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O uso moderno de armas químicas começou com a I Guerra Mundial, quando os dois lados em conflito usou gás venenoso para infligir sofrimento agonizante e causar mortes no campo de batalha significativos.
Essas armas basicamente consistia em bem conhecidos produtos químicos comerciais colocadas em munições padrão, tais como granadas e granadas de artilharia. O cloro, fosgênio (um agente de asfixia) e gás de mostarda (que inflige dolorosas queimaduras na pele) estavam entre os produtos químicos utilizados. Os resultados foram indiscriminado e muitas vezes devastador. Cerca de 100.000 mortes resultou. Desde a Primeira Guerra Mundial, as armas químicas causaram mais de um milhão de mortes a nível mundial.
Armas Químicas
Como resultado da indignação pública, o Protocolo de Genebra , que proibiu o uso de armas químicas na guerra, foi assinado em 1925. Enquanto um passo bem-vindo, o Protocolo tinha uma série de deficiências significativas, incluindo o fato de que ele não proibiu o desenvolvimento, produção ou estocagem de armas químicas. Também problemático foi o fato de que muitos Estados que ratificaram o Protocolo reservou o direito de usar armas proibidas contra os Estados que não foram parte no protocolo ou como retaliação em espécie, se as armas químicas foram usadas contra eles. Gases tóxicos foram usados durante a Segunda Guerra Mundial em campos de concentração nazistas e na Ásia, as armas químicas althogh não foram utilizados em campos de batalha europeus.
O período da Guerra Fria viu significativo desenvolvimento, fabricação e armazenamento de armas químicas. Na década de 1970 e 80, cerca de 25 Estados foram o desenvolvimento das capacidades de armas químicas. Mas desde o fim da II Guerra Mundial, as armas químicas ter supostamente sido utilizado em apenas alguns casos, nomeadamente por parte do Iraque na década de 1980 contra a República Islâmica do Irã.
O que é
Uma arma química é um dispositivo que utiliza produtos químicos formulados para causar a morte ou danos em seres humanos.
Eles são classificados como armas de destruição em massa que eles estão separados de armas biológicas (doenças), armas nucleares e radiológicas (que usam o decaimento radioativo de elementos).
As armas químicas pode ser amplamente disperso em gás, líquido e formas sólidas e pode facilmente afligem os outros do que os alvos pretendidos. gás de nervos, gás lacrimogêneo e spray de pimenta são três exemplos modernos.
Fonte: www.un.org
Armas Químicas
AS NOVAS ARMAS DE GUERRA
“No dia 11 de setembro de 2001 o mundo testemunhou o horror vivido nos EUA (Estados Unidos da América). Nas semanas seguintes, o medo de uma guerra e do emprego de novas armas desenvolvidas pela ciência. Hoje a ciência possibilita o avanço e, ao mesmo tempo, a desgraça dos seres vivos. Com a tecnologia de bombas atômicas, biológicas e químicas, já é possível dizimar populações inteiras, silenciosamente. É chegada a hora de o ser humano repensar seus princípios, valores e cuidar da perpetuação de sua espécie, através da família, antes que nós representemos uma arma letal contra nós mesmos.” Perseu H. de Paula
A seguir, o professor paulista Perseu Lúcio Helene de Paula explica a diferença entre as novas armas de guerra. Leia atentamente e fique por dentro do assunto, que pode ser tema dos próximos vestibulares. Aproveite para refletir e levar esse tema para seus grupos de discussão.
De forma bem resumida, qual é a diferença?
Armas biológicas
São armas que transportam microorganismos vivos, bactérias e/ou vírus para que, na hora do impacto, disseminem doenças contagiosas e dizimem populações inteiras. Podem causar uma pandemia (doença epidêmica amplamente difundida), porém a infra-estrutura de uma cidade fica preservada.
Armas químicas
São armas que transportam substâncias tóxicas irritantes que atacam a orofaringe (uma das divisões da faringe), pele e tecidos de animais e vegetais. Muitos destes compostos, após reação, produzem ácidos muito fortes. Neste caso, a infra-estrutura de uma cidade pode ser prejudicada e possivelmente haverá contaminação do solo e do lençol freático.
Armas nucleares
São armas que transportam elementos radiativos que, por fissão nuclear (quebra do núcleo atômico), liberam grande quantidade de energia, destruindo a infra-estrutura da cidade. Os efeitos radiativos alteram o código genético do ser vivo. A bomba atômica é uma arma nuclear.
Em termos de efeito devastador, a pior entre as três armas é a biológica, pois sua explosão não afeta a viabilidade dos microorganismos. Por outro lado, é difícil combater um agente invisível sem contar que sua multiplicação bacteriana e/ou viral se dá em progressão geométrica.
Explosão de bomba atômica lançada pelos Estados Unidos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945
Mortalidade
O anthrax provoca morte em até 90% dos casos, quando não há tratamento antes da manifestação dos primeiros sintomas.
Tratamento
Os antibióticos do tipo doxiciclina e ciprofloxacina são os mais eficazes. A penicilina funciona em alguns casos.
Prevenção
Existe uma única vacina que até pouco tempo atrás era aplicada apenas em quem lidava com gado. Recentemente passou a ser inoculada em larga escala em militares americanos.
Fonte: www.escolavesper.com.br
Armas Químicas
Efeito Janus
ARMAS QUÍMICAS PARA O BEM
Muitas cidades na Antigüidade eram cercadas por fortificações com portas e arcos como entradas. Janus, o deus romano protetor das entradas, é representado com uma cabeça dotada de duas faces, dirigidas para direções opostas, conforme aparecem em antigas moedas romanas.
As duas faces desiguais de Janus simbolizam a dualidade, chamando-se efeito Janus a situação que apresenta soluções contraditórias, e no caso de substâncias químicas, aquelas que podem ter aplicações diferentes e opostas, prejudiciais e benéficas. Mencionaremos, mais adiante, um exemplo clássico do efeito Janus.
Moeda antiga retratando Janus
Armas químicas foram oficialmente definidas pela CWC (Chemical Weapons Convention) como sendo as substâncias que através de efeitos químicos sobre processos biológicos possam causar morte, perda temporária de funções vitais, ou ainda, prejuízo permanente a pessoas ou animais. Mais ainda, para ser qualificada como arma química a substância deletéria deve agir de forma direta, sem o apoio de outras substâncias ou fornecimento de qualquer forma de energia.
Tanto as armas bacteriológicas como as químicas podem levar à exterminação em massa e durante mais de 20 anos um esforço conjunto foi feito no sentido de estabelecer compromissos entre as nações, objetivando a proibição do desenvolvimento, produção, armazenamento e uso de armas químicas. Como resultado, em 3 de setembro de 1992, durante a Conferência para o Desarmamento, em Genebra, na Suíça, um tratado foi finalmente estabelecido, tendo recebido até hoje mais de 170 adesões dos principais governos mundiais.
De acordo com o conceito de arma química, vê-se que o napalm e outros agentes incendiários, muito usados durante a Guerra do Vietnã, aí não se enquadram, pois requerem o uso de energia térmica.
Na Segunda Guerra Mundial, o napalm foi empregado em lança-chamas e bombas, constituídos de uma mistura de gasolina e outros derivados do petróleo e um agente emulsificante (o napalm) que converte a mistura em uma gelatina densa a qual torna-se fluida sob pressão. O napalm provoca queimaduras profundas e deformantes, além de envenenamento por monóxido de carbono.
Por outro lado, as bombas de gás lacrimogêneo são consideradas armas químicas, embora não mortíferas. O gás lacrimogêneo provoca intensa irritação das vias respiratórias e dos olhos, com produção incontida de lágrimas, mas tem efeito passageiro, sem deixar seqüelas.
As armas químicas mais agressivas e mais modernas são as que atuam sobre o sistema nervoso da vitima. Fisiologicamente, os efeitos tóxicos dos chamados “agentes dos nervos” ocorrem pela desativação da enzima colinesterase, que controla a transmissão dos impulsos nervosos. Sem esse controle as funções biológicas, como a respiração, param.
