades infantis e sobre a formação física, biológica e mental durante a infância

Fazer perguntas sobre a história familiar

Pesquisar os hábitos e condições de vida da criança

Acompanhar o crescimento, medindo peso e atura e comparando com os exames anteriores e com a média normal para a idade

Examinar o funcionamento dos sistemas infantis

Verificar queixas

Diagnosticar possíveis moléstias

Solicitar exames detalhados

Receitar o tratamento adequado em cada caso

Acompanhar o tratamento, verificando melhora do quadro clínico e mudanças necessárias no método de tratamento

Acompanhar tratamentos mais específicos com outros médicos

Acompanhar a imunização (vacinação)

Acompanhar a amamentação

Orientar a mãe durante o desmame da criança, informar a alimentação adequada em cada época da vida da criança

Tirar as dúvidas dos pais quanto ao desenvolvimento normal da criança

Áreas de atuação e especialidades

O pediatra trabalha sempre com crianças, na área clínica ou hospitalar, seja da rede pública ou privada. Esse profissional pode trabalhar de duas formas:

Na puericultura: é a área voltada a prevenção e acompanhamento do desenvolvimento de todos os sistemas. Estima-se que, atualmente, 40% do trabalho clínico do médico se dirige a puericultura, e o maior objetivo atual é, com o aumento cada vez maior da expectativa média de vida, é a prevenção de doenças crônicas nos adultos e idosos. Para tal o profissional observa e tenta eliminar os hábitos nocivos, para evitar doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, aterosclerose, etc.

Na área curativa: essa área é responsável por administrar as técnicas de tratamento às mais diversas patologias e pesquisar métodos que ajudem na rapidez do diagnóstico. Esse tipo de pediatria é a que trata das moléstias da criança ou adolescente.
Mercado de Trabalho

O mercado de trabalho para o profissional da saúde sempre é amplo. A precariedade da saúde pública faz com que haja constante necessidade de profissionais para servir a população. A rede particular também demanda muitos profissionais, pois o tratamento da criança é muito importante na sua formação física, biológica e mental. ONGs (Organizações Não Governamentais) também contratam profissionais para realizar trabalhos sociais na área. O importante para se destacar no mercado é a constante atualização por meio de cursos, pois a área da saúde apresenta grande campo de trabalho e especializações sempre são um diferencial.

Curiosidades

História da Pediatria

Até o século XIX, a capacidade de resolução das moléstias da medicina ainda era muito baixa, e a mortalidade infantil muito alta, pois as condições de higiene, saúde e diagnóstico eram precárias. A partir do final do século XIX, foram sendo criadas cada vez mais especializações dentro da medicina, como exemplo da pediatria.

O reconhecimento e a institucionalização dessa especialidade foram difíceis, pois muitos não compreendiam a diferenciação da medicina voltada ao adulto e da medicina voltada a criança. O argumento utilizado foi o da necessidade de uma semiologia e uma terapêutica que enfatizasse as características e fragilidades das crianças. Nas grandes cidades brasileiras começaram a se formar agrupamentos de pediatras interessados no crescimento da profissão.

A sociedade de pediatria do Rio de Janeiro foi fundada em 1910 e possuía apenas 67 sócios. A partir daí a profissão cresceu e só em 1951 a sociedade se nacionalizou e passou a ser chamada de Sociedade Brasileira de Pediatria.

Fonte: www.brasilprofissoes.com.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

História da pediatria no Brasil de final dos século XIX a meadosdo século XX

A história da pediatria no Brasil foi elaborada a partir da história das outras especialidades emergentes entre o século XIX e XX. Contudo, a pediatria surge não como uma medicina voltada para uma doença ou uma parte do corpo (como a oftalmologia e a ortopedia, por exemplo), mas para uma idade da vida. Nesse sentido, a pediatria é compreendida como uma especialidade especial porque ela não segmenta o corpo, mas pensa o corpo infantil em sua singularidade e diferença em relação ao corpo adulto.

Ela o faz a partir do pressuposto de que o corpo infantil é inconcluso, está em desenvolvimento e em crescimento e é “em processo de ser”, residindo nisso a singularidade do tempo da infância segundo a pediatria.

Ao se voltar para uma idade da vida, a pediatria, nesse sentido, contribuiu para estabelecimento de uma forma de demarcação geracional e de concepção da infância como tempo singularizado de vida.

A atuação pediátrica foi forjada, nesse processo de institucionalização da pediatria, para atendimento exclusivo, pelo médico, de crianças doentes.

