Filo Asquelmintos

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Filo Asquelmintos – O que é

Filo Asquelmintos são animais invertebrados de corpo vermiforme, cilíndricos, pseudocelomados, não segmentado, de simetria bilateral.

O corpo coberto por uma cutícula bem desenvolvida, às vezes, apresentando espinhos, escamas ou outras estruturas; epiderme sincicial ou celular. Tubo digestivo completo, geralmente reto.

Sistema excretor do tipo protonefrítico. Sexos separados. Espécies aquáticas e terrestres.

Classe Nematoda

Aschelminthes com tubo digestivo completo, cavidade geral desprovida de epitélio de revestimento, corpo cilíndrico ou filiforme, raramente fusiforme, com as extremidades atenuadas ou truncadas, excepcionalmente, algumas fêmeas grávidas como as do gênero

Tropisurus são globosas ou sub-globosas, comprimento do corpo varia de entre espécies, de poucos milímetros a pouco mais de um metro, relação entre o comprimento do corpo e largura variando consideravelmente, com poucas exceções, os nematóides são de sexos separados, dióicos, sendo o macho em geral, menor do que a fêmea, gônadas contínuas com seus ductos, alguns têm desenvolvimento partenogenético alternando com geração sexuada, há casos conhecidos de namatóides hermafroditas, a maioria evolui diretamente, alguns exigem hospedeiros intermediários, muitos são parasitos de animais e plantas, enquanto outros são de vida livre.

Estrutura dos Asquelmintes

Tegumento

O corpo dos nematóides é revestido externamente por uma cutícula hialina que repousa sobre uma sub-cutícula, da qual se origina, e por uma camada muscular situada internamente.

A cutícula, que é uma camada não celular e elástica, apresenta-se lisa ou com estrias transversais finas, regulares e superficiais. Às vezes, apresenta estrias longitudinais ou oblíquas.

Em algumas espécies, a cutícula apresenta estruturas particulares, como espinhos, escamas cordões cuticulares, colar cefálico e expansões ou franjas laterais denominadas asas, estas geralmente confinadas as extremidades do corpo, como asas cervicais e asas caudais.

Muitas vezes, a cutícula forma uma expansão campanuliforme, na extremidade posterior do macho, denominada bolsa copuladora, que aparentemente serve para fixação do macho a fêmea, durante a cópula.

Na face ventral da região anterior do corpo, em alguns grupos de nematóides, há uma faixa larga composta de células glandulares, em forma de colunas altas, abrindo-se para o exterior através dos poros cuticulares, denominada faixa bacilar, de função desconhecida.

Acredita-se que esteja relacionada com função excretora. A faixa bacilar ocupa cerca de 13 da circunferência correspondente à secção do corpo.

Estudada através da microscopia eletrônica, a cutícula apresenta-se como uma fina membrana formada de três estratos, 1 camada cortical densa, constituída por uma substância semelhante à queratina, que é resistente às enzimas digestivas do hospedeiro, 2 camada mediana, semelhante à esponja, 3 camada mais interna, fibrosa, composta de duas a três faixas de tecido conjuntivo.

Abaixo da cutícula há uma membrana basal.

A sub-cutícula ou hipoderme, às vezes referida como epiderme, é uma camada sincicial ou celular, delgada, exceto nas regiões dorsal, ventral e laterais, onde ela se projeta para o interior da cavidade geral, dividindo as camadas musculares, dispostas abaixo, em quatro quadrantes.

As projeções da hipoderme constituem os quatro campos longitudinais: dois laterais, um ventral e outro dorsal.

Os campos longitudinais laterais são percorridos em sua extesão pelos canis do aparelho excretor, os campos longitudinal ventral e dorsal são percorridos pelos nervos tronco ventral e dorsal, respectivamente.

A camada muscular é constituída por células musculares, dispostas nos quadrantes, entre os campos longitudinais. As células podem estar separadas por espessamentos submedianos da sub-cutícula em oito campos.

