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Iniciado: 1899
Finalizado: 1908
Fauvismo, o primeiro movimento do século XX na arte moderna, foi inicialmente inspirada pelos exemplos de Vincent van Gogh, Paul Gauguin, Georges Seurat, e Paul Cézanne.
Os fauves (“feras”) eram um grupo vagamente aliado de pintores franceses com interesses comuns.
Vários deles, incluindo Henri Matisse, Albert Marquet, e Georges Rouault, tinha sido alunos do artista simbolista Gustave Moreau e admirava a ênfase do artista mais velho a expressão pessoal.
Matisse emergiu como o líder do grupo, cujos membros compartilhavam o uso da cor intensa como um veículo para a descrição de luz e espaço, e que redefiniu puro a forma como meio de comunicar o estado emocional do artista.
Nesse aspecto, o fauvismo provou ser um precursor importante para o cubismo e o expressionismo, bem como uma pedra de toque para futuros modos de abstração.
Fauvismo – Movimento
O movimento artístico denominado Fauvismo surgiu em 1905, durante uma exposição que se realizou em Paris, no Salon d’Autosmne onde foram expostos quadros de livre interpretação e de um colorido gritante, rodeando uma escultura clássica, de grande sensibilidade, que representava uma criança. Este contraste tão violento, chamou a atenção de um crítico de arte que ali se tinha deslocado que, muito chocado, exclamou ironicamente “Donatello parmi les Fauves”.
Os autores das obras expostas, André Dérain [1880-1954], Kees van Dongen [1877-1968] e o flamengo Maurice Vlaminck [1876-1958], aproveitando a expressão, baptizaram este novo modelo de pintura com o nome de Fauvismo. Neste movimento, cada um estabelecia a sua própria definição de pintura. Há também uma interpretação livre da Natureza.
Os Fauves vieram libertar os artistas de todas e quaisquer inibições ou convenções no uso da cor. Trata-se de um estilo vigoroso, quase frenético, no qual se nota o exagero na concentração de concepções estéticas dos vinte anos anteriores, levados as conseqüências mais extremas. Nele são utilizadas cores muito puras, vivas e primárias, contrastando umas com as outras. Dava-se grande importância à cor, muitas vezes em detrimento da forma, pela eliminação da perspectiva. As diferentes partes do corpo encontram-se nitidamente segmentadas, acentuando-se as articulações, o que nos faz lembrar as esculturas negro-africanas, recentemente descobertas.
As linhas rítmicas ligam com grande dinamismo as diferentes partes das composições, estabelecendo entre elas uma forte e contínua tensão. Nota-se uma tendência para sugerir uma cena mais ampla do que a que se encontra representada, anulando-se alguns dos pormenores, como se o espetáculo estivesse a ser visto de uma janela. Quanto aos temas tratados, embora se interessassem pela figura humana, os Fauves foram essencialmente paisagistas. Gauguin foi o seu precursor.
Neste movimento destacam-se: Henri Matisse, considerado “o rei das feras”, Maurice de Vlaminck e Raoul Dufy.
Fauvismo – Fauves
Movimento da pintura francesa, de vida relativamente curta (cerca de 1905 a 1910), que revolucionou o conceito de cor na arte moderna.
Os fauves rejeitaram a paleta suave dos impressionistas, trabalhando tons a partir das cores violentas usadas pelos pós-impressionistas Paul Gauguin e Vincent Van Gogh, para obter uma maior ênfase expressiva. Os fauves alcançaram uma grande energia poética através de seu traço vigoroso, simplificado apesar do padrão dramático das superfícies e das cores intensas.
A palavra fauves, literalmente as bestas selvagens, foi originalmente um apelido pejorativo aplicado ao grupo, em sua primeira exposição, no ano de 1905.
Entre os artistas estavam Andre Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, Georges Braque, Henri Manguin (1874-1949), Albert Marquet (1875-1947), Jean Puy (1876-1960), Emile Othon Friesz (1879-1949), e seu líder incontestável, Henri Matisse. O epíteto fauves nunca foi aceito pelo grupo e, realmente, de modo algum consegue descrever o ensolarado e lírico imaginário presente nas telas destes artistas.
Tecnicamente, o uso da cor pelos fauvistas derivou de experiências feitas por Matisse em Saint Tropez, no verão de 1904, trabalhando com os pintores neoimpressionistas, que utilizavam pequenas pinceladas de pura cor, colocadas lado a lado, para alcançar uma imagem até mesmo mais opticamente correta que a dos impressionistas. As pinturas neoimpressionistas de Matisse, apesar de terem sido executadas dentro de um estrito formalismo que seguia determinadas regras de representação, com o objetivo de conseguir uma determinada resposta óptica, demonstram um forte interesse no lirismo e expressionismo das cores.
