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O cará é planta do grupo das olerícolas, muito rústica, que produz tubérculos comestíveis; é amplamente cultivada em regiões tropicais e serve de alimento nas América Central e Sul, na Ásia e nas ilhas do Pacífico.
Botânica/Descrição / Variedades
O cara pertence a família Dioscoriaceae, Dicotyledonea e ao gênero Dioscorea, que tem mais de 600 espécies, quatorze das quais tem seus tubérculos utilizados como alimento.
É uma planta herbácea trepadeira (em geral) com tubérculos subterrâneos (aéreos em algumas espécies), caule volúvel, folhas estreitas em forma de ponta-de-faca. Os tubérculos são feculentos e contém vitaminas de complexo B.
As principais espécies são Discorea cayenensis, lam. Africana, com vários tipos (Cará-da-Costa, Cará Tabica, Cará Negro) e a D. alatah., com os tipos (Cará S. Tomé, Cará Mandioca, Cará Flórida). O Cará-da-Costa é rico em carboidratos, proteínas, Vit. C, riboflavina e ácido nicotinico.
Em Pernambuco e Paraíba a variedade mais plantada é o Cará-da-Costa, bastante produtiva (até 40t/ha), tubérculos com película escura, polpa branca e enxuta, formato cilíndrico e alongado, caule com 2-4m. de comprimento, com boa aceitação comercial. Não dispensa tutoramento.
No sudeste cultiva-se o tipo Flórida – resistente ao mal-da-requeima – tem tubérculos com casca marrom – clara, forma alongada, polpa granulosa, bom aspecto comercial. O Maranhão começa a cultivar esse tipo.
A composição por 100g. de polpa do tubérculo é: calorias (135), proteína (2,3g.), cálcio (28mg.), fósforo (52mg.), ferro (2,9g.), Vit. A (30mg.), Vit. B1 (0,04mg.), Vit. B2 (0,02mg.) e Vit. C (35mg.)
Utilidade do Cará
O cará é um alimento rico em carboidratos (feculento) muito consumido por habitantes de países tropicais; na culinária pode ser utilizado como substituto da batata inglesa, da batata doce e da macaxeira. É alimento de fácil digestibilidade, indicado para dietas.
Algumas espécies tem valor farmacológico.
Por o tubérculo não se deteriorar após a colheita, pode conservar-se à sombra em estado natural por até 90 dias, por sua rusticidade e valor alimentício seu cultivo merece atenção no Nordeste brasileiro.
Necessidades da Planta
Clima: Planta de clima tropical o cará desenvolve-se bem em regiões quentes e úmidas em faixa de latitude N e S de 30º (linha equatorial). Temperatura entre 25-30ºC, chuvas em torno de 1.500mm./ano com estação seca definida de 2 a 5 meses. A planta não tolera frio e geadas.
Solos: Devem ser leves de textura pouco arenosa, profundos, com boa drenagem, ricos em matéria orgânica e com boa capacidade de retenção de umidade. O solo deve estar úmido no período de crescimento da planta. Deve-se evitar solos ácidos, solos com textura argilosa e os declivosos sujeitos à erosão. No Nordeste o cará também medra em solos de aluvião.
Propagação do Cará
É feita através de tubérculos – semente inteiros ou por tubérculos – semente cortados transversalmente; em cada tubérculo há várias gemas latentes que brotam quando as condições ambientes são favoráveis (originam plantinhas). Podem ser utilizados com peso entre 50g. e 250g., com bom aspecto sanitário.
Só tubérculos com peso de 150g. ou acima devem ser eleitos para divisão em 2-3 pedaços a servirem de material de plantio; o corte pode ser feito por ocasião do plantio ou com uma pequena antecedência (corte 3 dias antes ou até 1 dia antes colocando pedaços à sombra).
Os pedaços devem ser armazenados em local ventilado e estarem protegidos da umidade , do calor e da insolação. Há correlação positiva entre o peso do tubérculo utilizado no plantio e a produtividade (tubérculos com 100, 150, 200 ,250g. de peso produziram, respectivamente, 23,4t. 28,1, 32,1 e 35,5t./ha de cará).
Plantio
Antes do início do período chuvoso, mesmo com a terra seca; meses de novembro e dezembro no Nordeste brasileiro.
