Dia da Marinha Brasileira

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O Patrono da Marinha

O Almirante Joaquim Marques Lisboa e Marques de Tamandaré – O Nelson Brasileiro, é por tradição cultuado patrono da Marinha do Brasil, em razão, segundo o espírito do Aviso 3322 de 4 dez 1925 que instituiu o seu aniversário como o Dia do Marinheiro e Dia de Tamandaré, “representar na História Naval Brasileira a figura de maior destaque dentre os ilustres oficiais de Marinha que honraram e elevaram a sua classe”.

E mais que, “neste dia deveria a Marinha render-lhe as homenagens reclamadas por seus inomináveis serviços à liberdade e união dos brasileiros, demonstrando que o seu nome e exemplos, continuam bem vivos no coração de quantos sabem honrar a impoluta e gloriosa farda da Marinha Brasileira”.

Dia da Marinha Brasileira

Por seus quase 67 anos de heróicos, legendários e excepcionais serviços prestados à Marinha, é por ela hoje considerado o seu marinheiro símbolo e padrão.

O futuro Almirante Tamandaré ingressou na Marinha do Brasil em 4 mar 1823, aos 16 anos, tendo sido designado para servir a bordo da fragata “Niterói”, como praticamente de piloto, ao comando de Taylor que, integrando esquadra brasileira de Lord Cockrane, combateu os portugueses na guerra da Independência, na Bahia, em 1823.

Terminada esta guerra, na qual se destacou, freqüentou por quase um ano a Academia Imperial dos Guardas – Marinha, até ser requisitado pelo Almirante Cockrane para embarcar na nau “D. Pedro I” destinada a combater a Confederação do Equador, no Nordeste.

Nestas ações se impôs a admiração e estima dos seus chefes que atestaram que ao tempo de sua participação na guerra da Independência “já possuía condições de conduzir uma embarcação a qualquer parte do mundo”.

Com isto conseguiu sua promoção a 2º Tenente em 2 ago 1825, marco de sua brilhante carreira que o conduziria a condição de marinheiro de guerra símbolo e padrão do Brasil. Conforme escreveu Gustavo Barroso: “foi Tamandaré marinheiro do primeiro e segundo Império, que vira o Brasil Reino, guerreara na Independência, no Prata, tomara parte ao lado da lei em quase todas as convulsões da Regência, criara e legara a vitória no Uruguai e no Paraguai à Marinha, do segundo Império, assistira a Proclamação da República, a Revolta da Esquadra, pisara o convés de tábuas dos veleiros e na coberta chapeada de ferro dos encouraçados, vira a nau e o brigue, o vapor de rodas e o monitor e a couraça e o torpedeiro destinada a vencê-la”.

Tamandaré é grande parte da História do Brasil e de sua Marinha.

Após haver combatido na guerra da Independência na Bahia, em 1823 e na Confederação do Equador, em 1824, Tamandaré lutou na guerra Cisplatina 1825-28, inclusive no comando de dois navios, aos 20 anos, quando capturou em ação os barcos adversários “Ana” e “Ocho de Fabrero”, além de haver lutado bravamente em Corales e Lara Quilmes.

Teve atuação febril no combate as Setembrizada (set 1831) e Abrilada (abr 1832) e Praiera (1840) em Pernambuco e Sabinada (1835), na Bahia e Balaiada (1841), no Maranhão (1841). Ali comandou as forças navais, quando, em apoio a Caxias, desempenhou ação decisiva no campo logístico e operacional.

Por estar enfermo não combateu na guerra contra Oribe e Rosas (1851-52). Manteve ação brilhante direta na guerra contra Aguirre, em 1864 e destacada na guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70), até 22 dez 1866.

Seu maior feito militar foi haver comandado a conquista da cidade oriental de Paissandú, 1 e 2 jan 1865.

Vitória que assegurou as forças militares do Brasil, posição estratégica de real valia na vigilância de fronteira, além de com ela abrir os portos à posse de Montevidéu, conseguida com o acampamento do nosso Exército em Frai Bentos e de nossa Marinha no porto de Montevidéu.

Em 11 junho de 1865 travou-se a vitoriosa batalha do Riachuelo, a maior batalha naval da América do Sul vencida pela 2ª e 3ª divisões da Esquadra Brasileira sob o seu comando , e então comandada pelo Almirante Barroso.

