Sigmund Freud

Sigmund Freud – Psicanálise

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Nascimento: 6 de maio de 1856, Príbor, República Checa.

Falecimento: 23 de setembro de 1939, Hampstead, Reino Unido

Sigmund Freud nasceu em Freiberg, que agora é conhecido como a República Checa, em 6 de maio de 1856.

Freud desenvolveu a psicanálise, um método através do qual um analista descompacta conflitos inconscientes com base nas associações livres, sonhos e fantasias do paciente.

Suas teorias sobre a sexualidade infantil, libido e do ego, entre outros tópicos, foram alguns dos conceitos acadêmicos mais influentes do século 20.

O PAI DA PSICANÁLISE

Sigmund Schlomo Freud, o pai da psicanálise, revolucionou para sempre o pensamento de uma era. Difícil encontrar alguém cuja influência fosse tão imediata, tão vasta e tão profunda.

Em 1896, Freud usou pela primeira vez o termo “psicanálise” para descrever seus métodos. Isso, após passar cinco anos elaborando muitos dos conceitos que hoje são a base de suas teorias. Publicou A Interpretação de Sonhos, seu trabalho mais importante.Apesar de ter sido publicado em 1899, saiu com data de impressão de 1900 — pois Freud queria que ele fosse associado ao início de um novo século.

A partir daí, formou-se à volta de Freud um círculo de médicos interessados. E acabaram fundando uma sociedade, a Associação de Psicanálise de Viena (1908). Documentos foram escritos, uma revista foi publicada e o movimento psicanalítico começou a expandir-se. Faziam parte, entre outros, William Stekel, Alfred Adler, Otto Rank, Abraham Brill, Eugen Bleuler e Carl Jung, futuros grandes nomes da área da Psicologia.

Suas obras completas estão em 24 volumes e incluem ensaios, conferências e monografias.Freud temia que os analistas que se desviavam dos procedimentos estabelecidos por ele pudessem diluir o poder e as possibilidades da Psicanálise. Queria, sobretudo, impedir a distorção e o uso incorreto da sua teoria.

Foi excelente aluno e na Universidade de Viena, aos 26 anos, recebeu o diploma de Medicina (1882).

Passou sua vida desenvolvendo, ampliando e elucidando a Psicanálise. Tentou controlar o movimento psicanalítico, expulsando os membros que discordavam de suas opiniões e exigindo um grau de lealdade à sua própria posição. Jung, Adler e Rank, entre outros, abandonaram o grupo após repetidas divergências.

Nascido das disciplinas especializadas de Neurologia e Psiquiatria, o trabalho de Freud propõe uma concepção de personalidade que surtiu efeitos importantes na cultura ocidental.

Sua visão da condição humana atacou fortemente as opiniões dominantes à época: explorou áreas da psique que eram discretamente obscurecidas pela moral e filosofia vitorianas. Descobriu novas abordagens para o tratamento da doença mental. Contestou tabus culturais, religiosos, sociais e científicos.

Em 1933, Hitler tornou-se o chanceler do Reich. Sentindo-se ameaçado pela ocupação alemã na Áustria (1938), Freud emigrou para a Inglaterra com sua família e, por um curto espaço de tempo, residiu no bairro de Hampstead (Londres), local que 48 anos mais tarde seria transformado no Museu Freud de Londres (1986).

Sigmund Freud nasceu no dia 06 de maio de 1856, na cidade de Freiberg, na Morávia (antiga Checoslováquia).

Morreu no dia 23 de setembro de 1939, aos 83 anos, em Londres.

Sigmund Freud – Obra

Sigmund Freud
Sigmund Freud

Neuropsiquiatra austríaco nascido em Freiberg, na Morávia, hoje Príbor, na República Tcheca, fundador da psicanálise, desenvolvedor dos estudos da mente inconsciente e criador da teoria da importância da experiência sexual infantil. Levado para Viena, onde ele passou a maior parte da vida., ingressou na Universidade de Viena (1873) para estudar medicina e sofreu restrições devido a sua condição de judeu. Trabalhou no laboratório de fisiologia com Ernst Wilhelm von Brücke (1876-1882) e concentrou-se em pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso.