O plantio pode ser feito em covas altas (matumbos) ou em camalhões; isso evita o apodrecimento dos tubérculos e facilita o arejamento e a drenagem do solo.
As covas altas são feitas com enxada ou cavadeira articulada abre-se covas com 0,35 x 0,35 x 0,30m. (de profundidade). Mistura-se adubo + terra retirada da cova, coloca-se a mistura na cova formando cova alta. Os camalhões (leirões) podem ser feitos com dois operários com enxadas movimentando o solo de lados opostos levantam camalhões com 30-35cm. de altura; o trator de pneu tracionando sulcador ou arado de aiveca ou arado de disco levanta leirões com 30-35cm. de altura sem dificuldades.
Espaçamento: para sistema em cova alta 1,2m. entre fileiras por 0,8m., entre plantas; para sistema em camalhões de 0,4m. gasta-se 2.100Kg./ha de tubérculo – semente e com o espaçamento de 0,6m. gasta-se 1.400Kg./ha, no plantio em montículo ou cova funda (1,25×0,8m.) gasta-se 500Kg./ha.
O preparo do solo exige aração a 30cm. de profundidade (para enterrar o mato) seguida de gradagem.
De ordinário o cará aproveita bem resíduos de adubos de outras lavouras. Caso deseje-se adubar aplicar 10-12t./ha de esterco de curral bem curtido 30 dias antes do plantio incorporando bem ao solo ou aplicar 3t./ha de esterco de galinha.
No cume dos camalhões são colocados manualmente, os tubérculos em covas com 5-8cm. de profundidade e cobertos com terra; deve-se cobrir o camalhão com camada de capim ou outro material.
Tratos Culturais
Após o brotamento do tubérculo deve-se proceder ao tutoramento fincando-se varas (tutor) de madeira roliça com 2m. de comprimento com 2,5cm. de diâmetro ao lado da planta, para ajudar o caule volúvel a subir. Com espaçamento 0,4-0,6m., usar 1 vara para 2 plantas. A variedade Flórida dispensa tutoramento.
Capinas e amontoas ao longo do ciclo da cultura e cobertura morta em torno da planta.
Para rotação de culturas, usa-se milho, vagens, adubos verdes, outras hortaliças.
Pragas e Doenças
Formiga cortadeira (Atta sp) e nematoides (apodrecem tubérculos) atacam o cará; usar formicidas e tubérculos sadios.
As doenças são requeima, mosaico e antracnose.
Colheita/Rendimento
O ponto de colheita é indicado quando as plantas apresentam muitas folhas amarelas e os ramos começam a secar. A colheita é manual (enxadões) ou com arado de aiveca.
Pós colheita os tubérculos devem ser lavados, selecionados, embalados e postos a sombra. Não devem ser feridos.
O rendimento geral e de 20t./ha; pode chegar a 40t./ha.
BIBLIOGRAFIA
MAARA – EMBRAPA/Banco do Nordeste Circular Técnica n.º 18 – Maio 1998 Teresina – Piauí.
EDITORA ABRIL Guia Rural Plantar – 1992 São Paulo – SP
Inhame e Cará
Benefícios
Rico em amido
Rica fonte de beta-caroteno
Boa fonte de vitaminas C e do complexo B
Contém cálcio, fósforo e ferro
O inhame é um alimento especialmente recomendado na prevenção de doenças como dengue,malária e febre amarela.
Inconvenientes
Estraga rapidamente
Algumas variedades são tóxicas.
O nome científico do cará é Dioscorea alata L. Ao que tudo indica o nome deste tubérculo é derivado da palavra senegalesa ñam, que significa ”para comer”. Ele foi trazido para o Brasil das ilhas de Cabo Verde e São Tomé ainda no período colonial e se adaptou muito bem ao nosso clima . O alto teor de amido e vitaminas do complexo B conferem ao inhame a fama de ser um alimento altamente energético.
Em termos medicinais o inhame é considerado um poderoso depurativo do sangue e, de acordo com o Estudo Nacional da Despesa Familiar realizado pelo IBGE, é recomendado também na prevenção da malária, do dengue e da febre amarela. Além disso, ele fortalece o sistema imunológico e aumenta a fertilidade nas mulheres.
Todas as partes do vegetal podem ser consumidas: o tubérculo, as folhas e os talos.