Tamandaré após relevantes serviços no comando da Esquadra Brasileira em operações, passou o comando da mesma, em Curuzú, encerrando, assim, mais de 30 anos de assinalados serviços à Segurança do Brasil, passando a prestar, até 20 jan 1890, data de sua reforma, depois de quase 67 anos de notáveis serviços à administração naval.

Tamandaré nasceu em 13 dez 1807, na Vila de São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Sua infância e meninice transcorreu debruçado no sangradouro da Lagoa dos Patos, onde desenvolveu grande habilitação em natação e aprendeu navegação. Inúmeras vezes atravessou o canal que mais tarde mapeou, como capitão, em vai e vem, entre as vilas de São José do Norte e Rio Grande.

Seu padrinho de batismo foi o legendário fronteiro Marechal Manoel Marques de Souza, precursor da Independência e que guiara como tenente, as tropas de terra e mar que reconquistaram, em ação conjunta, ao comando do tenente general Henrique Böhn e a partir de São José do Norte, a Vila do Rio Grande, em 1º abr 1776, e há 13 anos em poder dos espanhóis.

O velho, experimentado, audaz, corajoso lobo do mar brasileiro, Almirante Tamandaré, âncora da lei, baluarte defensor da Nacionalidade, findou sua existência aos 88 anos, em 20 mar 1897, no Rio de Janeiro. Dispensou honras fúnebres. Seis marinheiros de sua gloriosa e querida Marinha o transportaram da sua casa ao carro fúnebre.

Tamandaré sublimou as Virtudes Militares de Bravura, Coragem, Honra Militar, Desprendimento, Devoção e Solidariedade. Da última falam seus heróicos e repetidos feitos de repercussão internacional, de salvar navios e pessoas, em perigo no mar, sobre o que escreveu Gustavo Barroso, a propósito de um salvamento na Amazônia: “A esse homem que nascerá predestinado às lides guerreiras, o destino reservara miraculosas salvações de navios e pessoas. Fizera-as já no Rio da Prata, nas águas plúmbeas da Patagônia, acabava de fazê-las no Mar Dulce da Amazônia, fá-las-ia ainda nos mares da Europa e do Brasil”.

O Patrono do Serviço de Saúde

Dia da Marinha Brasileira

O Alte grad. Dr. Joaquim Cândido Soares Meirelles foi consagrado, por Dec. 63.684 de 25 nov 1968, patrono do Serviço de Saúde da Marinha, por sua ação assinalada e superior, não só como médico de nomeada, como por suas corajosas e pioneiras posições em defesa de melhores condições para seus doentes. Tudo, no exercício, por 19 anos (1845-64) das funções de Chefe do Serviço de Saúde de nossa Marinha.

Dentre suas ações na chefia da Saúde registra-se: Instituição da visita médica quinzenal aos navios e quartéis, para descobrir e isolar doentes com possibilidade de contágio; exigência de vacinação antivariólica no pessoal dos navios, quartéis e hospitais; recomendação de profilaxia de doenças venéreas e sifilíticas; manifestação contrária a castigos corporais e má alimentação do pessoal dos navios; crítica aos critérios de seleção de pessoal; recomendação para substituir-se o uso de aguardente por café e construção de hospital condigno na atual Cinelândia, em 1861, e indicação para criar-se uma Escola de Ginástica e Natação para desenvolver o físico dos recrutas admitidos como grumetes.

Todas estas posições, segundo Luiz Castro e Souza, eram feitas com “altivez, dignidade, respeito e sobretudo, com autoridade de uma chefia autêntica”.

Soares Meirelles formou-se cirurgião de 1817-22, no Curso Academia Médico-Cirúrgica que funcionava no Hospital Militar do Morro do Castelo. Em 1817 obteve os títulos de doutor em medicina e cirurgia pela Faculdade de Medicina de Paris. Antes de ingressar na Marinha, Soares Meirelles foi médico do Exército de 1819-28, tendo servido nos atuais regimentos Sampaio e Dragões da Independência, no Rio e no Regimento de Cavalaria e Hospital Militar, em Ouro Preto.

