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Nascimento: 31 de março de 1596, Descartes, França.
Morte: 11 de fevereiro de 1650, Estocolmo, Suécia.
Nacionalidade: Francês.
René Descartes
Filósofo e matemático René Descartes é considerado como o pai da filosofia moderna para definir um ponto de partida para a existência, “Eu acho; consequentemente, eu sou.”
René Descartes nasceu em 31 de março de 1596, em La Haye, França.
Ele foi amplamente educado, primeiro num colégio jesuíta aos 8 anos, em seguida, ganhar um diploma de Direito aos 22 anos, mas um professor influente colocá-lo em um curso para aplicar a matemática e lógica para a compreensão do mundo natural.
Esta abordagem incorporou a contemplação da natureza da existência e do próprio conhecimento, daí a sua mais famosa observação: “Eu acho; consequentemente, eu sou.”
Descartes nunca se casou, mas ele tinha uma filha, Francine, nascido na Holanda, em 1635.
Ele se mudou para aquele país em 1628 porque a vida na França era muito movimentada para ele se concentrar em seu trabalho, e mãe de Francine era uma empregada em a casa onde ele estava hospedado.
Ele havia planejado para a menina ser educada na França, depois de ter arranjado para ela viver com parentes, mas ela morreu de uma febre aos 5 anos de idade.
Descartes viveu na Holanda mais de 20 anos, mas morreu em Estocolmo, Suécia, em 11 de fevereiro de 1650.
Ele havia se mudado há menos de um ano antes, a pedido da rainha Cristina, para ser seu tutor em filosofia.
A saúde frágil indicado no início da sua vida persistiu. Ele habitualmente passava as manhãs na cama, onde ele continuou a honrar a sua vida de sonho, incorporá-lo em suas metodologias de vigília na meditação consciente, mas a insistência da rainha em 5 lições levo-o a uma pneumonia da qual ele não conseguiu recuperar.
A Suécia era um país protestante, assim Descartes, um católico, foi enterrado em um cemitério principalmente para bebês não batizados.
Mais tarde, seus restos mortais foram levados para a abadia de Saint-Germain-des-Prés, a igreja mais antiga de Paris.
René Descartes – Filosofia
René Descartes
O pensador francês René Descartes é chamado o pai da filosofia moderna (o estudo do universo e do lugar do homem no mesmo).
René Descartes, também conhecido como Cartesius, foi um filósofo e um matemático francês. Notabilizou-se sobretudo pelo seu trabalho revolucionário da Filosofia, tendo também sido famoso por ser o inventor do sistema de coordenadas cartesianas, que influenciou o desenvolvimento do cálculo moderno.
Descartes, por vezes chamado o fundador da filosofia moderna e o pai da matemática moderna, é considerado um dos pensadores mais importantes e influentes da história humana. Ele inspirou os seus contemporâneos e gerações de filósofos. Na opinião de alguns comentadores, ele iniciou a formação daquilo a que hoje se chama de Racionalismo continental (supostamente em oposição à escola que predominava nas ilhas britânicas, o Empirismo), posição filosófica dos séculos XVII e XVIII na Europa.
Outros autores não vêem então uma grande oposição entre o “Racionalismo continental” do século XVIII e o empirismo. O grande cisma teria início com Hegel, que partiu da posição de Kant onde havia já alguns sinais de Idealismo, mas ainda uma base racional que não se desviava muito da tradição empírica Inglesa. A leitura de Hume foi um ponto fulcral na obra de Kant, até então sem qualquer texto relevante publicado. Kant disse mesmo que Hume o despertou de um “sono dogmático”.
Descartes nasceu em La Haye, Indre-et-Loire, França. Com oito anos, ingressou no Colégio Jesuíta Royal Henry-Le-Grand em La Flèche. Tinha bastante liberdade e era apreciado pelos professores, mas declarou no Discurso Sobre o Método decepção com o ensino escolástico. Depois, seguiu seus estudos na Universidade de Poitiers, graduando com Baccalauréat e Licença em Direito em 1616.
Contanto, Descartes nunca exerceu o direito, e em 1618 alistou-se no exército do Príncipe Maurício de Nassau, com a intenção de seguir carreira militar.
Mas se declarava menos um ator do que um espectador: antes ouvinte numa escola de guerra do que verdadeiro militar. Conheceu então Isaac Beeckman, e compôs um pequeno tratado sobre música intitulado Compendium Musicae. É nessa época também que escreve Larvatus prodeo (Eu caminho mascarado). Em 1619, viajou até a Alemanha e no dia 10 de Novembro teve uma visão em sonho de um novo sistema matemático e científico. Em 1622, ele retornou a França e passou os seguintes anos em Paris a algumas outras partes da Europa.
Em 1628, ele compôs as Regulae ad directionem ingenii (Regras para a Direção do Espírito), e partiu para os Países Baixos, onde viveu até 1649, mas mudando de endereço frequentemente. Em 1629 começou a trabalhar em Tratado do Mundo, uma obra de física, que deveria defender a tese do heliocentrismo, mas em 1633, quando Galileu foi condenado, Descartes abandonou seus planos de publicá-lo. Em 1635, a filha ilegítima de Descartes, Francine, nasceu. Ela foi batizada no dia 7 de Agosto de 1635. Sua morte em 1640 foi um grande baque para o Descartes.
Em 1637, ele publicou três pequenos resumos de sua obra científica: A Dióptrica, Os Meteoros e A Geometria mas é o prefácio dessas obras que continua sendo lido até hoje: o Discurso Sobre o Método.
Em 1641, aparece sua obra mais conhecida: as Meditações Sobre a Filosofia Primeira, com os primeiros seis conjuntos de Objeções e Respostas.
Os autores das objeções são: do primeiro conjunto, o téologo holandês Johan de Kater; do segundo, Mersene; do terceiro, Thomas Hobbes; do quarto, Arnauld; do quinto, Pierre Gassendi; e do sexto conjunto, Mersene. Em 1642, a segunda edição das Meditações incluía uma sétima objeção, feita pelo jesuíta Pierre Bourdin, seguida de uma Carta a Dinet. Em 1643, a filosofia Cartesiana foi condenada pela Universidade de Utrecht, e Descartes começou sua longa correspondência com a Princesa Elizabeth de Bohemia.