O tubérculo, comum em supermercados, pode ser consumido cozido, como uma alternativa à batata, ou na forma de purês e sopas cremosas. O inhame descascado é branco e tem uma consistência muito firme, mas após ser cozido fica com um tom levemente azulado e torna-se macio.
Existe uma grande variedade de inhames, entre as quais o inhame-branco, o inhame-bravo, o inhame-cigarra, o inhame-da-china (também chamado de inhame-cará) e o inhame-taioba.
O inhame-gigante, nativo da África, é raro e pode chegar a pesar 45 kg. Algumas pessoas confundem o inhame com um outro tubérculo rico em amido – o cará. entretanto tratam-se de dois tubérculos distintos.
O cará já era conhecido nas Américas quando os portugueses aqui chegaram. Da mesma forma que o inhame, o cará é um alimento altamente energético, rico em carboidratos e, por isso, um dos tubérculos preferidos dos adeptos de dietas vegetarianas.
Origem
Desde o período pré-histórico, é cultivado e consumido pelos japoneses (com o nome de satoimo), antes mesmo de cultivarem o arroz. Simboliza a prosperidade e é muito consumido em grandes festividades, como na entrada do Ano Novo.
É muito confundido com o inhame, talvez porque na África, YAM signifique FOME, então, tudo que mata a fome, chamam de inhame, por analogia. O cará já era conhecido nas Américas, quando os portugueses aqui chegaram.
Características
A confusão que as pessoas fazem entre o cará e o inhame é muito grande, pois, na verdade, têm muita coisa em comum, mas as formas são diferentes:
O inhame é arredondado e liso;
O cará é comprido, como a batata-doce e tem alguns pêlos ou filamentos;
Outra característica na composição: o cará tem menor teor de açúcar do que o inhame.
Tipos
Existem inúmeras variedades de cará, e entre as mais conhecidas destacam-se:
Cará-pedra
Cará-do-mato
Cará-do-ar
Cará-açu
Cará-da-terra
Cará-de-caboclo
Cará-de-sapateiro
Cará-do-campo
Cará-inhame
Deve-se ter especial atenção com as espécies de procedência duvidosa, pois algumas delas são venenosas, podendo causar graves danos à saúde e até a morte.
No Nordeste brasileiro, costuma-se comer o inhame ou o cará cozidos e com um pouco de mel ou melado no café da manhã.
É bom para
Pessoas com alto gasto energético, porque é um alimento calórico, com a vantagem de ser de digestão fácil e rápida.
Macio, é indicado a bebês, idosos e convalescentes.
Não é bom para
Quem faz regime – deve consumir pouco, pois é rico em carboidratos e calórico.
Pessoas com obstipação intestinal precisam combiná-lo com salada de folhas (tem pouca fibra).
É encontrado nos mercados municipais, feiras livres e supermercados. Pesa em geral entre 300 e 500g, mas pode ser encontrado nas ”Casas do Norte” em tamanhos grandes (mas de 2 quilos). A coloração tem de ser marrom uniforme. É oblongo e possui filamentos dispersos na superfície.
Deve estar bem firme e sem danos na casca – talhos na superfície podem expor a polpa úmida, alojar fungos e favorecer o apodrecimento precoce. Evite também se estiver com as extremidades ocas ou amolecidas. Conserva-se por longo tempo à temperatura ambiente em local seco e arejado, protegido da luz.
Como se prepara
Pode ser consumido frito ou assado. Cozinhe-o com ou sem casca. Mantendo a casca na cocção, nutrientes como vitaminas e minerais hidrossolúveis não se perdem. Após descascar, deixe-o imerso em água com vinagre para não escurecer. Ao cozinhar, apenas cubra com água fervente salgada.
Cortado em cubos de 2 por 2 centímetros, cozinhar em 6 minutos, portanto, em sopas, não misture com cenoura, por exemplo, que demora mais para cozinhar. Ao cozinhar inteiro, verifique com o garfo se já está macio. Após esfriar, puxe a casca com faca. Cozido, pode ser fritado, refogado ou passado em manteiga ou azeite e servido polvilhado com ervas.
Do Recôncavo
Cooperativa e novas técnicas abrem mercado para inhame do Recôn
Uma atividade de tradição familiar no Recôncavo baiano está ganhando força e melhorando a qualidade de vida dos agricultores locais. Desde 1997, com a criação da Cooperrecôncavo, instalada em Maragogipe, a produção de inhame na região aumentou mais de 15 vezes com a adoção de técnicas mais modernas de plantio e com a garantia de comercialização através da cooperativa.