Nesta condição junto com mais 11 oficiais do Exército, por Dec. de 29 jan 1825, visitou a França em viagem de aperfeiçoamento técnico. Então freqüentou hospitais militares e retomou o contato com a medicina e cirurgia francesas.

Soares Meirelles foi o fundador e idealizador da Academia Nacional de Medicina e foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nasceu a margem do rio das Velhas, em Sabará – MG, em 5 nov 1797, e faleceu no Rio, em 13 jul 1868, aos 71 anos.

O Patrono dos Quadros de Oficiais Auxiliares

Dia da Marinha Brasileira

O V. Alte João do Prado Maia, historiador e professor foi consagrado, em vida, por Port. 1037 de 13 nov 1986, o patrono dos Quadros dos Oficiais Auxiliares, por haver sido o 1º marinheiro a atingir o posto de Almirante, após brilhante, fecunda e modelar carreira, galgada com inteligência, tenacidade, devoção, disciplina, força de vontade e muito estudo e, mais, por sua exemplar e marcante atuação como oficial do nóvel Quadro de Oficiais Auxiliares, de 2º ten a cap (1938-46), quando, inclusive, secretariou os ministros da Marinha – Almirantes Henrique Guilherme, Jorge Dodsworth e Sílvio Noronha. Prado Maia, órfão aos 8 anos, ingressou na Marinha aos 14, em 21 set 1911.

Cursou com distinção as escolas de Aprendizes de Marinheiros, de Grumetes e de Torpedos e Minas Submarinas. Como cabo participou da 1ª Guerra integrando a Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG). Foi escrevente de 1919-37, inclusive no Gabinete do Ministro.

De 1946-56, como oficial superior do Magistério lecionou Português e História na Escola Naval. Em 11 jun 1956, com 45 anos de serviços, foi para a reserva como V. Alte, após o que realizou notável e fecunda obra de divulgação da História e Tradições da nossa Marinha, em artigos, conferências e livros onde se destaca: As tradições dos homens do Mar que tem iniciado nas fainas de marinheiro, sucessivas gerações de alunos dos Colégio e Escola Naval.

Foi membro ativo e assíduo dos Institutos Histórico e Geográfico Brasileiro e de Geografia e História Militar do Brasil onde com ele convivemos e podemos confirmar tratar-se de: Marinheiro, cidadão, chefe de família e amigo, exemplar e inesquecível. Prado Maia que devotava a Marinha um amor filial, viveu com ela e para ela cerca de 78 anos. Nasceu em 24 mar 1897, em Belém – Pará e faleceu no Rio em 25 jun 1985, aos 88 anos.

O Patrono da Artilharia Naval

O CMG Henrique Antônio Baptista é cultuado como o patrono da Artilharia de nossa Marinha (OD 1/85 de 15 mar 1989 da Esquadra). Em seu aniversário comemora-se o Dia da Artilharia Naval, ou dos que “conservam, testam, alinham, apontam, carregam e disparam projetis – foguetes, bombas – granadas, projetis de canhões, mísseis diversos e torpedos em navios, aeronaves e submarinos”. De 1851-78, de 2º ten a CF desenvolveu brilhante e exemplar carreira.

Dia da Marinha Brasileira

Revelou-se extremamente competente, inteligente, devotado, ativo, idealista, criativo e bravo. Prestou assinalados serviços a atualização acelerada e desenvolvimento de nossa Artilharia Naval, como consumado e exponencial especialista no assunto. Em 1756 participou da revisão do Regulamento de Artilharia. Em 1857 instruiu os guardas-marinha em Artilharia, em viagem de instrução.

Em 1857 inventou o sistema adotado de carreta naval – à Baptista. Mais tarde inventaria espoleta de percurssão e dispositivo de culatra de canhão Withworth.

Em 1860 como 1º ten foi nomeado Diretor de Artilharia do Arsenal de Guerra (Rio de Janeiro), função que exerceu com raro brilho e grandes resultados para a Marinha por cerca de 18 anos, com breves intervalos e até 1878, quando foi reformado por deficiência aguda de visão e no posto de CMG. De 1861-62 cursou Artilharia Naval na Europa, especializando-se nos modernos canhões raiados, cuja introdução entre nós, defendeu e orientou como CT.

