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Todas as Aranhas possuem quatro pares de patas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras inseridos no prossoma.
Os olhos são em número variável até 8 e situam-se na região cefálica do prossoma.
Todas possuem fieiras.
A respiração é feita por traqueias ou filotraqueias.
Carapaça
Placa quitinosa rígida que cobre dorsalmente o prossoma nas aranhas.
A carapaça é geralmente mais larga na parte posterior que corresponde à zona torácica ou tórax e mais estreita e elevada na parte anterior que corresponde à zona cefálica ou cabeça.
Na região cefálica da carapaça estão (quando presentes) inseridos os olhos em número variável de 6 ou 8.
Na região torácica, a maioria das aranhas possuem uma fóvea que pode ser longitudinal ou transversal.
Por vezes, a parte posterior da carapaça possui rugosidades que fazem parte de órgãos estridulatórios
Prossoma
Região anterior do corpo das Aranhas.
O prossoma engloba duas áreas mais ou menos diferenciadas: a zona cefálica e a zona torácica e por isso recebe também o nome de cefalotórax.
O revestimento do prossoma é feito por placas rígidas quitinosas. Dorsalmente, é coberto pela carapaça, ventralmente pelo esterno e pelo labium que podem estar separados ou fundidos.
A região cefálica, mais anterior, geralmente é mais estreita e levantada e é nesta região que se situam os olhos, a boca e as quelíceras
A região torácica, é geralmente mais plana e larga e nela se situam os pedipalpos, as patas, a fóvea e o externo.
Cribelo
Pequena placa situada à frente das fieiras de algumas aranhas e que é usada na produção de um tipo especial de seda
Cribelo dividido de Filistata insidiatrix
Consoante a aranha possui ou não cribelo, diz-se cribelada ou acribelada respectivamente.
O cribelo deriva da alteração de duas fieiras anteriores e pode ser inteiro (uma placa única) ou dividido (duas pequenas placas. É um órgão homólogo do cólulo.
A seda produzida pelas aranhas cribeladas é espessa, muito pegajosa e muito branca ou azulada.
Epigíneo
Órgão copulatório feminino que consiste numa estrutura rígida mais ou menos complexa em frente da abertura genital e que está presente apenas em algumas aranhas.
Epigíneo de Eusparasus dufouri: à esquerda a posição no abdómen acima do sulco epigástrico e entre as aberturaspulmonares;
à direita apenas o epigíneo.
O epigíneo situa-se na face ventral do abdómen, imediatamente acima do sulco epigástrico.
Dois tipos diferentes de Epigíneo: à esquerda, epigíneo simples de Trachelas sp. em estrutura externa é apenas uma pequena placa quitinizada; à direita, epigíneo mais complexo de Aculepeira sp. com um escapo enrugado bem visível.
Dentro dos araneomorfos, consoante a espécie possui ou não epigíneo, designa-se respectivamente por entelegínica ou haplogínica.
Epigíneo de Leptodrassus sp. em preparação definitiva. Além do escapo (Esc), à transparência podem ver-se os ductos espermáticos (Duc) e as espermatecas (Esp)
O epigíneo pode ser simples ou muito complexo com uma ou várias aberturas e com diversas estruturas internas como os ductos espermáticos, os ductos de fertilização e as espermatecas e externas como o escapo.
Fascículos unguinais
São tufos de pêlos densos espatulados e próprios para aderir a superfícies lisas situados entre as garras das aranhas
Fascículos unguinais
Fascículos unguinais de Micrommata ligurina
Fieiras
Apêndices pares localizados na face ventral ou na extremidade do abdóben que comunicam com as glândulas sericígenas e são usados pelas aranhas no fabrico de seda e construção de teias.
Garras
Estruturas rígidas pectinadas ou lisas que as aranhas usam para agarrar.
Garras pares pectinadas de Micrommata ligurina
As garras situam-se no extremo das patas (tarsos) e denominam-se principais (pares) e terceira garra ou unha (ímpar)
Garras de Steatoda sp. em que se vê a terceira garra (mais pequena)
e uma garra principal (maior) a segurar um fio de seda
As garras pares estão sempre presentes e são grandes e pectinadas, a terceira garra pode existir ou não e é muito mais pequena que as outras, lisa e muito curvada para baixo.
Consoante as aranhas têm duas ou três garras denominam-se dioníquias ou trioníquias respectivamente.