De acordo com Ramiro Augusto Magalhães Passos, gerente regional da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário) em Cruz das Almas, ”a empresa começou a fazer um trabalho junto aos produtores e fortaleceu bem o trabalho de assistência técnica a partir de 1999, quando passou de uma área de 200 hectares para 700 hectares plantados, elevando não só a área plantada como a quantidade de toneladas produzida”. A EBDA é uma das parceiras na criação da cooperativa.
Ramiro Passos destacou que o trabalho desenvolvido por técnicos da EBDA junto à cooperativa para ajudar os agricultores a incrementar a sua produção vem dando um bom resultado. Quem atesta é o produtor Glicério Pereira Barros, 54 anos, que considera a criação da cooperativa muito boa. ”Ela foi buscar o empréstimo para aumentar a nossa produção, que era pequena e aumentou bastante. Isso foi bom porque a gente produzindo mais pode ajudar mais a família”, disse.
Desde criança seu Glicério conhece o cultivo do inhame e agora está aprendendo a aumentar a sua produtividade e melhorar a qualidade de seu produto. ”Os técnicos da EBDA sempre dão orientações sobre o modo de plantar, porque antes a gente plantava de um jeito e hoje em dia estamos fazendo isso melhor”, contou.
O produtor César Vila Verde, 29 anos, disse que o apoio constante da EBDA e dos técnicos da cooperativa está orientando o produtor a obter uma melhor produção. ”Mudamos a forma de produzir e com isso a nossa produção aumentou em mais de 100%. Antigamente, a região plantava menos. Hoje, com a cooperativa incentivando, os produtores estão plantando mais porque têm a garantia da comercialização e conseqüentemente o retorno em matéria de valor, pois a cooperativa foi buscar novos mercados, inclusive o internacional”, ressaltou.
Ele disse que, além de uma melhoria na qualidade de vida dos produtores de inhame da região, o aumento da produção ocasionado pela introdução do trabalho cooperativado também está evitando o êxodo da população em busca de emprego em outras cidades. ”As pessoas hoje têm estabilidade, estão se desenvolvendo e os filhos dos produtores vão estudar na cidade, tanto em Cruz das Almas, quanto em Maragogipe. Antes não se via isso”, afirmou.
Exportação
O trabalho que vem sendo desenvolvido pela Cooperrecôncavo com o apoio técnico da EBDA está assegurando ao inhame made in Bahia espaço até mesmo no mercado internacional. ”Exportamos para a França, a Inglaterra e estamos mantendo contatos para exportar para os Estados Unidos”, disse o vice-presidente da cooperativa, Raimundo Barros Bury.
Ele destacou que está havendo um incremento nas exportações, ”pois inicialmente mandávamos um contêiner por mês e agora estamos mandando cerca de três”. Somente para a França são enviadas mensalmente 23 toneladas, mas o inhame baiano também está sendo vendido para estados como Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Raimundo Bury ressaltou que apoio do governo estadual tem sido muito importante para os produtores. ”O governo está realmente incentivando o nosso trabalho, nos deu um galpão e um trator. Através da EBDA, está fazendo um trabalho excelente, nos ajudando muito na parte técnico.
A produção esperada na próxima safra é de 15.225 toneladas, sendo que 20% deverá ser exportada. Para o produtor Paulo José Vitena, o sabor da variedade cultivada na região é o grande diferencial para que o inhame baiano esteja conquistando novos mercados. ”O tipo cultivado na região é o inhame cará da costa, porque foi o que mais se adaptou ao nosso clima e à nossa maneira de plantar”, ressaltou Vitena, explicando ainda que o cará da costa não tem fiações e é mais macio do que outras variedades.
Com uma área de produção de 1.366 hectares, a Cooperrecôncavo beneficia indiretamente 1.154 produtores e conta com 316 cooperados estabelecidos principalmente em Maragogipe, São Félix, São Felipe e Cruz das Almas. A maioria é formada por pequenos arrendatários, mas há também os que são donos de suas próprias terras.
Benefícios
O inhame (Colocasia esculenta) é conhecido em vários países do mundo por suas propriedades medicinais de alto poder curativo, sendo citado em diversos livros sagrados e clássicos médicos de todos os tempos.