No verão de 1905, Matisse e Derain pintaram juntos em Collioure utilizando uma luz dourada que eliminava as sombras. Os dois começaram a usar cores complementares puras, aplicadas em pequenas e vigorosas pinceladas, alcançando um padrão equivalente no lugar de uma simples descrição da luz. Em sua paleta de cores estes quadros deslumbram o espectador com sua luz do Mediterrâneo. Quando um vizinho, também colecionador de arte, lhes mostrou alguns quadros que traziam cenas dos mares do sul, pintadas por Gauguin, Matisse e Derain viram suas teorias sobre a subjetividade da cor confirmadas, e o Fauvismo nasceu.
Matisse fez a ruptura final com a cor óptica: o nariz de uma mulher poderia ser um simples plano verde se somado à composição de cor e expressão da pintura harmoniosamente.
Na verdade, Matisse chegou a afirmar: eu não pinto as mulheres, eu pinto quadros.
Cada dos pintores fez suas próprias experiências com os princípios do Fauvismo. Por volta de 1910, porém, todos tinham abandonado a rigidez de suas idéias para um tipo de maneirismo desta escola. Com a cor firmemente estabelecida na pintura como um elemento pessoal de expressão, cada um dos fauves seguiu seu próprio caminho, influenciando com sua personalidade o desenvolvimento da pintura moderna.
Fauvismo – Artistas
Nos primeiros anos do século XX, um grupo de artistas passou a usar a cor como o elemento mais importante da obra de arte.
Foi um estilo de arte que se desenvolveu a partir do expressionismo e usava cores fortes, sem matizes e formas distorcidas.
Um crítico usou pela primeira vez o termo Les Fauves (as feras) em 1905, Salão de Outono de Paris, referindo-se a um grupo de artistas que usavam este tipo de pintura.
Pintura
Um dos princípios deste movimento de vanguarda era o de que criar arte, sem relação com os sentimentos, nem com o intelecto; seguiam impulsos e instintos.
Este tipo de pintura foi caracterizado por um colorido violento, com pinceladas grossas e manchas largas formando grandes planos, os desenhos com contornos definidos e uma única cor em cada objeto, o qual que apresentava com formas simplificadas.
Este estilo teve influências de Van Gogh e Gauguin e deixou uma forte marca na arte moderna e contemporânea.
Destacam-se neste estilo: Henri Matisse e José Pancetti.
Os artistas franceses do início do século XX deram continuidade as pesquisas de Vicent van Gogh, de Gauguin e dos neo-impressionistas que se caracteriza pela divisão das cores.
A primeira exposição ocorreu em 1905 no Salão de Outono de Paris onde as obras causaram escândalo devido a violência (intensidade) das cores puras (sem matizá-las). Os artistas foram então chamados de ‘fauves” pelo crítico de arte Louis Vauxcelles; fauves significa feras em francês. A exposição foi ironicamente intitulada de “cage aux fauves”, ou seja, “gaiola das loucas”, porque no centro da sala, estava um dorso, e este dorso então estaria engaiolado com as feras.
Dois princípios regem este movimento artístico: a simplificação das formas das figuras e o emprego das cores puras, por isso, as figuras fauvistas são apenas uma sugestão e não a representação da realidade, sendo assim, é também considerado precursor do abstracionismo. Portanto, as cores não são da realidade e o objetivo era justamente este, libertar a cor das regras tradicionais da pintura, marcada pelo intelectualismo e do condicionamento imposto pela cor natural dos objetos.
A cor passou a ser usada em manchas planas e extensas; as sombras com tons fortes e contrastadas sob o efeito da justaposição; as pinceladas quase sempre separadas. Eram escolhidas arbitrariamente pelo artista, usadas puras; sem gradação de tons. O que importa é expressar as sensações do artista entregando-se ao instinto, sem preocupação do estilo.
O grupo de artistas fauvistas não era homogêneo e unido, sendo assim, seguiram tendências pictóricas diversas, como por exemplo: Georges Braque para o Cubismo; Raoul Dufy em cenas da vida campestre e urbana ou Friesz que manteve-se no Expressionismo. O desmembramento do grupo data de 1908, porém persiste em todos eles o uso arbitrário das cores que eles preferiam ser puras e quentes.
