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“É AQUI?” – Não, Lúcia; do outro lado – espera.
Essas terras, que vês, são velhos mundos:
A Europa, o templo, onde a ciência impera,
E a Ásia e a África, túmulos profundos.
“Túmulos?” – Sim, de séculos violentos,
Que hoje a ciência passo a passo explora:
Legendas, tradições e monumentos
De homens, que ao mundo deram leis outrora.
“E aqui ao Sul?” – A Austrália, aves estranhas;
Ilhas, que em bancos de coral se aprumam;
Minas de ouro; florestas e montanhas,
Que a caneleira e o sândalo perfumam.
“E a América?” – Ei-la, enfim, aos teus olhares:
A Oeste – elevações de enorme serra;
Espumejando a Leste, infindos mares,
E, entre palmeiras, linda, a nossa terra!
“Quero vê-la!… Meu Deus! é tão pequeno
O cantinho de terra, a que pertenço!”
– Como te enganas, Lúcia! O seu terreno
É quase igual à Europa; é grande, é imenso!…
E para mim é mais que o mundo inteiro,
Meu formoso Brasil, Pátria querida!…
Por ele eu quero ser forte e guerreiro,
Dar-lhe o meu sangue, consagrar-lhe a vida.
Quem me dera fosse eu já homem feito
Em altura, e saber, e nobre entono,
Para abrigá-lo à sombra do meu peito
E elevá-lo da glória ao régio trono!
É aqui, irmãzinha: olha o torrão fecundo,
A cuja sombra o nosso Lar se abriga;
Neste círculo de ouro é o nosso mundo,
O altar augusto, a que a afeição nos liga.
E São Paulo, onde está? Não vejo nada
Neste globo tão liso e tão bonito?
Deixa-me ver a terra abençoada,
Onde nasceu nossa Mamãe, Carlito.
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