Descartes publicou Os Princípios de Filosofia, uma espécie de manual cartesiano, e faz uma visita rápida a França em 1644, onde encontra o embaixador da frança junto à corte sueca, Chanut, que o põe em contato com a rainha Cristina.
Em 1647 ele foi premiado com uma pensão pelo Rei da França e começou a trabalhar na Descrição do Corpo Humano. Ele entrevistou Frans Burman em Egmond-Binnen em 1648, resultando na Conversa com Burman. Em 1649 ele foi a Suécia a convite da Rainha Christina, e suas Tratado das Paixões, que ele dedicou a Princesa Elizabete, foram publicados.
René Descartes morreu de pneumonia no dia 11 de Fevereiro, 1650 em Estocolmo, Suécia, onde ele estava trabalhando como professor a convite da Rainha.
Acostumado a trabalhar na cama até meio-dia, sua saúde por ter sofrido com as demandas da Rainha Christina – começavam seus estudos às 5 da manhã. Como um católico num país protestante, ele foi enterrado num cemitério de crianças não batizadas, em Adolf Fredrikskyrkan em Estocolmo. Depois, seus restos foram levados para a França e enterrados na Igreja de São Genevieve-du-Mont em Paris. Um memorial construído no século XVIII permanece na igreja sueca.
Durante a Revolução Francesa seus restos foram desenterrados para irem ao Panthéon, ao lado de outros grandes pensadores franceses. A vila no vale Loire onde ele nasceu foi renomeada La Haye – Descartes.
Em 1667, depois de sua morte, a Igreja Católica Romana colocou suas obras no Índice de Livros Proibidos.
Pensamento
Descartes é considerado o primeiro filósofo “moderno”. Sua contribuição à epistemologia é essencial, assim como às ciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou o seu desenvolvimento. Descartes criou, em suas obras Discurso sobre o método e Meditações – ambas escritas no vernáculo, ao invés do latim tradicional dos trabalhos de filosofia – as bases da ciência contemporânea.
O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico – duvida-se de cada idéia que pode ser duvidada.
Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser, etc, Descartes institui a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que possa ser provado. O próprio Descartes consegue provar a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo – cogito ergo sum, penso logo existo) e de Deus. O ato de duvidar como indubitável.
Também consiste o método na realização de quatro tarefas básicas: verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada; analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades de composição, fundamentais, e estudar essas coisas mais simples que aparecem; sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; e enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.
Em relação a Ciência, Descartes desenvolveu uma filosofia que influenciou muitos, até ser passada pela metodologia de Newton. Ele mantinha, por exemplo, que o universo era pleno e não poderia haver vácuo. Descartes acreditava que a matéria não possuía qualidades inerentes, mas era simplesmente o material bruto que ocupava o espaço. Ele divida a realidade em res cognitas (consciência, mente) e res extensa (matéria). Acreditava também que Deus criou o universo como um perfeito mecanismo de moção vortical e que funcionava deterministicamente sem intervenção desde então.
Matemáticos consideram Descartes muito importante por sua descoberta da geometria analítica. Até Descartes, a geometria e a álgebra apareciam como ramos completamente separados da Matemática. Descartes mostrou como traduzir problemas de geometria para a álgebra, abordando esses problemas através de um sistema de coordenadas.
A Teoria de Descartes providenciou a base para o Cálculo de Isaac Newton e Gottfried Leibniz, e então, para muito da matemática moderna. Isso parece ainda mais incrível tendo em mente que esse trabalho foi intencionado apenas como um exemplo no seu Discurso Sobre o Método.
René Descartes – Vida
René Descartes
Descartes rompeu com o aparato conceitual da escolástica medieval para edificar seu próprio sistema, e por isso é considerado um dos fundadores da filosofia moderna.
René Descartes – latinizado como Renatus Cartesius, origem do nome de “cartesianismo” dado a sua doutrina – nasceu em La Haye, França, em 31 de março de 1596. De família abastada, com oito anos entrou para o colégio dos jesuítas de La Flèche, onde adquiriu ampla formação filosófica e matemática. Formado em direito pela Universidade de Poitiers em 1616, no ano seguinte iniciou um período de viagens “para estudar mais livremente no livro do mundo” e assim concretizar seu desejo de “aprender a distinguir o verdadeiro do falso”.
Em 1618 alistou-se no exército de Maurício de Nassau, nos Países Baixos, e um ano depois no de Maximiliano da Baviera. Foi nessa época que, segundo suas próprias palavras, “brilhou a luz de uma revelação admirável” e Descartes encontrou o caminho para elaborar sua filosofia.
Depois de outra etapa de viagens, instalou-se em 1625 em Paris, onde levou uma vida tranqüila de reflexão e trabalho. Três anos mais tarde, em busca de um ambiente mais propício ao estudo, mudou-se para os Países Baixos. Ali redigiu as Regulae ad directionem ingenii (Regras para a direção do espírito), só publicadas em 1710.
Em 1637 apareceu em Leyden seu famoso Discours de la méthode (Discurso sobre o método), com três apêndices científicos: Dioptrique (Dióptrica), Météores (Meteoros) e Geométrie (Geometria).
Em 1633, ao saber da condenação de Galileu, de cujas idéias compartilhava, Descartes sustou a publicação do Traité du monde (Tratado sobre o mundo); contudo, partes dessa obra apareceram em 1641. Também publicadas em 1641, suas Meditationes de prima philosophia (Meditações sobre filosofia primeira) encontraram franca oposição nos meios holandeses e seus livros foram proibidos pela igreja. Isso o levou a pensar em voltar para a França. Contudo, o convite que recebeu da rainha Cristina da Suécia o fez decidir-se, em 1649, a viver nesse país.
Filosofia de Descartes
No Discurso sobre o método, Descartes afirma que sua decisão de elaborar uma doutrina baseada em princípios totalmente novos procede do desencanto em relação aos ensinamentos filosóficos que recebera. Convencido de que a realidade inteira respondia a uma ordem racional, pretendia criar um método que possibilitasse alcançar, em todo o âmbito do conhecimento, a mesma certeza que a aritmética e a geometria proporcionavam em seus campos.
Teoria do conhecimento: a dúvida metódica.