Os agentes dos nervos pertencem ao grupo de compostos organo-fosforados, que são estáveis e de fácil dispersão, como o Tabun, Soman, Sarin e VX. Sarin, o mais tristemente famoso, foi utilizado por Aum Shinri Kyo, uma seita japonesa, no ataque terrorista no metrô de Tóquio em 1995, envenenando milhares de pessoas.
Finalmente, vamos falar sobre o protagonista do mencionado efeito Janus: o gás de mostarda, produzido pela primeira vez em 1822. Trata-se do 1,1-tiobis-2-cloroetano, que, quando impuro, possui odor de mostarda, de onde vem o seu nome. Usado intensamente na Primeira Guerra Mundial, causa inflamação na pele e formação de vesículas ou bolhas muito dolorosas. Em concentrações altas pode provocar cegueira, e, se inalado, destruir os alvéolos dos pulmões, levando à morte.
O gás de mostarda serve para demonstrar o principio de que, para tudo, há dois caminhos, o do bem e o do mal. Utilizado durante muito tempo como arma química, ocorreu com ele uma coincidência histórica que resultaria na descoberta da quimioterapia. Esse incidente ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial.
No dia 3 de dezembro de 1943, o navio Liberty, onde servia como oficial médico Cornelius Rhoads, estava ancorado no porto italiano de Bari. Bombardeiros alemães atacaram o porto e afundaram 16 navios, entre os quais o Liberty, que, além de munições e mantimentos, carregava secretamente grande quantidade de gás de mostarda.
Rhoads tratou de mais de 600 sobreviventes do Liberty, que apresentavam olhos irritados, queimaduras e muitos problemas internos. E mencionavam um estranho cheiro no ar. O médico observou também nesses marinheiros uma queda dramática no número de glóbulos brancos, sendo o efeito atribuído ao gás de mostarda. Pensou então em utilizar esse composto para combater o câncer, principalmente formas como a leucemia, onde o aumento dos leucócitos é brutal.
Rhoads voltou aos Estados Unidos após a guerra, tendo fundado e dirigido o Sloan-Kettering Institute for Cancer Research e, até o fim de sua vida, produzido novas e potentes drogas contra o câncer. E foi assim que o Efeito Janus, revelado através do gás de mostarda, deu inicio à forma de tratamento de câncer através de drogas químicas e conhecida como quimioterapia.
Fonte: www.moderna.com.br
Armas Químicas
Com o advento da poderosa indústria química no século 19, foi inevitável que a Guerra de 1914-18 usasse o gás venenoso como uma arma de combate.
Depois de duas experiências de poucos resultados, feitas no fronte ocidental ainda em 1915, o exército alemão, seguido dos franceses e ingleses, fizeram largo uso do gás de cloro e de mostarda a partir de 1916. Assim, os soldados conheceram mais um abominável instrumento de morte. O pavor dos atingidos foi total.
Desde então, nada provocou no homem moderno tamanha fobia do que vir a morrer inalando gás venenoso.
O gás no fronte de batalha
Proteções inúteis
Registra-se o dia 3 de janeiro de 1915 como aquele em que pela primeira vez os alemães lançaram cartuchos de gás venenoso sobre as trincheiras inimigas, operação, diga-se, inutilizada pelas baixas temperaturas. Mas logo que o tempo melhorou, em abril de 1915, a situação foi outra. Nos dias seguintes ao 25, na região de Langemarck, perto de Ypres, uma densa névoa verde-cinza, típica do gás de cloro, expelida de 520 cilindros, começou a soprar em direção às linhas de um regimento franco-argelino que sustentava a posição. Quando eles viram aquele vapor tóxico vindo na direção deles, envolvendo tudo, adentrando por todo os lados, provocando-lhes uma violenta náusea, foi um salve-se quem puder. O pânico fez com que os soldados, deixando as armas e as mochilas, corressem como loucos para as linhas da retaguarda em busca da salvação. Tiveram que improvisar algumas máscaras na hora mas sem grandes resultados. Nas trincheiras e nos campos, jogados ao léu, encolhidos, espumando, ficaram os que não conseguiram escapar. Psicologicamente foi um sucesso. O inimigo desertara em massa. A notícia logo espalhou-se de boca em boca pelos corredores das trincheiras e dos valos onde milhares de homens se encontravam – um diabo em forma de nuvem fétida estava solto nos campos da Europa.
Banalização do uso do gás
Ataque com gás: uma paisagem aterradora (ataque francês nas linhas alemãs, Bélgica, 1916)
Em setembro daquele mesmo ano de 1915, os ingleses deram a sua resposta ao ataque de gás em Ypres, jogando sobre os alemães entrincheirados perto de Loos uma substantiva quantidade de gás de cloro. Se nos começos desse tipo de recorrência ao gás mortífero era costume utilizar-se grandes cilindros para despejar veneno ao sabor da direção em que o vento soprava, em seguida avançou-se para o uso de um cartucho próprio, o The Projetor, capaz de lançar cápsulas de gás venenoso a enorme distância.
Foi a partir do ano de 1916, especialmente durante a longa batalha de Verdun, travada entre alemães e franceses, que o gás entrou em cena de vez. E desta feita foi a estréia de novo gás muito mais tenebroso em seus efeitos do que o cloro – o chamado gás de mostarda (dichlorethylsulphide). De cor amarelada forte, ele mostrou-se capaz de devastar as linhas adversárias mesmo em meio às tropas equipadas com máscaras antigases. Em contato direto com qualquer parte da pele da vítima, de imediato, ele levantava bolhas amareladas, atacando em seguida os olhos e as vias respiratórias. Além disso, tinha a capacidade de permanecer fazendo efeito durante um tempo bem superior do que os outros, como o gás lacrimogêneo (lachrymator), não-mortal, e o de cloro, seja ele fosfogênico ou difosgênico.
Deste então, a paisagem da guerra das trincheiras foi toldada pela presença sistemática dos vapores do gás de mostarda que, utilizado por ambos os lados, passou a ser o manto sombrio e enfumaçado que cobria os soldados em seus últimos momentos de vida. Tamanha foi sua presença nas batalhas que no ano final da guerra, em 1918, ¼ dos obuses lançados pela artilharia eram de gás venenoso.
O testemunho de um poeta
Wilfred Owen (1893-1918)
Vários escritores testemunharam ou eles mesmos passaram pela terrível experiência do envenenamento por gás durante a Grande Guerra de 1914-18.
Uma das descrições mais impressionantes de um ataque por gás contra uma patrulha foi deixada em versos pelo poeta britânico Wilfred Owen, que antes de ser abatido pela metralha alemã uma semana ante do final da guerra, no dia 4 de novembro de 1918 deixou seu testemunho no célebre poema Dulce et decorum est (1917):
Totalmente encurvados como se fossem velhos mendigos em fila, joelhos dobrados, tossindo como bruxas, andávamos sobre a maldita lama/ Até o momento em que os insistentes sinalizadores nos fizessem voltar/ Então, na distância que nos restava percorrer, começamos a nos arrastar/
Alguns marchavam tontos de sono. Muitos deles haviam perdido suas botas, mancando, com os sapatos ensangüentados/ Todos estavam estropiados, todos cegos: Bêbados de fadiga, surdos mesmo aos alarmes de que um cartucho de gás havia estourado ali perto.
Gás!Gás! Rápido rapazes! Num êxtase mal ajeitado, todos tentam colocar a máscara ainda a tempo. Mas alguém continuava gritando alto e tropeçando, como um homem em meio ao fogo ou a lama./ Confuso, como se estive metido numa densa e enevoada vidraça de luz verde, como se estivesse num mar verde, eu o vi se afogando/
Em todo os sonhos que tive depois dessa desamparada cena, ele aparecia precipitando-se sobre mim, derretendo-se, sufocado, afogado/
Não sei se com esses enfumaçados sonhos você também conseguirá ter paz
Atrás do vagão em que o jogamos, atentei para o branco dos olhos dele convulsionando-se no seu rosto/ A sua cara de enforcado, como se fosse um diabo vomitado pelo pecado/ Você podia escutar, a cada solavanco, o sangue saindo, gorgulhante, dos seus pulmões corrompidos/
Obsceno como um câncer, amargo como fel. Quão vil e incuravelmente inflamado em línguas inocentes/ Meu amigo você não vai querer este tipo de prazer elevado/ Tão ardentemente infantil em querer alcançar tal glória desesperada/
É uma velha mentira: Dulce et decorum este Pro patria mori (Quão doce e honrado é morrer pela pátria!)