OLHOS
Sensíveis a diversos tipos de luz, os olhos das aranhas (ocelos), situam-se na zona cefálica da carapaça
Distribuição ocular de Micrommata ligurina em forma de
circunferência. Os MA são mais pequenos que os restantes.
A maioria das aranhas possui oito olhos que, de acordo com a sua posição se denominam medianos anteriores (MA), medianos posteriores (MP), laterais anteriores (LA) e laterais posteriores (LP).
Olhos de Xysticus sp. com os laterais inseridos em pequenos tubérculos
Algumas aranhas têm apenas seis olhos, e outras atrofiaram ou perderam-nos por completo como é o caso de aranhas cavernícolas
Ocelo de Xysticus sp.
Todos os olhos das aranhas são ocelos, ou seja olhos simples por oposição aos olhos compostos presentes nos insetos.
Olhos de um Gnafosídeo onde sobressaem os MP muito brilhantes e ovais. Também se podem ver os MA, LA e LP escuros e redondos mais salientes.
A nível de estrutura, os olhos das aranhas dividem-se em principais e secundários e a nível de função em diúrnos (negros) e nocturnos (claros).
A distribuição, tipo e função dos olhos varia muito nas aranhas, em alguns casos, as aranhas são capazes de detectar luz polarizada, distinguir cores, fazer focagem a curtas distâncias e ter uma visão de movimento até 360º.
Anatomia Interna das Aranhas
Envoltórios do corpo:
Constituem os envoltórios do corpo de uma aranha a cutícula, a hipoderme e a membrana basal.
A cutícula é formada pela exocutícula (mais externa, delgada e resistente, com pigmentos) e pela endocutícula (mais interna, espessa, laminar e sem pigmentos).
A hipoderme consiste de uma camada uniestratificada, de células cúbicas, cilíndricas ou achatadas, dependendo de sua localização.
A membrana basal apresenta-se muito fina. Nela inserem-se muitas células hipodérmicas, originando células tricógenas e glândulas. As células tricógenas comunicam-se com o exterior através de um tricóporo, onde se inserem pêlos ocos, cerdas ou setas (estas últimas, quando robustas, são conhecidas como espinhos).
Musculatura:
Nas aranhas a musculatura é constituída por feixes estriados, semelhante aos músculos voluntários dos vertebrados. Apresenta-se bem desenvolvida no cefalotórax, porém reduzida no abdômen.
As principais funções dos músculos do cefalotórax são movimentar as extremidades da faringe, estômago, quelíceras, palpos e das oito pernas, além das glândulas de veneno. No interior das extremidades existe musculatura própria feixes flexores e extensores nas coxas, fêmures, tíbias e metatarsos indo os tendões até os ápices dos artículos seguintes.
No abdômen existe uma camada muscular desde o pedicelo até os três endoesternitos (porções do exoesqueleto inseridas no interior do corpo), e do último destes até as fiandeiras, além de outros mais frágeis. Além do músculo dorsal mediano, existe ainda dois pares de músculos dorso-laterais (que vão da parte dorsal do abdômen até os três endoesternitos abdominais) e dois pares de músculos que partem dos endoesternitos para a parede inferior. Os músculos dos pulmões e dos órgãos reprodutores vão igualmente ao primeiro endoesternito.
Sistema circulatório:
Nas aranhas, o sistema circulatório é do tipo aberto.
O coração está localizado na parte dorsal do abdômen, acompanhando a curvatura do mesmo. Seu prolongamento anterior constitui a aorta; o posterior, a artéria caudal. Lateralmente, descem os pares de artérias abdominais. Não existem câmaras no coração, apresentando este apenas pares de ostíolos (por onde penetra o sangue) e ligamentos cardíacos. Apresenta-se ainda envolvido pelo pericárdio, havendo entre ambos a cavidade pericárdica. Sua parede contém uma íntima muito frágil, uma fina camada muscular longitudinal (com núcleos alongados), uma camada mais espessa de músculos circulares e novamente uma fina camada externa muscular, limitada pelo sino pericárdico.
Os primeiros ligamentos cardíacos apresentam calibre maior que os seguintes, constituindo as veias pulmonares. Estas recebem o sangue arterial dos pulmões, levando-o à cavidade pericárdica.
Das artérias, o sangue é despejado nas cavidades do corpo, banhando todos os órgãos.
O sangue venoso é canalizado por dois sinos venosos (dorsal e ventral), até a parte basal do abdômen, onde é novamente purificado pelos pulmões.
