Regência Verbal

Regência Verbal – O que é

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Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não. Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.

A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na rua dos Bobos, residia um grande poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes relativos (O ideal a que aspira é nobre).

Alguns verbos e seu comportamento:

ACONSELHAR (TD e I)

Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo

AGRADAR

No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto – não tem preposição).

Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto – tem preposição “a”).

Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

AGRADECER

TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado

AGUARDAR (TD ou TI)

Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo.

ASPIRAR

No sentido sorver, absorver (pede objeto direto – não tem preposição)

Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.

No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto – tem preposição “a”)

Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol

Observação

não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

ASSISTIR

No sentido de ver ou ter direito (TI – prep. A).

Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semretal remunerado.

No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI – com a prep. A)

Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhinhos.

No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.

Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília..

Observação

não admite a utilização do complemento lhe, quando significa ver. No lugar, coloca-se a ele, a ela, a eles, a elas. Também observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando for TI seguido de substantivo feminino (que exija o artigo)

ATENDER

Atender pode ser TD ou TI, com a prep. a.

Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente. / Atenderam ao meu pedido prontamente.

No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto

No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a

Observação

se o complemento for um pronomes pessoal referente a pessoa, só se emprega a forma objetiva direta (O diretor atendeu os interessados ou aos interessados / O diretor atendeu-os)

CERTIFICAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de algo.

Observação

Observa-se a obrigatoriedade do uso de crase, quando o OI for um substantivo feminino (que exija o artigo)

Certifico-o de sua posse / Certifico-lhe que seria empossado / Certificamo-nos de seu êxito no concurso / Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos

CHAMAR

TD, quando significar convocar.

Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

TI, com a prep. POR, quando significar invocar.

Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

TD e I, com a prep. A, quando significar repreender.

Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção.

Observação

A expressão “chamar a atenção de alguém” não significa repreender, e sim fazer se notado (O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam)

Pode ser TD ou TI, com a prep. A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto) pode vir precedida da prep. DE, ou não.

Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável / Chamaram-lhe de irresponsável.

CHEGAR, IR (Intrans.)

Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.

Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.

Observação

Quando houver a necessidade da prep. A, seguida de um substantivo feminino (que exija o artigo a), ocorrerá crase (Vou à Bahia)

No emprego mais freqüente, usam a preposição A e não EM

Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor.

se houver idéia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.

Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília.

quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.

Ex.: Cheguei no ônibus da empresa. / A delegação irá no vôo 300.

COGITAR

Pode ser TD ou TI, com a prep. EM, ou com a prep. DE.

Ex.: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral / Hei de cogitar no caso / O diretor cogitou de demitir-se.

COMPARECER (Intrans.)

Ex.: Compareceram na sessão de cinema. / Compareceram à sessão de cinema.

COMUNICAR (TD e I)

Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.

Ex.: Comunico-lhe meu sucesso / Comunico meu sucesso a todos.

CUSTAR

No sentido de ser difícil será TI, com a prep. A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será objeto indireto.

Ex.: Custou-me acreditar em Hipocárpio. / Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.

No sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a prep. A.

Ex.: Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família

No sentido de ter preço será intransitivo

Ex.: Estes sapatos custaram R$50,00.

DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)

Ex.: Desfrutei os bens de meu pai / Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam

ENSINAR – TD e I

Ex.: Ensinei-o a falar português / Ensinei-lhe o idioma inglês

ESQUECER, LEMBRAR

quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.

Ex.: Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó

constroem-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome

Ex.: Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante

FALTAR, RESTAR E BASTAR

Podem ser intransitivos ou TI, com a prep. A.

Ex.: Muitos alunos faltaram hoje / Três homens faltaram ao trabalho hoje / Resta aos vestibulandos estudar bastante.

IMPLICAR

TD e I com a prep. EM, quando significar envolver alguém.

Ex.: Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como conseqüência, acarretar.