Dedicou-se à clínica psiquiátrica a partir de então (1882), em intensa colaboração com Josef Breuer, que criara o método catártico e descobrira a íntima relação existente entre os sintomas histéricos e certos traumas de infância (1882-1896). Sentindo as limitações de Viena no tocante às possibilidades de aperfeiçoamento, planejou uma viagem a Paris a fim de assistir aos cursos proferidos por Jean-Martin Charcot. Para tanto, dispôs-se a obter o mestrado em neuropatologia e ganhou bolsa para um período de especialização em Paris (1885). Ainda em Paris, concebeu o plano de um trabalho destinado a estabelecer uma distinção entre as paralisias orgânicas e as paralisias histéricas. Desenvolveu também profundos estudos sobre sintomas de histeria e, publicou no período, em colaboração, dois trabalhos, dos quais o mais célebre é Studien über Hysterie (1895), que marca o início de suas investigações psicanalíticas. Após romper com Breuer, substituiu a hipnose pelo processo da livre associação de idéias, o que lhe permitiu isolar e estudar os fenômenos de resistência e de transferência. A tese de Charcot, de que a histeria não era uma doença mental exclusiva da mulher, foi inteiramente absorvida por ele, o que lhe valeu violentas críticas dos meios acadêmicos de Viena, tão logo a expôs por ocasião de seu regresso.

Suas teorias inicialmente não foram bem recebidas, porém se tornaram profundamente influentes a partir do século vinte. Passou a observar a natureza sexual dos traumas infantis causadores das neuroses (1897) e começou a delinear a teoria do chamado complexo de Édipo, segundo o qual seria parte da estrutura mental dos homens o amor físico pela mãe e o ímpeto de assassinar o pai.

O médico vienense tornou o ano inicial do século o ano oficial do lançamento de sua primeira obra psicanalítica propriamente dita, Die traumdeutung (1900), de fato lançada um ano antes. Fundou a Sociedade Psicanalítica de Viena (1908), realizou o primeiro congresso de psicanálise em Salzburg, onde se decidiu a publicação de um anuário dirigido por ele e Bleuler, cujo redator-chefe era Jung. Pronunciou um ciclo de conferências nos Estados Unidos (1909), a convite da Clark University, em Worcester, fato que representou a primeira aceitação oficial da psicanálise, participou por ocasião do segundo congresso internacional de psicanálise, realizado em Nuremberg (1910), da fundação da Associação Psicanalítica Internacional, que congregou os psicanalistas de todo o mundo. Com o agravamento da pressão nazista e com à ajuda financeira de Marie Bonaparte, mudou-se para Londres, onde ficou até sua morte. Trabalhava a esse tempo, em colaboração com sua filha Anna, na redação de uma obra dedicada à análise da personalidade de Hitler.

Outras de suas obras destaque são Die Traumdeutung (1900), Zur Psychopathologie des Alltagslebens (1904) e Drei Abhandlungen zur Sexualtheorie (1905), Totem und Tabu (1913), Das Unbehagen in der Kultur (1930), e Der Mann Moses und die monotheistiche Religion (1939).

Sigmund Freud – Médico

Sigmund Freud
Sigmund Freud

Neurologista e psiquiatra austríaco.

Estuda e doutora-se na Universidade de Viena, onde vive até pouco antes da sua morte. Dedica as suas primeiras investigações à fisiologia do sistema nervoso e descobre os efeitos anestésicos da cocaína.

Dedica-se ao estudo da neuropatologia.

Em 1885 estuda em Paris, com Charcot, a aplicação da hipnose ao tratamento da histeria.

Em 1887 casa-se e teve seis filhos; um deles, a sua filha Ana, é uma das mais destacadas figuras da psicanálise.

Sigmund Freud
Sigmund Freud

Em 1895 publica, em colaboração com Josef Breuer, Estudos sobre a Histeria, onde expõe as suas investigações sobre o poder terapêutico da catarse.

Esta descoberta é o ponto de partida da psicanálise.

A teoria psicanalista tem a sua expressão principalmente nas seguintes obras de Freud: Interpretação dos Sonhos, Três Ensaios sobre a Sexualidade, Lições de Introdução à Psicanálise e O Ego e o Id.

Sigmund Freud
Sigmund Freud

A partir de 1902 é professor na Universidade de Viena e em 1908 funda a sociedade psicanalítica, onde reúne os seus seguidores, alguns dos quais, por sua vez, criam novas escolas: Adler, Jung, Rank e outros.

Em 1909 recebe o doutoramento honoris causa pela Clark University por ocasião de uma viagem aos Estados Unidos da América.

Em 1923 manifesta-se-lhe uma afecção cancerosa, não cessando, apesar disso, a sua atividade investigadora até ao fim da vida.

Em 1930 recebe o Prêmio Goethe e em 1938, ao ser a Áustria ocupada pelos nazis, tem de fugir para Inglaterra por causa da sua origem judia.

