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O que foi o Neoconcretismo?
No Brasil, pioneiramente em São Paulo, vigorava o concretismo, cujo objetivo era representar o mundo da forma que realmente era, para tanto eram privilegiadas as formas e as artes acabaram sendo vistas como circulação de informação.
A sociedade artística do Rio de Janeiro passou a refletir sobre o concretismo e a partir disto a não concordar com as diretrizes que a arte brasileira tomava, portanto, criou um movimento para responder e renovar a arte com visões mais sensíveis, as quais acreditavam ser mais compatíveis com o que é arte. Foi-se instalado, assim, o movimento artístico neoconcretismo, opostamente ao anterior este tinha como objetivo usar a arte como modo de expressão, inclusive permitindo a experimentação como obra artística.
O neoconcretismo se dividiu em dois grupos, em um que estimulada o sentido tátil e a interação dos espectadores e o outro focado em misturar técnicas e matérias, ambos sem deixar e lidar quase que exclusivamente com as artes visuais: pinturas, esculturas ou instalações. Para esses grupos os principais artistas do movimento foram Lygia Pape, Sérgio de Camargo, Lygia Clark e Helio Oiticica.
Outros artistas de destaque no neoconcretismo foram Ferreira Gullar, quem permeou entre a literatura puramente escrita e a literatura com jogo de objetos e Reynardo Jardim, um jornalista e também artista literário que escrevia peças e poemas.
Dentre esses e outros, os protagonistas do movimento, Lygia Clarck e Ferreira Gullar, foram os mentores do manifesto Neoconcreto quando publicaram suas ideias no Jornal do Brasil em 1959. Tal publicação foi, por consequência, a abertura da primeira exposição de arte neoconcreta, a qual teve maciça participação dos artistas envolvidos. Outras duas exposições ocorreram nos anos seguintes, inclusive sendo uma em São Paulo. Outro ponto interessante a ser observado é que toda essa movimentação artística gerou uma ruptura também com a arte moderna, a qual vigorava mais fortemente em todo o país.
Ideologicamente, o neoconcretismo se apoiou na filosofia de Merleau-Ponty, tentando levar a arte para um ser sensível, o que possibilita ainda mais facilmente a subjetividade e a livre criação. Mesmo que não abandone o uso de formas geométricas para se expressar, essa filosofia apenas visa a utilização de maneira mais livre de qualquer técnica.
Luciana Moretti Angelo
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