Os fauvistas se tornaram os responsáveis pelo desenvolvimento do gosto nas pessoas pelas cores puras que atualmente estão nos inúmeros objetos do nosso cotidiano e nas muitas peças do nosso vestuário.
Em 1905, em Paris, durante a realização do Salão de Outono, alguns jovens pintores foram chamados pelo crítico Loius Vauxcelles de fauves, que em português significa “feras”, por causa da intensidade com que usavam as cores puras, sem misturá-las ou matizá-las.
Dois princípios regem esse movimento sartístico: a simplificação das formas das figuras e o emprego das cores puras.
Por isso, as figuras fauvistas são apenas sugeridas e não representadas realisticamente pelo pintor.
Da mesma forma, as cores não são as da realidade.
Elas resultam de uma escolha arbitrária do artista e são usadas puras, tal como estão no tubo de tinta.
O pintor não as torna mais suaves nem cria gradação de tons.
É certo que os fauvistas, tais como André Derain (1880-1954), Maurice de Vlaminck (1876-1958), Othon Friez (1879-1949) e Henri Matisse (1869-1954), não foram aceitos quando apresentaram suas obras.Dos pintores fauvistas, Matisse foi, sem dúvida, a maior expressão.
Sua característica mais forte é a despreocupação com o realismo, tanto em relação às formas das figuras quanto em relação às cores.
Por exemplo “Natureza morta com peixes vermelhos”, pintado em 1911, podemos observar que o importante para Matisse é que as figuras – tais como a mulher, o aquário, o vaso com flores e a pequena estante – uma vez associadas compõem um todo orgânico. Mas esse objetivo não era procurado apenas pela associação das figuras. As cores puras e estendidas em grandes campos, como o azul, o amarelo e o vermelho, são também fundamentais para a organização da composição.
Fauvismo – O que é
O Fauvismo é um movimento artístico principalmente francês (em francês les fauves, “‘as feras'”, como foram chamados os pintores que não seguiam as regras da pintura impressionista, vigente na época) do início do século XX, que se desenvolveu sobretudo entre 1905 e 1907. Associada à busca da máxima expressão pictórica, o estilo começou em 1901mas só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905. Segundo Henry Matisse em “Notes d’un Peintre” pretendia-se com o Fauvismo “uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes”.
O Fauvismo, tem como características marcantes a simplificação das formas, o primado das cores, e uma elevada redução do nível de graduação das cores utilizadas nas obras. Os seus temas eram leves, retratando emoções e a alegria de viver e não tendo intenção crítica. A cor passou a ser utilizada para delimitar planos, criando a perspectiva e modelando o volume. Tornou-se também totalmente independente do real, já que não era importante a concordância das cores com objeto representado, e sendo responsável pela expressividade das obras.
Os princípios deste movimento artístico eram:
Criar, em arte, não tem relação com o intelecto e nem com sentimentos.
Criar é seguir os impulsos do instinto, as sensações primárias.
A cor pura deve ser exaltada.
As linhas e as cores devem nascer impulsivamente e traduzir as sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens.
O Fauvismo foi para muitos artistas um espaço de aprendizagem que abriu caminhos para um novo movimento que marcou definitivamente o século XX – O CUBISMO.
Fauves (feras) foi a palavra utilizada pelo crítico de arte Louis Vauxcelles para caracterizar um grupo de jovens pintores que expuseram em conjunto pela primeira vez no Salon dAutomne de 1905, em Paris. Os quadros estavam agrupados numa sala a que Vauxcelles chamou cage aux fauves (a jaula das feras).
Esta designação advém da violenta utilização das cores de um modo não realista e arbitrário e ainda de uma execução pictórica aparentemente grosseira.
Entre os membros originais do grupo estavam Henri Matisse, normalmente considerado o seu mentor, André Derain, Marquet, Vlaminck e Dufy. O termo foi mais tarde aplicado a outros artistas como Rouault e Van Dongen. Georges Braque aderiu ao movimentode forma passageira.
Os Fauves mantiveram-se ativos como grupo de Avant-Garde de 1905 a 1908, seguindo depois caminhos diferentes.
Os exemplos de Gaugin e Van Gogh foram importantes para a formação deste movimento, bem como o ensino leccionado na Escola Superior de Belas-Artes, por Gustave Moreau (ver Simbolismo) que afirmava aos seus alunos (entre outros, Matisse, Marquet e Rouault):
Não acredito na realidade nem daquilo que vejo nem daquilo que toco, mas unicamente na do meu sentimento interior; a Arte é a busca incessante e obstinada, por meios plásticos, daquilo que vocês podem ter no coração e no espírito; vão ao museu ver os antigos e compreendê-los, ou seja, discernir as qualidades pelas quais se afirmaram mestres, e que são o estilo, a matéria, o arabesco, a transformação imaginária da cor.