Sigmund Freud
Sigmund Freud

As contribuições da obra freudiana, caracterizada por um claro determinismo psíquico, são abundantes. Sobressai a distinção entre o consciente, o pré-consciente e o inconsciente, fatores decisivos para compreender tanto os conflitos psíquicos (caso do complexo de Édipo) como a ansiedade e os mecanismos de defesa.

Elabora também uma teoria da sexualidade no campo individual (com a líbido como impulso fundamental e força criadora frente ao qual enuncia posteriormente outro princípio destruidor) e, no terreno sociocultural, uma teoria filogenética exposta em obras como Totem e Tabu, Angústia na Civilização, O Futuro de Uma Ilusão e Moisés e o Monoteísmo.

Sigmund Freud – Biografia

Sigmund Freud
Sigmund Freud

Nascido no ano de 1856 em Freiberg, na Morávia, Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise.

Estudou medicina na Universidade de Viena e desde cedo se especializou em neurologia. Seus estudos foram os pioneiros acerca do inconsciente humano e suas motivações. Ele, durante muito tempo (de fins do século passado até início do nosso século), trabalhou na elaboração da psicanálise.

A Metodologia Freudiana

A psicanálise é um método de tratamento para perturbações ou distúrbios nervosos ou psíquicos, ou seja, provenientes da psique; bastante diferente da hipnose ou do método catártico. A terapêutica pela catarse hipnótica deu excelentes resultados, não obstante as inevitáveis relações que se estabeleciam entre médico e paciente. Posteriores investigações levaram Freud a modificar essa técnica, substituindo a hipnose por um método de livre associação de idéias (psicanálise).

O método psicanalítico de Sigmund Freud, consistia em estabelecer relações entre tudo aquilo que o paciente lhe mostrava, desde conversas, comentários feitos por ele, até os mais diversos sinais dados do inconsciente.

O psicanalista deveria “quebrar” os vínculos, os tratos que fazemos ao nos comunicarmos uns com os outros. Ele não poderia ficar sentado ouvindo e compreendendo apenas aquilo que o seu paciente queria dizer conscientemente, mas perceber as entrelinhas daquilo que ele o diz. É o que se chama de quebra do acordo consensual. Há uma ruptura de campo, pois o analista não se restringe somente aos assuntos específicos, e sim ao todo, ao sentido geral.

Freud sempre achou que existia um certo conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade. Muitas vezes, impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossas ações e até mesmo nossos sonhos. Estes impulsos são capazes de trazer à tona necessidades básicas do ser humano que foram reprimidas, como por exemplo, o instinto sexual. Freud vai mostrar que estas necessidades vêm à tona disfarçadas de várias maneiras, e nós muitas vezes nem vamos ter consciência desses desejos, de tão reprimidos que estão.

Freud ainda supõe, contrariando aqueles que dizem que a sexualidade só surge no início da puberdade, que existe uma sexualidade infantil, o que era um absurdo para a época. E muitos de nossos desejos sexuais foram reprimidos quando éramos crianças. Estes desejos e instintos, sensibilidade sensitiva que todos nós temos, são a parte inconsciente de nossa mente chamada id. É onde armazenamos tudo o que foi reprimido, todas as nossas necessidades insatisfeitas. “Princípio do prazer” é esta parte que existe em cada um de nós. Mas existe uma função reguladora deste “princípio do prazer”, que atua como uma censura ante aos nossos desejos, que é chamada de ego. Precisamos desta função reguladora para nos adaptarmos ao meio em que vivemos. Nós mesmos começamos a reprimir nossos próprios desejos, já que percebemos que não vamos poder realizar tudo o que quisermos. Vivemos em uma sociedade que é regida por leis morais, as quais tomamos consciência desde pequenos, quando somos educados. A consciência do que podemos ou não fazer, segundo as regras da sociedade em que vivemos é a parte da nossa mente denominada superego (princípio da realidade). O ego, vai se apresentar como o regulador entre o id e o superego, para que possamos conciliar nossos desejos com o que podemos moralmente fazer. O paciente neurótico nada mais é do que uma pessoa que despende energia demais na tentativa de banir de seu consciente tudo aquilo que o incomoda (reprimir), por ser moralmente inaceitável.

A psicanálise se apoia sobre três pilares: a censura, o conteúdo psíquico dos instintos sexuais e o mecanismo de transferência.

A censura é representada pelo superego, que inibe os instintos inconscientes para que eles não sejam exteriorizados. Nem sempre isso ocorre, pode ser que eles burlem a censura, por um processo de disfarce, manifestando-se assim com sintomas neuróticos.