De grande poder desintoxicante e depurativo, o inhame apresenta ainda propriedades medicinais que lhe atribuem o status de remédio em alguns países do oriente, sendo recomendado para o tratamento de doenças como reumatismo, artrite, ácido úrico, inflamações em geral, viroses e micoses.
O inhame possui ainda a propriedade de restaurar e manter o sistema imunológico saudável e resistente. Na África, foi constatado que o tubérculo é responsável pelo aumento da fertilidade das mulheres que o consomem habitualmente.
Citricultura
Os excelentes resultados obtidos através do trabalho cooperativado vêm inspirando outros setores da agricultura na região. No início deste mês, citricultores, autoridades políticas, estudantes e membros de diversas instituições dos oito municípios produtores de laranja no Recôncavo baiano se reuniram no I Seminário de Integração do Cooperativismo da Citricultura do Recôncavo Baiano para discutir a proposta de criação para uma cooperativa de citricultores.
O evento foi o primeiro passo para tentar fortalecer essa atividade que é a base de sustentação econômica dos lavradores da região. ”Tínhamos por obrigação estimular a formação de cooperativas a fim de que os lavradores tenham meios de conquistar maior facilidade em tecnologia, apoio de instituições no sentido de criar meios que favoreçam o desenvolvimento e os conhecimentos de que eles tanto necessitam”, disse o presidente do Oceb (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia), Orlando Colavolpe.
”Queremos fazer com que essa cultura volte a florescer, trazendo maior aporte financeiro não só para eles, mas em forma de tributos para o município e, ao mesmo tempo, diminuindo a dependência de empregos, para que eles mesmos sejam os gestores das propriedades que possuem, mas que no momento estão em dificuldade financeira e de produção”, destacou Colavolpe.
Para a secretária de Agricultura do município de Cabaceiras do Paraguassu, Adaildes Jesus da Silva, que participou do evento, a realização desse seminário é de extrema importância. ”Apresentamos produtores que têm uma série de dificuldades no cultivo e comercialização de sua colheita e acho que se eles encontrarem esses incentivos com a fundação dessa cooperativa central vai ser muito melhor para que eles possam escoar a sua produção com melhores preços”, observou.
Durante as palestras, foram tratados temas que mostraram a necessidade da formação das cooperativas, bem como a importância dos conhecimentos científicos na área de agricultura para que os agricultores possam usufruir da terra não só o seu sustento, mas o bem-estar de suas famílias e do seu município.
Orlando Colavolpe prevê que, após a realização desse primeiro seminário, ”certamente uma carta de intenção será feita no sentido de que se comecem de imediato os trabalhos de formação de cooperativas. Tenho certeza de que esse passo inicial vai ter continuidade”.
O cará constitui uma família de plantas muito importantes como recurso alimentar nas regiões de clima tropical, especialmente na América Central, América do Sul, Ásia e ilhas do oceano Pacífico.
No Brasil, ocorre certa confusão entre o cará e o inhame, talvez pelo fato de que, em espanhol, o cará é referido como igname ou nãme.
Na região centro-sul do Brasil a espécie mais cultivada é a Dioscorea alata. As folhas são estreitas, em forma de ponta de lança, muito menores e bem diferentes das do inhame.
Os diversos tipos de cará variam quanto à forma, cor e tamanho. A polpa é esbranquiçada.
Valores Nutricionais
Os carás são bastante energéticos e contêm uma quantidade moderada de vitaminas do grupo B, vitamina C e minerais, entre os quais se destaca o potássio.
100 g contêm, em média:
Macrocomponentes | Glicídios (g) | 23 |
Proteínas (g) | 1 | |
Lipídios (g) | 0 | |
Fibras alimentares (g) | 4 | |
Vitaminas | Vitamina A1 (mg) | 0 |
Vitamina B1 (mg) | 112 | |
Vitamina B2 (mg) | 32 | |
Vitamina B3 (mg) | 0 | |
Vitamina C (mg) | 17 | |
Minerais | Sódio (mg) | 9 |
Potássio (mg) | 816 | |
Cálcio (mg) | 17 | |
Fósforo (mg) | 55 | |
Ferro (mg) | 0 | |
Conteúdo energético (kcal) | 103 |
Como Comprar
Escolha os de menor tamanho, firmes e sem brotos.
