Arte Contemporânea

Arte Contemporânea – O que é

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A Arte Contemporânea é a arte produzida no presente período de tempo.

A Arte Contemporânea inclui, e desenvolve a partir de, arte pós-moderna, que é em si um sucessor para a arte moderna.

Estritamente falando, o termo Arte Contemporânea” refere-se a arte feita e produzida por artistas que vivem hoje.

Artistas de hoje trabalhar e responder a um ambiente global que é culturalmente diversificada e tecnologicamente avançada, e multifacetada.

Trabalhando em uma ampla variedade de mídias, artistas contemporâneos, muitas vezes refletir e comentar sobre a sociedade moderna.

Arte Contemporânea – Definição

A Arte Contemporânea é a arte de hoje, produzidos por artistas que estão vivendo no século XXI.

A Arte Contemporânea oferece uma oportunidade para refletir sobre a sociedade contemporânea e as questões relevantes para nós mesmos e o mundo ao nosso redor.

Os artistas contemporâneos trabalham em um mundo globalmente influenciado, culturalmente diversificado e tecnologicamente avançado. Sua arte é uma combinação dinâmica de materiais, métodos, conceitos e temas que desafiam os limites tradicionais e desafiam a definição fácil. Arte diversificada e eclética, contemporânea como um todo se distingue pela própria falta de um uniforme, princípio organizador, ideologia ou “ismo”.

A Arte Contemporânea é parte de um diálogo cultural que diz respeito a quadros contextuais maiores, como identidade pessoal e cultural, família , comunidade e nacionalidade.

É um período artístico que surgiu na segunda metade do século XX e se prolonga até aos dias de hoje.

Arte Contemporânea – Realidade

No final dos anos 50, depois da série de ismos surgida na primeira metade do século, a idéia de uma arte que copie a realidade está completamente falida.

Para uns, o jogo de formas e cores é suficiente por si só; para outros, uma obra de arte deve expressar idéias; outros ainda consideram essa expressividade fruto do diálogo da arte com a realidade.

A partir dos anos 60, para muitos a arte não deve mais se distinguir da realidade e sim ser parte dela, abolindo portanto todos os suportes – a parte física das obras. São artistas que dispensam a tela, o papel, a escultura e buscam novas formas de expressão.

Arte Conceitual

Criada nos anos 60 por Joseph Kossuth a partir das idéias de Marcel Duchamp, a arte conceitual parte do princípio de que o simples deslocamento dos objetos de seu contexto habitual pode provocar uma reação reflexiva do observador.

A combinação de alguns elementos sugere idéias; em Uma e três cadeiras (1965), por exemplo, Kossuth propõe uma discussão sobre os limites da linguagem contrapondo uma cadeira (o objeto tridimensional), uma foto de cadeira (sua tradução bidimensional) e a palavra cadeira (sua versão simbólica).

A arte conceitual gera, nos anos 70, o conceito de “instalação” – um arranjo cênico de objetos, que vem a se tornar a linguagem predominante da arte no fim de século. Variante da arte conceitual é a land art (arte da terra), dos ingleses Richard Long e Robert Smithson, que intervêm em formas da natureza, colocando por exemplo círculos de pedra numa clareira de floresta.

Arte Contemporânea
Arte Contemporânea

Minimalismo

O minimalismo surge em 1960 e utiliza um mínimo de recursos e a simplificação extrema da forma. O termo é mais aplicado à arte tridimensional do italiano Piero Manzoni e dos norte-americanos Donald Judd e Robert Morris. O método minimalista ordena unidades formais, idênticas e inter-relacionadas, criando freqüências seriais (como modulações) que questionam os limites da sensação, ao repetir-se ao infinito ou inverter continuamente as escalas. Nesse sentido, a obra nunca está acabada e, como o universo físico na teoria da relatividade, depende sempre do observador.