Em sua intensa, febril e profícua ação como Diretor de Artilharia, instalou fábricas de material bélico na Ponta da Armação e defronte a Passo da Pátria, no Paraguai, onde tomaria parte, em 3 mar 1867 do bombardeiro de Curupaiti, quando “com sangue frio e coragem transportou-se debaixo do fogo, para bordo das diversas embarcações, onde podia colher dados para melhoramentos no processo de carregar e apontar a Artilharia moderna e auxiliar os respectivos comandantes com os conselhos de sua experiência”.

Profissional de raros méritos e virtudes foi-lhe confiado o comando de 7 navios: O último, o encouraçado “Brasil” que conduziu desde Toulon até o TO da guerra do Paraguai; o patacho “Desterro” (1851-52); como 2º ten; o patacho “Tereza” (1853), o vapor “Paraense”, a escuna “Xingu”, a canhoneira “Paraense” e o vapor “Japorá” como 1º ten.

Desempenhou funções de hidrógrafo ao mapear o litoral de Angra dos Reis e Palmas e ao reconhecer do Alto Paraguai, entre Vila Maria e Dourados, ocasião que comandou a Força Naval do Mato Grosso.

Reformado continuou a prestar o concurso em Ciência Naval ao Arsenal. O CMG Baptista sublimou as Virtudes Militares de Coragem, Abnegação, Devotamento, Desprendimento e Presteza. Nasceu em 15 mai 1824 em Montevidéu e faleceu em Niterói em 1 set 1899 aos 75 anos .

A travessia do Atlântico com o “Brasil”, sob o seu comando é página épica.

O Patrono das Bandas de Música e Marcial da Marinha

Antônio Francisco Braga, músico, maestro, compositor sinfônico e professor da Escola Nacional de Música, foi consagrado, por Dec. 62.863 de 10 mar 1968, o patrono das Bandas de Música e Marcial da Marinha de Guerra, por haver delas sido professor, ensaiador e por vezes regente, de 17 abr 1905 – 27abr 1931, ou por mais de 22 anos. Ele atingiu as culminâncias de Arte Musical e foi uma das glórias ou uma espécie de Patriarca da Música Brasileira.

Ingressou aos 8 anos, por proteção do Alto Tamandaré, no Asilo de Meninos (atual Instituto João Alfredo) de onde saiu aos 21 anos, em 14 abr 1888. Ali, integrando a banda escolar, aprendeu a tocar vários instrumentos e, a compor em 1887.

Freqüentou o Conservatório Imperial de Música, no Rio. De 1890-1900 estudou na Europa, em Paris, e Dresden, tendo tirado 1º lugar em concurso no Conservatório de Música em Paris, cidade onde realizou concertos com música brasileira.

É autor da ópera Jupira. São famosas suas composições Virgens Mortas e Hino a Bandeira sobre versos de Olavo Bilac. Compôs o famoso Pranto a Bandeira em que extravasou sua dor pela catástrofe de 21 jan 1906 do encouraçado “Aquidabã”, na baia de Jacuacanga, em Angra dos Reis.

Composição que executou na então Banda de Música do Corpo de Marinheiros Nacionais em 1912, quando do falecimento do Barão do Rio Branco e mais tarde, a bordo do paquete “Ubá”, que transportou desde Dakar, os corpos de 121 vítimas da gripe espanhola, integrantes da Divisão Naval de Operações de Guerra (D.N.O.G.) enviado pelo Brasil para auxiliar o esforço de guerra aliada.

Francisco Braga nasceu e faleceu no Rio, em 15 abr e em 17 mar 1945. É glória do Instituto João Alfredo.

 

11 de Junho

Marinha do Brasil

A extensão da costa – mais de sete mil quilômetros – e os 55.000km² de águas internas do Brasil caracterizam uma realidade geográfica que impõe a necessidade de uma poderosa força naval.

Marinha do Brasil é a instituição e força armada naval composta pelos oficiais e praças, estabelecimentos, embarcações e correspondente material bélico destinados à defesa do estado brasileiro.

Dia da Marinha Brasileira
Primeiro submarino construído no Brasil

História

Os navios deixados por D. João VI ao retornar a Lisboa, após o período de permanência da corte no Brasil, formaram o núcleo em torno do qual começou a desenvolver-se a Marinha do Brasil independente.