Para realizar seu propósito, Descartes estrutura fundamentalmente seu método em quatro regras:
1) nunca aceitar como verdade senão aquilo que vejo clara e distintamente como tal;
2) decompor cada problema em suas partes mínimas;
3) ir do mais compreensível ao mais complexo; e
4) revisar completamente o processo para assegurar-se de que não ocorreu nenhuma omissão.
Todo esse método, contudo, reside na primeira regra: como obter a certeza? O instrumento utilizado por Descartes para resolver o problema é a “dúvida metódica”.
De acordo com esse princípio, ele questiona todos os seus conhecimentos, inclusive o de sua própria existência.
Ora, em toda dúvida existe algo de que não podemos duvidar: a própria dúvida, isto é, eu não posso duvidar de que estou duvidando. Mas a dúvida, prossegue Descartes, é um pensamento, meu pensamento, e eu não posso pensar sem existir.
Portanto, há algo de que posso ter uma firme certeza: penso, logo existo, ou je pense, donc je suis (em latim, cogito, ergo sum). Eu sou, em última análise, uma substância pensante, espiritual.
A partir daí Descartes elabora toda sua filosofia.
O cogito lhe servirá como chave para prosseguir: toda representação que se lhe apresentar com “clareza” e “distinção” — os dois critérios cartesianos de certeza — tal como se manifesta o cogito, deverá ser tida como correta e aceitável. É a aplicação positiva da dúvida metódica.
Dessa forma, Descartes começa a “passar em revista” todos os conhecimentos que pusera de lado no início de sua busca.
Quando os reconsidera, dá-se conta de que as representações são de três classes: idéias “inatas”, como as de verdade, justiça, substância; idéias “adventícias”, originadas pelas coisas exteriores; e idéias “factícias” ou “feitas por mim mesmo” , as que são tidas como criações de nossa fantasia, como os monstros fabulosos etc.
Nesse ponto, Descartes introduziu uma nova cautela na aceitação das idéias. Poderia ocorrer, diz ele, que os conhecimentos “adventícios”, que eu considero como correspondentes a impressões de coisas que realmente existem fora de mim, fossem provocados por um “gênio maligno” que desejasse enganar-me. Contudo, essa hipótese é rechaçada de imediato, uma vez que, por outro lado, entre as idéias que encontro em mim mesmo, sem correlação externa sensível e que denominei “inatas”, está a idéia de Deus.
Dado que a idéia de Deus possui certos atributos, como a infinitude, que não podem provir de parte alguma, é necessário que ele os tenha posto no intelecto. Portanto, Deus existe; e, dado que a idéia de Deus é a de um ser perfeito, ele é incapaz de enganar-se ou de enganar-me. Portanto, posso ter plena certeza da validade de meu conhecimento.
Na verdade, essa demonstração da existência de Deus constitui uma variante do argumento ontológico já empregado no século XII por santo Anselmo de Canterbury, e foi duramente atacada pelos adversários de Descartes, que o acusavam de cair num círculo vicioso: para demonstrar a existência de Deus e assim garantir o conhecimento do mundo exterior, utilizam-se os critérios de clareza e distinção, mas a confiabilidade destes é por sua vez justificada pela existência de Deus.
Matéria e espírito
Admitida a existência do mundo corporal, Descartes passa a determinar qual é a essência dos seres. Aqui introduz seu conceito de substância, aquilo que “existe de tal modo que só necessita de si mesmo para existir”.
As substâncias se manifestam por seus modos e atributos; os atributos são aqueles modos que revelam a determinação essencial da substância, isto é, aquilo sem o que uma substância deixaria de ser tal substância. Assim, resulta claro para Descartes que o atributo dos corpos é a extensão, e todas as demais determinações — forma, cor, figura etc — são modos.
Da mesma forma, considera evidente que o atributo do espírito é o pensamento, pois o espírito “pensa sempre”. A conclusão é que existe uma substância pensante — res cogitans — e uma substância que compõe os corpos físicos — res extensa — e que ambas são irredutíveis entre si e totalmente separadas. É a isso que se chama o “dualismo” cartesiano.
O caráter que Descartes outorga aos corpos implica outra conclusão necessária: se o corpo é uma simples magnitude espacial, não existe espaço vazio; a matéria é infinita, e as mudanças qualitativas nos corpos são simples mudanças de lugar no espaço: trata-se de uma explicação puramente mecanicista do mundo, que permite interpretá-lo de acordo com leis matemáticas — como, de fato, Descartes fez em seus escritos científicos.
Corpo e alma. A separação radical entre matéria e espírito é aplicada rigorosamente, em princípio, a todos os seres. Assim, os animais não são mais que máquinas. Contudo, Descartes faz uma exceção quando se trata do homem. Dado que este se compõe de corpo e alma, e sendo o corpo, por definição, material e extenso, e a alma, espiritual e pensante, deveria haver entre eles uma absoluta ausência de comunicação.
No entanto, no sistema cartesiano isso não acontece; a alma e o corpo se comunicam entre si, mas não ao modo clássico, isto é, a alma constituindo a “forma” do corpo, e sim de uma maneira singular. A alma está assentada na glândula pineal, situada no encéfalo, e dali rege o corpo, como “o navegante dirige a nave”, por meio dos spiritus animales, substâncias a meio caminho entre espírito e corpo, à maneira de finíssimas partículas de sangue, que transmitem ao corpo as ordens da alma.
Influência do cartesianismo
Enquanto sistema rígido e fechado, o cartesianismo não teve muitos seguidores e perdeu sua vigência em poucas décadas. Contudo, a filosofia cartesiana tornou-se ponto de referência para grande número de pensadores, para tentar resolver as contradições que encerrava, como fizeram os racionalistas, ou para rebatê-la frontalmente, caso dos empiristas.
Assim, o alemão Leibniz e o holandês Spinoza estabeleceram formas de paralelismo psicofísico para explicar a comunicação entre corpo e alma. Spinoza, aliás, foi mais longe, afirmando que existia uma só substância, que englobava em si a ordem das coisas e a ordem das idéias, e da qual a res cogitans e a res extensa não eram senão atributos, com o que se chega ao panteísmo.