Vlamink 1925
Os Fauves eram deliberadamente antiacadémicos, desrespeitando a composição e proporção convencionais, utilizavam cores berrantes e expressivas em tons saturados e por vezes, contornando as áreas coloridas.
O Fauvismo tudo procurou exprimir, essencialmente através de composições de cores saturadas e principalmente pelo sentimento e a reflexão do artista frente ao espetáculo da Natureza, considerada como temática a desenvolver e não a imitar formalmente.
O Fauvismo mostra afinidades com o Expressionismo alemão, de que é precursor direto.
A data de 1905 é considerada geralmente como marcando o inicio do Modernismo (ou Movimento Moderno).
Esta corrente, Fauvismo, constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna propriamente dita. Em 1905, em Paris, no Salon dAutomne, ao entrar na sala onde estavam expostas obras de autores pouco conhecidos, Henri Matisse, Georges Rouault, André Derain, Maurice de Vlaminck, entre outros, o crítico Louis de Vauxcelles julgou-se entre as feras (fauves).
As telas que se encontravam na sala eram, de fato, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes.
Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jatos de cor, de luz, de sol.
Fauvismo
Características fundamentais
Primado da cor sobre as formas: a cor é vista como um meio de expressão íntimo
Desenvolve-se em grandes manchas de cor que delimitam planos, onde a ilusão da terceira dimensão se perde
A cor aparece pura, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas diretas e emotivas
Autonomiza-se do real, pois a arte deve refletir a verdade inerente, que deve desenvencilhar-se da aparência exterior do objeto
A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social, política ou outra.
Os planos de cor estão divididos, no rosto, por uma risca verde. Do lado esquerdo, a face amarela destaca-se mais do fundo vermelho, enquanto que a outra metade, mais rosada, se planifica e retrai para o nível do fundo em cor verde. Paralelos semelhantes podemos ainda encontrar na relação entre o vestido vermelho e as cores utilizadas no fundo.
A obra de arte nasce, por isso, autónoma em relação ao objeto que a motivou.dos temas mais característicos do autor, onde sobressaem os padrões decorativos.
A linguagem é plana, as cores são alegres, vivas e brilhantes, perfeitamente harmonizadas, não simulando profundidade, em total respeito pela bidimensionalidade da tela.
A cor é o elemento dominante de todo o rosto. Esta é aplicada de forma violenta, intuitiva, em pinceladas grossas, empastadas e espontâneas, emprestando ao conjunto uma rudeza e agressividade juvenis.
Estudo dos efeitos de diferentes luminosidades, anulando ou distinguindo efeitos de profundidade.
Fauvismo – Tendência
Fauvismo é o nome dado à tendência estética na pintura que buscou explorar ao máximo a expressividade das cores na representação pictórica.
O fauvismo teve origem no final do Século 19, ao contar com precursores como Paul Gauguin e Vincent Van Gogh.
O estilo destes dois artistas, que trabalharam juntos no mesmo ateliê, guardava semelhanças e foi imitado pelos chamados fauvistas principalmente no uso exacerbado das cores agressivas e a representação plana, que imprimia grande teor dramático à representação pictórica.
A tendência fauvista não só revolucionou o uso das cores na pintura moderna como foi uma das origens dos posteriores movimentos de ruptura estética nas artes plásticas.
O termo fauvismo, na verdade, teve origem a partir das observações corrosivas do crítico de arte Louis Vauxcelles após ter visitado uma mostra de pinturas de vários artistas, entre eles Henry Matisse. Vauxcelles utilizou a expressão Les Fauves ao se referir aos artistas.
O uso pejorativo da expressão, que pode significar os animais selvagens, prevaleceu nas críticas imediatamente posteriores.
Apesar da negação do rótulo e dos protestos pelos artistas integrados à nova tendência, que não chegaram a lançar nenhum manifesto teórico de afirmação e nomeação da sua linha estética, o termo fauvismo acabou permanecendo, talvez indevidamente, nos estudos da história da arte.
Tendo curto período de existência, o que caracterizaria os movimentos vanguardistas posteriores, o fauvismo reuniu sob a liderança de Matisse pintores como Georges Braque, Andre Derain, Georges Roualt, Kees van Dongen e Raoul Dufy.
