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9 de Junho
A maioria das pessoas já recebeu algumas doses de vacinas durante a vida.
Desde crianças estamos acostumados com o ritual das gotinhas e agulhas. Agradável ou não, o fato é que são necessárias e são elas que promovem a imunização.
Imunizar é tornar o organismo resistente e capaz de reagir à presença de certos agentes (doenças, venenos de animais e outros).
Nós temos dois tipos de imunidade: a natural, desenvolvida pelo próprio organismo e que protege as pessoas contra infecções e doenças, e a imunidade adquirida, aquela que o organismo desenvolve após receber vacinas e soros (imunização passiva).
A vacina é uma substância não reagente, geralmente feita do vírus da doença, morto ou inoculado, que é injetado no corpo humano ou de animais. O corpo não reconhece que o vírus está morto e vai fabricar substâncias que vão combatê-lo. Assim quando o organismo estiver suscetível ao contágio da doença, ele já terá criado anticorpos para defendê-lo.
Primeira vacina
A vacina foi criada em 1876, por Edward Jenner. Ele injetou a secreção das fístulas de uma vaca com varíola – ou seja, pus – em um menino. Semanas depois ele inoculou a criança com varíola humana e este não adoeceu. Daí o nome vacina, derivado da expressão latina materia vaccinia (substância que vem da vaca).
9 de Junho
A imunização é um conjunto de métodos terapêuticos destinados a conferir ao organismo um estado de resistência, ou seja, de imunidade, contra determinadas enfermidades infecciosas.
É uma das estratégias de prevenção mais significativas. No mesmo nível de importância, como medida de proteção e promoção à saúde infantil, estão a amamentação, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento e o controle – tratamento precoce da diarréia infantil.
As crianças são as que mais sofrem com a caótica situação sócio-econômica de países subdesenvolvidos como o nosso, Brasil. Esta fato reflete-se nos altos índices de mortalidade (em algumas regiões do país) e a formação de contingentes de indivíduos com sequelas físicas, intelectuais psicológicas, decorrentes de doenças preveníveis por esquemas básicos de imunização.
Entretanto a imunização não está isenta de riscos (SCHMITZ et al, 1989)
Infecção no local da inoculação;
Transmissão de doenças por meio do produto injetado e contaminação do material empregado na administração;
Complicação devido a outros composto dos produtos imunizantes (hidróxido de alumínio,…);
encefalite pós-vacinal, quando da utilização de antígenos vivos;
Agravamentos de enfermidades crônicas cardíacas, renais, do sistema nervoso central, entre outras;
Reações locais gerais: nódulos, edemas, dor ou mal-estar, lipotimia, entre outras;
reações de hipersensibilidade;
Complicações específicas secundárias à natureza e tipos de antígenos ou substâncias fontes de anticorpos.
TIPOS DE IMUNIZAÇÃO
A imunidade pode ser natural ou adquirida (SCHMITZ et al, 1989):
A imunidade natural compreende mecanismos inespecíficos de defesa de pele, pH, e a imunidade conferida pela mãe através da via transplacentária e pelo leite materno ao recém nascido.
A imunidade adquirida pode ser espontânea, após um processo infeccioso, ou induzida de maneira ativa ou passiva:
passiva: administração de anticorpos previamente formados (imunoglobulinas) ou soros hiperimunes. Útil em pacientes com defeito na formação de anticorpos ou imunodeprimidos;
ativa: uso de microorganismos vivos atenuados, mortos e componentes inativados de microorganismos.
Contra-Indicações
São consideradas contra-indicações gerais ao uso de vacinas de bactérias ou vírus vivos (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE SÃO PAULO, 1994):
Portadores de doenças com deficiências imunitárias, como imunodeficiência combinada à gamaglobulina ou hipogamaglobulina;
Pacientes com imunodeficiências por defeitos congênitos ou enfermidades ativas do sistema linfóide ou reticuloendotelial (leucemia, linfoma, doença de Hodgkin…);
Imunodepressão devido a terapia com corticóide sistêmico em altas doses, com antimetabólitos, agentes alquilantes ou irradiação;
Grávidas, salvo situações de alto risco de exposição a algumas doenças virais imunopreveníveis, como febre amarela, por exemplo.
Com relação a pacientes HIV positivos assintomáticos, poderão receber todas as vacinas do esquema básico; os doentes com AIDS só não poderam receber a BCG.