De um ponto de vista completamente oposto, os empiristas ingleses Thomas Hobbes e John Locke negaram que a idéia de uma substância espiritual fosse demonstrável, afirmaram que não existiam idéias inatas e que a filosofia devia reduzir-se ao terreno do conhecimento pela experiência. A concepção cartesiana de um universo mecanicista, enfim, influenciou decisivamente a gênese da física newtoniana.
Em suma, não é exagero afirmar que, embora Descartes não tenha chegado a resolver todos os problemas que levantou, tais problemas se tornaram questões centrais da filosofia ocidental.
René Descartes morreu em Estocolmo, em 1o de fevereiro de 1650, poucos meses depois de sua chegada à corte da rainha Cristina.
René Descartes – Filósofo
René Descartes
Filósofo, cientista e matemático francês, ele é considerado o fundador da filosofia moderna.
René Descartes nasceu em La Haye.
Quando jovem, freqüentou um escola jesuíta de bom nível e, em 1616, formou-se em Direito pela Universidade de Poitiers, embora nunca tenha exercido a profissão.
Apesar de sua educação ter sido boa, ele se convencera de que não havia conhecimento confiável em nenhum lugar e em qualquer área.
Por isso, resolveu sair da França e viajar pela Europa.
Entre 1616 e 1628, serviu por algum tempo em três exércitos diferentes: da Holanda, Bavária e Hungria.
Durante esse período, formulou o que considerava ser um método geral para encontrar a verdade.
Entre 1630 e 1634, Descartes aplicou seu método no estudo das ciências.
Estudou anatomia, fisiologia, fez dissecações e também se dedicou à ótica, meteorologia, matemática, além de outras áreas da ciência.
Sua principal obra é Discurso do Método de Dirigir Devidamente a Razão e Encontrar a Verdade nas Ciências (1637), mais conhecido apenas como Discurso do Método.
Na obra, ele apresenta a premissa de seu método de raciocínio: “Penso, logo existo”, base de toda a sua filosofia e do futuro racionalismo científico.
Descartes expõe as quatro regras para se chegar ao conhecimento: nada é verdadeiro até ser reconhecido como tal; os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente; as considerações devem partir do mais simples para o mais complexo; e o processo deve ser revisto do começo ao fim, para que nada importante seja omitido.
Escreveu ainda Meditações da Filosofia Primeira (1641) e Princípios de Filosofia (1644).
Em 1649, Descartes aceitou uma irrecusável proposta financeira da rainha Cristina, da Suécia, para ser seu preceptor.
Descartes gostava de dormir e acordar tarde.
Mas a rainha queria suas aulas por volta das cinco da manhã.
Acredita-se que o ar frio da madrugada sueca tenha causado a morte de René Descartes por pneumonia em fevereiro de 1650, apenas quatro meses depois de ter chegado à Suécia.
René Descartes – Biografia
René Descartes
René Descartes (ou Renato Cartesius, como ele assinava, em latim) nasceu em La Haye, Tourenne, em 1596. Sendo de família nobre, foi enviando para um colégio jesuíta em La Flèche, uma das mais célebres escolas da época. Recenbendo a melhor formação filosófica possível dentro das bases escolástica e humanista, com abertura também para o estudo das descobertas científicas da época e da matemática, nem por isso Descartes deixou de se sentir insatisfeito, pois achava a orientação tradicionalista da escola em gritante contraste prático com a visão de mundo que surgia do desenvolvimento científico (especialmente em Física e Astronomia) que pipocava em toda parte.
O que mais o incomodava era a ausência de uma metodologia que abraçasse as idéias e as harmonizasse com uma práxis que conduzissem o estudioso numa forma que lhe possibilitasse guiar-se na “busca da verdade”.
O ensino de filosofia, em La Flèche, que era minsitrado tendo por modelo a escolástica medieval, que levava o espírito dos estudantes para o passado, frequentemente lá deixando-o. O resultado era uma espécie de incompetência intelectual e moral (envoltas em trajes de sabedoria), uma falta de preparo e de adaptabilidade eficaz para os problemas do presente. Isto levou Descartes a um incômodo impasse. Para ele o estudo intensivo de uma visão de mundo já ultrapassada seria como viajar. “Mas quando dedicamos tempo demais a viajar, acabamos nos tornando estrangeiros em nosso próprio país, de modo que aquele que é por demais curioso das coisas do passado, só valorizando o que já foi, na maioria das vezes torna-se muito ignorante das coisas presentes” (Descartes). E o “presente”, na época de Descartes, era o do desenvolvimento do empirismo, da técnica da fabricação de relógios e outros instrumentos, do desenvolvimento da mecânica, do questionamento do poder clerical, do comércio, do florescimento do capitalismo.
Mais do que tudo, era a época de um novo alvorecer: a época da Revolução Científica, cujos principais expoentes até então foram Nicolau Copérnico, Johannes Kepler e Galileu-Galilei.
A Igreja
O papel destes gênios na obra de Dscartes é visível: Copérnico pela coragem de desafiar (mesmo que postumamente, com a publicação de seus trabalhos no ano de sua morte) uma concepção geocêntrica muito cara à Igreja. Depois de Copérnico, a Terra deixou de ser o centro do universo para tornar-se mais um planeta.
A revolução de tal “heresia” parece hoje difícil de ser bem avaliada, mas representou um profundo golpe na hegemonia do conhecimento científico, que estava nas mãos dos padres de Roma; Kepler, por formular suas célebres leis empíricas dos movimentos planetários, que veio a corroborar o sistema de Copérnico, e a demonstrar que o conhecimento da natureza poderia ser adquirido por meio de um trabalho laborioso indepenente do aval religioso; Galileu, por ser o real mentor da mudança de paradigma e visão de mundo da ciência de sua época. Ao dirigir seu telescópio para as estrelas, Galileu provou inconteste que a hipótese de Copérnico era uma teoria válida. Além disso, Galileu foi o primeiro a combinar sistematicamente a experimentação científica com o uso da linguagem matemática.
Isso não foi feito apenas porque a matemática é a “linguagem com que Deus fez o universo”, como dira ele, mas por que se prestava à perfeição para que hipóteses fossem divulgadas e compreendidas apenas por alguns poucos “iniciados”, escapando, assim, da fiscalização inquisitorial. Como disse Fritjof Capra, “Os dois aspectos pioneiros do trabalho de Galileu – a abordagem empírica e o uso de uma descrição matemática da natureza – tornaram-se as características dominantes da ciência no século XVII e subisistiram como importantes critérios das teorias científicas até hoje”.