Existem diversas formas de exteriorizarmos nossos instintos inconscientes: os atos falhos, que podem revelar os segredos mais íntimos e os sonhos. Os atos falhos são ações inconscientes que estão em nosso cotidiano; são coisas que dizemos ou fazemos que um dia tínhamos reprimido.

Por exemplo: certo dia, um bispo foi visitar a família de um pastor, que era pai de umas meninas adoráveis e muito comportadas. Este bispo tinha o nariz enorme. O pastor pediu às suas filhas para que não comentassem sobre o nariz do bispo, pois geralmente as crianças começam a rir quando notam este tipo de coisa, já que o mecanismo de censura delas não está totalmente formado.

Quando o bispo chegou, as meninas se esforçaram ao máximo para não rirem ou fazerem qualquer comentário a respeito do notável nariz, mas quando a irmã menor foi servir o café, disse:

– O senhor aceita um pouco de açúcar no nariz?

Este é um exemplo de um ato falho, proveniente de uma reprimida vontade ou desejo. Outro meio de tornarmos conscientes nossos desejos mais ocultos é através dos sonhos. Nos sonhos, o nosso inconsciente (id) se comunica com o nosso consciente (ego) e revelamos o que não queremos admitir que desejamos, pelo fato da sociedade recriminar (principalmente os de caráter sexual).

Os instintos sexuais são os mais reprimidos , visto que a religião e a moral da sociedade concorrem para isso. Mas, é aí que o mecanismo de censura torna-se mais falho, permitindo assim que apareçam sintomas neuróticos. Explicando a sua teoria da sexualidade, Freud afirma que há sinais desta logo no início da vida extra uterina, constituindo a libido.

A libido envolve do nascimento à puberdade, períodos de gradativa diferenciação sexual. A primeira fase é chamada de período inicial, onde a libido está direcionada para o próprio corpo, oral e analmente. A segunda fase, o período edipiano, que se caracteriza por uma fixação libidinal passageira entre os 4 e os 5 anos, também conhecida como “complexo de Édipo”, pelo qual a libido, já dirigida aos objetos do mundo exterior, fixa a sua atenção no genitor do sexo oposto, num sentido evidentemente incestuoso. Por fim o período de latência, iniciado logo após a fase edipiana, só irá terminar com a puberdade, quando então a libido toma direção sexual definida.

Esses períodos ou fases são essenciais ao desenvolvimento do indivíduo, se ele as resolver bem será sadio, porém qualquer problema que porventura ele tiver em superá-las, certamente iniciará um processo de neurose.

Último dos pilares da psicanálise, a transferência, é também uma arma, um trunfo usado pelos psicanalistas para ajudar no tratamento do paciente. Naturalmente, o paciente irá transferir para o analista as suas pulsões, positivas ou negativas, criando vínculos entre eles. O tratamento psicológico deve, então, ser entendido como uma reeducação do adulto, ou seja, uma correção de sua educação enquanto criança.

Assim, Freud desenvolveu um método de tratamento que se pode igualar a uma “arqueologia da alma”, onde o psicanalista busca trazer à luz as experiências traumáticas passadas que provocaram os distúrbios psíquicos do paciente, fazendo com que assim, ele encontre a cura.

Sigmund Freud – Vida

Sigmund Freud
Sigmund Freud

Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856, em Freiberg, Moravia (atualmente Pribor, Checoslovaquia).

Filho de Jacob Freud e sua terceira esposa, Amalia (vinte anos mais jovem que o marido).

Sigi, como era chamado por seus parentes, teve sete irmãos mais jovens.

A constelação familiar era incomum pois, dois meio-irmãos de Freud, Emmanuel e Philipp, tinham praticamente a mesma idade de sua mãe.

Freud era ligeiramente mais novo que seu sobrinho John, filho de Emmanuel.

Esta situação peculiar pode ter estimulado o interesse de Freud em dinâmica familiar, levando-o às suas posteriores formulações sobre o Complexo de Édipo.

O pai de Freud, um comerciante judeu de posses modestas, levou a família para Leipzig, Alemanha (1859), seguindo para Viena (1860), onde Freud viveu até 1938.

Aos 8 anos de idade, Freud lia Shakespeare e, na adolescência, ouviu uma conferência, cujo tema era o ensaio de Goethe sobre a natureza, ficando profundamente impressionado.

Pretendia estudar Direito, mas decidiu seguir Medicina, interessado na área de pesquisas.

Ingressou na Universidade de Viena em 1873.

