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VOU cuidar das minhas plantas;
Levo a enxada e o regador.
Que alegria nas flores! Quantas, quantas
Nasceram a este dia criador!
É preciso visitá-las;
Dar-lhes logo as boas vindas.
Meu Deus! E todas se expandindo em galas!
Dálias e rosas nunca vi tão lindas!
Loiro par de borboletas
Sinto esvoaçar sobre mim.
Bem sei: anda à procura das violetas
E não sabe os recantos do jardim.
Que tolinhas! O perfume
Não lhes ensina o caminho?
O perfume da flor é como o lume:
Atrai a gente ao desejado ninho.
Bom. Lá seguem meu conselho:
Adiantam-se leves no ar…
Até logo, até logo!… E eu me aparelho
Para em calma e sossego trabalhar.
O trabalho revigora;
Eu gozo, quando moirejo;
A fina aragem, que os vergéis explora,
Tem a doçura mágica de um beijo.
E nem o sol me faz medo:
Suporto-o fresca e louçã.
Apenas, se em labor demais me excedo,
Levo no rosto as tintas da romã.
E sinto um gozo profundo,
– Que é a minha esplêndida messe,
Ao saber que sou útil neste mundo,
E alguém da minha proteção carece.
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