Sistema respiratório:
Nas aranhas existem dois tipos de órgãos respiratórios: os pulmões e as traquéias respiratórias.
No interior dos pulmões existe uma série de folhas sobrepostas (pulmão em folha ou pulmão em livro). Estas folhas ficam presas às paredes dos sacos pulmonares.
Esquema generalizado de um pulmão em folhas de um aracnídeo
Cada folha possui duas lamelas, unidas por inúmeros suportes verticais elásticos. Cada lamela dorsal apresenta um tecido paliçádico de inúmeros espinhos, mantendo as folhas separadas.
O sangue venoso recolhido nas cavidades corpóreas pelos dois sinos longitudinais (dorsal e ventral) penetra nas folhas pulmonares, onde é arterizado, seguindo então ao pericárdio, pelas veias pulmonares.
As traquéias possuem sempre dois ramos principais para cada estigma traqueal, ramificados em inúmeras traquéolas. Estas apresentam uma íntima quitinosa (espiralada), uma camada epitelial e uma membrana basal, em decorrência da invaginação de partes do tegumento.
Sistema digestivo:
Nas aranhas, o tubo digestivo compreende os intestinos anterior, médio e posterior.
INTESTINO ANTERIOR
O intestino anterior apresenta uma íntima cuticular (origem ectodermal), subdividindo-se em faringe, esôfago e estômago sugador (ambos revestidos internamente por uma íntima quitinosa, epitélio e membrana basal, mais externa).
A faringe contém a boca, a epifaringe e a hipofaringe (estas duas últimas formando um canal por onde é sugado o alimento líquido para o estômago). Esta é fixada e dilatada pela ação de feixes musculares, como por exemplo, o músculo retrator da faringe.
Localizada atrás do rostro, uma glândula faringeal abre seu duto na porção anterior do esôfago. Pode ocorrer, na entrada do esôfago, um crivo de pêlos, com a função de filtrar as substâncias sólidas.
O estômago sugador localiza-se acima do endoesternito e sistema nervoso. Sua íntima consta de quatro placas longitudinais (uma dorsal, uma ventral e duas laterais). Da placa dorsal partem feixes musculares que se inserem na face interna da fóvea torácica. Das demais placas, partem músculos para o endoesternito. São encontrados ainda músculos do tipo esfíncter.
INTESTINO MÉDIO
Este tem início no cefalotórax, contornando o estômago e emitindo diversos pares de ramificações, próximo às coxas das pernas e olhos. Atravessa o pedicelo na forma de um tubo único, alargando-se à medida que penetra no abdômen, emitindo inúmeros túbulos (mesênteros), preenchendo quase todo o volume abdominal.
Estes túbulos constituem a porção absorvente do intestino médio.
INTESTINO POSTERIOR
No início do intestino posterior encontra-se a vesícula estercoral (câmara cloacal), responsável pela reabsorção de água das fezes. Esta desemboca no reto, que por sua vez, desemboca no ânus.
Sistema excretor:
Nas aranhas, a excreção é realizada pelos túbulos de Malpighi e pelas glândulas coxais.
Os túbulos de Malpighi são responsáveis pela filtração do sangue na hemocele. Seus poros desembocam próximo à câmara cloacal.
As glândulas coxais filtram o sangue circundante, possuindo seus orifícios de saída das excretas na base das coxas das pernas.
Tecido adiposo:
Este preenche todas as lacunas do abdômen e algumas regiões do cefalotórax.
No abdômen geralmente apresenta-se amarelo escuro, contendo os cristais fecais (ácido úrico), que são eliminados após a muda de pele, juntamente com a exúvia (cutícula velha).
Sistema nervoso:
Este divide-se em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Simpático, ambos localizados no cefalotórax.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Formado pelo cérebro (gânglio cerebral) e por uma fusão de gânglios prossomais e opistossomais, estes localizados abaixo do esôfago.
Do cérebro partem os nervos ópticos, o gânglio cerebróide (gânglio de coordenação), os centros rostrais (inervam os músculos faringeanos dorsais e os músculos da glândula rostral) e os nervos quelicerais (com seus respectivos centros).
A massa de gânglios sub-esofagianos é composta por gânglios dos palpos, das pernas, da cauda eqüina (inervando filotraquéias, gônadas e fiandeiras) e da cadeia ventral (existente apenas nos embriões, migrando posteriormente para a cauda eqüina).