Soldados ingleses cegos pelo gás
Uma tela impressionante
A parábola dos cegos
Mal terminado o conflito, assinado o Armistício em 11 de novembro de 1918, o Comitê do Memorial da Guerra de Londres encomendou uma tela ao pintor norte-americano John Singer Sargent para vir ilustrar o Hall of Remembrance, o Salão da Recordação, que iriam construir para homenagear os milhares do mortos na Grande Guerra. Sargent, que estivera no fronte, resolveu retornar às linhas abandonadas da França, em 1919, em busca de uma inspiração direta.
Então lembrou-se das filas dos soldados atingidos pelo gás venenoso que o impressionaram muito. A partir daí, recorrendo às imagens dos frisos greco-romanos das procissões sagradas, fez uma série de estudos para depois juntá-los num painel, em cor pastel, da desolação humana. O resultado do painel de Sargent foi impressionante, parecendo-se uma atualização da Parábola dos Cegos, tela de Pieter Brueghel, pintada no século 16, um dos maiores flagrantes do desamparo que a cegueira provoca. É significativo de que a cena de sofrimento que mais impressionou aquela geração de combatentes não tenha sido o padecimento e as doenças nas trincheiras, nem a morte estraçalhada pelos obuses da artilharia, nem os ventres abertos pela metralha ou pela baioneta, nem os corpos horrivelmente carbonizados pelo lança-chamas, mas sim a consternação provocada em todos pelos gaseados.
A marcha dos gaseados
Comentário de uma enfermeira
Os horrores dos ferimentos provocados por um ataque por gás mereceram também o registro da enfermeira Vera Brittain, que, logo em seguida ao término da guerra, deixou também o seu testemunho no A testament of youth, de 1918, de onde retirou-se o seguinte comentário:
Vitimados pelo gás
“Eu gostaria que uma dessas pessoas que dizem querer levar a guerra até suas conseqüências finais que vissem os soldados envenenados pelo gás de mostarda.
Grandes bolhas cor de mostarda, cegos, todos eles agarrando-se uns aos outros, lutando desesperadamente para respirar, com vozes que são um sussurro, dizendo que a garganta deles está se fechando e que logo eles vão sufocar-se.”
Tipos de gases
O gás cloro (Cl2) foi a primeira delas. Desde então, muitas outras substâncias já o substituíram e suplantaram. Podemos classificar as armas químicas de acordo com o modo como atuam.
Nesse critério, os principais tipos são os seguintes:
Exercício com a máscara antigás
Agentes asfixiantes
Atuam nos pulmões, causando-lhes sérias lesões e dificultando a respiração. Podem provocar a morte por asfixia. Exemplos:Cl2 (gás cloro) COC2 (fosfogênico) Cl3C-NO2 (cloropicrina)
Agentes que atuam no sangue
Também matam por asfixia, mas por meio de outro mecanismo. São substâncias que se combinam com a hemoglobina, tornando-a incapaz de transportar o O2 para as células do organismo. Exemplos: HCN (gás cianídrico) ClCN (cloreto de cianogênio) BrCN (brometo de cianogênio), usados nas câmaras de gás e nas sentenças de morte ainda hoje nos EUA
Agentes causadores de feridas
Provocam irritações nos olhos e na pele. Dependendo da quantidade, causam feridas, náuseas e vômitos. A irritação dos pulmões pode matar por asfixia. Exemplos: Cl-CH2CH2-S-CH2CH2-Cl (gás mostarda) Cl-CH2CH2-N(Ch2)-CH2CH2-Cl (mostarda de nitrogênio) ClCLCHAsCl2 (Lewisita)
Agentes lacrimogêneos
Provocam uma forte irritação nos olhos. Exemplos: h2CCOCH2Cl (cloro-acetona) h2CCOCH2Br (bromo-acetona) H2CCH-COH (acroleína)
Agentes nervosos
Das armas químicas são as mais perigosas. Normalmente não têm cor nem cheiro. Atuam sobre o sistema nervoso, bloqueando a transmissão dos impulsos nervosos de uma célula (neurônio) para outra. Matam em minutos por parada cardíaca ou respiratória. Exemplos: (h2C)2NPO(CN)OCH2CH2 (tabun) h2CPOFOCHCh2Ch2 (Sarin) h2POFOCHCh2CCh2Ch2Ch2 (agente VX)
Margot Andras
Fonte: www.terra.com.br
Armas Químicas
PROIBIÇÃO DAS ARMAS QUÍMICAS E SUA DISTINÇÃO
A Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estocagem e Uso de Armas Químicas e a Destruição das Armas Químicas Existentes no Mundo é classificada na categoria de instrumentos internacionais de direito internacional que proíbe o uso de armas cujos efeitos são particularmente abomináveis.
Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, o público em geral condenou o emprego de meios de guerra químicos e bacteriológicos, que foram proibidos pelo Protocolo de Genebra de 1925.
A aprovação da mencionada Convenção confirma o princípio básico do direito relativo à condução das hostilidades, segundo o qual as partes em um conflito armado não têm um direito ilimitado de escolher os métodos e meios de combate. Esta Convenção, negociação durante a Conferência sobre o Desarmamento, foi aberta para assinatura em 13 de janeiro de 1993 e entrou em vigor em 29 de abril de 1997. Atualmente, obriga a grande maioria dos Estados.
Objetivos da Convenção
A Convenção pretende, de um lado, excluir completamente a possibilidade de serem usadas armas químicas. E, tal qual a Convenção de 1972 sobre as armas biológicas, completa e reforça em vários aspectos o Protocolo de Genebra de 1925 sobre a proibição do uso, na guerra, de gases asfixiantes, tóxicos ou similares e de meios bacteriológicos.
Assim, à parte o fato de que não se admite nenhuma reserva (art. XXII), a Convenção estende a proibição do emprego das armas químicas ao desenvolvimento, produção, aquisição, estocagem, conservação e transferência destas armas, além de exigir tanto a sua destruição como a das instalações usadas para a sua fabricação.
Por outro lado, baseada na idéia que os resultados obtidos pela química deverão ser utilizados, exclusivamente, em benefício da humanidade, a Convenção estimula e enquadra o desenvolvimento da industria química para fins por ela não proibidos. Estabelece igualmente um sistema para fornecer assistência e proteção aos estados ameaçados ou atacados com armas químicas.
Proibições e destruição
De uma parte, todo o Estado Parte na Convenção compromete-se, em quaisquer circunstâncias (art. I, §1º), a:
Não desenvolver, produzir, adquirir, estocar, conservar ou transferir armas químicas;
Não usar armas químicas;
Não dar início a preparativos militares para o uso de armas químicas;
Não ajudar, encorajar ou induzir por qualquer meio a ninguém para realizar qualquer atividade proibida pela Convenção.
A Convenção proíbe, além disso, o uso de agentes de repressão de distúrbios como meio de guerra (art. I, §5º).
De outra parte, todo Estado Parte compromete-se a destruir:
As armas químicas, assim como as instalações de produção de armas químicas, que tenha ou possua ou que se existam em um lugar sob sua jurisdição ou controle (art. I, §§2 e 4), devendo ser essa destruição efetivada em prazo máximo de dez anos, a contar da entrada em vigor da Convenção (art. IV, §6º, e V, §8º);
Todas as armas químicas que foram abandonadas no território de outro Estado Parte, de acordo com o Anexo da Convenção sobre Verificação (art. I, §3º).
Armas proibidas e instalações de produção
A Convenção contêm uma ampla definição de armas químicas, incluídos cada um dos elementos que as compõem.