A distribuição das células musculares nos quadrantes é de alguma importância na sistemática dos nematóides. Quando ocorrem mais de duas séries de células em cada quadrante, projetando se para a cavidade geral, tem-se o tipo polimiário quando existem somente duas séries de células, tem-se o tipo meromiário e quando os campos longitudinais são pouco desenvolvidos e existem numerosas células uniformes tem-se o tipo holomiário.

O espaço situado internamente á camada muscular, que é a cavidade geral ou pseudoceloma, é parcial ou totalmente atapetado por uma delicada camada de tecido conjuntivo.

No seu interior encontram-se os órgãos internos embebidos no líquido celomático que promove o equilíbrio hidrostático dos nematóides. O líquido celomático á complexo, na sua composição entram proteínas, gorduras, hidratos de carbono, enzimas, sais minerais e outros compostos nitrogenados.

No pseudoceloma, fixada à parede do corpo dos nematóides, são encontradas as células, denominadas celomócitos, de forma ovóide ou ramificada, de função ainda não determinada, em número de dois, quatro ou seis.

Sustentação e Locomoção

Os asquelmintes não possuem esqueleto e a sua sustentação é parcialmente realizada pela cutícula. A musculatura é formada apenas por uma camada de músculos longitudinais, localizada logo abaixo do tegumento.

Esta única camada muscular limita os movimentos do corpo a apenas algumas flexões. É curioso como certas fibras musculares podem emitir projeções em direção às células nervosas. Nos outros filos animais, observa-se o contrário, um nervo emitindo ramificações em direção às fibras musculares.

Nutrição e Digestão

São os primeiros animais da escala zoológica a apresentarem um sistema digestório do tipo completo, constituído por boca (na extremidade anterior), faringe, esôfago, intestino e orifício retal (na extremidade posterior).

Na boca, podem existir papilas ou lábios (Ascaris), ganchos ou lâminas (Necator), dentes córneos (Ancylostoma) para melhor fixação no hospedeiro e perfuração dos seus tecidos.

Nos animais de vida livre, a digestão é extracelular; já nos parasitas, a principal função do intestino é a absorção, uma vez que o alimento ingerido já está digerido, pelo menos parcialmente, pelo hospedeiro.

Sistema Digestivo

O aparelho digestivo dos nematóides consta de um tubo simples, quase reto, dividido em três regiões: estomodeo, mesêntero e proctodeo.

O estomodeo e o proctodeo são revestidos internamente pela cutícula. O estomodeo e o proctodeo são revestidos internamente pela cutícula. O estomodeo consta de boca ou abertura oral, cavidade bucal ou stoma e esôfago. A boca, que pode variar de tamanho e forma, pode apresentar dentes ou lâminas.

Primitivamente, a boca é circundada por seis lábios, dispostos lateralmente, sendo três de cada lado. A cada lábio corresponde uma papila sensorial. Nas formas parasitas, geralmente, os lábios fundem-se aos pares, daí resultando três lábios, um dorsal e dois ventro-laterais.

Em outras formas, os seis lábios reduzem-se a dois ou desaparecem. As seis papilas, verificadas nas espécies primitivas, distribuem se em numero de duas ou três para cada lábio, ou simplesmente circunscrevem a abertura oral. Em algumas espécies, pequenos lobos ou interlábios são encontrados entre os lábios.

Nas formas parasitas, além das seis papilas sensoriais dispostas em círculo, ao redor da boca, existem outras papilas que circunscrevem, mais externamente, a região.

Em alguns nematóides, os lábios são substituídos por estruturas em forma de folíolos que circundam toda a boca, formando um colar denominado coroa radiada ou coroa franjada.

Estrutura semelhante pode ser encontrada mais internamente, daí a denominação de coroa radiada interna.