Para que os cientistas pudessem descrever a natureza em forma matemática, e, assim, poderem ter uma espaço para a discussão de suas idéias sem um grande risco ante os olhos de Roma, Galileu postulou que eles (os cientistas) deveriam se restringir ao estudo das propriedades essenciais dos corpos, ou seja, a todas as propriedadades que pudessem ser mensuradas: forma, quantidade, movimento. Tudo o mais deveria ser posto de lado.
Embora esta abordagem tenha sido muito bem sucedida e tenha permitido o desenvolvimento da ciência, o seu lado negativo foi, como nos diz R. D. Laing, que “perderam-se a visão, o som, o gosto, o olfato e o tato, e com eles foram-se a sensibilidade estética e ética, a qualidade, os valores; todos os sentimentos, motivos, intenções, a alma, a consciência, o espírito. A experiência, como um fato vivido pelo sujeito, foi expulsa do domínio do discusso científico”. Segundo Laing, nada mudou mais o nosso mundo do que a obsessão dos cientistas pela medição e pela quantificação (Capra, 1986).
O Gênio
Foi nesse clima “Galileano” que Descartes respirou o ar que lhe moldaria o gênio. Depois de ter obtido o bacharelado em Direito, pela universidade de Poitiers, Descartes sentiu-se ainda mais confuso e decide se dedicar às armas e alista-se, em 1618, nas tropas de Maurício de Nassau (um nosso conhecido, que esteve no Nordeste do Brasil durante a ocupação holandesa na região), que na ocasião combatia contra os espanhois pela liberdade da Holanda. Por esta época, conhece um jovem físico e matemático, Isaac Beeckman, que o estimulou a estudar física.
Aos 23 anos de idade, Descartes estava em Ulma, ao lado das tropas de Maximiliano da Baviera, quando, entre 10 e 11 de novembro de 1619, ele relata ter tido uma “revelação” ou iluminação intelectual, que iria marcar toda a sua produção a partir de então. Numa noite, após horas de reflexão sobre todo o conhecimento que havia adquirido até aquele dia, ele caiu numa espécie de transe sonambúlico e, então, teve um lampejo súbito onde via, ou melhor, percebia “os alicerces de uma ciência maravilhosa” que prometia ser um método para a unificação de todo o saber e que desenvolveria em sua produção, tendo sido cristalizada, em parte, em seu clássico “O Discurso do Método”. A visão de Descartes despertou nele a crença na certeza do conhecimento científico por meio da matemática. Nos fala Capra que “A crença na certeza do conhecimento científico está na própria base da filosofia cartesiana e na visão de mundo dela derivada, e foi aí, nessa premissa fundamental, que Descartes errou. A Física do século XX mostra-nos convicentemente que não existe verdade absoluta em ciência, que todos os conceitos e teorias são limitados. A crença cartesiana na verdade infalível da ciência ainda é, hoje, muito difundida e reflete-se no cientificismo que se tornou típico de nossa cultura ocidental. O método de pensamento analítico de Descartes e sua concepção mecanicista da natureza influenciaram todos os ramos da ciência moderna e podem ainda hoje ser muito úteis. Mas só serão verdadeiramente úteis se suas limitações forem reconhecidas (…).” (Capra, 1986, p. 53).
A Matemática acima de tudo
A certeza cartesiana é matemática. Descartes acreditava, partindo de Galileu, que a chave para a compreensão do universo era a sua estrutura matemática. Seu método, pois, consistia em subdividir qualquer problema a seus níveis mínimos, separar “as peças que constituem o relógio”, reduzindo tudo até seus componentes fundamentais para, a partir dese nível, se perceber suas relações. Esse método é analítico e reducionista. Não aceita que um todo possa ser compreensível como uma totalidade orgânica ou que esta todo possa ter características que superem a mera soma de suas partes constituintes. Assim, ele negligencia um quebra-cabeças montado como sendo, em seu todo, um sistema significativo. Só a interrelação lógica das peças – se houver – é que, para o método cartesiano, nos dará uma compreensão de todo o quebra-cabeças, o que, convenhamos, é um absurdo quando tomado como regra geral, e não como regra para alguns fenômenos. Esta ênfase no método analítico tornou-se uma característica essencial do moderno pensamento científico. Foi ele que possibilitou levar o homem à lua, mas sua excessiva dominância nos meios científicos também levou à fragmentação características das especializações dos nossos meios acadêmicos, plenos de cientificismo, e no nosso pensamento em geral. Este método, tomando como um dogma, levou à atitude generalizada de reducionismo em ciência – a crença de que a compreensão de partes que constituem um todo (sem levar em conta inter-influências ambientais ou não lineares) podem ser adquiridas plenamente pela análise.
Tendo se estabelecido em definitivo na Holanda, pela liberdade e tolerância desta terra à novas idéias, Descartes aceitou a sugestão do padre Marino Mersenne e do Cardeal Pierre de Bérulle para escrever um tratado sobre metafísica. Mas tal trabalho foi interrompido para escrever o seu Traité de physique. Entretanto, tomando conhecimento da condenação de Galileu por sua aceitação da tese copernicana, Descartes, que compartilhava da mesma e a expunha em seu Tratado, caiu em grande perturbação, e interrompeu o aperfeiçoamento da obra e/ou não divulgando-a. Superada esta fase, Descartes passou a se dedicar ao problema da objetividade da razão frente a Deus.
Assim, entre 1633 e 1637, Descartes passou a fundir suas idéias metafísicas com suas pesquisas científicas, escrevendo seu livro mais famoso: O Discurso do Método, que fazia a introdução de três ensaios científicos: a Dioptrique, o Méteores e a Geométrie . Diferentemente de Galileu, Descartes considerou que era fundamental tentar expor o caráter objetivo da razão e indicar regras para alcançar esta objetividade (este conceito de objetividade é muito questionável hoje em dia. Qualquer escolha de qualquer método ou padrão de medição já demonstra, pela escolha em sí, um grau enorme de subjetividade).