Como aluno, Freud iniciou um trabalho de pesquisa sobre o sistema nervoso central, orientado por Ernst von Brücke (1876).

Formou-se médico em 1881.

Trabalhou na Clínica Psiquiátrica de Theodor Meynert (1882-83), estudando posteriormente com Charcot (Salpetrière), em Paris (1885).

De 1884 a 1887, Freud publicou vários artigos sobre cocaina Casou-se com Martha Bernays em 1886.

O casal teve seis filhos (Mathilde, 1887; Jean-Martin, 1889; Olivier, 1891; Ernst, 1892; Sophie, 1893; Anna, 1895).

Freud iniciou seu trabalho clínico, em consultório próprio, especializando-se em doenças nervosas.

Seu interesse pela histeria* foi estimulado pela hipnoterapia* praticada por Breuer e Charcot (1887-88).

Freud mudou-se para um apartamento em Bergasse 19 (1891), que 80 anos mais tarde veio a se tornar The Freud Museum Vienna*(1971).

Freud e Breuer publicaram suas descobertas em Estudos sobre a Histeria (método catártico) em 1895; no mesmo ano, Freud conseguiu, pela primeira vez, analisar um sonho seu, conhecido posteriormente como “o sonho da injeção feita em Irma”.

Ele também elaborou o rascunho de 100 páginas manuscritas, que só foram publicadas após sua morte, sob o título de Projeto para uma Psicologia Científica (1950).

Nos cinco anos que se seguiram (1895-1900), Freud desenvolveu muitos dos conceitos que foram posteriormente incluídos na teoria e prática da psicanálise.

O termo “psicanálise”* (associação livre) foi concebido por Freud em 1896.

Após romper com Breuer, e passando por uma crise, devida à morte de seu pai, Freud iniciou sua auto-análise em 1897, ao examinar seus sonhos e fantasias, contando com o apoio emocional de seu amigo íntimo, Wilhelm Fliess.

A Interpetação de Sonhos (Die Traumdeutung) , o qual Freud considerou como sendo o mais importante de todos os seus livros*, foi publicado em 1899, com data de impressão de 1900, pois ele queria que sua grande descoberta fosse associada ao início de um novo século.

Seus pares, na área médica, ainda encaravam seus trabalhos com hostilidade e Freud trabalhava em completo isolamento.

Iniciou a análise de sua jovem paciente Dora e Psicopatologia da Vida Cotidiana foi publicado em 1901.

Foi nomeado Professor na Universidade de Viena e fundou a “Sociedade das Quartas-feiras” em 1902 (reunião semanal de amigos, em sua casa, com o propósito de discutir os trabalhos que vinha desenvolvendo), a qual veio a se tornar a Associação de Psicanálise de Viena, em 1908.

Três Ensaios sôbre a Teoria da Sexualidade, Os Chistes e sua relação com o Inconsciente, Fragmento da análise de um caso de Histeria (Dora) foram publicados em 1905.

Por volta de 1906, um pequeno grupo de seguidores havia se formado em torno de Freud, incluindo William Stekel, Alfred Adler, Otto Rank, Abraham Brill, Eugen Bleuler e Carl Jung.

Sándor Ferenczi e Ernest Jones juntaram-se ao círculo psicanalítico e o “Primeiro Congresso de Psicologia Freudiana” teve lugar em Salzburg, contando com a presença de quarenta participantes de cinco países (1908).

Em 1909, Freud foi convidado por Stanley Hall para proferir cinco conferências, na Clark University (Worcester, Massachussets), baseadas nos seus seis livros previamente publicados (mencionados acima nesta biografia), e Cinco Lições de Psicanálise foi a versão alemã dessas conferências, publicada em 1910.

Mesmo tendo sido essa sua única visita aos Estados Unidos da América, essa oportunidade marcou definitivamente sua carreira, ao atrair atenção mundial para seus trabalhos.

O movimento psicanalítico foi sendo gradativamente reconhecido e uma organização internacional, chamada “International Psychoanalytical Association” foi fundada em 1910.

A revista de psicanálise “Imago” foi criada em 1912.

Conforme o movimento se difundiu, Freud teve que enfrentar a dissidência entre os membros de seu círculo.

Adler (1911) e Jung (1913) deixaram a “Associação Psicanalítica de Viena” e formaram suas próprias escolas de pensamento, discordando da ênfase dada por Freud à origem sexual da neurose.

Início da Primeira Guerra Mundial (1914).

Freud recebeu as visitas de Rainer Maria Rilke (1915) e André Breton (1921).

A primeira parte das Conferências Introdutórias sobre Psicanálise foi publicada em 1916.