Em continuação à boca segue-se a cavidade bucal, que pode ser cilíndrica, sub-globular ou rudimentar. No seu interior podem existir dentes, lâminas cortantes ou outras estruturas quitinosas, de número e localização variáveis. A camada cuticular espessa que reveste a cavidade bucal é a cápsula bucal.

O esôfago, órgão parcial ou totalmente muscular, de forma cilíndrica ou claviforme, está revestido, até certa altura pela cutícula.

Observado em secção transversal, possui uma luz tri-radiada, que divide a parede muscular em três setores: um dorsal e dois subventrais.

As fibras musculares que constituem as suas paredes apresentam-se transversalmente estriadas. No esôfago há usualmente, três glândulas, uma dorsal e duas dorso-ventral, que secretam enzimas digestivas.

A glândula dorsal abre-se próximo à extremidade anterior do esôfago ou na cavidade bucal, através de uma goteira dorsal cuja superfície ventral freqüentemente se projeta na luz da cavidade bucal.

As glândulas subventrais abrem-se posteriormente, na luz esofagiana. O esôfago varia consideravelmente, tanto em estrutura como em função.

Geralmente funciona como um órgão de sucção, e nele podem ser diferenciadas as seguintes regiões: o corpo cilíndrico podendo apresentar-se dilatado, formando o pseudo-bulbo; o istmo, a parte intermediaria, em forma de colo, e o bulbo, situado posteriormente, que é uma parte dilatada, contendo aparelho valvular.

Alguns tipos de esôfago merecem citação especial como o tipo oxiuróide, provido de um bulbo posterior, tipo rabditóide, com pseudo-bulbo anterior, um istmo e um bulbo posterior, tipo filarióide, cilíndrico e sem diferenciação em toda a extensão.

O termo faringe tem sido usado por alguns nematologistas em lugar de esôfago, para outros entende-se por faringe uma região tubular de paredes musculares, nitidamente diferenciada, situada anteriormente ao esôfago.

Alguns autores chamam de vestíbulo a uma cavidade bucal pequena, mas o termo tem sido usado para designar cavidade bucal ou faringe. A região posterior do esôfago pode, em alguns nematóides, ser desprovida de músculos, nestes casos, a camada muscular é substituída por glândulas.

Fica assim dividido em duas partes: esôfago musculares esôfago glandular ou ventricular. Em alguns ascarídeos, a parte posterior do esôfago dá lugar a um ou mais apêndices ou divertículos, chamados cecos esofagianos.

Em continuação ao esôfago segue-se o mesêntero ou intestino, que é um tubo geralmente achatado, quase reto, formado de uma camada epitelial simples apoiada sobre uma membrana basal.

As células que formam o epitélio intestinal são em geral cilíndricas e apresentam, internamente, uma borda de estrutura pilosa, de aspecto ciliar, denominada membrana basilar.

Através da microscopia eletrônica podem ser observadas microvilosidades nas células do epitélio intestinal. No interior destas células encontram-se inclusões de vários tipos, que são reservas nutritivas, e substâncias resultantes do metabolismo. As reservas nutritivas são constituídas de glicogênio, gorduras, ácidos gordurosos e proteínas.

O intestino exerce um papel muito importante na absorção dos alimentos, provavelmente exerce também função secretora. Em várias espécies de nematóides foram descritas microvilosidades na superfície do intestino.

Na extremidade anterior o intestino pode apresentar apêndices ou divertículos.

A parte terminal do aparelho digestivo dos nematóides é o proctodeo ou reto, que é forrado pela cutícula. Na fêmea, o reto termina pelo orifício retal, situado na face ventral e próximo da extremidade posterior.

No macho, o reto reúne-se ao cretal genital, para formar a cloaca. Ao redor do orifício retal existem numerosas glândulas retais e várias papilas, cujo número e forma são usados na sistemática.

A região situada posteriormente ao orifício retal é referida como cauda.

Sistema Excretor

As estruturas consideradas como aparelho excretor nos nematóides são de dois tipos: glandular e tubular.