São, assim, consideradas armas químicas os seguintes elementos, tomados conjunta ou separadamente (art. II, §§1º, 3º e 9º):
As substâncias químicas tóxicas ou seus precursores, com exceção das que forem destinadas para fins não proibidos por esta Convenção, em particular os fins industriais, agrícolas, de pesquisa, médicos, farmacêuticos, de proteção contra produtos químicos, de manutenção da ordem ou fins militares que não tenham relação com o uso de armas químicas;
As munições ou dispositivos destinados de forma expressa para causar morte ou lesões mediante as propriedades tóxicas das substâncias;
Qualquer material especificamente concebido para ser utilizado diretamente em relação com o uso dessas munições e dispositivos.
Por instalação de produção de armas químicas entende-se qualquer equipamento, incluído qualquer prédio onde estiver localizado, que tiver sido projetado para fabricar ou conter tais armas (art. II, §8º).
Sistema de verificação
A Convenção estabelece um sistema obrigatório de verificação do cumprimento, por parte dos Estados, das obrigações convencionais em matéria de destruição.
Nesse sistema, que é detalhado nos Anexos da Convenção, estipula-se a apresentação de declarações iniciais, posteriormente anuais, referentes à produção química industrial do Estado (arts. III, IV, §7º, V, §9º, e VI, §§7 e 8, e Anexo sobre a Verificação).
A verificação propriamente dita efetua-se segundo três tipos de inspeção: as inspeções de trâmite baseadas nas declarações nacionais (arts. IV a VI), as verificações por denúncia, cujo único objetivo é determinar os fatos relacionados com o eventual descumprimento da Convenção (art, IX) ou, por fim, as inspeções devidas ao uso de armas químicas (art. X).
As substâncias químicas tóxicas usadas para fins não proibidos pela Convenção e as instalações relacionadas com elas são também objeto de verificação em virtude do Anexo sobre Verificação (art. VI, §2º).
A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ)
A OPAQ tem por missão zelar pela aplicação da Convenção e servir de referência para os Estados Partes, que são de fato membros da Organização, poderem colaborar e consultar-se (art. VIII, §§1º e 2º). A Secretaria Técnica da OPAQ, que possui sua sede na Haia, está encarregada de executar as atividades de verificação e de prestar assistência técnica aos Estados Partes em relação ao cumprimento das disposições da Convenção (art. VIII, §§3º, 37 e seg.).
Cada Estado Parte deve estabelecer ou designar Autoridade Nacional, que servirá de centro nacional encarregado de manter enlace eficaz com a OPAQ (art. VII, §4º). Ela desempenhará papel crucial na execução das medidas de aplicação da Convenção. A definição de suas responsabilidades, de sua estrutura e de seu poder de execução fica a critério do Estado.
Medidas nacionais de aplicação
Cada Estado Parte possui obrigação de tomar, de acordo com seus procedimentos constitucionais, as medidas legislativas e administrativas necessárias para cumprir as obrigações estipuladas na Convenção (art. VII) e informar a OPAQ dessas medidas adotadas (art. VII, §5º). A fim de evitar diferenças de interpretação, deveria ser incorporada à legislação interna a definição de armas químicas estabelecida na Convenção.
Todo Estado deve proibir e reprimir, em particular, as atividades proscritas pela Convenção (principalmente as proibidas pelo art. I, §§1º e 5º, e pelo art. VI, §2º) mediante suas normas penais, e determinar a aplicação extraterritorial dessas medidas penais a seus nacionais (art. VII, §1º).
De acordo com o Estatuto de Roma, o Tribunal Penal Internacional será competente para julgar aos acusados de crimes de guerra, entre os quais o de utilizar gases asfixiantes, tóxicos ou outros gases ou qualquer líquido, material ou dispositivo análogo nos conflito armados internacionais [art. 8, (b), (xviii)].
Em virtude do princípio da complementaridade, a competência do Tribunal somente será exercida quando um Estado está incapacitado para empreender ações penais ou não deseje fazê-lo. Importa lembrar que, para beneficiar-se desse princípio, o Estado deverá, em primeiro lugar, dotar-se de leis que lhe permitam processar os autores dos crimes.
A forma e o conteúdo das outras formas necessárias para aplicar a Convenção dependerão das reservas de armas e das instalações disponíveis no Estado, assim com do caráter da indústria química. Sem ser exaustivas, essas medidas devem garantir e promover:
A colaboração e a assistência jurídica entre os Estados Partes para facilitar o cumprimento das obrigações estipuladas na Convenção, em particular no que se refere à prevenção e à repressão das atividades proibidas (art. VII, §2º);
A designação ou estabelecimento de Autoridade Nacional encarregada de manter um enlace eficaz com a OPAQ e outros Estados Partes (art. VII, §4º);
A transmissão obrigatória para a Autoridade Nacional, por parte das entidades envolvidas, da informação indispensável para elaborar declarações nacionais justas e completas;
No âmbito do sistema de verificação, de acordo com o Anexo sobre Verificação: a entrada e saída dos equipamentos de inspeção da OPAQ e do material aprovado, o acesso de equipamentos de inspeção das instalações e a realização das inspeções, especialmente no que diz respeito à tomada de amostras e a análise dessas;
A revisão das normas nacionais na área de comércio de substâncias químicas, para torná-las compatíveis com o conteúdo e propósito da Convenção (art. XI, §2º, e), de acordo com as medidas de controle exigidas pela Convenção;
O tratamento confidencial, de conformidade com o estipulado no Anexo sobre a Confidencialidade, das Informações recebidas confidencialmente da OPAQ (art. VII, §6º);
O respeito dos privilégios e as imunidades necessárias para o exercício das funções da OPAQ e das pessoas designadas da Convenção (art. VIII, §§48-51 e Anexo sobre a Verificação).
Fonte: www.icrc.org
Armas Químicas
O ataque ao World Trade Center, em 11 de setembro do ano passado, pôs à prova a eficiência do sistema de segurança dos Estados Unidos, aumentou o temor que já existia em relação ao terrorismo e também a preocupação de que armas químicas e biológicas sejam usadas por terroristas contra a população norte-americana.
É certo que o ataque de 11 de setembro pode ser considerado um evento histórico, por ter provocado o maior número de vítimas instantâneas, comparado a outros crimes da história. A preocupação em relação às armas não-convencionais também é justificável, principalmente depois das cartas com carbúnculo (ou antraz), que mataram cinco pessoas nos Estados Unidos, pouco depois do atentado às torres gêmeas. “Uma avaliação do Escritório de Avaliação Tecnológica, realizado em 1993, concluiu que 100 quilogramas de antraz espalhados por uma cidade como Washington, causaria entre um e três milhões de mortos – algo semelhante ao dano causado por uma bomba radioativa como a de Hiroshima”, afirma a infectologista brasileira Luciana Borio, do Centro de Biodefesa da Universidade Johns Hopkins, de Maryland, Estados Unidos.
Esta afirmação revela o grande poder de destruição de uma arma biológica o que justifica o pavor em relação a elas e desperta os países que se sentem mais ameaçados, seja por razões políticas, religiosas ou outras. “O risco é diferente em cada país. Uma epidemia de varíola nos Estados Unidos se transformaria num problema mundial, pois o tempo de incubação é de 7 a 17 dias, tempo suficiente para que os americanos ou turistas levem, em suas viagens, a doença para outros países”, afirma Borio, que alerta para o fato de que todos os países precisam estar preparados para evitar uma catástrofe caso ocorra um ataque.
São consideradas armas biológicas, bactérias ou vírus que tenham a propriedade de provocar doenças graves e que possam conduzir a pessoa infectada à morte.
Além da capacidade de matar a vítima, alguns desses germes são transmissíveis, seja pelo ar, ou pelo contato pessoal, podendo se alastrar rapidamente. Entre os germes mais conhecidos como prováveis armas estão o próprio carbúnculo (ou antraz), os vírus da varíola (Poxvirus variolae) e do Ebola (uma família de vírus que podem causar uma doença mortal), a bactéria do botulismo (Clostridium botulinum), a bactéria causadora da peste bubônica (Yersinia pestis) e a bactéria causadora da tularemia (Francisella tularensis).