Pop Arte

Ainda nos anos 50, surge com o inglês Richard Hamilton a pop art, que nos anos 60 se torna o movimento artístico mais influente dos EUA. Sua idéia é reutilizar imagens da sociedade de consumo (de marcas industriais a celebridades), chamando a atenção do espectador para sua qualidade estética e poder de atração, fazendo ampliações ou variantes cromáticas. Andy Warhol faz serigrafias com o rosto de artistas de cinema (Marilyn Monroe) e embalagens de alimentos (sopa Campbell’s).

A bandeira americana (utilizada por Jasper Johns), histórias em quadrinhos (Roy Lichtenstein) e outros ícones da comunicação de massa são usados. No caso de Robert Rauschenberg, colagens e ready-mades servem para incorporar maior grau de conceitualização à pop art, discutindo questões como a fragmentação obsessiva e fetichista do mundo contemporâneo.

Arte Povera

Nos anos 70, na Itália, sob influência da arte conceitual e também como reação à “assepsia” minimalista, surge a arte povera (arte pobre). O material das obras é inútil e precário, como metal enferrujado, areia, detritos e pedras.

Na combinação dos elementos, a arte povera põe em questão as propriedades intrínsecas dos materiais (que podem mudar de características com o tempo, ou ter qualidade estética inesperada) e o valor de uso na economia capitalista contemporânea. Giovanni Anselmo é o principal praticante da arte povera.

Arte Performática

O pioneiro da arte performática, que nos anos 70 se torna moda mundial, é Allen Kaprow, que cria em 1959 o happening (acontecimento): uma apresentação aparentemente improvisada, em que o artista se vale de imagens, músicas e objetos e incorpora a reação do espectador. Do happening nasce depois a performance, que é planejada e não prevê participação da platéia.

Em 1965, por exemplo, Joseph Beuys cobriu o rosto com mel e folhas de ouro, pegou nos braços o cadáver de uma lebre e percorreu uma exposição de pinturas discursando sobre a futilidade da arte diante da tragédia ecológica.

Variante da arte performática é a body art (arte do corpo), do francês Yves Klein e do norte-americano Bruce Nauman, que usa o corpo humano, como garotas nuas pintadas de azul que, dançando, se jogam contra telas em branco.

Hiper Realismo

No final da década de 60, inspirados pela pintura de Edward Hopper, artistas norte-americanos como Chuck Close, Richard Estes e Malcolm Morley proclamam o retorno ao figurativismo. Ainda que centrado na técnica clássica de perspectiva e desenho e na preocupação minuciosa com detalhes, cores, formas e textura, não postula a arte como cópia fotográfica da realidade. Utiliza-se de cores luminosas e pequenas figuras incidentais, para pintar de maneira irônica e bonita o caos urbano atual.

Neofiguração

Nos anos 70 e 80, a volta da pintura figurativa ocorre de diversas maneiras. Na transvanguarda italiana, por exemplo, artistas como Sandro Chia e Mimmo Paladino contrapõem o antigo ao moderno, num ecletismo que reflete a própria história da arte. O mesmo ocorre na arquitetura pós-modernista de Paolo Portogallo, que mistura os mais diversos estilos.

Mas há também um retorno do figurativismo por uma perspectiva diferente. Na pintura do alemão Anselm Kiefer, por exemplo, paisagens e pessoas aparecem num mundo expressionista de angústia e solidão, mas não são “retratadas”.

Nela, as figuras são tão significativas quanto a textura das camadas de tinta. Há uma ponte entre a técnica abstrata (que busca a expressão no arranjo formal) e a figurativa clássica (que busca a expressividade do objeto que retrata).

Outros artistas neofigurativos: os ingleses Francis Bacon, Lucian Freud e Frank Auerbach e o franco-polonês Balthus.

