PUBLICIDADE
Nemertina – Definição
Qualquer um dos vários vermes carnívoros não segmentados do filo Nemertea (ou Nemertini) que têm um corpo longo e frequentemente colorido com uma tromba extensível e normalmente vivem no mar ou na lama da zona entremarés.
Também chamado verme de fita.
Nemertina – O que são
Os nemertinos são vermes alongados e frequentemente achatados, acelomados, com epiderme ciliada e uma probóscide utilizada na captura de invertebrados. Podem medir desde alguns milímetros até mais de 1m de comprimento.
A maioria das espécies pertence ao bentos marinho litorâneo, vivendo sob pedras e conchas, sobre algas, no lodo ou na areia; algumas espécies são comensais, principalmente as de crustáceos e moluscos.
A costa brasileira, com exceção de São Paulo, é praticamente desconhecida.
A escassez de nemertinos na zona tropical talvez reflita apenas o estado da pesquisa do grupo. Os nemertinos marinhos são, ecologicamente, um grupo quase que negligenciado.
No entanto, alguns trabalhos na área ecológica têm sido realizados e indicam, por exemplo, que estes animais acumulam metais pesados.
A distribuição e a abundância relativa dos nemertinos fazem com que sejam organismos ideais para investigações sobre poluição no ecossistema marinho.
Estudos realizados em laboratório sugerem que os hoplonemertinos são predadores importantes de crustáceos, como anfípodos e isópodos.
Alguns nemertinos predam ovos de crustáceos decápodos, podendo afetar a reprodução de espécies exploradas economicamente.
A primeira referência para o Brasil deve-se a Humes (1942), que registrou, na distribuição de Carcinonemertes carcinophila, “as far south as Rio de Janeiro”.
A distribuição desta espécie pode ser estendida até o litoral de São Paulo, já que foi encontrada em São Sebastião, associada aos siris Callinectesdanae e Callinectes ornatus (Cynthia Santos, observação pessoal).
Posição Sistemática
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa
Filo Nemertinea
Classe Anopla
Ordem Palaeonemertea
Ordem Heteronemertea
Classe Enopla
Ordem Hoplonemertea
Ordem Bdellonemertea
Número de espécies
No mundo: 1.149
No Brasil: 41
Grego: Nemertes = uma ninfa do mar
Nome vernáculo: nemertino
Nemertina – Filo Nemertea
Nemertea também designado Nemertina, Nemertinea ou Nemertini, é um filo que contém animais invertebrados, de corpo segmentado e que habitam o meio marinho.
O filo é também denominado Rhynchocoela (do grego rhynchos, bico + koilos, cavidade), referente a probóscide.
Este filo contém cerca de 1200 espécies, distribuídas em duas ordens: Anopla e Enopla (classe de vermes cilíndricos do filo).
São achatados, espessos e mais alongados. Algumas espécies dão a aparência de serem segmentadas, mas a segmentação é somente superficial. Possuem probóscide que é rapidamente evertida, maior que o corpo do animal.
O formato da probóscideé variado conforme a espécie, podendo ser recobertos por papilas pegajosas ou não.
São predadores, podem ser marinhos (1.123 espécies), de água doce (12 espécies) ou terrestres (15 espécies). Possuem a habilidade de se fragmentar quando predados e se regenerar.
Isso é uma forma de proteção e também de reprodução assexuada. Quanto à reprodução sexuada, a maioria é dióica com sistema simples.
Animais vivos ou mortos, de preferência anelídeos, mas também moluscos, crustáceos e peixes, são os alimentos dos nemertinos, capazes de ficar até um ano sem comer. Nesse caso, o corpo do animal diminui de tamanho enquanto células mesenquimatosas (fagócitos) devoram pigmentos e outras células e invadem o tubo digestivo, que degenera.
Esses fagócitos por fim se desintegram e fornecem alimento ao animal esfomeado.
O filo dos nemertinos compreende vermes carnívoros, às vezes venenosos e em geral marinhos, que vivem principalmente em águas costeiras, onde se abrigam em cavidades, sob pedras, no lodo, na areia ou nos emaranhados de plantas. Os nemertinos podem ser vermelhos, amarelados, verdes, brancos e às vezes têm estrias.
Há contudo espécies que vivem a 1.500m ou mais de profundidade. Algumas formam tubos de muco (ou de outra substância mais resistente), dentro dos quais se encerram. Há também espécies terrestres, que se protegem das secas por meio de intensa produção de muco, e espécies de água doce, que encontram nos lagos, poços e rios seu habitat mais típico.
O corpo dos nemertinos, com menos de um milímetro até vários centímetros de comprimento, é alongado, cilíndrico ou ligeiramente achatado. Há uma espécie que, quando distendida, pode atingir 25m.
A cabeça mal definida apresenta um poro do qual se projeta uma probóscide, dotada eventualmente de um pequeno estilete. A probóscide é usada na captura de alimentos, na defesa e na locomoção.
O estilete é usado para injetar nas presas um fluido tóxico.
O sistema nervoso dos nemertinos se compõe de cérebro (ou gânglios cerebrais) e uma rede de nervos. Outros órgãos sensoriais importantes são os sulcos ciliados e as rugas na cabeça, com provável função táctil, e os olhos (2 a 250) sob a epiderme. Alguns nemertinos, como os do fundo do mar, não têm olhos.
A maioria dos nemertinos é dióica, mas há espécies hermafroditas, principalmente de gêneros terrestres e de água doce. As gônadas são simples sacos que se abrem diretamente no exterior. Nos hermafroditas, as gônadas masculinas e femininas podem situar-se num mesmo saco ou em sacos separados. Exceto em algumas espécies vivíparas, os ovos são postos em massa gelatinosa produzida pelas glândulas epidérmicas, soltos ou envolvidos por cápsulas produzidas pelo ovário. A reprodução costuma ocorrer uma vez por ano.
A respiração dos nemertinos se dá através da superfície do corpo, por difusão. Existem espécies, porém, que bombeiam água para a porção anterior do tubo digestivo que, nesse caso, tem as paredes revestidas de lacunas irrigadas pelo sangue, nas quais ocorre a troca de gases. O aparelho circulatório consiste de um par de vasos laterais, mas pode haver ainda um vaso dorsal.
A história da descoberta de Nemertea
Belíssimo nemertino marinho – Baseodiscus mexicanus
Pela primeira vez, a existência de nemertino foi aprendida graças à descoberta, que fez o cientista G. Barley. Em 1758, o pesquisador revelou nas águas do mar um verme do tipo apresentado, descreveu sua estrutura morfológica e até criou a imagem de um animal.
O conhecimento enciclopédico se expandiu significativamente sobre os nemertines no século XIX.
Muitos zoólogos trouxeram para a ciência informações novas e interessantes sobre esses animais únicos que vivem principalmente no fundo do mar.
A descoberta na área apresentada tornou-se possível devido ao surgimento de meios técnicos para o trabalho em profundidade. Neste período, a própria definição de “morto-vivo” foi proposta.
Fonte: www.biomania.com/www.usp.br/ruarrijoseph.com/ucmp.berkeley.edu