Nesse mesmo período, Descartes se envolve emocionalmente com Helène Jans, com o qual teve uma filhinha amada, Francine, que morreu aos cinco anos. A dor pela perda da filhinha querida acabou por dominar Descartes, deixando marcas em seu pensamento. Ele retomou a elaboração de seu Tratado de Metafísica, agora sob a forma de Meditações, obra que reflete uma alma angustiada. Este lado espiritualista de Descartes é frequentemente negligenciado pelos estudiosos modernos.
Apesar das polêmicas que seus trabalhos metafísicos e científicos provocam, Descartes se lança à elaboração de um trabalho arrojado: os Principia philosophiae que é dedicada à princesa Isabel, filha de Frederico V. Graças a esta amizade entre Isabel e Descartes, temos uma coleção de cartas que esclarece muitos pontos obscuros de suas idéias, particulamente sua concepção da relação da alma (res cogitans) com o corpo e a matéria (res extensa), sobre a moral e o livre-arbítrio.
Em 1649, Descartes aceita um convite da rainha Cristina da Suécia, e muda-se para o novo país. Mas isto acabou por causar a morte de Descartes, pois a rainha Cristina tinha o hábito de ter suas conversações às cinco horas da manhã, o que obrigava Descartes a se levantar muito cedo, o que, junto com o tremendo frio da Suécia, abalou a já frágil constituição física do filósofo. Assim, ao abandonar a corte sueca , Descartes pega uma grave pneumonia que o levou à morte, em 1650.
A Herança Cartesiana
Toda a concepção de mundo e de homem de Descartes se baseia na divisão da natureza em dois domínio opostos: o da mente ou espírito (res cogitans), a “coisa pensante”, e o da matéria (res extensa), a “coisa extensa”. Mente e matéria seriam criações de Deus, partida e ponto de referência comum a estas duas realidades.
Para Descartes (embora os guardiões do racionalismo tentem passar por cima deste ponto), a existência de Deus era essencial à sua filosofia científica, embora seus seguidores de séculos posteriores fizessem de tudo para omitir qualquer referência explícita à Deus, mas mantendo a divisão cartesiana entre as duas realidade: as ciências humanas englobandas na res cogitans e as naturais na res extensa.
Em sua concepção, influenciada pelos avanços na técnica da relojoaria holandesa, Descartes achava que o universo nada mais era que uma máquina. A natureza funcionava mecanicamente de acordo com leis matematizáveis. Esse quadro tornou-se o paradigma dominante na ciências até nossos dias. Ela passou a orientar a observação e produção científica até que a física do século XX passou a questionar seus pressupostos mecanicistas básicos.
Em sua tentativa de construir uma ciência natural completa, Descartes ampliou sua concepção de mundo aos reinos biológicos. Plantas e animais nada mais eram que simples máquinas. Esta concepção criou raízes profundas com conseqüêcias não só a nível biológico, como psicológico (lembremo-nos do Behaviorismo, em Psicologia) e até mesmo econômico (manipulação comercial de animais sem consideração ética alguma). O corpo humano também era uma máquina, diferenciada porque seria habitada por uma alma inteligente, distinguível da máquina-corpo e ligado a ela pela glândula pituitária (é interessante observar que os espíritas dizem que esta glândula têm uma importância muito grande na interrelção espírito-corpo). As conseqüências dessa visão mecanicista da vida para a medicia foram óbvias, tendo exercido uma grande motivação no desenvolvimento da Psicologia nos seus primórdios.
As conseqüências adversas, porém, são igualmente óbvias: na medicina, por exemplo, a adesão rígida a este modelo impede os médicos (os grandes cartesianos) de compreender como muitas das mais terríveis enfermidades da atualidade possuem um forte vínculo psicossomático e sócio-ambiental.
O objetivo da “ciência” de Descartes era a de usar seu método analítico para formar uma descrição racional completa de todos os fenômenos naturais num único sistema preciso de princípios mecânicos regidos por relações matemáticas. É claro que ele não poderia executar sozinho este plano grandioso. Mas seu método de raciocínio e as linhas gerais da teoria dos fenômenos naturais que ofereceu embasaram o pensamento científico ocidental por três séculos (Capra, 1986).
Mesmo que a sua visão de mundo apresente, hoje, sérias limitações, o método geral que ele nos deu ainda é muito útil na abordagem de problemas intelecutais e funciona muito bem. Ele possibilita, ainda, uma notável clareza de pensamento, o qual nos possibilita, inclusive, questionar sua própria origem e visão de mundo. Descartes é, realmente, uma figura fascinante.
René Descartes – Matemático
Matemático francês, nasceu em 31 de Março de1596 na cidade de Haia – Touraine. Mas a sua vida adulta foi passada sempre a viajar pelos paísescultos da Europa.Descartes estudou no bonito e famosocolégio de La Flèche, entre os seus 8 e 16 anos. La Flèche foi construído por Jesuítas poucos anosantes da sua entrada, foi das mais importantes escolas europeias daquela época.
Os anos de estudo que aí viveu formaram a primeira etapa do percurso mais importante da sua vida.Com dezasseis anos deixa La Flèche e adquire, pouco depois, os graus deBacharel e de Licenciatura em Direito pela universidade de Poitiers, a qual deixou em 1616.Durante a sua juventude dedicou-se ao estudo da Lógica, da Geometria e da Álgebra, três disciplinas que lhe pareceram de grande utilidade para o seu projeto.
E para, à partida, garantir maior simplicidade possível no seu método definiu 4 regras que propôs nunca abandonar:
1ª – Não aceitar nada como verdadeiro se não lhe fosse apresentado provas, clareza e distinção.
2ª – Dividir cada uma das dificuldades nas suas partes mais simples, de modo a facilitar a resposta.
3ª – Conduzir o raciocínio por ordem começando pelo mais simples e acabando no mais complexo.
4ª – Fazer enumerações tão completas e gerais a ponto de nada ficar pordizer.
Em 1618, só com 22 anos, inscreve-se no exército do príncipe de Nassau e combate na guerra dos 30 anos.