O peso médio está entre 300 e 500 gramas, mas pode ser encontrado bem maior, de 2 quilos ou mais. A cor deve ser marrom, apresenta alguns pelos ou filamentos na casca, normalmente firme e lisa, isto é, sem danificações.
Como Conservar
Conserva-se em temperatura ambiente por até 30 dias.
Pode ser mantido em local seco, arejado e ao abrigo da luz, por algum tempo, sem perder suas propriedades, principalmente se estiver coberto por terra embrulhar em jornal, conserva mais ainda; não é aconselhável guardar na geladeira, pois poderá deteriorar mais rapidamente.
Como Consumir
Consome-se geralmente após cozimento. Pode também ser assado ou frito. O purê de carás é muito apreciado.
Além das maneiras já citadas, o cará pode ser usado para preparar pães, doces e no acompanhamento de pratos salgados em geral. Em todo o nordeste do Brasil, é muito comum, logo pela manhã, servir o cará ou o inhame cozido, com mel ou melado por cima.
Modo de preparar:
Pode ser frito, assado, cozinhado, neste caso, é aconselhável fazê-lo com a casca, pois, como já foi falado antes em relação a outras hortaliças, assim os principais nutrientes são mantidos. Se optar por descascar, deixe o cará imerso numa vasilha com água misturada com vinagre, caso contrário, apresentará uma cor escura.
Para cozinhar, deixe por cerca de 5 a 6 minutos, cortado em cubos pequenos, para facilitar o cozimento. Se preferir cozinhá-lo inteiro, faça-o até ficar macio, espetando um garfo periodicamente. Deixe esfriar e puxe a casca com uma faca, facilitando para fritar, refogar, passar na manteiga ou no azeite.
Composição
É rico em carboidratos e serve como boa fonte de energia. Não é tão calórico quanto a batata inglesa ou a batata doce, porque é composto por mais de 80% de água.
Tem ainda:
Carboidratos;
Proteínas;
Fósforo;
Cálcio;
Ferro;
Potássio;
Vitaminas B1 e B2.
Valor Calórico: À 100 gramas = 120 calorias
Indicações Terapêuticas
Recomendável:
Para quem tem grandes desgastes físicos (atletas, trabalhadores braçais, etc.), porque, como já foi dito, é altamente energético e de fácil e rápida digestão
Quando é amassado, é ideal para bebês, idosos e convalescentes;
Auxilia a digestão;
Estimula o apetite;
Auxilia no crescimento.
Não recomendável: – Para pessoas que fazem regime para emagrecer, por ser muito calórico.
Observação: Quem tem tendência à prisão de ventre, deve combinar o cará com salada de folhas, pois ele tem pouco teor de fibras.
Melhor variedade: Flórida.
Época de plantio: Junho – agosto.
Espaçamento: Para o mercado da capital: 70 x 25cm; para o interior: 80 x 30cm.
Sementes necessários: Uma a três toneladas de tubérculos – semente/hectare.
Combate à erosão: Plantio em faixas de nível.
Adubação: Aproveitar o efeito residual dos adubos aplicados para a cultura do ano anterior. Em terras fracas, aplicar 10t/ha de esterco.
Tratos culturais: Herbicidas, capinas manuais e amontoas com sulcadores.
Combate à moléstias e pragas: Dispensável para variedades resistentes, como a indicada.
Época de colheita: Abril – novembro.
Produção normal: 20-30t/ha de tubérculos.
Melhor rotação: Hortaliças batata-doce, milho e adubos verdes.
Observações
Plantar, no alto dos camalhões, tubérculos inteiros ou pedaços cortados transversalmente, pesando entre 50 e 100g.
Partes Usadas: Rizomas
Família: Dioscoriaceae
Características
Pertence à família Dioscoriaceae, Dicotyledonea e ao gênero Dioscorea, que tem mais de 600 espécies, quatorze das quais tem seus tubérculos utilizados como alimento. São plantas herbáceas trepadeiras (em geral) com tubérculos subterrâneos (aéreos em algumas espécies), caule volúvel, folhas estreitas em forma de ponta-de-faca.