O tipo glandular, mais primitivo, é encontrado usualmente nos nematóides de vida livre. Consta de uma ou duas grandes células glandulares, situadas ventralmente, na região posterior do esôfago ou anterior do intestino, das quais parte um cretal que se abre no poro excretor, localizado na linha mediana ventral, na região do anel nervoso ou mais anteriormente.

O tipo de aparelho excretor tubular é constituído por dois canais excretores, que se iniciam posteriormente e percorrem os campos longitudinais laterais em toda a extensão, indo terminar anteriormente em um único cretal que por sua vez termina no poro excretor situado na face ventral da região esofagiana.

Geralmente os canais excretores longitudinais se desdobram em ramos anteriores e ramos posteriores, os quais, pelas anastomoses transversais, assumem uma forma de H.

Sistema Circulatório

Os asquelmintes não possuem sangue nem tampouco sistema circulatório.

Os nematóides não possuem sistema vascular. Na cavidade geral existe um fluido contendo oxi-hemoglobina, que circula no corpo graças às contrações da musculatura de revestimento.

O fluido celomático contém substâncias nutritivas assim como produtos resultantes dos processos metabólicos.

Sistema Nervoso

A parte principal do aparelho nervoso dos nematóides consta de um anel nervoso, formado de gânglios associados entre si por meio de fibras nervosas e situada ao redor do esôfago, próximo do poro excretor.

Seis nervos papilares partem do anel nervoso para a extremidade anterior do corpo, os quais, após bifurcação ou trifurcação, inervam as papilas sensoriais cefálicas.

Outros nervos troncos, partindo do anel nervoso, estendem-se para trás, para inervar os vários órgãos da região posterior do corpo. O principal nervo tronco é o ventral, com sua cadeia ganglionar.

Além deste, estendem-se para trás os seguintes: nervos troncos laterais, nervo tronco dorsal e dois nervos troncos subdorsais.

Geralmente o sistema nervoso da região posterior do macho é mais complicada do que o da fêmea, devido à intervenção das papilas e dos vários órgãos associados ao aparelho genital do macho.

Todos os nervos troncos percorrem os campos longitudinais correspondentes.

Os órgãos do sentido são representados quase exclusivamente pelas papilas sensoriais, geralmente situadas nas extremidades do corpo.

As encontradas na região da boca são as papilas peri-bucais ou cefálicas as da região esofagiana, papilas cervicais, as da região mediana do corpo, papilas intestinais, e as da cauda, papilas caudais ou genitais.

Lateralmente a boca existem duas pequenas escavações cuticulares, denominadas ânfides, inervadas por feixes nervosos originários do anel nervoso que circunda a boca, no fundo das quais se abre o cretal de um glândula unicelular. As ânfides, que podem ser órgãos quimioreceptores, são de pouco valor taxonômico.

Na cauda de um grupo de nematóides, situadas uma de cada lado e associadas ao sistema nervoso, existem duas pequenas bolsas cuticulares, conhecidas por fásmides, abrindo-se em cada uma o cretal de uma glândula unicelular denominada glândula pré-caudal ou glândula fasmidial. Presume-se que as fásmides sejam uma espécie de órgão glando-sensoriais.

A ausência ou presença das fásmides serve para classificar os nematóides em duas sub-classes: Aphasmidia e Phasmidia.

Sistema Genital

Os nematóides, em geral, são dióicos, mas ocorrências de espécies hermafroditas e de fêmeas patenogenéticas não raras. Ás vezes ocorre grande dimorfismo sexual. Os machos, em geral, se diferenciam das fêmeas pelo menor porte e pela curvatura posterior.

Sistema Genital Masculino

Os órgãos genitais masculinos são constituídos Poe um único tubo enovelado e ou recurvado, diferenciado em testículo, cretal deferente, vesícula seminal e cretal ejaculador, formações estas situadas, usualmente, no terço posterior do corpo.