Desiludido com os resultados dos estudos, decide viajar pelo mundo,conhecer homens, povos e palácios. No período que não tinha combates ou duranteas paragens mais prolongadas decide estudar matemática, uma paixão de sempre.Na noite de 10 de Novembro de 1619, com 23 anos, quando pensava nasolidão, vem-lhe ao pensamento uma ideia genial – pensa descobrir a solução de uma ciência nova baseada no método e nos princípios da Matemática. A descobertadeixa-o excitadíssimo, tanto mais que nessa noite foi surpreendido por 3 sonhosque lhe indicam que fica a seu cargo demonstrar essa ciência. Pouco depois, para agradecer, desloca-se em peregrinação ao Santuário do Coreto.No ano seguinte deixa a rápida carreira das armas, a que a saúde frágil não o parecia destinar, e em 1622 regressa a França. Viaja de novo pela Suíça e pela
Itália. Em 1628, com 32 anos, fixa residência na Holanda por ter encontrado aí a tranquilidade e o sossego.Os estudos de matemática e geometria levam Descartes a desenvolver novasmaneiras de escrever a geometria analítica e a prolongar o alcance teórico da disciplina.Em 1635, com 39 anos, tem uma filha da sua amiga Hélène, vivendo durante algum tempo na sua companhia, deixando os hábitos de solteiro. Mas, em 1640,Francne, a sua filha, fica muito doente e acaba por falecer em Setembro comapenas 5 anos. Descartes, sofrendo pela sua morte, cujo desgosto aumenta com a morte do seu pai, entra na maior tristeza da sua vida.Em 1649, recebeu um convite inesperado da Rainha Cristina da Suécia para visitar o palácio e ficar a viver em Estocolmo. Em 15 de Janeiro conta a um amigo que mal pode esperar pelo dia da partida para Estocolmo.
Em finais do mesmo mês a Rainha chama-o. O frio seco de Estocolmo causa-lhe uma pneumonia que começa a 2 de Fevereiro. Durante uma semana recusa-se a receber qualquer tratamentomédico. A sua saúde complica-se e vem a falecer a 11 do mesmo mês, com 54 anos.
As suas últimas palavras foram: “Vamos alma, à que partir”. As suas cinzasencontram-se em Paris, na Igreja de Saint-Germains-de-Prés.Descartes foi um homem que viajou muito pelo mundo e foi muito feliz com as suas descobertas sobre a Matemática e a Geometria
René Descartes – História
René Descartes é considerado um dos mais célebres filósofos, físicos e matemáticos da História. Seu trabalho, embora visto atualmente com algumas limitações, influenciou e ainda influencia diversas áreas da Ciência — desde a Física e a Matemática até a Psicologia, a Botânica, a Biologia e a Medicina.
Foi um dos primeiros a acreditar que se poderia chegar a determinado conhecimento científico por meio da matemática e achava que a chave para a compreensão do Universo era a sua estrutura matemática.
Em sua concepção, o Universo nada mais era que uma máquina e a natureza funcionava mecanicamente de acordo com leis matematizáveis. Esse quadro tornou-se o paradigma dominante até o século XX, quando os cientistas passaram a questionar seus pressupostos básicos, depois de chegar à conclusão de que não existe verdade absoluta na Ciência.
Descartes foi o terceiro e último filho da primeira esposa de seu pai, que morreu pouco depois do seu nascimento. Com uma saúde frágil durante toda a vida ele foi descrito, em criança, como um menino pálido e sério que sempre desejava conhecer a causa de todas as coisas que existiam por baixo do Sol.
Até os oito anos de idade, o próprio pai dedicou-se à sua educação formal. Depois disso, ele ingressou no colégio jesuíta de La Flèche, onde cursou estudos Lógica, Ética, Metafísica, História, Ciências e Literatura.
Logo se dedicou a trabalhar com álgebra e geometria, que se converteram em suas matérias favoritas. E continuou os estudos na Universidade de Poitiers, onde cursou Direito.
Mas depois que recebeu o diploma, Descartes abandonou todo o estudo das letras e resolveu que “não aspiraria nenhuma outra ciência que não fosse do conhecimento de si mesmo e dos grandes livros do mundo”, conforme ele mesmo declarou em cartas enviadas a amigos.
Aos 22 anos, integrou-se como voluntário no exército do Príncipe Maurício de Nassau e foi enviado à Holanda. Um dia, quando se reunia em meio à multidão na frente de um quartel, pediu a um cavalheiro traduzisse o enunciado de um problema matemático considerado complicado demais para os colegas.
Feito isso, Descartes resolveu o problema e, ao mesmo tempo, ganhou um amigo e mentor para o resto da vida. Isso porque o cavalheiro que o traduziu era nada menos que Isaac Beeckman, um dos maiores matemáticos e doutores da Holanda.
Beeckman logo compreendeu que Descartes não era um soldado comum e esta amizade, feita por acaso, entusiasmouDescartes que, menos de quatro meses depois, informou ao amigo o descobrimento uma nova maneira de estudar geometria.
Na época, o inquietavam os métodos dos geómetras gregos para chegar a conclusões sem um sistema fundamental. Por isso, Descartes propôs corrigi-los, mediante a utilização de linhas e figuras tridimensionais em um gráfico.
Sendo assim, ainda que conservasse as regras da geometria euclidiana, combinava a álgebra e a geometria, até então considerados como independentes, para formar uma nova disciplina matemática: a geometria analítica. Em 1629 decidiu viver definitivamente na Holanda, onde estudou Ótica, Física, Química, Anatomia e Medicina.
Em 1634 ainda não tinha publicado nada, mas seguia dedicado a incorporar todos os seus conhecimentos, desde a astronomia até a anatomia humana em um impressionante tratado que se chamava “O Mundo”.
Seu pensamento foi publicado mesmo, em 1637, quando Descartes deu ao mundo sua geometria analítica como um apêndice modesto do que viria a ser sua obra mestra: “O Discurso do Método”.
Nessa época, toda a cidade de Paris esperava com grande curiosidade a obra do mestre Descartes que, sabendo que a Inquisição havia condenado Galileu por atrever-se a defender a teoria de Copérnico de que o Sol era o centro do Universo, recusou-se a rever o país onde nasceu.
Ao propagar-se sua fama, a realeza começou a cortejá-lo até que, em 1649, resolveu atender a um pedido de ensinar filosofia para a Rainha Cristina, da Suécia, e mudou-se para aquele país. Isto acabou por causar a morte de Descartes, pois a rainha tinha o hábito de ter suas conversações às cinco horas da manhã. A mudança no horário de acordar aliada ao frio da Suécia terminaram por abalar a frágil constituição física do filósofo. Descartes morreu de pneumonia, em 1650. Nasceu em Paris, França, em 1596.