“The International Journal of Psychoanalysis” foi criado em 1920.

Freud descobriu que sofria de cancer da boca em 1923 e, mesmo assim, manteve-se produtivo, durante dezesseis anos, tolerando tratamentos constantes e dolorosos e resistindo a 33 cirurgias.

Os primeiros volumes da Coletânea das Obras de Sigmund Freud surgiram em 1925, época em que estava com sérios conflitos com Otto Rank, devido à teoria do trauma do nascimento.

Freud foi agraciado com o “Prêmio Goethe de Literatura”, em 1930 e foi eleito Membro Honorário da “English Royal Society of Medicine” (1935).

Hitler tornou-se o chanceler do Reich (1933).

A Gestapo investigou a casa de Freud; prendeu e interrogou sua filha Anna* durante um dia inteiro.

Ameaçado pela ocupação nazista da Áustria (1938), Freud emigrou para a Inglaterra com sua família e, por um curto espaço de tempo, residiu em 20 Maresfield Gardens, local que 48 anos mais tarde veio a se tornar o Freud Museum London.

Sigmund Freud, faleceu aos 83 anos de idade, no dia 23 de setembro de 1939, em Londres.

Seu duradouro legado teve grande influência na cultura do século XX.

Sigmund Freud – Medicina

Sigmund Freud
Sigmund Freud

O pai de Freud, Jacob, nasceu em 1815, em Tismênica, pequena cidade de 6.000 habitantes, na Galícia Oriental (Polônia) que na época era província do Império Austro-Húngaro. As gerações anteriores a ele chamavam-se Freide. Em algum momento houve, pois, uma mudança de nome.

Sua mãe, Amalie Nathason, da mesma província, nasceu em 1835.

O avô materno de Jacob era comerciante ambulante e costumava levar o neto em suas viagens -muitas delas a Freiberg-, o que deve ter permitido a ele obter uma visão mais alargada do mundo, fora da cultura estritamente judaica.

Já crescido, Jacob comerciava lã entre a Galícia e a Morávia. Foi de Tismênica que ele se mudou para Freiberg, onde Sigmund Freud veio a nascer.

Aos 16 anos, em 1832, e ainda na primeira cidade, desposou Sally Kaner e com ela teve dois filhos: Emanuel, que nasceu em 1832 e Felipe, dado à luz em 1936.

Sally faleceu em 1852, após o que Jacob parece ter vagado pela Europa e ter tido um breve casamento com uma moça por nome Rebeca da qual tem-se poucas notícias.

Posteriomente (1855), casou-se outra vêz, agora com Amalie (num terceiro matrimônio), a qual viria a ser mãe de Freud.

Nesta época Jacob já era avô porque seu filho Emanuel já tivera o primeiro filho, John, nascido em 1854. Uma filha, Paulina, nasceria em 1856 e outra, Berta, em 1859.

Casa onde morava

Ele veio ao mundo às 18:30 h. do dia 6 de maio de 1856 (casa onde nasceu), uma terça feira, na pequena cidade rural de Freiberg, no nordeste da Morávia, próxima a Ostrau, onde voltou uma única vez, aos 16 anos. Freiberg – hoje Pribor, na Republica Tcheca – situava-se, então, no Império Austro-Húngaro.

Morreu a 23 de setembro de 1939, em Maresfield Gardem, 20, em Londres. Quando de seu nascimento a Austro-Hungria era uma vasta extensão territorial e incluia parte o que hoje é a Hungria, parte do norte da Itália e parte da Iugoslávia. Freiberg era, então, parte desse império, que fica a 240km de Viena, cidade para a qual a família de Freud mudou-se em outubro de 1859, quando ele tinha pouco mais de 3 anos de idade, depois de passar alguns meses em Leipzig. Em Viena viveu sempre no Leopoldstadt (ou 2o. distirito).

Freud viveu na capital do Império quase toda a sua vida, só deixando a cidade em 1938, um ano antes de morrer, quando os alemães já entravam em Viena, por intervenção de William C. Bullitt, (embaixador dos Estados Unidos em Paris e, depois, em Berlin). Freud produziu seus trabalhos em língua alemã, que se falava então, (e se fala ainda), na Aústria, fato que motiva questões ligadas às traduções deles. Bruno Bethelheim, P-B Pontalis e outros, escreveram sobre o fato e mostraram que as nuanças de certas palavras alemãs nem sempre correspodem às empregadas pelos tradutores, falseando, muitas vezes, as idéias do autor. De fato, o idoma alemão é mais intimista do que outros, o inglês, por exemplo, mais técnico e pragmático.