Esquema do sistema nervoso central de uma aranha modificado
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO
Relacionado com a regulação das funções viscerais e endócrinas. Divide-se em Sistema Nervoso Simpático Buco-Gástrico, Sistema Nervoso Simpático Endócrino-Retrocerebral e cadeia ventral, com seus gânglios auxiliares.
O Sistema Nervoso Simpático Buco-Gástrico compreende o gânglio frontal (fundindo-se com os centros rostrais nas aranhas adultas), o nervo recorrente (inerva a musculatura dorsal da faringe) e o ramo ímpar do nervo rostral (inerva a glândula rostral).
O Sistema Nervoso Simpático Endócrino-Retrocerebral compreende os órgãos de Schneider unidos pelo nervo interganglionar exercendo função endócrina. Estes órgãos são inervados pelo nervo faringeano, que emite, ao longo de todo o seu percurso, ramos laterais que inervam os diversos trechos da musculatura circular do tubo digestivo.
Sistema reprodutor:
O sistema reprodutor masculino é composto por dois testículos, nos quais existem feixes tubulares onde são produzidos os espermatozóides, ocorrendo ainda neste local o amadurecimento dos mesmos. Estes se localizam na face ventral do abdômen, entre a parede e os músculos longitudinais ventrais. Dos testículos partem dois tubos espiralados (vasos deferentes), seguindo até a vesícula seminal, que termina no poro genital (no sulco epigástrico). Externamente, os machos apresentam bulbos copulatórios nos palpos, que são preenchidos com o esperma eliminado.
Esquema de um bulbo copulatório, presente no palpo de uma aranha macho modificado
O sistema reprodutor feminino é formado por um par de ovários e um par de ovidutos, terminando num poro genital, no sulco epigástrico. No oviduto, desembocam os canais dos receptáculos seminais. Estes possuem um outro orifício, geralmente ao lado do poro genital, por onde penetram os êmbolos do macho, durante a cópula.
Esquema do sistema reprodutor de uma aranha fêmea modificado
Glândulas de veneno:
As aranhas apresentam duas glândulas de veneno, localizadas dentro do artículo basal da quelícera (Orthognatha) ou na porção anterior do cefalotórax, internamente (Labidognatha).
O corpo glandular apresenta-se no formato de um saco. O lúmen central serve como reservatório das substâncias venenosas elaboradas.
Glândulas sericígenas:
As glândulas sericígenas, relacionadas com a produção de seda, são classificadas de acordo com seu formato externo. Estas são encontradas aos pares, diferindo também em dimensão, cor, canal excretor e natureza do produto elaborado.
Assim, por exemplo, as glândulas aciniformes produzem as tiras largas de tecido (esteiras); as piriformes produzem os discos de adesão (fixação da ooteca); as ampoladas produzem os fios de moldura, raios e espirais de uma teia; as tubuliformes produzem a seda utilizada nos casulos.
Esquema ilustrando as fiandeiras e glândulas de seda, presentes nas aranhas do gênero Nephila, consideradas ótimas tecelãs modificado.
Morfologia e anatomia de uma aranha (fêmea)
As aranhas vivem em habitáts variados e são os aracnídeos mais abundantes, com cerca de 32 mil espécies descritas.
Variam em tamanho desde espécies diminutas, com menos de 0,5 milímetro de comprimento até as grandes tarântulas e caranguejeiras, que, só no corpo, descontando-se as patas, chegam a 9 centímetros de comprimento.
Algumas espécies de tarântulas da América do Sul alcançam cerca de 25 centímetros com as patas distendidas.
Seu corpo consiste de um cefalotórax ( cabeça fundida ao tórax ), coberto dorsalmente por uma carapaça sólida, e um abdome, unidos por um pedículo delgado.
No cefalotórax, geralmente existem oito olhos simples na região anterior, e pares de apêndices articulados.
O par mais anterior é o de quelíceras, usadas na captura de alimento. Cada uma apresenta um acúleo em forma de garra onde se abre o ducto de uma glândula de veneno situada no cefalotórax.
O segundo é o par de pedipalpos, que são curtos e usados no esmagamento do alimento, mas, em machos, podem atuar como estruturas copulatórias. Servem também como estruturas de percepção tátil. Os quatro pares restantes são patas locomotoras.