Arte Contemporânea – Brasileira

A Arte brasileira contemporânea possui uma história tão longa quanto a dos países culturalmente hegemônicos. Dela participam umas quatro gerações ou safras de artistas que aqui produziram e hoje emprestam sentido genealógico às gerações mais novas, referenciando-as. Não pretendo com isso negar as influências internacionais diversas a que estamos naturalmente submetidos, mas enfatizar uma tradição interna cujo sentido singular encontra-se em nossa história da arte recente, fruto da tensa interseção do nacional com o global.

A observação procede já que o tema do presente Simpósio (Arte Contemporânea no Limiar do Século XXI), impõe um recorte específico ao complexo conjunto, plural e heteróclito, tecido nos últimos 45 anos, que chamamos de produção contemporânea brasileira. Entre sobrevoar a floresta com o discurso crítico-teórico, e a apresentação direta, visual, de uma de suas espécies, escolhi a segunda opção.

Apresentarei um segmento ainda pouco conhecido da mais jovem e recente produção contemporânea, cujas intervenções públicas e institucionais correspondem simultaneamente ao espírito de nossa época e à uma genealogia de artistas que começa com as experiências de Flávio de Carvalho, a participação do público e a integração entre arte e vida propostas por Lygia Clark e Hélio Oiticica, passa pela crítica institucional de Nelson Leirner, até as situações e experiências de Artur Barrio e as Inserções em Circuitos Ideológicos de Cildo Meireles. Eu não poderia falar sobre este tema sem a preciosa colaboração de Marisa Florido César, pesquisadora e curadora do Rio de Janeiro, que vem estudando o assunto desde as primeiras manifestações desta tendência lá pela passagem da década de 1990 para a de 2000. A ela meu agradecimento.

Após breve introdução a algumas idéias e precedentes históricos, tentarei estabelecer alguns traços que singularizam essas poéticas da ação na atualidade em suas diferenças com seus pares genealógicos do passado. Finalmente, e esta será a parte mais importante de minha intervenção, tentarei passar em mais de 60 imagens as propostas alguns artistas, sem qualquer apreciação crítica. Será uma projeção cujo propósito é visualizar estas intervenções, em lugar de aprisioná-las no discurso crítico.

Temo que a publicação de minha comunicação perca o essencial de sua dinâmica, já que não poderão ser publicadas todas essas imagens que consistirão a parte mais atraente do tema por mim escolhido. Por outro lado é indispensável adverti-los que o que será apresentado também não configura um conjunto homogêneo.

A proliferação de grupos de artistas é hoje um fenômeno manifesto em quase todas as regiões do Brasil. Entretanto a diversidade sócio-econômica, cultural e até mesmo geográfica destas regiões imprimiu suas marcas nestes grupos, tornando seus objetivos bastante diferenciados. Numa certa medida a mesma advertência feita em relação ao conjunto da arte contemporânea brasileira vale também para estes jovens artistas. Mas a despeito das diferenças de suas propostas, eles configuram um único fenômeno, fundado em problemas político-institucionais e carências semelhantes.

Primórdios da contemporaneidade no Brasil

As primeiras manifestações da arte contemporânea brasileira ocorreram na passagem da década de 50 para a de 60. Duas ações performáticas de Flávio de Carvalho, a Experiência nº 2 e a Experiência nº 3, realizadas em 1931 e em 1956 (1); os Bichos de Lygia Clark (1960)(2) e os Núcleos e primeiros Penetráveis de Hélio Oiticica (1960) (3), podem ser tomados como emblemas do nascimento da definitiva sincronização do país em relação às questões universais da arte ocidental.

No entanto é necessária uma distinção: ainda que tenham precedido à revolução interna operada na produção de Clark e Oiticica, as experiências de Flávio de Carvalho, não tiveram, como as destes, quaisquer desdobramentos nas obras de outros artistas da época, nem mudaram o rumo de sua própria produção, sempre centrada na pintura. Estas duas intervenções só começaram de fato a ser incorporadas à gênese de nossa arte mais radical pelo discurso crítico dos anos 90. Sua influência, portanto, é um fenômeno retrospectivo, recentemente construído, já que nem seu autor as defendia como ações de teor artístico pleno.