Ex.: Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade / Suas palavras implicam denúncia contra o deputado.

TI com a prep. COM, quando significar antipatizar.

Ex.: Não sei por que o professor implica comigo.

Observação

Emprega-se preferentemente sem a preposição EM (Magistério implica sacrifícios)

INFORMAR (TD e I)

Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Ex.: Informei-o de que suas férias terminou / Informei-lhe que suas férias terminou

MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intrans.)

Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.

Ex.: Moro em Londrina / Resido no Jardim Petrópolis / Minha casa situa-se na rua Cassiano.

NAMORAR (TD)

Ex.: Ela namorava o filho do delegado / O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

OBEDECER, DESOBEDECER (TI)

Ex.: Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?

Observação

verbos TI que admitem formação de voz passiva

PAGAR, PERDOAR

São TD e I, com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

Ex.: Paguei a conta ao Banco / Perdôo os erros ao amigo

Observação

as construções de voz passiva com esses verbos são comuns na fala, mas agramaticais

PEDIR (TD e I)

Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.

Ex.: Pediram-lhe perdão / Pediu perdão a Deus.

PRECISAR

No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).

Ex.: O mecânico precisou o motor do carro.

No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).

Ex.: Preciso de bom digitador.

PREFERIR (TD e I)

Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.

Ex.: Preferia um bom vinho a uma cerveja.

PROCEDER

TI, com a prep. A, quando significar dar início ou realizar.

Ex.: Os fiscais procederam à prova com atraso. / Procedemos à feitura das provas.

TI, com a prep. DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.

Ex.: O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu. / Esta madeira procede do Paraná.

Intransitivo, quando significar conduzir-se ou ter fundamento.

Ex.: Suas palavras não procedem! / Aquele funcionário procedeu honestamente.

QUERER

No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD)

Ex.: Quero meu livro de volta / Sempre quis seu bem

No sentido de querer bem, estimar (TI – prep. A).

Ex.: Maria quer demais a seu namorado. / Queria-lhe mais do que à própria vida.

RENUNCIAR

Pode ser TD ou TI, com a prep. A.

Ex.: Ele renunciou o encargo / Ele renunciou ao encargo

RESPONDER

TI, com a prep. A, quando possuir apenas um complemento.

Ex.: Respondi ao bilhete imediatamente / Respondeu ao professor com desdém.

Observação

nesse caso, não aceita construção de voz passiva.

TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)

Ex.: Ele apenas respondeu isso e saiu.

REVIDAR (TI)

Ex.: Ele revidou ao ataque instintivamente.

SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)

Com a prep. COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.

Ex.: Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

SOBRESSAIR (TI)

Com a prep. EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.

Ex.: Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

VISAR

No sentido de ter em vista, objetivar (TI – prep. A)

Ex.: Não visamos a qualquer lucro. / A educação visa ao progresso do povo.

No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)

Ex.: Ele visava a cabeça da cobra com cuidado / Ele visava os contratos um a um.

Observação

se TI não admite a utilização do complemento lhe. No lugar, coloca-se a ele (a/s)

Sinopse

São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em seu lugar a ele (a/s) – aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são TD e I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.

Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural. É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular. (Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia)

Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em), almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar (com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer (a), versar (sobre) – lista de Pasquale e Ulisses.

Regência Verbal – Concordância

A relação de concordância, quando se dá entre o sujeito e o verbo principal de uma oração, é chamada de concordância verbal.

Os verbos flexionam-se em pessoa (primeira, segunda e terceira), em número (singular e plural), em tempo (presente, passado e futuro) e em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo). Em geral, as características de número e pessoa são as que um termo determinante ou dependente (verbo) deve manter em harmonia com as do termo determinado ou principal (substantivo e etc.).

Em língua portuguesa, as relações de concordância são obrigatórias nos casos supra-citados. Por isso, é importante saber de que forma os verbos e sintagmas nominais se relacionam para, assim, promover a concordância adequada.