Entre 1822 e 1823 foi criada a “esquadra da independência”, cujo objetivo era reforçar a capacidade de defesa do império. Seu primeiro comandante foi o oficial inglês Lord Thomas John Cochrane, contratado por José Bonifácio no posto de primeiro almirante.

O papel da Marinha logo se tornou decisivo para a consolidação da independência. Cochrane combateu vitoriosamente na Bahia, no Nordeste e na Província Cisplatina.

Em 1824, sob o comando do general Francisco de Lima e Silva, a brigada reprimiu a Confederação do Equador, em Recife. Outros nomes importantes nas campanhas de consolidação foram João Francisco Oliveira Botas, John Taylor, John Grenfell, Rodrigo José Ferreira Lobo, Rodrigo Pinto Guedes, Teodoro Alexandre de Beaurepaire e James Norton.

No bloqueio do porto da Bahia, escunas e canhoneiras brasileiras, comandadas por João Botas, impediram o abastecimento dos navios portugueses. Na mesma época, John Taylor, à frente da fragata Niterói, perseguiu a esquadra lusa até a foz do Tejo.

Depois de 1824, a Marinha lutou junto ao poder central contra movimentos revolucionários, como a campanha cisplatina (1825-1828), em que se revelaram os talentos de Tamandaré, Barroso e Inhaúma.

De 1848 a 1849, foi a vez da repressão à revolução praieira, em Pernambuco. Na guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852), a esquadra brasileira sobressaiu no célebre episódio da passagem de Tonelero, em 17 de dezembro de 1851 e, ainda no Sul, participou de combates na campanha oriental de 1864-65.

Na guerra do Paraguai, a Marinha empenhou-se em várias ações decisivas, como a tomada de Paysandú, em janeiro de 1865, e a batalha do Riachuelo, em 11 de junho de 1865. Para lembrar essa batalha, comemora-se em 11 de junho o Dia da Marinha. Importantes foram também a travessia do rio Paraná (16-17 de abril de 1866), a passagem de Curupaiti (15 de agosto de 1867) e a de Humaitá (19 de fevereiro de 1868).

Além dos grandes líderes Tamandaré, Barroso e Inhaúma, celebrizaram-se no conflito Antônio Carlos de Mariz e Barros, João Guilherme Greenhalgh e Marcílio Dias. Nos últimos anos do império, a Marinha brasileira passou por notável aprimoramento técnico e material.

Em 1884 incorporou o encouraçado Riachuelo e em 1885 o Aquidabã, vasos de guerra do mais alto padrão existente na época. A armada brasileira era respeitada, então, como uma das maiores do mundo.

No início do período republicano, a Marinha do Brasil passou a construir e incrementar seus próprios estaleiros e, entre 1906 e 1910, sob os governos de Rodrigues Alves a Nilo Peçanha, foram comprados na Europa encouraçados, cruzadores e torpedeiros.

Em 1914 foram adquiridos três submarinos e um tênder. Tinha início a primeira guerra mundial, e a divisão naval em operações de guerra, da Marinha do Brasil, fez o patrulhamento e defesa anti-submarina do Atlântico sul, na área situada entre Dakar, as ilhas de Cabo Verde e o estreito de Gibraltar.

Seu comandante era o almirante Pedro Max Fernando de Frontin. Em Dakar, a peste dizimou 464 dos dois mil homens da divisão.

A partir da década de 1930, a construção naval no Brasil se intensificou. Na segunda guerra mundial, coube à Marinha, inicialmente, manter a neutralidade brasileira mediante o patrulhamento as águas territoriais (1939-1942).

Após o torpedeamento, em agosto de 1942, de cinco navios mercantes nacionais, e com a declaração de guerra ao Eixo, no dia 22 do mesmo mês, a Marinha do Brasil integrou-se ao esforço de guerra. Participou efetivamente da batalha do Atlântico, quando escoltou a força expedicionária brasileira até a Europa, em cooperação com a quarta esquadra americana. Perdeu três navios e 477 homens no conflito, enquanto a marinha mercante perdia 31 navios e 569 homens.