Esses agentes podem ser usados tanto em sua forma natural como podem ser modificados em laboratório, para potencializar o seu efeito ou para encontrar formas que possam ser disseminadas mais facilmente. Luciana Borio diz que se o vírus da febre amarela fosse usado como arma biológica, causaria um dano muito sério. Já a varíola, mesmo em sua forma natural, é terrível, segundo a infectologista. Já o antraz, precisa ser transformado em laboratório para tornar-se uma arma perigosa.
Outras características, além das já apontadas, garantem eficácia às armas biológicas, entre elas, o chamado “fator surpresa”, pois não há como prever um ataque com essas armas. A razoável facilidade de acesso a esses agentes e a difícil identificação do criminoso também são fatores preocupantes, a não ser em casos em que o próprio causador se identifique, o que pode ocorrer em ataques terroristas.
Para Paulo Queiroz Marques, pesquisador-doutor do Centro de História e Filosofia da Ciência e da Tecnologia, da USP, o eventual uso de armas químicas e biológicas restringe-se a esse fator surpresa, sem a preocupação precípua de atingir um grande número de pessoas. O próprio ataque de 11 de setembro mostra ser bastante plausível a hipótese de Marques, uma vez que, apesar de saber do grande poder de destruição que os aviões causariam ao chocar-se contra as torres do prédio, os terroristas escolheram um horário de baixo afluxo de pessoas nas torres gêmeas. “Mesmo os casos de contaminação por carbúnculo não se deram em grande número”, completa o pesquisador.
Mas em outros tempos, esse tipo de arma foi usado realmente com o intuito de eliminar um grande número de pessoas e os responsáveis não eram terroristas. Em muitas guerras, os exércitos usaram armas biológicas para eliminar a maior quantidade possível de soldados inimigos. Nas colonizações, os nativos foram muitas vezes aniquilados pelos colonizadores com a introdução de vírus e substâncias químicas que facilitaram a ocupação das terras.
Mas o mundo todo tem se preocupado com esta questão. Desde 1925, os países vêm fazendo acordos para que esse tipo de arma não seja usado em hipótese alguma. Não só pelos terroristas, mas também pelos exércitos oficiais.
O mais importante protocolo, hoje, é a Convenção para proibição de armas químicas, que reafirma os termos do protocolo de Genebra, de 1925, o qual proíbe o uso de armas químicas, biológicas, e também da Convenção de 1972, que determina a destruição dos agentes biológicos e toxinas utilizados para fins militares, harmonizando-se com esses acordos multilaterais. A Convenção reconhece também a proibição do uso de herbicidas como método de guerra, conforme estabelecida em outros instrumentos internacionais, e expressa o desejo dos Estados-Partes em garantir o desenvolvimento econômico e tecnológico da química para fins não proibidos.
Marques afirma que essas assinaturas se deram sob forte influência dos Estados Unidos, nação que, em suas palavras, “se reserva o direito de usar agentes desfolhantes na Guerra da Coréia e do Vietnã e de gastar mais de 1 bilhão de dólares para caçar um único homem: Osama Bin Laden, missão para a qual, até agora tem se mostrado pouco eficiente. Eles são incompetentes e prepotentes”.
Atualmente, vigoram dois mecanismos de limitação do suprimento de armas químicas – os Regulamentos de Administração das Exportações (RAE) e os Regulamentos sobre o Tráfico Internacional de Armas (RTIA), ambos propostos pelos Estados Unidos e o último administrado pelo Departamento de Comércio daquele país. “Vale lembrar que tais regulamentos preceituam a restrição de exportação de insumos para qualquer destino, com exceção dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Austrália, Áustria, Irlanda, Japão, Nova Zelândia e Suíça. Esses regulamentos não são eficazes, porque a maior parte das matérias-primas e equipamentos fornecidos pelos países desenvolvidos também têm aplicações declaradamente civis”, diz o pesquisador da USP.
Marques exemplifica sua afirmação, contando que o oxicloreto de fósforo, um produto utilizado na fabricação do tabun, agente paralisante do sistema nervoso, é também usado em uma série de processos e produtos legítimos da indústria química, inclusive de síntese orgânica, plastificantes, aditivos para gasolina, fluídos hidráulicos, inseticidas e silício puro para semicondutores. O cloreto de tionila é outro componente para vários agentes de armas químicas (três agentes paralisantes nervosos, dois tipos de gás mostarda de enxofre e três outros à base de nitrogênio). Por outro lado, a maioria dos equipamentos industriais usados na produção de armas químicas (como reatores, unidades de condensação, destiladores, etc.) servem também para a fabricação de produtos farmacêuticos. Para ele, negar sua exportação é difícil, quando os países importadores podem argumentar que serão usados na produção de medicamentos. Há, ainda, segundo Marques, a necessidade legítima de os países em desenvolvimento empregarem esses produtos na produção de pesticidas e fertilizantes. Dependendo de como as fábricas forem projetadas, sua conversão para plantas de produção de armas químicas pode se dar em poucos dias ou algumas poucas dezenas de horas.
Marques ressalta que não é necessária a existência de infra-estrutura sofisticada para a fabricação da maioria das armas químicas. Prova disso é que nos anos 80, a Índia exportou produtos químicos para o Irã. Ele menciona ainda um acontecimento ocorrido por volta dos anos 90, que comprova a razoável facilidade em produzir armas químicas pelos países em desenvolvimento. Na segunda metade da década de 80, o Iraque construiu uma planta de refino de petróleo em Musayyib, ao sul de Bagdá. O petróleo era, então, transformado em produtos químicos como o etileno e seus derivados. Um desses derivados era o óxido de etileno, usado na fabricação de anticongelantes para radiadores de automóveis, mas usado, também, na produção do tiodiglicol, um dos componentes do gás mostarda. Com isso, o Iraque não mais dependeria de importações. De dependente, transformou-se em exportador do produto e suspeita-se fortemente que ele tenha fornecido armas químicas para o Sudão, seu aliado. “Esses exemplos demonstram que a produção de grande parte das armas químicas não apresenta maiores dificuldades técnicas ou tecnológicas e que estão, portanto, ao alcance de países fracamente industrializados. Logo, a ameaça de ataques com esse tipo de armas é real e palpável e o perigo realmente iminente”, garante Marques.
Segurança, pesquisa e publicação
Luciana Borio diz que há uma preparação enorme do governo dos Estados Unidos para proteger a população de possíveis ataques terroristas com armas químicas e biológicas. “É impressionante o que um país organizado e rico é capaz de fazer em tão pouco tempo”, salienta.
Um recente estudo realizado pela equipe de Borio, sob sua coordenação, publicado em maio pela revista Journal of American Medical Association (JAMA), traz recomendações aos profissionais de saúde sobre como agir no caso de um ataque bioterrorista com vírus causadores de febres hemorrágicas, como o Ebola. A falta de familiaridade dos médicos com o tratamento e o diagnóstico dessas doenças pode contribuir para o rápido alastramento da epidemia, o que pode ocorrer entre dois e 21 dias após o ataque.
Entre as conclusões do estudo, está a de que há uma necessidade urgente de desenvolvimento de vacinas e novos tratamentos. “No caso de um ataque bioterrorista, o mais provável seria o uso de agentes como a varíola ou o antraz, mas temos que estar preparados para outras hipóteses”, afirmou Borio, em entrevista para o Jornal O Globo, publicada no Jornal da Ciência On-Line.
Mas a questão da vacinação também é polêmica em algumas situações, como no caso da varíola.
A própria Luciana Borio lança a pergunta: “devemos vacinar a população contra uma doença erradicada, sabendo que a vacina tem efeitos colaterais sérios (até mesmo a morte)?”
A varíola é uma doença que no passado assustou o mundo, principalmente pelo seu grau de letalidade. Ela mata 30% das vítimas que a contraem e deixa o restante delas deformadas. O mais grave é que não há um tratamento para essa doença, mas a vacinação logo após a exposição ao vírus deve evitar que ela se desenvolva.
