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Nascimento: 9 de outubro de 1900, Belém, Pará.
Falecimento: 6 de abril de 1934, Campo Grande, Rio de Janeiro.
Ismael Nery – Vida
Descendente de índios, negros e holandeses, Ismael Nery, tinha dois anos de idade quando sua família se fixou no Rio de Janeiro; aos 15, matriculou-se na Escola Nacional de Belas-Artes, da qual foi aluno rebelde e displicente.
Ao contrário de Di Cavalcanti, Tarsila e Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery buscava o universal: nunca o preocupou a eventualidade de uma pintura brasileira.
Por outro lado, em toda a sua obra assoma um só tema: a figura humana.
Foi, na verdade, um clássico, cevado na profunda admiração que devotava a Ticiano, Tintorreto, Veronese e Rafael – admiração que estendeu a Chagall, Max Ernst e Picasso.
Em sua produção, pouco extensa – cerca de cem óleos, apenas, e de um milheiro de aquarelas, guaches e desenhos, distinuem-se três fases: a expressionista, de 1922 a 1923; a cubista, de 1924 a 1927 e a surrealista, de 1927 ao fim da vida.
Se artisticamente o período expressionista-cubista é o mais importante e fecundo (influência de Picasso), o último, marcado por Chagall, é historicamente o de maior relevo, tendo sido Ismael o introdutor do surrealismo entre nós.
Ismael Nery
Ismael Nery cursou a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, entre 1915 e 1920, aproximadamente.
Viajou para Paris (França) em 1920, e lá estudou na Academia Julian.
De volta ao Brasil, trabalhou como desenhista da Seção de Arquitetura e Topografia da antiga diretoria do Patrimônio Nacional do Ministério da Fazenda, onde conheceu o poeta Murilo Mendes, em 1921.
No ano seguinte casou-se com a jornalista e escritora Adalgisa Nery, modelo constante em sua obra.
Em 1924 ilustrou o livro Contos e Poemas Bíblicos, de Nelson Catunda. Seus poemas foram publicados postumamente na revista A Ordem, números de fevereiro e abril, por iniciativa de Murilo Mendes.
Em 1946 ocorreu a publicação de oito de seus poemas na Antologia de Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, organizada por Manuel Bandeira.
Considerado o precursor do Surrealismo no BrasiI, Ismael Nery é um dos expoentes da pintural nacional do século XX.
Sua esparsa, porém significativa obra poética vincula-se à segunda geração do Modernismo.
O amigo Murilo Mendes escreveu, sobre seus poemas: “o germe da poesia, essencial ao teu ser/Se prolongará através das gerações.”
NASCIMENTO/MORTE
1900 – Belém PA – 9 de outubro
1934 – Rio de Janeiro RJ – 6 de abril
LOCAIS DE VIDA/VIAGENS
1900/1902 – Belém PA
1902/1934 – Rio de Janeiro RJ
1920 – Paris (França)
1921 – Europa e Oriente Médio – Viagem
1927 – Paris (França) – Viagem
1929 – Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina) – Viagem
1931/1933 – Rio de Janeiro RJ – Permanência no Sanatório das Correias
VIDA FAMILIAR
Filiação: Ismael de Serra Ribeiro Nery e Marieta Macieira Maciel Nery
1909 – Rio de Janeiro RJ – Morte do pai
1918 – Rio de Janeiro RJ – Morte de seu único irmão, João Nery
1922 – Rio de Janeiro RJ – Casamento com Adalgisa C. Noel Ferreira, escritora (Adalgisa Nery). Filhos: Ivan Nery e Emanuel Nery
FORMAÇÃO
1915c./1920c. – Rio de Janeiro RJ – Estuda na Enba
1920 – Paris (França) – Estuda na Academia Julian
1920/1934 – Influência de Chagall, Picasso, Max Ernst e G. Klimt
CONTATOS/INFLUÊNCIAS
Convivência com Álvaro Moreyra, André Breton, Aníbal Machado, Antonio Bento, Antonio Costa Ribeiro, Barreto Filho, Di Cavalcanti, Evandro Pequeno, Guignard, Jorge Burlamaqui, Jorge de Lima, José Fernando Carneiro, Lívio Xavier, Lucílio de Albuquerque, Lúcio Costa, Manuel Bandeira, Marcel Noll, Mário Pedrosa, Murilo Mendes, Murity Santos, Portinari
ATIVIDADES LITERÁRIAS/CULTURAIS