Há casos em que a vacinação precisa ser somente adiada:
Tratamento com imunossupressores (corticosteróides, quimioterapia antineoplásica, radioterapia,…), deve-se adiar para 90 dias após a suspensão do uso da substância;
Durante a evolução de doenças agudas febris graves;
Não recomenda-se aplicar a BCG em crianças com menos de dois quilos de peso.
CALENDÁRIO VACINAL
(adotado pelo Programa Nacional de Imunizações, modificado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo-SP, 1998)
Idade | Vacinas |
1 mês * | BCG e hepatite B |
2 meses | DPT, poliomielite e hepatite B |
4 meses | DPT e poliomielite |
6 meses | DPT e poliomielite |
9 meses | Sarampo e hepatite B |
15 meses | DPT, poliomielite e MMR |
5 ou 6 anos | DPT e poliomielite |
15 anos** | DT |
*Pode ser aplicada desde o nascimento.
**Reforço a cada 10 anos, por toda vida.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMUNIZAÇÃO BÁSICA NA INFÂNCIA
Tipos de Vacinas | Dose, via e local de aplicação | Sinais e sintomas pós-vacinais |
Sabin (contra poliomielite) | 2 a 3 gotas, de acordo com a origem/via oral (VO) | Náuseas logo após a vacinação devido ao sabor desagradável |
BCG (contra tuberculose) | 0,1ml, intradérmico (ID)/ inserção inferior do deltóide direito | Enduração/mácula/nódulo/úlcera/crosta/cicatriz (em torno de 3 meses pós-vacinal) Raro: enfartamento de gânglios linfáticos |
Tríplice – DPT (contra tétano, difteria e coqueluche) | 0,5ml intramuscular (IM) profunda /face antero-lateral da coxa em crianças que não andam e dorso-glútea nas demais | Febre até 48 hs após vacinação Dor e nódulo local Raro: reações neurológicas(cefaléia, convulsão, choque) |
Hepatite B | 0,5ml intramuscular (IM) profunda /face antero-lateral da coxa num ângulo de 45º | Sensibilidade no local da aplicação, acompanhada ou não de sinais inflamatórios; febre igual ou superior a 37,7ºC, em alguns casos erupções cutâneas, prurido e manifestações neurológicas |
Dupla infantil-DT* e Dupla Adulto – dT**(contra tétano e difteria) | 0,5ml/IM profunda/região dorso-glútea ou deltóidea | Febre até 48 hs após vacinação Dor e nódulo local |
MMR (contra caxumba, rubéola e sarampo) | 0,5ml subcutâneo (SC) em região glútea | Febre/dor/enduração e eritema local/linfadenopatia discreta/dor de garganta/”rush”, artrite e artralgias Aumento das parótidas |
VAS (contra sarampo) | Idem MMR | Febre e exantema de curta duração |
*Indicada para crianças até 6 anos e 11 meses de idade que tenham contra-indicação médica formal de receber o componente pertussis da vacina DPT.
**Indicada a partir de 7 anos para pessoas que não tenham recebido a DPT ou DT, ou cujo estado imunitário seja desconhecido.(SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE, 1994)
QUANDO REALIZAR PROFILAXIA DO TÉTANO APÓS FERIMENTO
HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃO CONTRA O TÉTANO |
FERIMENTO LIMPO E SUPERFICIAL |
OUTROS FERIMENTOS |
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VACINA |
IMUNIZAÇÃO PASSIVA |
VACINA |
IMUNIZAÇÃO PASSIVA |
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Incerta ou menos de três doses | Sim | Não | Sim | Sim |
Três doses ou mais*: | ||||
última dose há menos de cinco anos | Não | Não | Não | Não |
última dose entre cinco e dez anos | Não | Não | Sim | Não |
última dose há mais de dez anos | Sim | Não | Sim | Não |
*Aproveitar a oportunidade para indicar a complementação do esquema vacinal.
Vacina: DPT, DT ou dT dependendo da idade, na falta destes usar o toxóide tetânico (TT).
Imunização passiva: com soro anti-tetânico e teste prévio, na dose de 5000 unidades, pela via intramuscular ou imunoglobulina humana antitetânica, na dose de 250 unidades, (IM).
CONSERVAÇÃO DE VACINAS
A Organização Pan-Americana de Saúde-OPAS e o Programa Nacional de Imunizações-PNI (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1991) estabelecem que o intervalo de temperatura para conservação de soros e vacinas precisa ser de +4 a +8ºC.