A doença foi erradicada em 1978, mas ainda existem estoques do vírus armazenados. Há dois anos, o principal comitê de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu que, em 2002, os estoques do vírus seriam destruídos, mas após o ataque aos Estados Unidos, a Assembléia Mundial de Saúde, pertencente à Organização Mundial da Saúde (OMS), decidiu que os estoques sejam mantidos até 2005. Oficialmente, os dois únicos países que estocam o vírus da varíola são os Estados Unidos e a Rússia, mas as autoridades não duvidam que o vírus possa estar também em outras mãos.
Aliás, desde o desmembramento da União Soviética e com o fim da Guerra Fria, surgiram suspeitas de que muitos cientistas soviéticos, que ficaram sem emprego, teriam sido contratados pelos países que financiam também os terroristas, tanto para produzirem armas químicas quanto biológicas, o que faziam antes em seu antigo país. Dentre esses países, os que levantam maiores suspeitas são Iraque e Irã. Mas vários outros poderiam fazer o mesmo. São países que admitem ter estoques ou produzir armas químicas e biológicas, tais como China, Israel, Líbia, Síria e Taiwan.
Essa relação da ciência com o desenvolvimento de armas químicas e biológicas vai muito além do debate já costumeiro. O conhecimento científico pode fornecer subsídios para que se desenvolva um antraz resistente a vários antibióticos, por exemplo, ou uma varíola resistente à vacina. Isso pode ocorrer deliberadamente ou acidentalmente, no decorrer de pesquisas com o fim de desenvolver novos tratamentos ou vacinas.
Nesse sentido, Borio reconhece que é preciso haver uma discussão sobre o que deve ser publicado nos artigos científicos, sabendo que há o risco de se propagar um conhecimento que poderia ser prejudicial à segurança da saúde da população. “Não sou a favor da censura, mas é preciso haver um diálogo entre os cientistas para se estabelecer uma posição ética em relação à pesquisa com potencial dark (que possa ser usada contra a saúde da população e não a favor), antes mesmo que uma censura seja imposta, à revelia dos envolvidos”.
Situação no mundo e no Brasil
O principal alvo dos ataques bioterroristas são, segundo o professor Paulo Queiroz Marques, da USP, os EUA e seus aliados, como conseqüência tanto da Guerra do Golfo como do massacre ao Afeganistão. Contudo, diz ele, o temor é generalizado. “Tanto que minha recente viagem à Ásia, demonstrou que o controle no embarque dos vôos nos países socialistas (China e Coréia do Norte) e nos ex-socialistas (Mongólia e Rússia) é bem mais rigoroso que nos países da Europa Ocidental (refiro-me aos dois em que permaneci: Holanda e França). Na Rússia, por exemplo, antes do embarque, houve revista corporal (mas, sem constrangimento)”.
Quanto ao Brasil, Marques considera difícil equacionar uma saída ética e honrosa para o problema. Em primeiro lugar porque o segmento bélico, segundo ele, é caracterizado pela mais absoluta falta de ética, o que fica muito claro se considerarmos a Guerra Irã-Iraque. Ele conta que o Brasil fornecia os mesmos equipamentos e peças de reposição para os dois países. E isso custou muito caro aos fornecedores brasileiros. Tanto que a Engesa e a Avibrás “quebraram” quando o doloso expediente foi descoberto pelos iranianos e pelos iraquianos. Conclusão, as duas empresas receberam o “calote” no pagamento de suas dívidas.
O Brasil possui ainda uma vasta quantidade de germes causadores de doenças contagiosas, capazes de causar grandes prejuízos à população, tanto humana quanto animal, o que poderia torná-lo um produtor de armas biológicas. O vírus brasileiro Sabiá é um exemplo. Ele foi incluído no estudo coordenado por Luciana Borio, publicado no JAMA, como um dos potenciais agentes utilizados pelo bioterror, bem como o Marburg, da febre de Lassa, e o vírus da febre amarela.
Mas o país está comprometido com os demais Estados-Partes da Convenção para a proibição de armas químicas e biológicas, não podendo assim, desenvolver, produzir, estocar ou conservar armas químicas, bem como transferi-las a quem quer que seja, utilizá-las ou ajudar a realizar atividades proibidas pela Convenção. Apesar disso, o Brasil necessita de mecanismos legais e transparentes, envolvendo rígido controle do Congresso e de segmentos da sociedade civil, como a comunidade acadêmica e empresários comprovadamente nacionalistas, para cumprir sua parte no acordo.
Fonte: www.comciencia.br
Armas Químicas
Gás Mostarda
O gás mostarda faz parte de um grupo de compostos, os denominados, mostardas de enxofre. Todos os mostardas de enxofre possuem dois grupos cloroetila (-CH2CH2-Cl) ligados a um átomo de enxofre, alguns compostos podem apresentar átomos a mais de oxigênio ou enxofre na estrutura.
Gás Mostarda
O gás mostarda é uma substância incolor, líquida, oleosa, muito solúvel em água e muito tóxica. Na forma impura, o gás mostarda se apresenta na coloração amarela. Este líquido possui grande volatilidade, à temperatura ambiente (25°C), podendo ser utilizado de maneira perigosa, nesta temperatura.
Propriedades físicas
Temperatura de fusão: 13°C;
Temperatura de ebulição: 216°C;
Densidade: 1,274 g/mL.
Ele é pouco solúvel em água e muito solúvel em gorduras e lipídios.
Este composto é um veneno mortal, que provoca graves ulcerações e irritações na pele, nos olhos e no sistema respiratório, além de lesões neurológicas e gastrointestinais e destruição de tecidos e vasos sanguíneos.
Uma pessoa contaminada com gás mostarda, pode sentir os sintomas em pouco minutos, dependendo da concentração a qual foi exposta.
Antídotos
Quando ele reage com o cloro, ou NaOCl, ou ainda, Ca(OCl)2, ocorre a formação de compostos atóxicos. Sendo estas, reações para uma possível descontaminação ou desativação do composto.
O gás mostarda foi utilizado durante a 1ª Guerra Mundial e em lutas militares na Etiópia, em 1936. Os Estados Unidos produziu e estocou uma grande quantidade deste composto, desde a 2ª Guerra Mundial.
Gás VX
O VX é um composto utilizado como arma química, pertencente ao grupo dos gases de nervos, ou seja, organo-fosforados, altamente tóxicos, que atuam no sistema nervoso central, inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase, que possui ação importante na transmissão de impulsos nervosos.
Propriedades físicas
Temperatura de fusão: -39°C;
Temperatura de ebulição: 298°C;
Densidade: 1,008 g/mL.
Os gases de nervos mais conhecidos são: Sarin, VX, Soman, Tabun.
O VX é um líquido incolor, inodoro, solúvel em água e altamente tóxico. Sua fórmula molecular é C11H26NO2PS.
O VX é uma substância extremamente tóxica, que pode provocar efeitos graves e danosos ao homem, em caso de contaminação.
Esta substância pode ser introduzida no organismo, através de inalação, ingestão, ou absorção pela pele. No caso da contaminação, alguns sintomas aparecem no indivíduo contaminado, por exemplo, náusea, vômito, diarréia, espasmos musculares, sudorese (suor excessivo), dificuldades respiratórias, tremores, convulsões e morte.
Em caso de contaminação com VX, a região deve ser lavada com bastante água.
Antídotos
Algumas substâncias são conhecidas como inibidoras da ação do VX. Entretanto, a atropina é a que possui ação mais efetiva.
Fonte: www.quiprocura.net
Armas Químicas
Gás Sarin
Características gerais
Composto químico utilizado por militares, pode ser encontrado na forma liquida ou na forma de vapor.
Síntese
Não nos parece aconselhado a divulgação da síntese deste composto devido aos recentes atentados
Utilização
Uma vez produzido, o gás Sarin apresenta tanto um problema de armazenamento como de distribuição. Nos anos 50 e 60, as armas quimicas mititares, passaram a ser construidas tendo por base dois reservatorios contendo composto não tóxicos, que são misturados (formando o gás nervoso) durante o voo para o seu alvo.