1915c./1934 – Rio de Janeiro RJ – Artista plástico
1921 – Rio de Janeiro RJ – Desenhista da Seção de Arquitetura e Topografia da antiga diretoria do Patrimônio Nacional do Ministério da Fazenda, onde conhece Murilo Mendes
1924c. – Rio de Janeiro RJ – Ilustrador do livro Contos e Poemas Bíblicos, de Nelson Catunda
1935 – Rio de Janeiro RJ – Publicação póstuma de poemas na revista A Ordem, números de fevereiro e abril, por iniciativa de Murilo Mendes
1946 – Rio de Janeiro RJ – Publicação póstuma de oito poemas na Antologia de Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, organizada por Manuel Bandeira (Ed. Z. Valverde)
OUTRAS ATIVIDADES
1920c./1934c. – Rio de Janeiro RJ – Estudos em arquitetura, sem executar projetos definitivos
HOMENAGENS PÓSTUMAS
1953 – São Paulo SP – Nome de rua na Água Fria
GÊNEROS
Poetas Bissextos
Ismael Nery – Pinturas
Ismael Nery nasce em Belém do Pará e muda-se ainda criança para o Rio de Janeiro.
Em 1917 matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes e em 1920 viaja para Paris e estuda por um ano na Académie Julien.
Até 1923, a pintura de Ismael Nery carrega traços nitidamente expressionistas, com grande produção, mas que não representa ainda toda a riqueza de sua obra. A partir de 1924, assume um rigor cubista que direciona sua arte para a redução de elementos e a geometrização de formas e planos.
Cria um sistema filosófico, denominado Essencialismo, baseado, segundo o amigo Murilo Mendes, na abstração do tempo e do espaço.
Em 1927 viaja a Paris, onde conhece o pintor russo Marc Chagall, quemuito o impressionaria.
A partir dessa época, escasseiam as pinturas e se amplia muito a sua obra gráfica, em desenhos e aquarelas.
Apesar da sua curta existência (morre em 1934, por conta de uma tuberculose) Ismael Nery deixa uma obra muito consistente, que será redescoberta em 1966, quando é realizada uma individual sua na Petite Galerie, no Rio de Janeiro.
Em 1967, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro também realiza exposição do pintor.
Essas duas exposições geram uma releitura da sua obra, contextualizando-a no modernismo de 1920, embora Ismael Nery fosse independente do grupo modernista nunca tivesse procurado construir uma obra interpretativa da brasilidade.
De lá para cá, Ismael Nery tem se afirmado como uma das figuras mais importantes da arte contemporânea brasileira.
CRONOLOGIA
1900 – Nasce em Belém do Pará, a 9 de outubro.
1917/1920 – Rio de Janeiro RJ – Estuda na Enba.
1920/1921 – Paris (França) – Estuda na Académie Julien.
1921 – Rio de Janeiro RJ – Trabalha como desenhista da Seção de Arquitetura e Topografia da antiga Diretoria do Patrimônio Nacional do Ministério da Fazenda, onde conhece o poeta Murilo Mendes.
1929 – Individual, no Palace Theatre, Belém (PA).
Individual, na Galeria do Palace Hotel, Rio de Janeiro.
1930 – Individual, no Studio Nicolas, Rio de Janeiro.
Nova York (Estados Unidos) – The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center of Roerich Museum.
1931 – Salão Revolucionário, na Enba, no Rio de Janeiro.
1933 – 2ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, São Paulo.
3ª Salão da Pró-Arte, Rio de Janeiro.
1934 – Morre no Rio de Janeiro, a 6 de abril.
1935 – Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna, Rio de Janeiro.
Retrospectiva, na Pró-Arte, Edifício da Associação dos Empregados do Comércio, organizada por Murilo Mendes, Rio de Janeiro.
1948 – Murilo Mendes publica uma série de artigos intitulados Recordação de Ismael Nery, no jornal O Estado de S. Paulo.
1965 – 8ª Bienal Internacional de São Paulo.
1966 – Retrospectiva, na Petite Galerie, Rio de Janeiro.
Retrospectiva, no MAM/RJ, Rio de Janeiro.
1967 – 5º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ.