René Descartes nasceu em 13 de Março de 1596 em La Haye, província de Torayne, na França. Morreu em Estocolmo, na Suécia, em 1650. Dezessete anos depois seu corpo retorno para a França onde foi sepultado, em Paris.
René Descartes – Francês
Filósofo, cientista e matemático francês, René Descartes é conhecido como “o pai da filosofia moderna”. Descartes tentou direcionar o estudo da filosofia para uma nova direção, recusando-se a aceitar os pensamentos que predominavam na época. Suas contribuições revolucionaram o estudo da filosofia.
VIDA
Descartes nasceu em La Haye, na França, filho de uma família nobre. Foi educado na Universidade Jesuíta de La Flèche, em Anjou, onde aprendeu matemática e filosofia escolástica – o ramo de filosofia que dominava o pensamento na época -, além dos tradicionais estudos clássicos. Sob a influência dos jesuítas e devido ao cenário na França, o catolicismo exerceu uma grande influência sobre Descartes ao longo de sua vida.
Após terminar a escola, Descartes estudou direito na Universidade de Poitiers, tendo se formado em 1616. Porém, ele nunca exerceu a profissão.
Em 1618, Descartes entrou para o exército holandês, com a intenção de seguir carreira militar. Durante vários anos, ele serviu em outros exércitos; foi enquanto servia ao exército bavário que Descartes decidiu dedicar sua vida à filosofia.
De 1616 a 1624, Descartes viajou pela Europa. Entre 1624 e 1628 ele viveu na França, e durante esta permanência no país, Descartes se dedicou ao estudo da filosofia e da ciência. Em 1628, quando vendeu suas posses na França, ele se mudou para a Holanda, onde passou quase todo o resto de sua vida.
Descartes nunca se casou
Em 1637, Descartes publicou seu livro “O Discurso do Método”, apresentando suas teorias sobre meteorologia, ótica e matemática.
Em 1641, Descartes publicou “Meditações”, que começa desenvolvendo questões sobre o conhecimento. Nessa obra, ele parte do cepticismo e por meio de diversas meditações cuidadosamente pensadas, estabelece a estrutura para a possibilidade do conhecimento.
Em 1644 publicou “Princípios de Filosofia”. “Princípios de Filosofia” é uma obra importante, com afirmações que causaram discussões. Entre elas, Descartes afirma que o vácuo é impossível, que não pode haver uma lacuna no espaço, ou seja nenhuma ausência de matéria. Outra posição polêmica para a época foi de que a matéria é infinitamente divisível.
“O Discurso do Método”, “Meditações” e “Princípios de Filosofia” são algumas de suas renomadas obras.
Em 1649, Descartes foi convidado à corte da Rainha Cristina da Suécia, em Estocolmo, para dar-lhe instruções sobre filosofia. Quatro meses após sua chegada à capital sueca, Descartes contraiu pneumonia que causou sua morte em 1650.
OBRA
A filosofia de sua época era dominada pelo método escolástico, que era inteiramente baseada em comparar e contrastar visões de autoridades reconhecidas e da Igreja. Rejeitando este método, Descartes estava determinado a não acreditar em nada que não tivesse fundamentos para provar que era realmente verdade. Ele acreditava que para chegar à verdade era necessário começar do zero, até mesmo sobre sua própria existência. Descartes acreditava que uma pessoa não deveria buscar respostas baseadas na fé, e sim na suspeita.
Seguindo sua linha de pensamento, seus estudos tiveram início colocando em dúvida sua própria existência. Descartes chegou à conclusão que uma consciência clara de seu pensamento provava sua própria existência. Isso foi considerado um fato verdadeiro a partir do qual ele passou a provar a existência de outras coisas.
Sua conclusão foi expressada através das clássicas palavras Cogito, ergo sum: “Penso, logo existo”.
Ciência
Na ciência, suas idéias e doutrinas foram formuladas e apresentadas na tentativa de conciliar a Igreja e seu compromisso com o método científico. O Método Científico enfrentava a oposição dos membros da Igreja da época.
Por exemplo: Descartes esteve inclinado a declarar em um livro que aceitara a teoria de Copérnico do sol como sendo o centro do universo, porém ele abandonou a teoria quando esta foi declarada uma heresia pela Igreja Católica Romana.
Na ciência, Descartes também apresentou uma abordagem diferente da tradicional. A ciência tradicional chegava à conclusão através de experiências. Descartes, por sua vez, rejeitava essa visão e acreditava que a verdade era alcançada através do racionalismo e da lógica.
No campo da fisiologia, Descartes defendeu a idéia de fluído do sangue de espíritos animais. Segundo ele, os espíritos animais entravam em contato com substâncias racionais no cérebro e circulavam ao longo dos canais dos nervos com o intuito de animar os músculos e outras partes do corpo.
No estudo da ótica, Descartes demonstrou seu estudo da luz, que serviu como base da teoria da luz em termos de ondas.
Matemática
A matemática foi seu maior interesse. Descartes é considerado o criador da geometria analítica. Ele fez uma importante ligação entre geometria e álgebra, que permitia a resolução de problemas geométricos por meio de equações algébricas.
Na álgebra, Descartes colaborou com o estudo de raízes negativas, formulando a regra dos sinais de Descartes, que tinha a finalidade de descobrir o número de raízes positivas e negativas para qualquer equação algébrica.
Conclusão
Descartes teve grande influência no desenvolvimento da filosofia, repercutindo nos estudos da matemática, ciências e também nos campos da justiça e da teologia.
Acima de tudo, seu trabalho filosófico teve um grande impacto sobre o pensamento europeu. Descartes influenciou muitos dos filósofos que vieram posteriormente. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, suas idéias filosóficas estiveram sempre presentes. Grandes filósofos como Locke, Hume e Kant utilizaram suas teorias e princípios. Por estas razões, ele é freqüentemente chamado de o pai da filosofia moderna.
Fonte: www.biography.com/geodesia.ufsc.br/www.meusestudos.com/www.jh-hp.hpg.ig.com.br
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