Os tubérculos são feculentos e contém vitaminas de complexo B. As principais espécies são Discorea cayenensis, lam. Africana, com vários tipos (Cará-da-Costa, Cará Tabica, Cará Negro) e a D. alatah., com os tipos (Cará S. Tomé, Cará Mandioca, Cará Flórida). O Cará-da-Costa é rico em carboidratos, proteínas, Vit. C, riboflavina e ácido nicotinico.
Dicas de Cultivo
Desenvolve-se bem em regiões quentes e úmidas e não tolera frio e geadas. Deve-se evitar solos ácidos, solos com textura argilosa e os declivosos sujeitos à erosão.
Época de plantio: início do período chuvoso, mesmo com a terra seca; meses de novembro e dezembro no Nordeste brasileiro.
Outros Nomes: Inhame; Esp.: ñame;
Princípios ativos: É rico em carboidratos, proteínas, Vitamina C, riboflavina e ácido nicotinico.
Propriedades: Energética e nutriente.
Indicações: Pode substituir a batata em vários pratos como sopas, caldos, purês e refogados. Também pode ser usado na forma de pão, bolo, creme, biscoito, pirão, panquecas e tortas.
INHAME
INHAME Colocasia esculenta
Partes usadas: Folhas e raiz
Família: Aráceas
Características
Herbácea cuja porção subterrânea produz tubérculos em geral comestíveis, das quais existem mais de 150 espécies e cerca de 600 cultivares usados para fins agrícolas. Suas folhas cordiforme são comestíveis. Originário do sudeste asiático, o inhame é cultivado desde a antiguidade. Foi trazido para o Brasil da ilhas de Cabo Verde e São Tomé ainda no período colonial.
Dicas de Cultivo
Desenvolve bem em temperaturas amena a quente (não tolera frio e geada), em solos arenosos ou de textura média, férteis, ricos em matéria orgânica e boa disponibilidade de água durante todo o desenvolvimento vegetativo. Propaga-se através de rizomas de menor tamanho.
Principio ativo: Rico em vitamina a, b, c, cálcio, ferro, fósforo, flavonas e lignanas.
Outros Nomes: Taro, inhame-branco, cará (região norte), inhame-branco, taioba-de-São-Tomé.
Propriedades: Depurativa, emoliente e cicatrizante,antiinflamatória, diurética, mineralizante.
Indicações
Promove cicatrização de úlceras. Sua raiz é, conforme alguns autores e pesquisadores, serve para atenuar casos de lepra. Os médicos orientais recomendam comer inhame para fortificar os gânglios linfáticos, que são os postos avançados de defesa do sistema imunológico.
É um dos alimentos medicinais mais eficientes que se conhece: faz muitas impurezas do sangue saírem através da pele, dos rins, dos intestinos.
No começo do século já se usava elixir de inhame para tratar sífilis. Em caso de tumor no seio ou em outros lugares junto à pele é ótimo usar o emplastro de inhame durante uma semana antes de operar, pois ele vai aumentar esse tumor atraindo toda substância semelhante que houver no interior do corpo e evitar outros tumores.
Serve ainda para baixar febres. Desinflama cicatrizes, elimina o sangue pisado de contusões, abcessos e tumores. Pode ser usado imediatamente após fraturas ou queimaduras para evitar inchaço e dor, e também em processos inflamatórios de hemorroidas, apendicites, artrites, reumatismos, sinusites, pleurisias, nevralgias, neurites, eczemas.
Cará parece inhame mas não é
O cará é uma hortaliça tipo rizoma, cujos valores já eram loucados pelo Padre Anchieta em seus escritos. Apesar de não se conhecer com certeza, acredita-se que seja originário do oeste da África.
O cará foi introduzido no Brasil pelos escravos. É um alimento energético, e também destaca-se com fonte de vitaminas do complexo B. Pertence à família Diocoreacea.
Podem ser cultivados o cará subterrâneo, algumas vezes confundido com o inhame, e o cará aéreo, comum em algumas regiões do interior do Brasil, mas dificilmente encontrado no mercado das grandes cidades.
Como comprar
O cará pode ter tamanhos e formatos diferentes, atingindo de 500g a 3 Kg. Evite comprar carás murchos ou brotados. Escolha aqueles firmes, sem partes mofadas ou amolecidas. Pequenas lesões na casca podem ser retiradas durante o descascamento sem prejudicar a qualidade interna.