 

11 de Junho – Militar da Marinha

O que é ser um militar da Marinha?

O militar é o profissional que serve à alguma das três forças armadas (Exército, Marinha ou Aeronáutica) ou que serve as Forças de Segurança dos Estados da Federação (bombeiros e policiais militares).

Na estrutura do governo brasileiro, as Forças Armadas estão integradas ao Ministério da Defesa.

A Marinha é a componente naval das Forças Armadas de um país, responsável, principalmente, no contexto externo, pela defesa das áreas litorâneas e das plataformas continentais brasileiras, e no contexto interno pela orientação dos navegantes, pelo policiamento das costas brasileiras e pela fiscalização do tráfego marinho e dos portos.

Quais as características necessárias para ser um militar da Marinha?

Para ser um militar da marinha é necessário que o profissional seja corajoso e tenha interesse em servir seu país. Outras características interessantes são:

Responsabilidade
Seriedade
Força de vontade
Coragem
Raciocínio rápido
Força física
Resistência
Instinto de sobrevivência
Capacidade de receber ordens
Capacidade de respeitar hierarquias

Qual a preparação necessária para ser um militar da Marinha?

No Brasil, ao completar 18 anos, o cidadão do sexo masculino deve se alistar em alguma das três Forças Armadas, e, se convocado, pode cumprir o serviço obrigatório e continuar seguindo carreira.

Também é possível ingressar na Marinha através de concurso público, com o objetivo de preencher vagas abertas. No caso do concurso para graduados em ensino superior é necessário que o candidato seja aprovado na seleção, no Curso de Formação e no Estágio de aplicação de Oficiais.

No caso de concurso para níveis fundamental ou médio, o candidato aprovado em concurso público tem a oportunidade de cursar a Escola Naval.

O curso de ensino médio (para quem tem fundamental completo) oferece três anos do currículo escolar intenso, em regime de internato e treinamento físico. O curso de ensino superior (para quem tem ensino médio completo) forma Corpos da Armada, Fuzileiros Navais e Intendentes.

Hierarquia da Marinha Brasileira

Oficiais Generais

Almirante

Almirante-de-Esquadra

Vice-Almirante

Contra-Almirante
Oficiais Superiores

Capitão de Mar e Guerra

Capitão-de-Fragata

Capitão-de-Corveta
Oficiais Intermediários

Capitão-Tenente
Oficiais Subalternos

1° Tenente

2° Tenente

Guarda-Marinha
Graduados

Suboficial

1° Sargento

2° Sargento

3° Sargento

Cabo

Marinheiro

Principais funções da Marinha Brasileira

Orientar e controlar a Marinha Mercante (conjunto de navios que transportam mercadorias e realizam comércio) e suas atividades correlatas, na defesa dos interesses nacionais

Prover a segurança da navegação aquaviária

Contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar

Implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores, em coordenação com outros órgãos do poder executivo, Federal ou Estadual

História da Marinha Brasileira

A Marinha, no Brasil, tem sua história iniciada em 1736, com a criação da Secretaria de Estado de Negócios da Marinha, por D. João V de Portugal. Na época da Independência do Brasil, em 1822, o governo da nação recém-emancipada viu a necessidade da existência de uma força bélica naval, capaz de defender a vasta extensão da costa e riqueza da rede hidrográfica do território, assegurando o comércio e as comunicações entre as suas diversas regiões.

Desse modo, em 10 de novembro de 1822, foi solenemente içado, no penol da carangueja da nau “Martim de Freitas” – rebatizada como “Pedro I” e alçada a capitânea da Esquadra brasileira em formação -, pela primeira vez, a bandeira do Brasil, sob salva de 101 tiros.

A Esquadra teria, doravante, papel decisivo na Guerra de Independência do Brasil. Para guarnecê-la, o governo recorreu aos serviços de estrangeiros, como o Almirante Thomas Cochrane, um oficial da Marinha Real Britânica. Até ao Período Regencial Brasileiro, estima-se que metade dos praças e dois terços dos oficiais da Marinha eram estrangeiros.

Garantida a Independência e a unidade nacional, assim como a sua integração, a Marinha teve papel de destaque ainda em acontecimentos tão diversos como a Guerra da Cisplatina, os diversos movimentos separatistas que se iniciaram no Período Regencial, a Guerra contra Oribe e Rosas, a Guerra da Tríplice Aliança e outros.