O testículo dá origem aos espermatozóides, que podem ser alongados, cônicos ou esféricos, sem cauda, dotado de movimentos amebóides e que passam para a vesícula seminal, que é uma dilatação do cretal deferente, e daí, pelo cretal ejaculador chegam a cloaca.

Próximas ao cretal ejaculador, em certas espécies, existem glândulas anexas ou prostáticas, unicelulares, que se abrem no cretal ejaculador.

Casos de espécies com dois testículos não são raros.

Nos nematóides ocorrem dois tipos de testículos:

Telogônico – quando as células geminais proliferam somente na extremidade cega do órgão.
Hologônico – 
quando há desenvolvimento da células germinais em todo o comprimento do tubo, com em Trichuroidea.

Normalmente, os nematóides machos possuem na região posterior, órgãos genitais acessórios destinados a facilitar a união entre os sexos. Estes órgãos são os espículos, o gubernáculo e a bolsa copulatora.

Os espículos são peças quitinosas situadas em conexão coma cloaca, de forma e tamanho variáveis com as espécies.

Geralmente são em numero de dois, mas há casos em que ocorre somente um espícula. Assemelham-se a lâminas com ligeiras curvas, com as extremidades afiladas.

Raramente ocorrem espécies desprovidas de espícula. O movimento dos espículos é controlado por certos feixes musculares.

A função dos espículos é apreender a fêmea, dilatar a aparelho genital feminino e dirigir o fluxo do esperma, revestindo-os, pode existir a bainha dos espículos.

O gubernáculo é um espessamento cuticular da parede dorsal da cloaca, com a função de suportar os espículos. O gubernáculo, que pode apresentar diversas formas, está situado na linha mediana do corpo de algumas espécies, entre os espículos ou envolvendo-os parcialmente.

Em alguns gêneros de Strongyloidea existe uma ou outra estrutura quitinosa, em conexão com a parede ventral da cloaca, o telamon, também de forma e desenvolvimento variáveis, que serve para orientar os espículos.

A bolsa copuladora, também denominada bursa pode ser circular, porém na maioria das vezes é dividida em dois lobos laterais simétricos ou assimétricos, além de um lobo dorsal diferenciado ou não, suportado por estruturas denominadas raios ou papilas bursais.

Cada lobo lateral possui: dois raios ventrais ou anteriores, dirigidos Antero- ventralmente, em geral originando-se de um tronco comum raio ventro-ventral e raio ventro-lateral, três raios laterais, dirigidos lateralmente, também em geral originando-se de um tronco comum raio lateral anterior, raio lateral médio e raio lateral posterior.

O lobo dorsal possui um par de raios dirigidos para trás os raios dorsais externos, e um raio dorsal dividido dicotomicamente, em geral terminando em seis papilas.

O tamanho e a estrutura dos lobos e dos raios bursais variam muito entre as diferentes espécies.

Sistema Genital Feminino

O aparelho genital feminino do nematóides é geralmente constituído de dois tubos alongados didelfo, raramente um monodelfo, ou vário, diferenciados em ovário, oviduto e útero.

O ovário é um longo tubo filiforme, podendo ser reto, sinuoso ou enovelado, constituído de uma membrana epitelial e no qual se desenvolvem as células germinativas.

O ovário pode ser dividido em duas zonas: zona germinal onde as células se multiplicam rapidamente, zona de crescimento onde se desenvolvem as ovogônias.

Ligando o ovário ao útero está o oviduto, que é um tubo mais ou menos longo, porém de diâmetro menor do que o do ovário. Antes do oviduto, pode aparecer uma dilatação do tubo genital, que é o receptáculo seminal ou espermateca, onde se alojam os espermatozóides.

As fêmeas podem ser classificadas em anfideltas, prodelfas e opistodelfas, conforme os ovários se situem, um em cada metade do comprimento do corpo, ambos na metade anterior, ou ambos na metade posterior, respectivamente.