Apesar de serem mais resistentes ao manuseio do que a maioria das hortaliças, os carás devem ser escolhidos com cuidado, pois as áreas danificadas apodrecem mais rapidamente.
As maiores ofertas e os menores preços ocorrem de abril a outubro.
Como conservar
O cará se conserva bem por mais de 15 dias sem necessidade de refrigeração, desde que mantidos em locais frescos, secos, escuros e arejados. Quando mantidos por muito tempo na geladeira, os rizomas têm o sabor alterado e a brotação acelerada.
Para congelar o cará, cozinhe-o, amasse-o como um purê, acondicione em vasilha de plástico e leve ao congelador. Se quiser, acrescente uma colher de sopa de manteiga para cada 1/2 kg de purê.
Como consumir
O cará é consumido sempre na forma cozida, após a retirada da casca. Pode substituir a batata em vários pratos como sopas, caldos, purês e refogados. Também pode ser usado na forma de pão, bolo, creme, biscoito, pirão, panquecas e tortas.
O descongelamento pode ser feito à temperatura ambiente, diretamente ao fogo durante o preparo do prato ou no forno de microondas.
Dicas
O cará pode ser consumido cozido, com manteiga de garrafa no café da manhã.
Temperos que combinam com cará: alho, cebola, açafrão, sal, folhas de louro, pimenta, limão, sal, orégano e pimenta a gosto
Descrição e característica da planta
Para evitar confusão de nomes de plantas, é importante esclarecer o seguinte:
1) Na região Nordeste do Brasil, o cará que estamos abordando aqui é conhecido como inhame;
2) Na região Sudeste, o inhame é uma outra planta da família das Aráceas e o seu nome científico é Colocasia esculenta. Recentemente, pesquisadores brasileiros propuseram que o cará passe a ser denominado inhame, enquanto que o inhame da região Sudeste passe para taro. A proposta para essa alteração foi feita porque o nome inhame é atribuído às plantas do gênero Dioscorea.
O cará é uma planta de cultura anual, herbácea, caule tipo trepador, mas adapta-se bem à forma rasteira.
As folhas são inteiras, estreitas, com formato de lança e de cor verde-clara a verde-escura. Os tubérculos (batatas) são produzidos na parte subterrânea.
Existem espécies que produzem tubérculos aéreos e outras que produzem tubérculos subterrâneos gigantes com mais de 1,50 metro de comprimento e 40 quilos de peso.
As plantas se desenvolvem bem em condições de temperaturas amena a quente, solos permeáveis e leves (de preferência os arenosos), férteis, ricos em matéria orgânica e boa disponibilidade de água durante todo o ciclo da planta. A
propagação é feita através de tubérculos-sementes com 60 a 150 gramas cada, pois tubérculos muito grandes não trazem vantagens.
A colheita dos tubérculos é feita 8 a 10 meses após o plantio, quando as folhas ficam amarelas e os ramos secam.
Dependendo de espécies e variedades, a parte comestível dos tubérculos pode ser branca, amarela, rosada ou roxa e a casca pode ser mais ou menos rugosa, com coloração esbranquiçada ao castanho-escura. Eles podem ser armazenados por 4 a 6 meses à temperatura ambiente, portanto bem maior que a batata-doce e a mandioca.
Produção e produtividade
O cará é cultivado em todas as regiões tropicais e subtropicais.
Segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, em 2002, a produção mundial chegou a 37,5 milhões de toneladas em aproximadamente 4 milhões de hectares. A África Ocidental e a América Central produzem cerca 95% do total.
No Brasil, os seguintes estados se destacam na produção: Bahia, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Maranhão. A produtividade pode variar de 15 a 25 toneladas de tubérculos por hectare. Para a comercialização de tubérculos, o tamanho ideal é aquele com cerca de 300 gramas.
Utilidade
Os tubérculos são consumidos principalmente cozidos com carnes, em sopas e com saladas, mas usados também para fins industriais.
Eles têm alto valor nutritivo e energético, pois são ricos em carboidratos, grãos de amido, vitamina B (tiamina, riboflavina, niacina), vitamina A e ácido ascórbico.
Fonte: www.seagri.ba.gov.br/www.herbario.com.br/www.ceasacampinas.com.br/www.agrov.com/www.cantoverde.org/www.cnph.embrapa.br/globoruraltv.globo.com
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