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O que foi a arte povera?
Com o fim da segunda guerra mundial e as mudanças sociais e ideológicas que iniciaram a partir desse fato, surgiu um movimento artístico na Itália: a arte povera que é traduzida por arte pobre.
Tal denominação foi dada pelo crítico de arte Germano Celante em ocasião de uma exposição por ele mesmo organizada em 1967, na cidade de Gênova. Deste evento participaram vários artistas importantes para o movimento que estava em voga, cada qual com suas obras “pobres”, chamadas assim pelas características de técnica e de materiais utilizados.
Apesar de uma repercussão mundial relativamente grande por conta do alto valor crítico, a arte povera se desenvolveu com mais força na própria Itália, principalmente em Turim, Veneza, Milão, Gênova, Nápoles e Bolonha.
A arte povera foi iniciada na década de 60 e durou aproximadamente 10 anos, sendo um movimento tão efêmero quanto as obras criadas no período.Para esse efeito temporário eram usados materiais simples como sucatas, papelão, pedra, plásticos, garrafas e materiais perecíveis como sementes, comida, areia, madeira, etc.
Michelangelo Pistoletto
Ter o tempo determinado para duração da obra fazia parte do intuito de efemeridade contida na crítica feita a sociedade em forma de arte. As propriedades físicas e químicas das peças utilizadas eram consideradas quanto a degradação que poderiam sofrer devido ao tempo cronológico e ao clima submetido, tendo em vista que muitos desses trabalhos estavam expostos em áreas abertas, suscetíveis a transformações.
Dessa maneira o movimento de arte povera cumpria seu papel de crítica social perante a questão do consumismo que estava avançando na Europa, pois colocava de forma visual a efemeridade embutida no estímulo de consumir em excesso.
Também se tentou desvincular a arte do comércio e do sistema capitalista, ao ressignificar os materiais usados, e não tratar mais de beleza das obras e sim dos signos, nesse sentido muitas das obras poveras misturou estilos de peças, materiais novos e velhos ou ainda interligando ideias e objetos tecnológicos com outros simples e precários.
Mario Merz
Essas obras pobres propunham, por mesmo motivo crítico, a interação do público com a arte, assim muitas obras são em forma de instalações interativas, trabalhos que colocam os espectadores a participarem da obra e a enxergarem de diferentes formas e ângulos.
Luciana Moretti Ângelo
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