O útero é um tubo mais ou menos alongado, cilíndrico, de diâmetro superior ao do ovário, revestido de uma camada epitelial de células cubóides achatadas, e no qual os ovos recebem a casca e se desenvolvem.

Em continuação ao útero segue-se o ovejetor, que é um órgão cilíndrico, curto, ou raramente longo, fortemente musculoso, e que tem por função regularizar a postura.

Os ovejetores se reúnem para formar a genitália, que é um tubo curto, de paredes mais delgadas, abrindo-se para o exterior por intermédio de uma fenda transversal longitudinal ou circular, mediana, situada na face ventral, denominada vulva ou gonóporo.

A vulva pode se apresentar-se protegida por pregas da parede do corpo. Geralmente se abre para o exterior no terço médio do corpo, podendo, entretanto localizar-se nas proximidades de uma das extremidades.

A genitália em várias espécies pode ser dividida em duas regiões: região distal, denominada genitália vera e, região proximal ou genitália uterina.

Ciclo Biológico

As células germinativas femininas ovum são fecundadas no oviduto ou no receptáculo seminal. Após fertilização, o zigoto secreta a membrana de fertilização que se espessa para originar a casca.

Os ovos assim originados, à proporção que se deslocam nos ductos genitais, vão aumentando de tamanho para atingirem a dimensão e a forma definitiva do útero, onde são armazenados. De regra, os nematóides são ovíparos ou ovovivíparos; os ovos através do ovejetor passam para a genitália, de onde são eliminados para o exterior pela vulva ou gonóporo.

As fêmeas ovíparas põem ovos não segmentados ou nos primeiros estágios de segmentação, usualmente na fase de mórula, como em Ancylostoma as ovovivíparas põem ovos já contendo o embrião em adiantado estágio de desenvolvimento, denominados ovos embrionados, como ocorre em Strongyloides,

As vezes, algumas, são vivíparas, isto é, eliminam larvas eclodidas no útero, como em espécies de filarídeos.

Os ovos dos nematóides variam muito entre as espécies, tanto em dimensão como na forma. Geralmente são elípticos e mais raramente arredondados ou assimétrico. Alguns ovos possuem opérculos, que são áreas semelhantes a tampões situadas nas duas extremidades.

Em geral os ovos do nematóides são envolvidos por duas ou três membranas: uma primaria mais interna, lipóide, impropriamente chamada membrana vitelina, uma membrana quitinosa, secretada aparentemente pelo ovo, que é a própria casca.

Em alguns grupos, como em Ascarididea, os ovos possuem uma membrana terciária, mais externa, protéica, secretada aparentemente pela parede uterina.

A membrana primitiva é bem desenvolvida nas espécies cujas larva permanecem no ovo durante o estagio de vida livre, podendo faltar nas espécies patenogenéticas.

Nas espécies, cujos ovos eclodem após terem abandonado o hospedador, a membrana primitiva é reduzida a uma camada lipóide, envolvida por outra camada protéica.

Os ovos do nematóides podem ser classificados em dois grupos:

1- os ovos eclodem espontaneamente, quando um determinado estagio de desenvolvimento é atingido
2- 
os que somente eclodem quando recebem estímulos externos.

Os ovos que eclodem espontaneamente, em geral possuem casca fina e quando postos, já se encontram em adiantado estado de desenvolvimento embrionário.

Os que necessitam de estímulos para eclodir, em regra, possuem casca grossa, e são postos antes de qualquer segmentação.

Os ovos dos nematóides parasitos do homem e s animais domésticos são eliminados para o meio exterior através das fezes, da urina e mais raramente, da expectoração brônquica.

As fêmeas vivíparas eliminam as larvas na corrente sanguínea, de onde passam para artrópodes hematófagos no momento da sucção.