Num caminho diverso, a radicalização das propostas inaugurais de Oiticica levou-o, num processo experimental coerente e deliberado, à realização de Maquetes como a do Projeto Cães de Caça (1961), dos Bólides (1963- 1966) e dos Parangolés (1964-1969) (4). Com o mesmo espírito e no mesmo sentido, Clark produz o Caminhando (1964) e as Máscaras Sensoriais (5), trabalhos que consolidam as posições pioneiras destes dois últimos artistas em relação a origem e à expansão efetivas da arte contemporânea no Brasil.

Ainda que consideremos a forte especificidade, tanto de repertório quanto de método, da produção visual brasileira, podemos observar que nos últimos 45 anos ela configura uma rede inteligível de obras e de ações contemporâneas que poderiam ser inscritas e, em alguns casos já se inscrevem, no debate internacional.

Por que essa sincronia foi ocorrer no momento exato da passagem, nos Estados Unidos e na Europa, da tradição modernista (centrada na pesquisa e invenção formais) para a contemporaneidade (retorno ao ícone e a narrativa) que introduz pela primeira vez no campo da arte a temporalidade como fluxo ou processo (experiência, apropriação, e com elas, aproximação entre arte e vida)?

Década de 50 no Brasil: A Experiência Moderna Condensada

A resposta provavelmente está na experiência condensada, mas radical, das vanguardas abstracionistas que floresceram no país, no pós-guerra, entre 1948 e 1960. Tal como o de outros países latino-americanos, o Modernismo brasileiro havia se desenvolvido desde o começo do século passado em torno do compromisso com questões sociais e temas da vida nacional, em detrimento da investigação plástico-formal que então movia as vanguardas européias do mesmo período. Será somente com a emergência da arte Concreta e Abstrata, por volta de 1949, que os artistas brasileiros passaram a investigar prioritariamente, e em várias direções, as possibilidades expressivas e poéticas da matéria e dos materiais, do espaço, da cor, da forma, do plano, do volume e da linha.

Se a Abstração Informal direcionava a investigação desses elementos plásticos para uma esfera subjetivada, as tendências construtivas, concentradas nas cidades do Rio de Janeiro(6) e de São Paulo(7) elaboraram, em contraposição à primeira, repertórios formais mais objetivos, suscitados pela geometria, apesar das diferenças entre estes agrupamentos de artistas das duas maiores urbes do país.

Sua tardia implantação e curta duração foram seguramente compensadas e potencializadas pelo conhecimento que estes artistas possuíam a respeito de experiências análogas em países vizinhos como o Uruguai (Torres-Garcia) e, sobretudo, a Argentina (Arte Concreto-invención, Madí; 1943), mas também pelas experiências históricas das vanguardas construtivistas e abstracionistas européias (Suprematismo, Neoplasticismo, Concretismo, Abstração Lírica, Tachismo etc.). Foi entretanto um lapso suficiente para mudar de modo definitivo nossa posição de descompasso em relação aos países culturalmente hegemônicos.

Esta arrancada final do modernismo brasileiro preparou o solo onde na década seguinte (60) iriam florescer os primeiros artistas contemporâneos do país.

Entretanto, nunca é demais destacar o papel decisivo desempenhado nesta renovação pelos mais radicais remanescentes da fase final do modernismo brasileiro.

O deslocamento dos eixos poéticos de Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica, cujos processos de trabalho terminaram distanciando-os de uma investigação mais formal e espacial, de teor Neoconcreto (que buscava a integração entre o espaço da obra e o espaço real), para outra mais participativa (que propunha a aproximação da arte à vida), teceram as conexões inaugurais de nossa contemporaneidade, a partir de nossa experiência modernista. A ruptura com algumas das questões cruciais da modernidade no Brasil não se deu somente com a emergência da Nova Figuração brasileira (1965), ela também pode ser observada, numa outra medida e direção, na própria dinâmica da produção destes três artistas.