Não há antenas. As aberturas corporais, com exceção da boca, são abdominais e ventrais, com o destaque para a abertura genital, as aberturas respiratórias, as fiandeiras por onde saem os fios de seda para a construção da teia, e o ânus.
As aranhas são animais de vida livre, solitárias e predadoras. Alimentam-se principalmente de insetos, que podem ser caçados ou aprisionados nas teias.
Espécies maiores utilizam pequenos vertebrados como alimento. A presa é segura pelas quelíceras, imobilizada e morta pelo veneno. Há espécies que envolvem a presa em seda antes ou depois de picá-la, de modo a permitir melhor imobilização.
Enzimas produzidas no tubo digestivo são introduzidas no corpo da presa, permitindo sua digestão antes da deglutição. Depois que a presa está reduzida a um material quase líquido, é sugada pela aranha, que não tem mandíbulas e está adaptada somente à ingestão de material líquido ou partículas pequenas. Quando o alimento está disponível, as aranhas comem com freqüência. Sofrem várias mudas (de 7 a 13) até atingir a maturidade.
As fêmeas têm vida mais longa: umas morrem após a postura, outras chegam a durar até 15 anos, acasalando-se e procriando anualmente. Algumas aranhas em cativeiro, especialmente tarântulas, podem jejuar durante semanas e viver até 20 anos.
A seda é uma secreção protéica, semelhante àquela produzida pelas lagartas, originária das glândulas sericígenas abdominais, e eliminada pelas aberturas das fiandeiras, solidificando-se em um fio quando entram em contato com o ar. As teias apresentam formatos que variam de acordo com a espécie e têm múltiplas utilidades. Podem servir como estruturas de dispersão para aranhas jovens, podem conter gotículas pegajosas que permitem a captura de presas, podem funcionar como estruturas de hibernação e acasalamento.
Uma função da seda, comum à maioria das aranhas, é o seu uso como fio de guia. Conforme a aranha se move, deixa atrás de si um fio de seda seco, que é fixado, de tempos em tempos ao substrato, com uma secreção adesiva. Este fio atua como um dispositivo de segurança, semelhante ao utilizado por alpinistas.
Quando se vê uma aranha suspensa no ar, após cair de algum objeto, é devido à continua retenção do fio de guia.
As aranhas caçadoras são dotadas de patas mais grossas e apresentam olhos muito desenvolvidos. As aranhas papa-moscas saltam sobre a presa graças a uma distensão repentina das patas, tendo antes prendido um fio guia ao substrato. As chamadas aranhas-de-alçapão constróem buracos revestidos de seda que são cobertos por terra ou musgos.
Posicionam-se dentro dos buracos, aguardando a passagem de uma presa sobre a armadilha. Já as teias de captura de presas apresentam formatos variados e a aranha percebe a captura quando o toque da presa faz vibrar a teia.
As teias são geralmente substituídas todos os dias ou noites. As aranhas tecedoras de teia têm patas mais finas e não possuem boa visão, embora sejam muito sensíveis a vibrações.
Morfologia das Aranhas
Os artrópodes possuem esqueleto externo — exosqueleto, uma estrutura dura, quitinosa, que reveste seu corpo. Os aracnídeos são artrópodes sem antenas, com quatro pares de patas torácicas e um par de palpos. Respiram por meio de filotraquéias, pulmões foliares, como páginas de um livro. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdômen.
As aranhas se distinguem de outros aracnídeos por terem a cabeça e o tórax separados do abdômen por uma estreita cintura.
Todas as aranhas produzem seda, mas só algumas constroem teias para capturar os animais de que se alimentam. As outras usam as teias como moradas e para proteger seus ovos.
Todas as aranhas possuem glândulas produtoras de veneno, porém muito poucas são perigosas para os humanos.
As aranhas são carnívoras e alimentam-se apenas de líquidos: elas cospem, exsudam ou injetam sucos digestivos em suas presas e depois sorvem o caldo resultante.
A maior de todas as aranhas que se conhecem é a aranha Golias, cuja fêmea é capaz de atingir, quando adulta, cerca de 25 cm, incluindo as pernas. E existem aranhas tão pequenas que seu corpo não atinge sequer 1 milímetro.
Ecdise (mudança de pele)
As aranhas precisam trocar de pele periodicamente, de 5 a 7 vezes, durante o período de crescimento.
Aranhas que vivem muito, como as tarântulas, que vivem até 25 anos, trocam de pele a cada ano. Mesmo depois de terem crescido o suficiente, a pele precisa ser trocada porque fica gasta.