Este ultimo passo da reação que se dá em pleno voo é muito simples, o que faz com que este tipo de munições binárias seja eficiente.
Outras armas químicas tais como o VX não permitem este tipo de munições binárias o que faz com que seja muito mais perigoso o seu armazenamento. No em ambos os casos é necessário equipamento especial para o supervisionamento da zona de enchimento das munições e na zona de armazenamento, para detectar qualquer fuga dos reservatórios.
As armas binárias podem ser disparadas utilizando artilharia convencional ou sistemas mais avançados tecnologicamente.
A artilharia convencional tem uma capacidade de precisão relativamente baixo, mesmo com a utilização de modernos sistemas de lançamento, pois uma pequena variação na velocidade ou direção do vento podem enviar a nuvem altamente tóxica para o local de lançamento.
Tal como na guerra Irão Iraq, mísseis Scut ou outro tipo de armas balísticas podem ser utilizadas para a entrega do gás para distâncias longínquas, este sistema de entrega tem a vantagem de a explosão e dar a uma distância muito grande do local de lançamento.
Um dos sistemas mais precisos para entregas de longo alcance são os mísseis de cruzeiro. Este tipo de mísseis é extremamente preciso e podem desviar-se de edifícios e outros obstáculos, são também extremamente difíceis de atingir durante o voo.
Outro tipo de distribuição é o bombardeamento a partir de aviões, com a nova tecnologia este tipo de bombardeamento é extremamente preciso. Neste caso a principal desvantagem é a possibilidade de contagio do piloto.
Em suma Sarin é uma arma muito versátil que pode ser utilizada em muitos campos de batalha, e pode ser entregue utilizando vários métodos dependendo da situação e da quantidade desejada.
Sarin: Uma arma dos terroristas
Descontaminação
Na proteção contra ataques de armas químicos, a descontaminação é uma parte importante e inevitável. A principal preocupação numa situação destas é rapidamente remover ou neutralizar todo o composto tóxico, esta tarefa apenas é possível com pessoal qualificado e com equipamento apropriado. A rápida descontaminação permite reduzir o impacto de um ataque provocado pelo gás Sarin.
A descontaminação é um processo dispendioso e requer muito tempo e equipamento. Este tipo de produtos que atacam o sistema nervoso central são facilmente solúveis, e penetram vários tipos de material, tais como tinta, plástico e madeira, tudo isto faz com que a descontaminação seja mais difícil de concretizar. Se o gás nervoso penetrar suficientemente fundo no material, pode-se libertar gases durante um largo período de tempo. Ao adicionar substâncias que aumentam a viscosidade do sarin, faz com que persista mais tempo, fazendo com que a descontaminação seja mais difícil com líquidos descontaminantes, pois eles aderem ao material, dificultando a dissolução.
Descontaminantes
Toda a descontaminação é baseada em pelo menos um dos seguintes princípios:
Destruição por modificação química,
Por remoção física do composto, através de lavagem ou evaporação,
O gás Sarin, bem como outros agentes são rapidamente hidrolizados num solução básica, por exemplo Na2CO3, NaOH ou KOH; GB tem um tempo de vida de 0,5 minutos a pH 11 a 25ºC.
Proteção contra armas químicas
Existem quatro pontos fundamentais na proteção contra armas químicas, todas elas dependentes umas das outras.
São:
Proteção física: Proteção corporal, proteção respiratória, proteção colectiva,
Proteção médica: Pessoal médico, tratamento apropriado,
Detecção: Alarme, monitorização, verificação, identificação de agentes químicos,
Descontaminação: descontaminação pessoal e de equipamento.
Proteção física
A proteção física consiste na proteção do corpo, do aparelho respiratório, proteção médica e possibilidade de alarme. A proteção médica deve ter a forma de tratamento prévio, ou seja a administração de drogas para minimizar os efeitos dos gases dos nervos. Este ponto tem sido problemático devido a efeitos secundários verificados nos soldados que regressaram da guerra do Golfo. Isto só pode ter efeito se os soldados forem treinados e informados, sobre as possibilidades e os riscos inerentes a este tipo de operações.
Proteção dos militares
A melhor proteção possível é desencorajar qualquer ataque que utilize este tipo de armas. Em termos militares isto implica tomar medidas para garantir que o potencial agressor não obtém vantagem militar.
Proteção dos civis
Em caso de Emergência:
Por inalação
Levar as vitimas para local arejado. O pessoal de emergência deve evitar a exposição ao sarin.
Levar as vitimas para uma instalação hospitalar RAPIDAMENTE.
Devem ser verificados os sinais vitais da vitima. Em caso de paragem cardíaca, deve-se iniciar massagem cardíaca de imediato. Em caso de a vitima não respirar, deve-se fornecer respiração artificial. NUNCA EXECUTAR RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA A ESTE TIPO DE VÍTIMAS, devido a contaminação da face.
Por contato com os olhos:
Remover as vitimas da exposição ao agente químico. O pessoal de emergência deve evitar a exposição ao sarin.
Levar as vitimas para uma instalação hospitalar RAPIDAMENTE.
Devem ser verificados os sinais vitais da vitima. Em caso de paragem cardíaca, deve-se iniciar massagem cardíaca de imediato. Em caso de a vitima não respirar, deve-se fornecer respiração artificial. NUNCA EXECUTAR RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA A ESTE TIPO DE VÍTIMAS, devido a contaminação da face.
Remover e isolar a roupa contaminar o mais rapidamente possível.
Lavar os olhos com água e sabão.
Fonte: www.virtual.emp..br
Armas Químicas
Gás Sarin
O Sarin é um composto utilizado como arma química, pertencente ao grupo dos gases de nervos, ou seja, organo-fosforados, altamente tóxicos, que atuam no sistema nervoso central, inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase, que possui ação importante na transmissão de impulsos nervosos.
Os gases de nervos mais conhecidos são: Sarin, VX, Soman, Tabun.
Sarin
Propriedades físicas
Temperatura de fusão: -57°C;
Temperatura de ebulição: 147°C;
Densidade: 1,10 g/mL.
O Sarin é uma substância líquida, muito tóxica, solúvel em água e com odor adocicado. Sua fórmula molecular é C4h60FO2P.
O Sarin, como dito, é altamente tóxico e pode ser absorvido pela pele, pelos olhos, ingerido ou inalado. Minutos após à sua exposição, uma pessoa pode morrer.
Ao ser contaminada por Sarin, uma pessoa pode apresentar os seguintes sintomas: vômito, sudorese (suor excessivo), dificuldade respiratória, náuseas, dores de cabeça, fraqueza e espasmos musculares.
A morte se dá pelo ataque à musculatura. Ou seja, o indivíduo contaminado perde a capacidade de sustentar funções básicas, como a respiração ou batimentos cardíacos, pois como dito, ocorre o enfraquecimento muscular.
Em caso de contaminação, a medida mais adequada a ser tomada é a remoção das roupas e lavagem do local contaminado.
Antídotos
Algumas substâncias são conhecidas como inibidoras da ação do Sarin. Entretanto, a atropina é a que apresenta ação mais eficaz.
Gás VX
Informação Geral
Esta classe de compostos foi discoberta independentemente por Ranaji Ghosh do ICI, por Gerhard Schroder da Bayer, e por Lars-Erik Tammelin do Instituto de pesquisa de defesa sueco em 1952-1953. Pouco tempo depois o exército americano começou uma investigação sistemática desta classe de compostos no Arsenal Edgewood; que teve como resultado o desenvolvimento, fornecimento e armazenamento do VX pelos EUA.
Uma curta história do desenvolvimento do gás nervoso descreve a pesquisa e desenvolvimento dos agentes nervosos. Um composto muito parecido, referido como gás-V, foi fabricado, armazenado e fornecido pela União Soviética. O VX é um líquido incolor e inodoro.
Propriedades Físicas do VX
Informação retirada do livro de Franke, S., Manual of Military Chemistry, Volume I.Chemistry os Chemical Warfare Agents, Deutscher Militîrverlag: Berlin(este), 1967.
Antrax
O que é o Antrax?
