Guignard

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Nascimento: 25 de fevereiro de 1896, Nova Friburgo, Rio de Janeiro.

Falecimento: 25 de junho de 1962, Belo Horizonte, Minas Gerais.

Guignard – Biografia

Guignard
Guignard – Autoretrato

Guignard, o mais empático e lírico pintor modernista brasileiro, nasceu em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1896 e faleceu em Belo Horizonte, em 1962.

Sobressaiu-se como paisagista mas criou também magníficas naturezas-mortas e importantes retratos.

Foi um artista completo pois atuou em todos os gêneros da pintura – de naturezas-mortas, paisagens, retratos até pinturas com temática religiosa e política, além de temas alegóricos.

Foi, portanto, um dos mestres da pintura brasileira na primeira metade do século XX.

Ainda que o paisagismo de sua pintura esteja imbuído de um encantamento e de uma afetividade intensos, Guignard permanece irredutível a todo apelo nacionalista ou a qualquer outro iedário.

Suas cores pousam sobre a tela com a leveza de aquarela, a aparente ingenuidade das composições faz ainda mais enignmáticas e complexas a serenidade, a íntima ternyra e a sabedoria da visão de Guignard.

Neto de um cabeleireiro da corte de D.Pedro II, em Petrópolis, Alberto Guignard, ficou órfão de pai ainda menino. A mãe, inconformada com a perda do marido, casa-se em seguida com um barão alemão arruinado, bem mais jovem que ela, com quem se muda para a Alemanha, levando junto Guignard. Sua formação foi alicerçada em bases européias pois lá viveu dos 11 anos aos 33. Lá freqüentaria as Academias de Belas Artes de Munique e Florença.

Em Munique, Guignard dedicou-se sobretudo ao desenho, técnica que exercitou exaustivamente. De volta ao Brasil nos anos 20, tornou-se um nome representativo dessa década e da seguinte, juntamente com Cândido Portinari, Ismael Nery e Cícero Dias. Alguns críticos atribuem à vivência internacional de Guignard as influências do fauvismo matissiano, da vitalidade cromática de Raoul Dufy, do laconismo formal de Paul Cezanne e da fleuma naïf de Henri Rousseau.

Se foi ou não influenciado, Guinard também influenciou pois ainda jovem orientou um grupo – uma espécie de atelier coletivo – do qual participavam Iberê Camargo, Vera Mindlin e Alcides da Rocha Miranda.

Nessa época, a convite do então prefeito de Belo Horizonte, Jucelino Kubitschek, que estava pretendendo criar um pólo cultural em Belo Horizonte, deixa o grupo e muda-se para aquela cidade onde instala um curso de desenho-pintura no recém-criado Instituto de Belas Artes.

Guignard gostou tanto do que viu em Minas que meses depois da primeira visita mudou-se de vez para a cidade.

Tornou-se um apaixonado pela paisagem e a gente de Minas Gerais. Extrovertido e triste, sempre oscilou entre a rigidez e a riqueza da emoção. Com belos resultados que o fizeram, ao mesmo tempo clássico e lírico e com muitos “escorregões”, principalmente no fim da vida, quando pintava em desordem pouco inspirada. Os que o conheceram lembram sua espontaneidade e ternuras infantis, às quais se misturava uma grande tristeza. “Pintar, para ele, era viver”.

Até a sua morte, Guignard expõe inúmeras vezes no Brasil, ressaltando-se as restrospectivas que lhe foram dedicadas em1953, pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e pelo Museu Lasar Segall, em 1992.

O Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, sob a curadoria do marchand Jean Boghici, amigo pessoal de Guignard, realizou em abril de 2000, uma restrospectiva com ares de megaesposição internacional. A exposição ocupou 2 mil metros quadrados de uma das galerias do Museu e deve ter sido uma resposta às críticas de que o MNBA tivese virado palco de mostras blockbusters, certamente em função das exposições de Rodin, Monet e Dalí (realizadas entre 1995 a 98). O artista plástico Antonio Dias, em entrevista ao JORNAL DO BRASIL havia ironizado o calendário do museu, afirmando que “depois das mostras Dalís, é a vez das mostras daquis”.

Alberto da Veiga Guignard – Vida

Guignard
Guignard – Autoretrato

Nasceu em Nova Friburgo (RJ) em 1896. Em 1917 ingressa na Real Academia de Belas Artes, em Munique, Alemanha, onde estuda com o pintor Hermann Groeber e com o artista gráfico e ilustrador Adolph Hengeleer,do grupo Sezession.

Em 1918 reside na casa de campo de sua mãe, em Grasse, França, seguindo para a Suíça e Itália, onde toma conhecimento da moderna arte européia. Retorna ao Brasil em 1929, após morar em Florença, e trabalha como pintor e desenhista na Fundação Osório, no Rio de Janeiro.

Transfere-se para Minas Gerais em 1944, a convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, para dirigir a Escola de Artes de Belo Horizonte, hoje Escola Guignard. Em torno do artista se agrupa a juventude mineira interessada na arte moderna. Por falta de espaço adequado, o curso funcionou em regime de ateliê livre, no Parque Municipal, num ambiente propício à criação.