Viver em Viena não foi sem conseqüências. Em fins do século passado e início deste, a cidade disputava com Paris a liderança mundial no campo das ciências e das artes. O que significa dizer que lá estavam os luminares de então.

Na medicina foram, quase todos, professores de Freud.

Ele foi, então, o primeiro filho do terceiro casamento de seu pai, do qual nasceram sete outros irmãos, dos quais apenas ele e o caçula (dez anos mais novo), eram homens. O segundo, Julius, morreu quando Freud contava dezenove meses de idade. Seu sobrinho era um ano e meio mais velho que ele.

As irmãs (Ana, Rosa, Marie, Adolphine e Paula)

Fiel à sua época, Freud referia-se à sua família como um livro do qual ele e o irmão, Alexander, constituiam a capa, a proteger as irmãs (Ana, Rosa, Marie, Adolphine e Paula). Quando nasceu, sua mãe tinha vinte e um anos e era, pois, muito mais nova que seu pai, já com quarenta.

Muitos autores acham que esta peculiar constituição famíliar agiu de modo altamente instigante para a mente da criança, contribuindo para as bases de sua personalidade e suas inquirições futuras.

Seu pai era de posses modestas, tendo seus negócios entrado em crise o que forçou a mudança da família para Viena. Lá, ele continuou com as mesmas atividades, mas, provavelmente passou a receber ajuda de Emanuel e Felipe que a essa altura haviam mudado para Manchester (na Inglaterra), tornando-se relativamente prósperos.

Freud parece ter sido um menino muito devotado ao estudo e à leitura. Durante sete anos foi o primeiro de sua turma e gaduou-se no Gymnasium com louvor, aos 17 anos.

Lia desde muito pequeno mas sua aversão à música era proverbial.

Teve uma babá que o levava à missa católica mas ele nunca formou uma convicção religiosa. Conservou, no entanto, hábitos judeus. Aos 30 anos de idade, seu pai presenteou-lhe com uma Bíblia, que ele parece ter lido com um marcante interesse científico.

Em sua juventude era inclinado à especulação, que foi depois substituída por apaixonada defesa do empirismo e que retornaria ao fim da vida.

Depois de considerar uma carreira na área de humanidades, estudou medicina, ingressando na Universidade de Viena em 1873, aos 17 anos e diplomando-se em 1881. Estes oito anos que passou na Faculdade de Medicina, quando o curso podia ser concluído em apenas cinco, não se deveram a que os dotes intelectuais do jovem fossem precários, (eram, aliás, excelentes), mas a seus divergentes interesses os quais o levaram a muitas atividades a que não estava obrigado, inclusive a aulas de filosofia, ministradas por Brentano. Segundo ele próprio, a decisão pela Medicina foi tomada ao ouvir uma conferência de Karl Brühl sobre o poema de Goethe, Da Natureza. Récem formado, em 1882 trabalhou como interno no Hospital Geral de Viena, passando por vários departamentos, mas suas inclinações iniciais nunca adormeceram de todo.

Mais tarde diria:

“Depois de 41 anos de atividade médica, meu autoconhecimento me diz que nunca fui realmente um médico no sentido próprio. Tornei-me médico ao ser compelido a me desviar de meu propósito original; e o triunfo de minha vida consiste em eu ter, depois de uma longa e tortuosa jornada, encontrado o caminho de volta para minha trajetória inicial”.

Desde cedo manifetara-se a verdadeira direção de seus interesses:

“Em nenhum momento sentia uma inclinação especial pela carreira de mé-dico.. .e era movido, antes, por uma espécie de curiosidade dirigida para o gênero humano do que para os objetos naturais”.

De 1876 a 1882 trabalhou com Ernst Brucke no laboratório de fisiologia deste, que abandonou somente após conselho do mestre e sob a premência de necessidades econômicas.

No Hospital Geral de Viena no departamento de neuropatologia do Dr. Scholz acabou tornando-se excelente neurologista. Com 29 anos, em 1885 foi designado professor de neuropatologia. O cientista empírico parecia estar consagrado. No entanto, seus mais célebres trabalhos como analista referem-se à vida social e são especulativos.

Formado, tentou continuar como pesquisador. Por cerca de dois anos trabalhou no laboratório de Brücke. Como estudante já dedicara-se à pesquisa fisiológica, sob a direção deste orientador.

Necessidades econômicas levaram-no a aceitar o conselho para dedicar-se à clínica. Começou pela neurologia e interesou-se logo pela histeria, muito incidente e ainda misteriosa, à época.