Em algumas espécies, a eclosão da larva realiza-se no trato digestivo dos hospedeiros, de onde é expelida com as fezes.

Nas primeiras fases do desenvolvimento embrionário, que pode ter inicio no útero, a massa protoplasmática divide-se em duas, depois em quatro, e assim sucessivamente, até se formarem numerosos blastômeros, cada vez menores, atingindo a fase de mórula., na qual as células formam um elipsóide sólido.

A multiplicação celular continua, atingindo as fases de blástula, com uma cavidade no centro, gástrula onde ocorre invaginação para a formação do estomodeo e o embrião se alonga, para terminar na forma jovem.

Esta, que se apresenta dobrada duas vezes no interior dos envoltórios do ovo, já se mostra completamente desenvolvida, exceto quanto aos órgãos genitais.

O desenvolvimento pós-embrionário passa por quatro períodos distintos, compreendendo as larvas L1, L2, L3, L4 antes da fase adulta. As larvas são semelhantes aos adultos, por isto, alguns autores chamam-nas de juvenis. A passagem de um estádio para outro corresponde a uma muda de cutícula.

As primeiras mudas podem realizar-se no ovo, ou no meio exterior ou no meio interno de hospedeiros intermediários. A cutícula velha é digerida por uma enzima complexa leucina aminopeptidase, aparentemente secretada pelas células neuro-secretoras.

Em Strongyloidea, as larvas sofrem as duas primeiras mudas no meio exterior, em cada estádio observam-se duas principais fases; na primeira a larva cresce; na segunda a larva entra em estádio letárgico, durante o qual ocorrem transformações em sua estrutura, em preparo para a muda subseqüente. As transformações mais evidentes são as do esôfago e da cápsula bucal, as larvas dos dois primeiros estádios são rabditóides e as do terceiro são filarióides.

Em outros nematóides, a primeira muda se realiza no interior do ovo, no meio exterior, como em Ascarididea e Oxyuridea. As vezes, é difícil observar mudas no interior do ovo.

Nos nematóides de evolução indireta ou heteroxenos as larvas sofrem as primeiras mudas no corpo dos hospedeiros intermediários, que ingerem os ovos ou as larvas do primeiro estádio, eliminados pelos hospedeiros definitivos.

Na mudas, a cutícula velha se destaca da epiderme, da cápsula bucal, do cretal excretor, do reto e da genitália. As vezes, a cutícula velha é abandonada imediatamente, mas em outros casos ela é retida, como em muitas espécies de Strongylidea, cujas larvas do terceiro estádio retêm a cutícula do estádio anterior.

Em outras espécies, as larvas do terceiro estádio retêm as duas cutículas dos dois estádios anteriores. As cutículas retidas funcionam com envoltórios protetores contra as influencias nocivas do meio ambiente.

Geralmente as larvas tornam-se infectantes quando atingem o terceiro estádio, livres ou no interior do ovo, ou ainda no corpo de hospedeiros intermediários

O período de desenvolvimento pós-embrionario, realizado fora do hospedeiro definitivo, é conhecido como ciclo exógeno; começa quando o ovo oua larva do primeiro estádio sai do hospedeiro definitivo e termina sempre com o estádio de larva infectante, livre ou no interior do ovo, ou no hospedeiro intemediario.

O ciclo endógeno começa quando a larva infectante penetra no hospedeiro definitivo, pela boca ou por via cutânea. A larva infectante pode penetrar ativamente pela pele, ou passivamente através da inoculação realizada por artrópodes hematófagos, este ciclo inclui o desenvolvimento das larvas no corpo do hospedeiro definitivo até o nematóide atingir a maturidade sexual, e mais o tempo que parasito permanece reproduzindo-se.

As larvas infectantes ingeridas pelos hospedeiros definitivos abandonam, no tubo digestivo destes, as cutículas dos estádios anteriores retidas, as que penetram pela pele ou pelas mucosas perdem as cutículas, durante a fase de penetração.