Morfologia e Biologia das Aranhas
Morfologia e Biologia das Aranhas
A aranha apresenta o corpo dividido em uma parte anterior, o cefalotórax ou prosoma, e uma parte posterior, o abdômen ou opistosoma, ligados por uma estreita haste, o pedúnculo. O conjunto de cabeça e tórax é revestido externamente por uma carapaça quitinosa.
As quelíceras constituem o primeiro par de apêndices da cabeça e constituem-se de dois segmentos, um largo e forte, chamado basal, e o terminal, em forma de garra ou ferrão. O ferrão é feito de quitina espessa, geralmente negra, e termina em ponta muito fina. As garras de uma aranha são usadas para segurar, picar e triturar a presa. A maioria das aranhas usa veneno para matar suas presas. Na ponta das garras ficam duas estruturas semelhantes a seringas, ocas e pontiagudas, usadas para picar o corpo da presa e injetar o veneno, que é produzido em glândulas especiais.
O segundo par de apêndices da cabeça é formado pelos palpos, que têm aspecto semelhante ao das pernas e são formados pelas seguintes partes: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia e tarso.
A boca da aranha se situa entre os palpos. Entre a boca e o estômago existe uma estrutura formada de milhares de pêlos finos, que funcionam como um sensível filtro, onde só partículas menores que 1 µm são capazes de passar. Com isso, a aranha é protegida da entrada de bactérias, vírus e outras formas de vida nocivas a ela.
A maioria das aranhas têm 8 olhos. Algumas têm 6, 4 ou 2 olhos, ou mesmo nenhum. Algumas aranhas de caverna são cegas.
O tórax, como a cabeça, também é coberto, na parte dorsal, pela carapaça. Na parte ventral, fica o esterno, que se estende desde o lábio até as coxas dos quarto par de pernas. Nas Caranguejeiras, muitas vezes, se observam 4 pares de manchas sem pêlos, as sigilas.
Os 4 pares de pernas apresentam, cada um, as seguintes articulações: coxa, trocânter, fêmur, patela, tíbia, metatarso e tarso com 2 ou 3 garras.
Em muitas Caranguejeiras (Grammostola, Acanthoscurria, Lasiodora, etc.) existem aparelhos estridulantes, ou seja, capazes de emitir som áspero e agudo, situados na face anterior das coxas ou dos trocânteres do primeiro par de pernas, assim como na face posterior das mesmas articulações dos palpos.
Em alguns tipos de aranhas que constroem teias, na face superior dos metatarsos há uma ou duas filas de cerdas chamadas calamistro, que funcionam como um pente para a colocação de “certos fios, que se entrelaçam como ‘fios de crochet'” (Wolfgang Bücherl, As Aranhas).
Abdômen
O abdômen tem forma ovóide e envoltório quitinoso tão tenro que pode se dilatar — o que acontece depois de um farto repasto ou para desenvolvimento de ovos — ou pode se enrugar, como acontece durante um jejum prolongado.
O aparelho respiratório das aranhas funciona por meio de pulmões (pulmões foliares) e por traquéias. Existem aranhas que têm apenas pulmões e aranhas que têm apenas traquéias. A maioria tem ambos os tipos.
As aranhas possuem circulação de sangue em seu organismo. É um sangue incolor, chamado hemolinfa, que além de transportar nutrientes, hormônios, oxigênio e células, serve também para elevar a pressão durante a muda (desprendimento da pele velha). O coração situa-se na parte dorsal do abdômen.
Os pêlos e setas ocos e inervados, ao longo de toda a superfície do corpo, formam os órgãos do tato. Os pêlos longos e finos, localizados principalmente nos tarsos e metatarsos das pernas e palpos, podem transmitir às aranhas qualquer rajada de vento ou sopro.
As fiandeiras são os órgãos de tecelagem e situam-se no final do abdômen, antes do ânus. Podem ser em número de duas, quatro ou seis. Nos ápices das fiandeiras e em seus declives laterais fica o campo tecedor, sobre os quais localizam-se as fúsulas, tubos quase microscópicos, por onde sai o líquido das glândulas produtoras de seda. Este líquido solidifica-se em contato com o ar, para formar os fios de seda.
Anatomia Interna da Aranha
Fonte: www.aranhas.info/araneae.hdfree.com.br/www.geocities.com/bdtd.bce.unb.br
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