Entre outubro de 1885 e março de l886, estagiou durante 19 semanas no hospital de La Salpetiere, em Paris, onde aprendeu com Charcot que ela podia ser provocada e removida, bem como diferençiada de condições neurológicas por meio da hipnose (que não era tida em boa conta no meio científico de Viena).

Visando aperfeiçoar-se na sugestão hipnótica, esteve uma segunda vez na França, em 1889, destas vez em Nancy, com Liebault e Bernheim, que a utilizavam para aquela finalidade.

Em 25 de abril de 1886 abriu seu primeiro consultório (Rthausstrasse 7) e em setembro do masmo ano casou-se com Marta Bernays, de Hamburg. Teve uma vida conjugal feliz da qual resultartam seis filhos. [Mathilde (1887), Jean Martin (1889), Oliver (1891), Ernst (1892), Sophie (1893) e Ana (1895)], dos quais só a última seguiu-lhe os passos.

Até 1891 morou com a família na Maria Theresienstrasse, 8. A partir dai residiu no famoso endereço da Bergasse, 19, no 9o. distrito de Viena, de onde só sairia em 1938, para Londres, pressionado pelos nazistas.

CRONOLOGIA DE FREUD

1815- Nasce Jacob Schlomo, pai de Sigmund Freud
1832-
Nasce Emmauel, meio- irmão de Sigmund Freud
1835-
Nasce Amalie Nathason, mãe de Sigmund Freud
1836-
Nasce Philippe, outro meio- irmão de S. Freud.
1855-
Nasce John, o sobrinho – casamento de Jacob e Amalie.
1856-
Nasce Sigmund Freud, a 6 de maio.
1859-
Outubro: a família de Freud muda- se para Viena.
1865-
Sigmund Freud entra para o liceu (Gynasium)
1870-
Única visita de Sigmund Freud a Frieberg
1873-
Gradua- se no Gynasium; Ingressa no curso de Medicina, na Universidade de Viena.
1876-
1882- Trabalha no laboratório de Fisiologia, de Brücke
1878-
Muda seu prenome para ‘Sigmund’
1881-
Obtém seu grau em Medicina.
1882-
Breuer termina o tratamento de Ana O; começa a trabalhar no Hospital Psiquiátrico, sob orientação de Theodor Meynert.
1876-
1882- Trabalha no laboratório de Brücke
1884-
885- Realiza experimentos com a cocaína.
1885-
1886- De outubro a março, estagia em La Salpetriere, Paris, com Charcot
1886-
Em abril abre seu primeiro consultório; em setembro casa- se com Martha Bernays; em novembro conhece Emil Fliess
1887-
1888- Sigmund Freud estuda o uso da hipnose.
1889-
Estagia em Nancy, com Liebault e Bernheim
1889-
1890- Início da amizade com Fliess
1891-
Muda- se para Bergasse, 19, onde viverá quase 40 anos.
1893-
1894- Trabalha com Breuer na confecção dos Estudos sobre a Histeria
1894-
Ruptura com Breuer.
1895-
Publica com Breuer Estudos Sobre a Histeria; analisa os próprios sonhos
1896-
Usa o termo Psicanálise pela primeira vez
1897-
Começa sua auto- analise.
1899-
Publica A Interpretação dos Sonhos.
1900-
Rompe com Fliess
1901-
Inicia a análise de Dora, uma moça de 18 anos.
1902-
É nomeado professor da Universidade de Viena; funda a Sociedade Psicológica das Quartas- feiras.
1905-
Publica vários importantes trabalhos.

Entre eles:

Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade,
Os Chistes e Suas Relações com o Inconsciente
Fragmentos da Análise de um Caso de Histeria

1909- Visita, pela única vez, os Estados Unidos, como conferencista convidado para as comemorações do jubileu da Clark University, em Wochester.
1906-
1913-Amizade com Carl Gustav Jung
1910-
Funda a International Psycho- Analytical Association, da qual Jung é o primeiro presidente.
1913-
Rompe com Jung.
1923-
Primeira de uma de muitas operações no maxilar, para controlar um câncer.
1933-
Hitler torna- se Chanceler da Alemanha
1938-
A Áustria é anexada à Alemanha; a casa de Freud e a Associação Vienense de Psicanálise são vasculhadas; Ana Freud é presa e interrogada pela Gestapo. Em junho, emigra para a Inglaterra
1939-
Morre, a 23 de setembro, em Londres.

Fonte: www.sobiografias.hpg.ig.com.br/www.culturabrasil.org/www.ufrgs.br

 

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