A (outra) Arte Contemporânea Brasileira

Neste início de 2003 os principais grupos de artistas brasileiros dedicados a intervenções públicas e efêmeras são: Atrocidades Maravilhosas, Radial, Vapor, Hapax, Rés do Chão, Agora, Capacete, Açúcar invertido, Interferências Urbanas (Rio de janeiro); Grupo Ponteseis, Galeria do Poste (Niterói); Núcleo Performático Subterrânea, Grupo Los Valderramas, Espaço Coringa, A.N.T.I. Cinema, Fumaça, ZoX, Marrom, Grupo CONTRA, Linha Imaginária (São Paulo); Alpendre, B.A.S.E., Transição Listrada (Fortaleza); Entorno (Brasília); EmpreZa, NEPP, Grupo Valmet (Goiânia); Urucum, Invólucro, Cia Avlis em movimento, Murucu (Macapá); Torreão, Grupo Laranja, Flesh nouveau!, Perdidos no Espaço (Porto Alegre), Grupo Camelo, Valdisney (Recife); “Grupo” (Belo Horizonte); After-ratos (os ratos estão em toda parte), Movimento Terrorista Andy Warhol – MTAW (sem procedência fixa, única ou revelada). Fernando Cocchiarale

10 aspectos da arte contemporânea

1. Em 1910, o russo Wassily Kandinsky pintou as primeiras aquarelas com signos e elementos gráficos que apenas sugeriam modelos figurativos, uma nova etapa no processo de desmanche da figura, que se iniciara com Pablo Picasso e Georges Braque, na criação do cubismo, por volta de 1907. Assim, a abstração, uma representação não-figurativa —que não apresenta figuras reconhecíveis de imediato— tornou-se uma das questões essenciais da arte no século 20. Movimento dominante na década de 1950, a abstração pode ser conhecida também em livros como “Abstracionismo Geométrico e Informal”, de Fernando Cocchiarale e Anna Bella Geiger (Funarte, 308 págs., esgotado).

2. A “arte concreta”, expressão cunhada pelo holandês Theo van Doesburg em 1918, refere-se à pintura feita com linhas e ângulos retos, usando as três cores primárias (vermelho, amarelo e azul), além de três não-cores (preto, branco e cinza). No Brasil, o movimento ganhou densidade e especificidade própria, sobretudo no Rio e em São Paulo, onde se formaram, respectivamente, os grupos Frente e Ruptura. Waldemar Cordeiro, artista, crítico e teórico, liderou um grupo com o objetivo de integrar a arte a aspectos sociais como o desenho industrial, a publicidade, o paisagismo e o urbanismo.

3. O grupo Neoconcreto teve origem no Rio de Janeiro e teve curta duração, de 1959 a 1963. Ele surgiu como conseqüência de uma divergência entre concretistas do Rio e de São Paulo. Em 1959, Ferreira Gullar publicou um manifesto onde as diferenças entre os grupos são explicitadas, e a ruptura se consolidou, gerando um movimento brasileiro de alcance internacional. Entre os artistas mais conhecidos estão Hélio Oiticica e Lygia Clark, além do próprio Gullar. Três excelentes introduções são “Etapas da Arte Contemporânea” (Revan, 304 págs., R$ 48), de Gullar, “Neoconcretismo” (Cosac & Naify, 110 págs., R$ 59,50), de Ronaldo Brito, e “Hélio Oiticica Qual É o Parangolé?” (Rocco, 144 págs., R$ 24,50), de Waly Salomão.