O Fauvismo inaugurou o império da cor na pintura
Pintura de Henri Matisse
O fauvismo foi um movimento relativamente curto, durando entre 1898 e 1908, mas revolucionou o conceito de cor na arte moderna.
Os fauvistas rejeitaram a paleta impressionista de cores suaves e cintilantes, em favor das cores violentas que já vinham sendo usadas pelos pós-impressionistas Paul Gauguin e Vincent Van Gogh, dando-lhes uma ênfase expressiva. Os artistas deste novo estilo aplicaram ao seu trabalho uma energia poética, através de linhas vigorosas, da simplificação dramática das formas e da aplicação de cores intensas.
Albert Marquet
Fauves (bestas selvagens) era um nome pejorativo, aplicado à revelia a um grupo de artistas, em sua primeira exibição pública, em 1905.
Desse grupo participavam, entre outros, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, Georges Braque, Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy, Emile Othon Friesz, e seu líder maior, Henri Matisse. Tecnicamente, o uso da cor pelo fauvismo foi o resultado de experiências feitas por Matisse em Saint-Tropez, no verão de 1904, ao trabalhar com pintores neo-impressionistas, que aplicavam porções de tinta pura, uma ao lado da outra, na busca de uma imagem que fosse, no seu entender, mais real que a dos impressionistas.
André Derain
A pintura neo-impressionista de Matisse, conquanto obedecendo estritamente às regras, se diferenciava por um forte interesse no lirismo das cores.
No verão de 1905, Matisse e Derain pintaram juntos “uma luz dourada que eliminou as trevas”. Eles começaram usando cores complementares aplicadas em vigorosos lances, buscando algo mais que a luminosidade dos impressionistas, ao trazer uma visão deslumbrante do brilho do sol no Mediterrâneo.
Mais tarde, quando alguns colecionadores lhes mostraram algumas pinturas dos mares do Sul, feitas por Gauguin, eles viram confirmadas suas teorias sobre a subjetividade das cores reais e, a partir de então, o fauvismo passou a existir como um novo movimento nas artes plásticas.
Maurice de Vlaminck
Matisse criou uma linha divisória na interpretação ótica da cor. O nariz de uma mulher poderia ser verde, desde que a alteração acrescentasse expressão à pintura.
Matisse declarou: “Eu não pinto mulheres, eu pinto quadros.”
Todos os pintores envolvidos na nova experiência seguiram caminhos personalizados. Em verdade, por volta de 1908, eles abandonaram sua fidelidade irrestrita ao maneirismo de uma escola qualquer. Ainda que adotando a prevalência da cor sobre a forma e sobre a luminosidade, cada um buscou uma interpretação própria, segundo sua concepção individual de arte.
Fauvismo – História
No princípio do século XX, a arte tornou-se agressivamente compulsiva, e um estilo se sobrepunha ao outro com extrema rapidez.
Porém, um tema permanecia constante: a arte se concentrava menos na realidade visual externa e mais na visão interna.
Em toda a evolução da arte ocidental, o século XX produziu a ruptura mais radical com o passado. A arte do século XX não apenas decretou que qualquer tema era adequado, mas também libertou a forma (cubismo) das regras tradicionais e livrou as cores (fauvismo) da obrigação de representar com exatidão os objetos.
Os artistas modernos desafiavam violentamente convenções, seguindo o conselho de Gauguin, para quebrar todas as janelas velhas, ainda que cortemos os dedos nos vidros.
No coração dessa filosofia de rejeição ao passado, chamada de Modernismo, havia a busca incessante de uma liberdade radical de expressão. A arte se afastava gradualmente de qualquer pretensão de retratar a natureza, seguindo na direção da pura abstração em que dominam a forma, as linhas e as cores.
Nas três décadas que precedem à Primeira Guerra Mundial, Paris converte-se num centro cultural de incrível força criadora na arquitetura, nas artes decorativas, no teatro e na música. O novo século parece trazer um vento de otimismo e confiança no futuro. As conquistas coloniais oferecem grande abundância de matérias primas a baixo preço, e a grande indústria produz no limite da sua capacidade com enormes margens de lucro.
Paris enche-se de cafés-concerto, teatros, cabarés e salões de baile. Entre 1901 e 1906, houve várias exposições abrangentes que, pela primeira vez, tornavam bastante visíveis as obras de Van Gogh, Gauguin e Cezanne. Para os pintores que viram as realizações desses artistas, o efeito foi uma libertação, e começaram a fazer experiências com estilos novos e radicais.