 

11 de Junho

Como você viu no dia do Fuzileiro Naval (7 de março), a Marinha Brasileira esteve envolvida em grandes episódios da nossa história, como as batalhas pela Independência da República e a Segunda Guerra Mundial. Também aprendeu um pouco sobre a história da Marinha, quando ficou sabendo que as primeiras tropas do mar vieram para o Brasil em 1808, junto com a família real portuguesa.

Contudo, já se pode falar do nascimento da Marinha do Brasil séculos antes, por conta da batalha que expulsou os franceses do Rio de Janeiro, em 1567. Na luta para defender o território brasileiro, muitos embates se deram no mar, inclusive com utilização de meios navais indígenas. Foi também um marco, pois pela primeira vez os índios se associaram aos portugueses nos combates aos invasores franceses.

Outras batalhas foram travadas para expulsar os franceses que estabeleciam colônias na costa brasileira no século XVII e o papel das esquadras marítimas foi fundamental, principalmente entre os anos de 1610 e 1615. Neste ano foi nomeado o primeiro comandante naval brasileiro: Jerônimo de Albuquerque, que comandou uma parcela da esquadra portuguesa que expulsou os franceses do Maranhão.

Demorou um pouco mais para o Brasil constituir sua própria esquadra, independentemente de Portugal. Em 1823, a Marinha desempenhou importante papel para a consolidação da independência, pois foi a responsável pela formação da primeira esquadra brasileira. Com ajuda da marinha inglesa, a frota brasileira conseguiu recuperar o Norte, o Nordeste e a Província Cisplatina ao território do país.

Outras participações importantes foram: Combate Naval de Abrolhos, expulsando os holandeses, em 1631; ação naval na Baía de Todos os Santos, expulsando os holandeses de Salvador em 1635; Batalha Naval do Riachuelo, em 1865, na Guerra Cisplatina; na Primeira Guerra Mundial, em 1918, apoiando os Aliados; na Segunda Guerra Mundial, de 1941 a 1945, também apoiando os Aliados na luta contra o nazi-fascismo.

Alguns dados numéricos a respeito da Marinha brasileira e áreas de interesse. Confira!

A fronteira marítima do Brasil possui mais de 8.500 km (cerca de quatro mil milhas).

O ponto mais próximo que liga o Brasil à África fica na costa nordeste, deixando uma distância de 2.750 km entre nosso país e aquele continente.

Temos 16 portos principais e 4 grandes terminais, por onde circulam mais de 26 mil navios por ano.

Três quartos da carga transportada pelos navios em nosso território é referente ao comércio exterior.

Por outro lado, 95% de todo o comércio exterior do Brasil passa, em algum momento, por linhas de comunicações marítimas.

A área de salvamento marítimo sob responsabilidade do Brasil é de 4.328.300 milhas quadradas – uma área bastante significativa no Atlântico Sul.

 

11 de Junho

 

À MARINHA BRASILEIRA

Saudando a Marinha brasileira,

Saudamos a Pátria querida

Pois é ela que em segurança,

Representa a bússola de nossas vidas!

Guiando-nos na paz e na guerra,

Com sua âncora de segurança,

Sublimes revoluções, trazendo luzes de esperança!

Salve a Marinha brasileira,

De homens vibrantes e leais.

Salve a Marinha heroína,

Segurança, Ordem, Paz!

BATALHA NAVAL DO RIACHUELO

Dia da Marinha Brasileira

Deflagrada a guerra, chamada de Tríplice Aliança, a Marinha, operando no centro inóspito do continente, subiu os rios, enfrentando as baterias instaladas nas margens e navios que rebocavam chatas com canhões de grosso calibre.

Assim foi travada a Batalha Naval do Riachuelo. Depois, o avanço pelos rios Paraná e Paraguai, apoiando a marcha do Exército, foi conduzido com os encouraçados fluviais, que eram atacados por centenas de canhões assestados nas barrancas e fortalezas; e pelas bogarantes, canoas repletas de guerreiros guaranis, que abordavam os navios brasileiros e travavam lutas de arma branca nos conveses, até serem expulsos.