Ao demarcar esse terreno da doença infantil como exclusividade do pediatra (em relação aos demais especialistas), a pediatria contribuiria para que os pediatras tributários dessa tradição conceitual, teórica e prática tivessem um olhar clínico sobre a infância, confundida como infância doente.

A infância concebida pela pediatria, nesse processo de demarcação de terreno em relação às demais especialidades, tornar-se-ia a infância doente e o desdobramento histórico desse processo é que ainda hoje os pediatras clínicos têm dificuldade de pensar a infância saudável, ou mais, pensar e conceber a doença como parte da realidade da vida e da saúde.

No limite, a pediatria na história não fala da morte infantil, porque excluiu de seu campo de formação e de prática o enfrentamento reflexivo e a simbologia dos limites de seu saber.

Para refletir sobre a constituição desse saber pediátrico foram avaliados alguns relatórios de prática médica do início do século no Brasil e as primeiras fichas de saúde da criança. Foi possível perceber o estabelecimento – arbitrado – de padrões normais de crescimento e desenvolvimento da 6 criança.

Foi possível também perceber como a idéia de normalidade foi crucial à pediatria nascente: afinal, era preciso dizer da normalidade para estabelecer critérios de atendimento pediátrico – crianças saudáveis (a serem cuidadas por quaisquer pessoas e profissionais) e crianças doentes (a serem cuidadas exclusivamente por pediatras). Nesses critérios e procedimentos figuraram com centralidade as curvas de crescimento e desenvolvimento infantis, com previsão de parâmetros determinados de normalidade.

Ao compreender os parâmetros de normalidade como historicamente datados, foi possível refletir sobre a construção sócio-histórica da medicina e sobre o enfrentamento de embates na definição de critérios de validade no movimento de institucionalização da especialidade…

A medicina pediátrica, nessa análise histórica, surge não como um campo em que os dados e informações são neutros, mas como um campo em que a seleção de normas, regras, procedimentos e critérios de verdade é mediada pelo valor que uma comunidade de pares atribui a essas mesmas regras, procedimentos, verdades…. um campo de consentimentos, recortado por tensões, disputas e acordos tácitos, que pareciam mais adequados aos profissionais.

Dessa maneira, a medicina pediátrica é compreendida como campo de partilha de uma comunidade de referendo, que, especialmente no momento de sua institucionalização como especialidade, regras e procedimentos tidos como canônicos podem determinar toda a história de práticas profissionais desse mesmo campo, a despeito do esforço transformador de sujeitos e sociedades profissionais posteriores.

De alguma forma, foi possível avaliar também o peso da tradição profissional, que informava determinadas práticas como válidas e canônicas, estrategicamente repetidas em grande medida na atualidade na pediatria.

Fonte: biblioteca.universia.net

Dia da Pediatria

27 de Julho

Pediatria – Profissão, Carreira e Informações Gerais

Pediatria é a especialização da medicina dedicada ao estudo das doenças e problemas das crianças e dos adolescentes. Conheça mais sobre a carreira em pediatria.

A Carreira de Pediatria

Pediatria é a especialidade da medicina dedicada a assistência a criança, adolescentes e pré-adolescentes.

A pediatria além de tratar de aspectos curativos, trata também de aspectos preventivos e de pesquisa buscando sempre encontrar melhores práticas de saúde e cura para doenças da infância.

O pediatra além de trata da saúde infantil, pode atuar também orientando as mães sobre questões tais como alimentação, aleitamento materno, vacinação, prevençãs de acidentes, a pediatria cuidando e dando todo tipo de orientação para as crianças e adolescentes terem um desenvolvimento mais saudável.

Pediatria é uma especialização médica rígida com sólida formação no estudo da anatomia e fisiologia das crianças ( a anatomia e funcionamento do corpo infantil, ainda em desenvolvimento é bem diferente da anatomia de um corpo adulto maduro ). Com uma duração de 2 ou 3 anos, a especialização de pediatria pode ser iniciada logo após a conclusão do curso de medicina e da residência médica.

Pediatria, Prevenção de Acidentes Infantis e o Desenvolvimento das Crianças

Lesões e acidentes infantis, no Brasil, são as ocorrências mais comuns atendidas nos consultórios de pediatria.

Segundo dados oficiais, cerca de 110.000 crianças com menos de 14 anos de idade são atendidas todos os anos nas emergências hospitalares pelos pediatras devido a estes acidentes.