Este movimento deu origem ao Fauvismo, que floresceu entre 1898 e 1908, e que apesar de seu curto período de permanência é considerado um movimento de vanguarda. Ele usa cores brilhantes e puras, aplicadas como saem das bisnagas de tinta, e de uma forma agressiva e direta para criar uma sensação de explosão na tela.
A exposição de 1905 Salon dAutomne que inaugurou o Fauvismo em Paris, mudou para sempre a maneira de ver a arte. Antes o céu era azul e a grama era verde. Mas nas telas dos fauvistas Matisse, Vlaminck, Derain, Dufy, Braque, Rouault entre outros, o céu era amarelo-mostarda, as árvores vermelhas e os rostos verde-ervilha.
A reação do público foi hostil.
O grupo ganhou esse nome do crítico de arte Louis Vauxcelles, da revista Gil Blas, que, observando os quadros em volta de uma escultura em bronze de Albert Marquet, representando um menino, comenta: Ah, Donatello au milieu des fauves! (Ah, Donatello no meio das bestas selvagens!). O que levou os críticos a considerarem os fauvistas todos um pouco loucos, foi o uso das cores sem referência e aparência real. Os fauvistas porém se embriagavam com cores vibrantes, exageradas. Liberaram a cor de seu papel tradicional de descrever objetos, para fazê-la representar sentimentos. Os fauvistas acreditavam inteiramente na cor como força emocional. A cor perdeu as qualidades descritivas e tornou-se luminosa, criando a luz em vez de imitá-la.
Outra influência de peso na arte fauvista foi a descoberta da arte-tribal não européia. Derain, Vlaminck e Matisse foram os primeiros a colecionar máscaras africanas.
A arte dos Mares do Sul, popularizada por Gauguin, e o artesanato da América do Sul e Central também contribuíram para afastá-los das tradições renascentistas e conduzi-los a vias mais livres de comunicação de emoções.
Principais artistas e suas obras
Durante sua breve prosperidade, o Fauvismo teve alguns adeptos notáveis, entre eles Dufy, Camoin e Braque; entretanto as principais obras fauves foram pintadas por Matisse, Derain e Vlaminck.
Obviamente há dificuldades em agrupar artistas tão eminentemente individuais e independentes sob um único rótulo, sobretudo porque todos eles contribuíram com diferentes qualidades para o estilo que reconhecemos como Fauvismo.
Charles Camoin
Nascido em Marselha em 23 de setembro de 1879, Charles Camoin foi encorajado desde cedo no campo das artes. Aos sete anos ele já passava as suas manhãs estudando na Escola de Belas Artes de Marselha. Ele conheceu os seus contemporâneos fauvistas aos dezenove anos quando ingressou no Estúdio de Gustave Moreau em Paris.
Ele também foi muito amigo de Paul Cezanne. O uso pacífico das cores nos seus trabalhos reflete um leve afastamento do estilo proverbialmente vívido do fauvismo, na medida em que ele foi sendo influenciado pelo impressionismo, particularmente por Renoir. Ele viajou extensivamente pelo sul da Europa, pintando com seus amigos Matisse e Marquet, mas ele preferia a pintura das províncias francesas. Ele casou com Charlotte Proust em 1940 e morreu em Paris em 1965.
Andre Derain
Nascido em 10 de junho de 1880 em Chatou, França, a família de Andre Derain, inicialmente, pretendia que ele se tornasse um engenheiro. Entretanto ele começou a pintar aos quinze anos tornando-se um dos mais prolíficos artistas fauvistas. A paixão de Derain pela arte surgiu quando ainda era jovem e ele admitia ser obsecado pelo Louvre. Ele conheceu Henri Matisse no início de sua carreira e a Vlaminck em 1900. Um encontro que muitos historiadores da arte consideram o nascimento da arte Fauve. Derain e Vlaminck eram seus bons amigos e eles intercambiavam idéias artísticas e literárias. Eles freqüentemente pintavam juntos. As pinturas de Derain são muito ecléticas e a partir delas pode-se rastrear os seus vários estágios de experimentação.
A sua peça mais famosa, A Dançarina, foi influenciada por Gauguin como se observa pelo uso que Derain fez dos tons de terra.
Outros trabalhos como a sua série de Londres e barcos a vela são reminiscências do impressionismo. Durante as suas viagens com George Braque, o seu trabalho foi adquirindo um estilo mais Cubista. Mais tarde, Derain mudou das paisagens para o estudo da figura humana e ele chegou mesmo a experimentar a escultura e desenho de roupas. Andre Derain morreu em 1954, semanas após ter sido atropelado por um carro em Chambourcy.