Pioneiros da Arte Moderna do Brasil, no Diretório Acadêmico da Enba, Rio de Janeiro.
1969 – 10ª Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo.
Vídeo Sérgio Santeiro: O Guesa, Ismael Nery, Viagem pelo Interior Paulista, de Paulo Mendes de Almeida – Funarte
1970 – São Paulo SP – Ismael Nery: 40 anos depois, no MAB/Faap
1971 – São Paulo SP – Ismael Nery, no A Hebraica.
Ismael Nery, na Galeria Barcinsky, Rio de Janeiro.
1972 – São Paulo SP – A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no MASP.
1973 – É publicado o livro Ismael Nery, de Antônio Bento, com introdução de Murilo Mendes.
1974 – Ismael Nery: 1900-1934, no MASP, São Paulo.
Retrospectiva, no MAB/Faap, São Paulo.
1975 – SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall, São Paulo.
1980 – Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici, Rio de Janeiro.
1981 – Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico, Maceió, Alagoas.
1982 – 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap, São Paulo.
Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
Universo do Futebol, no MAM/RJ
1984 – Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP.
Ismael Nery: 50 anos depois, no MAC/USP, São Paulo.
7º Salão Nacional de Artes Plásticas – Salão de 31, Rio de Janeiro.
Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal, São Paulo.
A crítica Aracy Amaral lança um livro sobre a obra do pintor.
1985 – 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal, São Paulo.
Exposição circulante por Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre – Rio: vertente surrealista.
1987 – 19ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal, São Paulo.
Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ.
Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée dArt Moderne de la Ville de Paris, França.
O Ofício da Arte: pintura, no Sesc, São Paulo.
1988 – Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP.
Vídeo Pés Descalços, Mulatas, Anjos e Serras, de Zita Bressane – TV Cultura/Fundação Padre Anchieta.
1989 – Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor, Fortaleza.
Seis Décadas de Arte Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal.
1992 – Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas, Minas Gerais.
1993 – 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP, São Paulo.
Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA , Rio de Janeiro.
Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura de Poços de Caldas, Minas Gerais.
Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB, Rio de Janeiro.
O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi, São Paulo.
O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap, São Paulo.
1994 – Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no MASP, São Paulo.
Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal, São Paulo.
Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura de Poços de Caldas, Minas Gerais.
O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ.
Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ.
1995 – Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, na MAM/RJ.
1996 – Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP, São Paulo.
1997 – 25º Panorama de Arte Brasileira, no MAM/SP.
1998 – 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal, São Paulo.
Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo: doações recentes 1996-1998, no CCBB, Rio de Janeiro.
Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles, São Paulo.
O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ, no MASP, São Paulo.
2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal, São Paulo.
Ismael Nery 100 Anos: a poética de um mito, no MAB/Faap, São Paulo, e no CCBB, Rio de Janeiro.
Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.
Ismael Nery – Biografia
Ismael Nery em foto de 1929, retirada do livro Ismael Nery – 50 anos depois, p. 23
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1909 e em 1918 matriculou-se na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1920 viajou para Paris, onde frequentou a Academia Julian por um ano. No ano seguinte percorreu vários países europeus e a Palestina.
De volta ao Brasil, é nomeado desenhista arquiteto da antiga Diretoria do Patrimônio Nacional do Ministério da Fazenda. Começou a desenhar e a pintar em 1922, executando trabalhos expressionistas e cubistas até 1927. Neste ano viajou novamente para a Europa, lá permanecendo por vários meses. Durante este período se relacionou com pintores surrealistas e frequentou o ateliê de Chagall.
A partir do seu retorno ao Brasil, se inicia a mais importante fase de sua curta carreira. Expõe em Belém do Pará em 1928 e no ano seguinte no Pálace Hotel do Rio de Janeiro. No final desse mesmo ano realiza rápida viagem a Montevidéu e Buenos Aires. Em 1930 participa de uma coletiva enviada pelo governo brasileiro ao Roerich Museum, de Nova Yorque. Acometido de tuberculose, é internado no Sanatório de Correias em 1931, falecendo três anos mais tarde.
“Dançarina Russa”, realizada entre os anos de 1922 e 1927, possui características expressionistas. Nesse trabalho Ismael Nery já se mostra dono de uma extraordinária segurança técnica e firmeza, fruto de sua convivência com os mestres europeus.
Fonte: www.pinturabrasileira.com/www.bcb.gov.br
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