Pouco a Pouco

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NADA de pressa;
Bem devagar,
Que assim começa
Quem quer chegar.
E vai subindo o castelo,
Pedra a pedra, airoso e belo…

O olhar atento,
A mão bem leve,
Que o monumento
Ao ar se eleve:
Mas paciência e cuidado,
Que se não tudo é baldado.

Toda a existência
Nos mostra e ensina
Que a impaciência
Gera a ruina:
Não se corre em longa via;
Roma não se fez num dia.

A gente pode
Chegar a tudo,
Que nos acode,
Com senso e estudo:
E as palavras dos mais velhos.
Sejam nossos evangelhos.

À infinda meta
Dos nossos sonhos
Em linha reta
Vamos risonhos:
Sem medo aos bosques sombrios,
Fugindo sempre a desvios.

A vida é a luta
De toda a hora;
Jogo e permuta,
Que revigora:
Render?se a gente à preguiça,
É fugir à nobre liça.

Não tem direitos
Quem, dos labores,
Foge aos preceitos
E evita as dores:
A natureza é um erário,
E todo o ser, tributário.

Quem foge à lida
Dos outros seres,
Falta da vida
Aos sãos deveres:
E ? castelos sem trabalho ?
Só castelos de baralho.

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