Raoul Dufy
Muitos associam imediatamente as pinturas de marinhas, ruas embandeiradas e cenas de figuras anônimas caminhando pelas ruas a Raoul Dufy. Suas paisagens marítimas são freqüentemente pintadas de verde esmeralda com pinceladas brancas, pretas e vermelhas representando barcos a vela e pessoas. Muitos dos seus trabalhos incorporam um sentido de suavidade, alegria e efemeridade. Dufy pintou vários quadros de avenidas em Le Havre, onde ele nasceu, cobertas de bandeiras comemorativas da Queda da Bastilha. Diferentemente de Van Dongen, Derain e Vlaminck, Dufy encontrou muita animosidade ao conhecer os Fauves.
De fato, o único modo que Berthe Weill, o principal patrocinador dos artistas Fauvistas, conseguiu para exibir os trabalhos de Dufy junto com os de outros artistas Fauvistas foi exibí-los em salas separadas. Dufy não foi totalmente aceito no círculo até a exibição do Salon dAutomne em 1907. Ele foi obrigado durante toda a sua vida a pegar trabalhos estranhos aqui e acolá para poder se sustentar, como dirigir uma caminhonete para serviço postal militar, período em que Dufy foi exposto aos inúmeros trabalhos de outros artistas.
Henri Manguin
Henri Manguin nasceu em Paris em 23 de março de 1874 e ingressou na Ecole des Beaux-Arts para estudar sob a orientação de Gustave Moreau como Matisse e Camoin, tornando-se grandes amigos. Assim como os seus companheiros, Manguin fez cópias da arte Renascentista no Louvre que eram adquiridas pelo estado. Manguin foi muito influenciado pelo Impressionismo como se pode verificar a partir do uso que fez de tons pastéis brilhantes. Ele se casou em 1899 e fez numerosos retratos de sua esposa, Jeanne, e de sua família. Em 1902, Manguin teve a sua primeira exposição nos Salon des Independants e dAutomne. Muitas das suas pinturas são paisagens Mediterrâneas e representam o auge da sua carreira como um artista Fauve. Ele viajou extensivamente com Marquet pelo sul da Europa. Em 1949, Manguin deixou Paris para se fixar em Saint-Tropez.
Albert Marquet
Albert Marquet nasceu em 1875 em Bordeaux filho de um pai que trabalhava na ferrovia e de uma mãe encorajadora que apoiou os seus esforços artísticos iniciais. Ele ingressou no Estúdio de Gustave Moreau como os outros Fauves da Ecole des Beaux-Arts. Ele pintou extensivamente as paisagens urbanas francesas. Ele usava a cor no seu trabalho para enriquecer ou atenuar os efeitos da luz solar. Um desses trabalhos é o Quai du Louvre et Le Pont-Neuf a Paris no qual ele usou luz contrastante e sombras escuras para representar a luz solar. Marquet preferia viver uma vida reservada com sua esposa, Marcelle Matinet com quem se casou em 1923. Ele adorava viajar pela Europa e Norte da África. Marquet pintava com Dufy pelas praias da Normandia e La Havre. Apesar da sua predileção pela pintura de paisagens, muitos atestariam o talento de Marquet para retratos, o que era freqüentemente comparado com os trabalhos de Van Gogh e Tolouse Lautrec.
Henri Matisse
Henri Matisse, nascido em Le Cateau em dezembro de 1869, planejou inicialmente uma carreira como advogado e chegou mesmo a ser aprovado nos exames de advocacia em Paris em 1888.
Entretanto, ele começou a pintar após um ataque agudo de apendicite e a partir daí prosseguiu, tornando-se um líder em muitos círculos de arte. Ele ingressou no Estúdio de Gustave Moreau na Ecole des Beaux- Arts, onde conheceu Camoin, Manguin, Marquet and Jean Puy. Matisse fez experimentos com diversos meios e estilos.
O seus primeiros trabalhos, especialmente, Luxe, Calme et Volupte, eram muito puntilísticos, pois ele foi muito influenciado por Seurat. Matisse tornou-se um Neo- Impressionista, usando destacadamente tanto cor como sombras.
Os seus últimos trabalhos enfatizavam a saturação da cor e a simplicidade das linhas. Em muitos trabalhos, ele exibe uma plasticidade de formas que complementa o uso simplista e saturado da cor.