4. A aparição da pop art (ou novas figurações), na Nova York do final dos anos 50, foi surpreendente. Longe de ser uma representação realista dos objetos, ela enfocava o imaginário popular no cotidiano da classe média urbana e mostrava a interação do homem com a sociedade. Por isso, tomava temas de revistas em quadrinhos, bandeiras, embalagens de produtos, itens de uso cotidiano e fotografias. No Brasil, interagiu com a política e teve em Wesley Duke Lee, Antonio Dias, Nelson Leirner, Rubens Gerchman e Carlos Vergara seus expoentes.

5. A arte conceitual trabalha os estratos mais profundos do conhecimento, até então apenas acessíveis ao pensamento. Nascida no final dos anos 1960, ela rejeita todos os códigos anteriores. No Brasil, o movimento conceitual coincidiu com a ditadura militar (1964-1985), e a contingência lhe deu um sentido diferente da atitude auto-referencial, comum nos outros países. Um dos artistas brasileiros mais ligados ao conceitual é Cildo Meireles, cujo trabalho foi estudado pelo crítico e curador americano Dan Cameron, em livro que leva o nome do artista.

6. A presença do objeto na arte começa nas “assemblages” cubistas de Picasso, nas invenções de Marcel Duchamp e nos “objets trouvés” (objetos encontrados) surrealistas. Em 1913, Duchamp instalou uma roda de bicicleta sobre uma banqueta de cozinha, abrindo a rota para o desenvolvimento dessa nova categoria das artes plásticas. Hoje em dia, os “ready-mades” —obras que se utilizam de objetos prontos— já se tornaram clássicos na arte contemporânea. Por aqui, a essas experiências começaram a ser realizadas somente nos anos 60, com os neoconcretos e neofigurativos.

7. As instalações se caracterizam por tensões que se estabelecem entre as diversas peças que as compõem e pela relação entre estas e as características do lugar onde se inserem. Uma única instalação pode incluir performance, objeto e vídeo, estabelecendo uma interação entre eles. O deslocamento do observador nesse espaço denso é necessário para o contato com a obra, e é assim que a noção de um espaço que exige um tempo passa a ser também material da arte.

8. Na forma como o compreendemos hoje, o “happening” surgiu em Nova York na década de 1960, em um momento em que os artistas tentavam romper as fronteiras entre a arte e a vida. Sua criação deve-se inicialmente a Allan Kaprow, que realizou a maioria de suas ações procurando, a partir de uma combinação entre “assemblages”, ambientes e a introdução de outros elementos inesperados, criar impacto e levar as pessoas a tomar consciência de seu espaço, de seu corpo e de sua realidade. Os primeiros “happenings” brasileiros foram realizados por artistas ligados ao pop, como o pioneiro “O Grande Espetáculo das Artes”, de Wesley Duke Lee, em 1963.

9. Da integração entre o “happening” e a arte conceitual, nasceu na década de 1970 a performance, que se pode realizar com gestos intimistas ou numa grande apresentação de cunho teatral. Sua duração pode variar de alguns minutos a várias horas, acontecer apenas uma vez ou repetir-se em inúmeras ocasiões, realizando-se com ou sem um roteiro, improvisada na hora ou ensaiada durante meses. O precursor das performances no Brasil foi Flávio de Carvalho, que, em 1931, realizou sua “Experiência Número 2”, caminhando em meio a uma procissão de Corpus Christi, em sentido contrário ao do cortejo e vestindo um boné. ,

10. De difícil veiculação pela TV comercial, a videoarte tem sido divulgada pelo circuito tradicional das galerias e museus. Além dos pioneiros, Wolf Vostell e Nam June Paik, destacaram-se inicialmente as pesquisas de Peter Campus, John Sanborn, Gary Hill e Bill Viola. No Brasil, as primeiras experiências foram realizadas nos anos 1970 e apresentadas por artistas como Anabela Geiger, Sonia Andrade e José Roberto Aguilar. Cacilda Teixeira da Costa

Fonte: www.getty.edu/steinhardt.nyu.edu/www.conhecimentosgerais.com.br/www.rizoma.net

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