Em certos grupos de nematóides, as larvas, antes de atingirem os órgãos de eleição, migram através do corpo do hospedeiro definitivo, provocando determinadas perturbações patológicas. Durante a migração, sofrem mais duas mudas da cutícula, antes de atingirem a fase adulta.

Larvas de certas espécies penetram na mucosa do tubo digestivo atingem o sangue venoso, vão ao coração e pulmões, rompem os alvéolos pulmonares, sobem pelos brônquios e traquéia, caem no esôfago e daí passam ao intestino, onde completam a maturidade.

Algumas larvas, que penetram na mucosa intestinal, atingem os vasos linfáticos e daí vão aos linfonodos e, continuando pela circulação linfática ganham o ducto torácico, passam para a veia cava anterior e chegam ao coração.

Como as larvas passam pela traquéia, durante a migração pelo corpo do hospedeiro, é comum a referencia de rota traqueal. São também usadas as terminologiasde corrente sanguinea e corrente linfática, conforme as vias usadas pelas larvas, assim como rota hepato-traqueal ou linfática-traqueal.

Outras fazem o mesmo ciclo penetrando pela pele. Algumas passam da circulação venosa para a circulação arterial, realizando migrações complexas antes de atingirem sua localização definitiva.

Grande numero de espécies parasitas desenvolvem-se sem necessidade de migrações pelos tecidos dos hospedeiros; logo que a larvas infectantes são ingeridas, elas fixam nas paredes do intestino, sofrem as mudas e atingem a forma adulta.

Algumas larvas penetram na mucosa ou sub-mucos, formam nódulos, no interior dos quais sofrem mudas, para mais tarde regressarem à luz intestinal, onde se tornam adultas.

Logo após a última muda, os nematóides copulam. Depois da copula, a vulva geralmente é protegida por uma massa pardacenta, denominada massa da copula, produzida pelo macho.

Os espermatozóides sobem pelo tubo genital feminino e vão acumular-se no receptáculo seminal. A produção de ovos varia dentro das espécies, com a idade da fêmea, com a época do ano, e em decorrência de muiota outros fatores ainda não determinados.

Filo Asquelmintos – Animais

Pertencem a este Filo oito grupos de animais que são motivo de controvérsia entre zoólogos, pois muitos os considerem como filos independentes, e outros, como classes do Filo dos asquelmintes originalmente, aschelminthes.

Grego: askos = cavidades; helmintes = vermes

Destes seis grupos, o que apresenta um interesse especial, por ser extremamente numeroso, é a Classe Nematoda, em que cerca de 45 espécies parasitam o homem.

Os nematóides são animais de corpo alongados, cilíndricos (fusiforme ou filiforme), não segmentado, revestido por cutícula resistente. Apresentam, geralmente, dimensões reduzidas; alguns são microscópicos enquanto outros podem atingir até um metro de comprimento.

A maioria das 12 000 espécies conhecidas é de vida livre, encontrada na terra, mar e água doce. Muitos são parasitas de vegetais e animais, inclusive do homem; os outros são predadores.

Os nematóides representam o segundo grupo de metazoários mais numerosos em indivíduos, sendo inferiores apenas aos artrópodes. O Hterodera sp., por exemplo, é um verme microscópico que vive no solo e é encontrado em número de 35 bilhões de indivíduos por acre.

Os asquelmintes, assim como os platelmintes, também são triblásticos, protostômios e de simetria bilateral. No entanto, apresentam-se mais evoluídos, pois desenvolveram um sistema digestório completo, com boca e orifício retal. Possuem, também, uma cavidade geral distinta da cavidade digestiva. Esta cavidade, por não estar completamente forrada pela mesoderme, é denominada pseudoceloma.

Os asquelmintes são os únicos animais pseudocelomados da escala zoológica.

Fonte: www.bioturmas.hpg.ig.com.br/www.geocities.com/members.tripod.com

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