Os problemas de manutenção do material – moderno, para a época -, e a resistência física das guarnições, encerradas em compartimentos de ferro, por meses seguidos, em clima tropical, constituíam dificuldades adicionais para a força naval. As baixas por moléstias superavam as devidas à ação inimiga.

Além de Riachuelo, a vitória final das armas brasileiras deve muito ao forçamento de perigosas passagens, como Curupaiti e Humaitá.

Dia da Marinha Brasileira
Passagem de Curupaiti

Dia da Marinha Brasileira
Passagem de Humaitá

Finda a Guerra do Paraguai, houve um interregno de paz, lamentavelmente interrompido por agitações políticas.

A Marinha entrou novamente em combate em 1918, quando a campanha submarina alemã, na 1a. Grande Guerra, atingiu nossos mercantes, em razão do que assumimos o compromisso de enviar uma força naval para patrulhar a costa africana, entre Dakar e Gibraltar.

Dia da Marinha Brasileira
Cruzador Bahia

A Divisão Naval em Operações de Guerra – DNOG – composta por dois cruzadores, quatro contratorpedeiros, um tender e um rebocador, partiu em julho de 1918. Os maiores inimigos que enfrentou, além de um submarino nas proximidades de Freetown, foram as dificuldades marinheiras para abastecer os navios com carvão, em alto-mar, e a gripe espanhola, que grassou em Dakar e transformou a operação em tragédia, com tripulações inteiras atacadas simultaneamente, enquanto as patrulhas prosseguiam. A moléstia fez 176 vítimas mortais.

A 2ª Guerra Mundial encontrou a Marinha em situação material bastante precária, devido ao abandono a que fora relegada pelos governos. Assim, quando o submarino alemão U 307, na noite de 21 para 22 de agosto de 1942, nas costas de Sergipe, afundou cinco mercantes, com a perda de 607 passageiros, tínhamos muito pouco com que enfrentar o inimigo que ameaçava nossas linhas de navegação. Mas, com enorme esforço e com o auxílio norte-americano, em pouco tempo dispúnhamos de uma frota anti-submarinos bem equipada e aguerrida.

Nossa principal tarefa foi a de garantir a proteção dos comboios que trafegavam entre Trinidad, no Caribe, e Florianópolis, em nosso litoral sul. Foram eles 574, formados por 3.164 mercantes, dos quais, apenas três foram afundados. E não porque não houvesse submarinos. Dezesseis deles foram destruídos no Atlântico Sul, muitos por aviões, depois de avariados por ataques de unidades de superfície. Documentos alemães confirmam que realizamos 66 ataques contra seus submarinos.

Coube, ainda, à Marinha, a escolta do transporte da FEB até Gibraltar e o patrulhamento oceânico contra os furadores de bloqueio, navios que traziam mercadorias do Oriente para a Alemanha.

Dia da Marinha Brasileira
Encouraçado provê segurança ao porto de Salvador

A Marinha envolveu-se nesse conflito por mais tempo do que o próprio país, uma vez que sua participação se iniciou em outubro de 1941, com o posicionamento da Corveta Camaquã, em patrulha, no litoral do Nordeste e só terminou alguns meses após o fim da guerra, depois de assegurado que o Atlântico Sul estava efetivamente livre de submarinos desinformados quanto ao término do conflito.

Dia da Marinha Brasileira
Guerra anti-submarino no litoral brasileiro

Em quatro anos de intenso trabalho, a Marinha perdeu 500 dos sete mil homens que manteve no mar. Nos 50 anos que se seguiram à Guerra Mundial, a evolução não cessou, apesar das dificuldades orçamentárias e, por vezes, incompreensões.

Hoje, bem equipada, no que tange à qualidade, a Marinha desempenha o papel reservado do Poder Naval em tempo de paz, funcionando como elemento dissuasor ao estabelecer um custo elevado a eventuais opções militares de adversários em potencial, respaldando a ação política do governo no campo das relações internacionais e mantendo-se atualizada, pronta a se expandir quando necessário.

Fonte: www.ahimtb.org.br/www.cepa.if.usp.br/ www.brasilprofissoes.com.br/www.ibge.gov.br/www.velhosamigos.com.br

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