Em 1944, é designado para organizar a Exposição de Arte Moderna e BH, durante um mês, debate e respira arte. A presença de Guignard em Belo Horizonte inspira subversão à ordem. O Parque Municipal torna-se pátio de discussões livres e as novas orientações artísticas causam espanto ao acanhado ambiente local. Quadros de seus alunos chegaram a ser destruídos durante uma mostra coletiva.

Ao registrar as paisagens bucólicas da vida mineira, Guignard recria a aura religiosa e saudosista que envolve as montanhas das cidades barrocas. Vivendo em Ouro Preto entre 1961 e 1962, intensificam-se seus registros da cidade. Morreu em 1962 e seu corpo está enterrado na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto.

Em 1987 Ouro Preto criou o museu Casa Guignard, onde estão algumas de suas obras mais importantes.

Guignard
Guignard – Autoretrato

NASCIMENTO/MORTE

1896 – Nova Friburgo RJ: Nasce com lábio leporino – característica que tem importância decisiva na sua vida e obra. Jamais escondeu o corte no lábio superior nos auto-retratos, transferindo-o para as figurações de Cristo
1962 – Belo Horizonte MG 26 de junho:
Morre de insuficiência cardíaca. Conforme seu desejo, é sepultado no cemitério da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto

LOCAIS DE VIDA

1896c. /1906 – Petrópolis RJ – Reside na cidade até o falecimento do pai
1906 –
Rio de Janeiro RJ
1908
– Vevey (Suíça) – Muda-se com a família após o segundo casamento da mãe
1909/1914c.
– Momères, Bangnères-de-Bigorne, Tarbes e Nice (França)
1915c. /1918c.
– Munique (Alemanha) – Trabalha com comércio e jardinagem, é internado numa fazenda-escola em Freising
1918/1919 –
Grasse (França) – Vive numa casa de campo com a mãe
1920c. /1924
– Munique (Alemanha)
1925/1928c
. – Florença (Itália)
1928 –
Paris (França)
1929/1940c
. – Rio de Janeiro RJ
1940c. /1942c. –
Itatiaia RJ – Permanece no Hotel Repouso, por causa do alcoolismo. Pinta o interior da sua cabana (preservada como Cabana Guignard) e o próprio hotel
1942c. /1943c.
– Rio de Janeiro RJ
1944/1961c.
– Belo Horizonte MG – Mantém ateliê em Sabará e, posteriormente, em Ouro Preto
1962
– Ouro Preto MG

VIDA FAMILIAR

1906 – Seu pai morre em acidente com arma de fogo. Há suspeita de suicídio
1923
– Munique (Alemanha) – Casa-se com Anna Doring, estudante de música, filha da dona da pensão onde reside. A esposa o abandona logo em seguida e morre em 1930, num hospital de indigentes em Munique. Estes fatos marcam sua obra por toda a vida
1926c.
– Morre sua mãe e sua única irmã. A partir de então, não tem contato com nenhum parente

FORMAÇÃO

1915/1918 e 1921/1923 – Munique (Alemanha) – Na Real Academia de Belas Artes de Munique cursa desenho e pintura com os professores Hermann Groeber, membro da Sezession alemã, e Adolf Hengeler, artista gráfico e ilustrador. A ênfase é dada ao desenho com modelo vivo, apenas com lápis e sombreado
1918c.
– Paris (França) – Cursa desenho
1921c
. – Munique (Alemanha) – Freqüenta assiduamente a Pinacoteca de Munique, interessando-se pela coleção de arte flamenga

VIAGENS

1928 – Paris (França) – Conhece Pablo Picasso, Utrillo e Henri Matisse

ATIVIDADES EM ARTES VISUAIS

Pintor, professor, desenhista, ilustrador, gravador

1931/1943 – Rio de Janeiro RJ – É professor de desenho e pintura na Fundação Osório, em Rio Comprido
1932/1938 –
Rio de Janeiro RJ – É nomeado diretor artístico de festas carnavalescas e organizador de exposições para a Sociedade Pró-Arte
1935c.
– Rio de Janeiro RJ – É professor de desenho, com Candido Portinari, no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal
1941
– Rio de Janeiro RJ – Integra a Comissão Organizadora da Divisão de Arte Moderna do Salão Nacional de Belas Artes, com Oscar Niemeyer e Aníbal Machado
1942/1960
– Brasil – Realiza ilustração para livros de autores nacionais
1942c. /1943c
. – Rio de Janeiro RJ – Reside na casa de Barros Carvalho, onde realiza pintura no teto – hoje sede da RioArte
1943/1944
– Rio de Janeiro RJ – Orienta alunos do Grupo Guignard, em ateliê na Rua Marquês de Abrantes, nomeado A Nova Flor do Abacate pelo poeta Manuel Bandeira
1944/1962 –
Belo Horizonte MG – A convite do prefeito Juscelino Kubitschek, transfere-se para a capital mineira onde leciona e dirige o curso livre de desenho e pintura da Escola de Belas Artes. A partir de 1946, a escola funciona em instalações precárias. Guignard permanece no seu comando até sua morte, em 1962. Depois, em sua homenagem, ela passa a chamar-se Escola Guignard, também conhecida como Escola do Parque
1952
– Belo Horizonte MG – Organiza o 7º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, na Prefeitura de Belo Horizonte.

Fonte: www.geocities.com/www.galeriaerrolflynn.com.br

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