Em algumas das suas pinturas, ele transpôs as tramas o que diminuiu o sentido de espaço no seu trabalho. Matisse foi um pioneiro do Fauvismo, e foi amplamente reconhecido, estabelecendo várias conexões com a comunidade Americana na França.
Matisse também esculpiu em argila, bronze e cerâmica. Ele também dirigiu uma academia de arte durante três anos. Muitos dos seus quadros apresentam vistas a partir de janelas e partes de interiores. Em 1908, Matisse publicou “Notes d’un Peintre” onde registra a sua manifestação pessoal como artista .
Kees Van Dongen
Van Dongen entrou na cena artística Parisiense no auge do Fauvismo durante os anos dos Salon des Independants e Salon dAutomne. Ele teve grande sucesso e a representação sensual de figuras nuas também conferiu-lhe notoriedade. Ele nasceu em Rotterdam em 1877 e estudou na Academy of Fine Arts daquela cidade entre 1892 e 1897. Van Dongen estabeleceu-se em Paris em 1901 após se casar com Augusta Prettinger. Além de pintar, ele ganhava a vida em parte vendendo esquetes satíricos para os jornais.
Depois dos anos do Fauvismo, ele tornou-se o seu próprio empresário de arte em Paris. Mais tarde, desiludido e amargo, ele começou a pintar retratos da alta sociedade, os quais podem ser vistos como uma extensão dos esquetes satíricos da aristocracia no início da sua carreira. As suas pinturas Le Ble et Le Coquelicot, são muito dinâmicas e quase dão a impressão do vento empurrando as nuvens e penteando a vegetação dos campos.
Maurice de Vlaminck
Maurice de Vlaminck nasceu em 1876 em Paris de pais que eram músicos boêmios. Ainda adolescente, Vlaminck planejou fazer carreira como ciclista profissional. Como seus pais, ele também possuia um talento musical e se sustentava com o violino. Vlaminck tinha um interesse apaixonado na pintura, o que era estimulado por Robichon, um artista francês. Ele se casou com Suzanne Berly em 1894, mas contraiu febre tifóide o que pôs fim a sua carreira ciclística em 1896.
Obrigado a sustentar a família, ele dava aulas de violino mas acabou ingressando na carreira militar. Foi durante uma de suas viagens a serviço em Chatou que ele conheceu Andre Derain em junho de 1900. Esse encontro marcou o início da escola de Chatou e, na prática, o nascimento da arte Fauvista. Vlaminck pintou com os Fauves e se exibiu com eles nos Salon des Independants e dAutomne.
Ele também publicou alguns contos para os quais Derain fez as ilustrações, e chegou mesmo a escrever alguma poesia. Vlaminck se casou novamente e teve duas filhas. Ele continuou a viajar com Derain durante os últimos anos da sua vida e publicou dúzias de relatos autobiográficos da sua vida e das suas experiências com outros artistas.
Georges Braque
Georges Braque nasceu em 13 de maio de 1882 em Argenteuil-sur-Seine, França. Ele cresceu em Le Havre e estudou na Ecole des Beaux-Arts daquela cidade entre os anos de 1897 e 1899. De 1902 a 1904, ele pintou na Académie Humbert em Paris, onde conheceu Marie Laurencin e Francis Picabia.
Por volta de 1906, o trabalho de Braque não era mais Impressionista e sim estilo Fauve; depois de passar o verão na Antuérpia com Othon Friesz, ele mostrou o seu trabalho Fauve no Salon des Indépendants, em Paris no ano seguinte. A sua primeira exibição solo foi na galeria Daniel-Henri Kahnweiler em 1908.
A partir de 1909, Pablo Picasso e Braque trabalharam juntos no desenvolvimento do Cubismo; em 1911, os seus estilos eram extremamente similares. Após a Primeira Guerra Mundial, o trabalho de Braque tornou-se mais livre e menos esquematizado. A sua fama aumentou em 1922 como resultado de uma exibição no Salon dAutomne em Paris.
A sua primeira retrospectiva mais importante aconteceu em 1933 na Kunsthalle Basel. Ele ganhou o Primeiro Prêmio na Carnegie International, Pittsburgh, em 1937. Além da pintura, Braque também fez litografias, entalhes e esculturas. Durante os últimos anos de sua vida, a saúde abalada de Braque impediu que ele assumisse grandes compromissos, mas ele continuou a pintar, a fazer litografias e a desenhar jóias. Ele morreu em 31 de agosto de 1963 em Paris.
Fonte: www.ciaarte2.hpgvip.com.br/www.esec-josefa-obidos.rcts.pt/cultura.portaldomovimento.com
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