Faz-se necessário a presença de um termômetro dentro do refrigerador. Utilizar termômetro de 3 colunas, pois registra as temperaturas mínima, máxima e atual.
Vacinas de vírus vivos atenuados (pólio, sarampo, rubéola, caxumba) são mais sensíveis ao calor, devendo ser acondicionadas na unidade de saúde por 1 mês no máximo. É preferencial mantê-las na prateleira superior do refrigerador.
Vacinas de bactérias vivas e atenuadas (tuberculose) são menos sensíveis às oscilações de temperatura, podendo ser conservadas por até um ano na parte superior do refrigerador.
Vacinas inativadas virais e bacterianas (toxóides tetânico e diftérico; coqueluche) são as mais estáveis. Devem ser armazenadas por 6 meses na prateleira inferior do refrigerador.
Os diluentes precisam estar na mesma temperatura que as vacinas; não utilizar o refrigerador para outras finalidades. O refrigerador precisa ficar num local fresco, ao abrigo da luz solar e fontes de calor, distante pelo menos 15 cm das paredes e sua porta precisa ficar bem vedada.
Recomenda-se colocar sacos e garrafas plásticas com água no congelador e parte inferiordo refrigerador a fim de manter a temperatura, caso haja interrupção no fornecimento de energia. NÃO UTILIZAR A PORTA DO REFRIGERADOR POIS PODE DANIFICAR A VEDAÇÃO E OCORRER AQUECIMENTO INTERNO.
A circulação de ar também precisa ser respeitada, por isso é necessário que as vacinas sejam dispostas em bandejas ou caixas furadas e descobertas, deixando entre os frascos uma distância de 1 a 2 cm.
Para transportar as vacinas, utilizar caixas isotérmicas (de isopor). Cercar as vacinas com sacos de gelo, sem que haja contato direto (isolar os frascos com papelão ou espuma). Preparar a caixa 15 a 20 minutos antes de sair (manter um termômetro em seu interior), fechá-la com fita adesiva até chegar ao destino.
IMPORTANTE: o serviço de saúde precisa informar o nível regional ou central da rede de frio, sobre lotes de vacina que tenham sofrido variações de temperatura inferior ou superior à temperatura estabelecida pela OPAS ou PNI, para que estes dêem as diretrizes que devem ser seguidas.
Referências Bibliográficas
GUSHIKEN, C.T. & CHAGAS,L.G.C.P. Imunização In: CURSINO,M.R. et al Assistência de Enfermagem em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1992.
MINISTÉRIO DA SAÚDE Manual do Treinando. Brasília, 1991.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Manual da Criança. Campinas, 1996.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE SÃO PAULO Norma do Programa de Imunização. São Paulo, 1994.
SCHMITZ, E.M.R. et al Imunização Básica na Infância. São Paulo: Atheneu, 1989.
9 de Junho
Os linfócitos, tipo de glóbulo branco, e os plasmócitos, defesa presente no tecido conjuntivo, produzem os anticorpos que irão combater os antígenos.
Ao reconhecer o antígeno e produzir os anticorpos, o organismo constrói uma memória imunológica em forma de “células de memória”, que reconhecerão e coordenarão a produção de anticorpos específicos contra os antígenos específicos.
O organismo guarda em sua memória imunológica a maneira de prevenir a reinvasão pelo mesmo agente patogênico.
O mecanismo pode ser classificado como imunização ativa quando o organismo produz os próprios anticorpos. É um processo lento, mas duradouro, que, às vezes, pode durar a vida toda.
A imunização ativa natural ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente patogênico natural, adquirindo a doença.
Pode-se introduzir o agente patogênico atenuado ou mesmo o antígeno desse agente em processo denominado vacinação, a imunização ativa artificial.
Na imunização passiva, o indivíduo recebe anticorpos ativos produzidos por outro organismo, sendo esta imunização rápida, porém passageira, porque não produz a memória imunológica.
A mulher grávida produz todos os anticorpos aos quais tenha sido sensibilizada e os passa para a criança pela placenta.
A amamentação também fornece à criança esses anticorpos. Nesses casos, a imunização é passiva natural.
Os anticorpos também podem ser aplicados por soroterapia. Os soros são constituídos por plasma e anticorpos produzidos por outro indivíduo, às vezes até de outra espécie.
É o que se conhece por imunização passiva artificial.
Fonte: UFGNet/www.hospvirt.org.br/vestibular.uol.com.br
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