Entre as crianças atendidas os principais problemas são afogamento, quedas, acidentes com brinquedos e acidentes de trânsitos. Os pais sempre devem estar atentos para os brinquedos adequados para cada faixa etária de crianças.

Crianças com menos de 1 ano, por exemplo, os bebês tem uma forte tendência a exploração e experimentação, tendendo a colocar todo tipo de objeto pequeno na boca. Segundo a orientação da pediatria, os brinquedos para esta faixa etária devem ser sempre macios, grandes e vistosos, para que o bebê mesmo que os morda não consiga engolir ou se afogar.

Dos 3 aos 5 anos de idade o conceito da exploração ainda é forte nas crianças, só que agora ao invés de colocar os objetos na boca, a tendência é usar a nova força física do corpo crescido para subir, andar e correr pelos ambientes. Nesta idade deve-se ter um cuidado especial com janelas altas e também com a cozinha, não deixando facas, panelas e produtos de limpeza em locais de facil acesso, segundo os pediatras, crianças nesta idade tem uma forte tendência a confundir estes produtos com algo de comer ou beber, já que não sabem ler e interpretar os rótulos.

Dos 9 aos 14 anos é a época do despertar da inteligência, nesta fase da infância, os pais devem estimular este desenvolvimento, comprando brinquedos construtivos tais como jogos de montar, livros, jogos de tabuleiro ( para estimular a socialização com outras crianças ), material de esporte ( bola, corda, etc… ) e se possível computador.

Grade Básica da Especialização em Pediatria

•Anatomia ( principalmente anatomia infantil )

Fisiologia

Exame e Análises Clínicas

Psicologia Infantil Básica

Pedagogia

Patologia Infantil ( estudo das doenças )

Química Básica

Farmacologia Básica

Biologia

Pesquisa na Área de Prevenção de Acidentes

Carreira de Pediatria: Aspectos Favoráveis

Há excelentes oportunidades para pediatras nas grandes cidades, principalmente abrindo consultórios particulares ou então em grandes clínicas. A procura por médicos especializados, tais como os pediatras, tem se expandido bastante devido ao crescimento da classe média.

Carreira de Pediatria: Aspectos Desfavoráveis

O principal aspecto negativo da carreira de pediatra é a competição, a pediatria é um dos caminhos mais comuns seguidos pelos médicos que querem se especializar ( principalmente médicas, aproximadamente 65% dos pediatras são mulheres ), para se destacar é necessário muito trabalho sério.

Fonte: www.guiadacarreira.com.br

Dia da Pediatria

27 de Julho

A importância da pediatria

Antes mesmo do nascimento de seu bebê, procure o pediatra que dará toda a assistência ao seu filho.

O médico deverá ser um profissional bem recomendado e acessível, ou seja, que possa ser encontrado facilmente pelos pais. É muito importante que você se sinta à vontade com o pediatra, podendo relatar com tranqüilidade todas as dúvidas no trato de seu bebê. Ou seja, há que ser conjugada a capacidade técnica do médico com o perfeito relacionamento com os pais e a criança.

É relevante o acompanhamento rotineiro do crescimento e desenvolvimento de seu bebê, até os 5 anos de idade, por um pediatra, pois apenas esse profissional poderá prevenir certas doenças e passar todas as recomendações e cuidados ao bebê, além de identificar situações de risco, atuando de forma precoce em eventuais intercorrências.

É importante lembrar:

É recomendável que, no primeiro ano de vida do bebê, o acompanhamento do pediatra seja mensal (para crianças sadias). Isso porquê:

a) trata-se de uma fase de grandes transformações: a criança triplica de peso e aumenta em 50% a estatura. O desenvolvimento neurológico também necessita acompanhamento. Um comprometimento nesta fase pode repercutir por toda a vida (a partir do segundo ano, as consultas poderão se espaçar para cada 2 a 3 meses. A partir do 3º ano, pelo menos 2 vezes ao ano.)

b) Muitas doenças se manifestam nos primeiros meses, mas às vezes são imperceptíveis para a mãe.

c) O pediatra é o profissional capacitado a identificar e tratar as doenças; orientar sobre os cuidados e a prevenção de doenças; acompanhar o crescimento e desenvolvimento. Assim, nunca automedique seu bebê! Toda medicação (alopata e até mesmo a homeopática) deve ser previamente recomendada pelo médico pediatra da criança.

Fonte: www.e-familynet.com

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