O bacilluss anthracis foi a primeira bactéria que se demostrou poder causar uma doença. Em 1877, Robert Koch colheu o organismo de uma cultura, demostrando a sua habilidade de formas endosporos, e produziu antrax experimental, através da injectam desses esporos num animal.
Antrax é uma doença natural que ocorre em animais que se alimentam de plantas (gado, viados, etc.) causada pela bactéria Bacillus anthracis
Antrax é uma doença aguda infecciosa causada pelos esporos Bacillus anthracis.
Os esporos do Antrax permanecem viáveis durante várias décadas sob determinadas condições.
Cada grama de Antrax é capaz de produzir 100 milhões de doses mortais individuais (é 100,000 vezes mais mortífero que a mais poderosa arma química)
Morta de forma silenciosa e invisível
A inalação de Antrax é praticamente sinónimo de morte a curto prazo.
Os humanos podem contrair antrax por três vias:
Através de cortes na pele resultantes de contacto com animais contaminados, levando a uma infecção local ou sistémica.
Através da inalação de esporos resultando numa infecção nos pulmões.
Por ingestão de comida contaminada, resultando numa infecção gastrointestinal (antrax gastrointestinal). Este tipo de contaminação não é normalmente considerada uma ameaça para as forças militares.
Quais os sintomas?
Os sintomas de antrax começam depois de 1 a 6 dias de incubação, dependendo do tipo de contagio.
Cutâneo: A maior percentagem (95%) da infecção do antrax ocorre quando a bactéria entra num golpe ou uma raspadura na pele, quando em contacto com madeira, couro, cabedal, lã, ou animais contaminados. A infecção na pele começa com um inchaço, semelhante a uma mordidela de insecto, no entanto ao fim de dois dias torna-se uma ulcera não dolorosa, normalmente com 1 a 3 cm de diâmetro, com uma zona negra constituída por tecido morto no centro. Os glândulos linfáticos da zona adjacente podem inchar. Seca de 20% dos casos não tratados de antrax cutâneo resultam na morte. No entanto com uma terapia apropria as mortes são raras.
Inalação: Os sintomas iniciais assemelham-se a uma constipação comum. Ao fim de vários dias a tendência é um aparecimento de problemas respiratórios e entrado do paciente em choque. Normalmente este tipo de contaminação é fatal.
Intestinal: A doença intestinal provocada pelo antrax, surge depois da ingestão de carne contaminada e é caracterizada por uma inflamação aguda no intestino.
Os sinais iniciais caracterizam-se por náuseas, perda de apetite, vómitos, febre seguida de fortes dores abdominais, vómitos contendo sangue, e diarreia, este tipo de contaminação leva á morte de 25 a 60% dos contaminados.
Imagem radiologica do tórax de indivíduo de 51 anos que trabalhava com exposição a antrax em suspensão no ar, no segundo dia da doença, com antrax diagnosticado.
Esquerda: lesão ao sétimo dia, demostra vesiculação e ulceração da pele infectada por Antrax
Direita: Lesão no dia decimo quinto dia, aspecto típico do último estado da lesão antes da recuperação.
O antrax pode ser disseminado de pessoa para pessoa?
É extremamente remota a possibilidade de contagio directo de pessoa para pessoa.
Existe alguma forma de prevenir a infecção?
Em países onde onde o antrax é comum, e onde os níveis de vacinação dos animais é baixa, os humanos devem evitar o contacto com animais vivos e carne crua, deve-se ainda evitar o consumo de carne que não esteja devidamente cozinhada. Existe ainda uma vacina licencia pelas autoridades de saúde, que apresenta uma taxa de eficiência de 93%.
O que é a vacina do antrax?
Esta vacina é produzida e distribuída pela BioPort Corporation, Michigan, USA. Esta não contem qualquer tipo de bactérias quer vivas quer mortas, contendo no máximo 2.4 mg de hidróxido de alumínio. Esta vacina foi concebida para animais e não para humanos.
Quem deve ser vacinado?
É recomendada a vacinação aos seguintes grupos:
Pessoas que trabalhão directamente com o organismo no laboratório.
Pessoas que trabalhão com carne importada de países com poucas restrições neta matéria.
Pessoas que trabalhão com carne e animais infectados em áreas de grande incidência da doença.
Pessoal militar deslocados para áreas onde o risco de exposição é elevado, quando é utilizado como arma biológica.
Qual o método de administração da vacina?
Esta é também uma arma biológica preferencial devido:
Existem poucas barreiras é produção
Baixo custo de produção do Antrax
Não necessita de grande conhecimento nem tecnologia para a sua produção
Fácil de produzir em larga escala
Fácil de torná-la numa arma
É extremamente estável. Pode ser armazena por um período virtualmente indefinido sob a forma de pó, mantendo todas as suas características
Pode ser disperso por simples aerossol, ou em balística.
Existe de momento, uma baixa capacidade de detecção.
Vacina do Antrax
Evidência de segurança e eficiência contra a inalação de antrax
Acredita-se que são vários os países possuidores de armas biológicas, capazes de causar grande devastação entre indivíduos não protegidos. O Bacillus antracis, agente causador do antrax, é um dos possíveis causadores de grande devastação caso seja utilizado.
A forma mais comum e natural de contaminação é a cotanea, causada por inoculação directa do organismo através da pele depois de contacto com animais, tecidos ou produtos animais contaminados. No entanto a forma de contração da doença em virtude de um ataque biológico seria através da inalação de esporos do bacilo. Esta forma da doença é normalmente fatal quando não tratada convenientemente. A incidência natural do antrax na população é muito baixa principalmente se estivermos a falar na forma contraída por inalação. Devido a estes factos é extremamente complicado o estudo dos efeitos da vacina nos humanos para tla são utilizados animais para os testes clínicos.
Historia da vacina (AVA)
A AVA administrada aos militares americanos foi aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) desde 1970. Consiste
Descontaminação
As recomendações relativas à descontaminação na sequência de uma pulverização intencional de esporos de antrax são baseadas em evidencias sobre disseminação de um aerossol, sobrevivência dos esporos de antrax e exposição ambiental em Sverdlovsk. O grande risco para a saúde humana na sequência aerossolização de esporos de antrax ocorre no período em que os esporos de antrax permanecem no ar, chamada aerossolização primária. O clima e o tipo de pulverização têm um papel muito importante no período durante o qual os esporos permanecem na atmosfera e a distância percorrida pelos mesmos antes de atingirem o solo ou se tornarem inofensivos. Em condições extremas de sobrevivência e persistência, o aerossol estará totalmente disperso num período compreendido entre 1 hora e 1 dia no máximo, bem antes de os primeiros sintomas serem detectados.
Fonte: www.geocities.br
Armas Químicas
Gás Soman
O Soman é um composto utilizado como arma química, pertencente ao grupo dos gases de nervos, ou seja, organo-fosforados, altamente tóxicos, que atuam no sistema nervoso central, inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase, que possui ação importante na transmissão de impulsos nervosos.
Soman
Os gases de nervos mais conhecidos são: Sarin, VX, Soman, Tabun.
Propriedades físicas
Temperatura de fusão: -42°C;
Temperatura de ebulição: 167°C;
Densidade: 1,022 g/mL.
O Soman é o gás de nervos mais tóxico, e pode agir como contaminante por todas as vias de exposição. Ele é uma substância líquida, incolor, solúvel em água, na qual sofre hidrólise facilmente à temperatura ambiente. Sua fórmula molecular é C7h66FO2P.
O Soman, como dito, é altamente tóxico e provoca efeitos graves à saúde humana.
A contaminação por Soman pode se dá através de ingestão, inalação, absorção por pele, mucosas e olhos.
Os sintomas da contaminação podem ser: náusea, vômito, diarréia, espasmos e fraqueza muscular, sudorese (suor excessivo), dificuldades respiratórias e morte.
Antídotos
Algumas substâncias são conhecidas como inibidoras da ação do Soman. Entretanto, a atropina, fenobarbitol, carbamatos, algumas oximas e clonidina são estudadas e empregadas com eficiência contra a ação do Soman.
Fonte: www.agracadaquimica.com.br
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