A concordância e o sujeito simples

Dentre os casos de concordância verbal, o que trata do sujeito e o verbo é o mais básico e geral da língua portuguesa.

Sintaticamente, o sujeito é o termo que se mantém em harmonia com o verbo. Esse sujeito ora pode estar expresso na oração através de um nome (substantivo, pronome e etc.) ou uma oração subordinada substantiva, ora pode estar implícito na oração, ou ainda, pode ser inexistente na oração. Mesmo que o sujeito seja um elemento não declarado na oração, a concordância de número e pessoa entre ele e o verbo é obrigatória (salvo a exceção da concordância ideológica).

Exemplos:

Nós quer falar assim! [Inadequado] Nós queremos falar assim! [Adequado] As compras chegou ontem. [Inadequado] As compras chegaram ontem. [Adequado] Quando o sujeito não está expresso na oração é preciso recuperá-lo no contexto e, então, promover a concordância .

Exemplo:

Elas disseram que vai ao jantar.

…Elas disseram que vão ao jantar

…[sujeito de “vão” = “que” retomando o nome “elas”]

…Elas disseram que ele vai ao jantar.

…[sujeito de “vão” = “ele”]

Há casos em que um sujeito simples representa não um único elemento, mas toda uma coletividade. Mesmo transmitindo essa idéia de pluralidade, a concordância deve respeitar o número e a pessoa representada pela palavra-sujeito.

Exemplos:

A gente não fizemos a lição. [Inadequado] A gente não fez a lição. [Adequado]

As gentes do Brasil espelha as várias raças. [Inadequado] As gentes do Brasil espelham as várias raças. [Adequado]

A concordância e as desinências

As desinências (-s, -mos, -va e etc.) são elementos essenciais para se determinar a flexão das palavras em Língua Portuguesa. Por esse motivo são, inclusive, denominadas morfemas flexionais.

Por indicarem, na morfologia, a flexão nominal (gênero, número) e a flexão verbal (pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz ), é obrigatória a presença das desinências nas palavras. Esse fator é fundamental à construção adequada da concordância nominal e da concordância verbal

Freqüentemente se observa a ausência da desinência -s indicativa da segunda pessoa do singular. Esse comportamento, verificado particularmente na língua falada, acarreta problemas de concordância verbal, já que a forma vazia (sem o -s . Ex.: ama) é a forma representativa da terceira pessoa do singular.

Exemplos:

Tu fala por experiência própria! [Inadequado] Tu falas por experiência própria! [Adequado]

A concordância e o termo determinado

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito.

Essa possibilidade de concordância ocorre, dentre outros casos, se:

sujeito for um nome no plural; predicativo do sujeito estiver determinado, isto é, se ele for formado por um nome + determinante (artigo, numeral e etc.).

Exemplos:

Carros roubados são uma coisa normal nesta rua. [Inadequado] Carros roubados é uma coisa normal nesta rua. [Adequado]

Falsas promessas foram a minha desgraça! [Inadequado] Falsas promessas foi a minha desgraça! [Adequado]

A concordância e os pronomes indefinido e demonstrativo como sujeito

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito.

Essa possibilidade de concordância ocorre, dentre outros casos, se o sujeito da oração for:

um pronome indefinido (todo, tudo, nada e etc.); um pronome demonstrativo neutro (isto, isso e aquilo).

Exemplos:

Nada é obstáculos para um bom vendedor. [Inadequado] Nada são obstáculos para um bom vendedor. [Adequado]

Tudo é flores! [Inadequado] Tudo são flores! [Adequado]

Para mim isso é histórias mal contadas. [Inadequado] Para mim isso são histórias mal contadas. [Adequado]

Aquilo é manobras sociais. [Inadequado] Aquilo são manobras sociais. [Adequado]

A concordância e o pronome interrogativo como sujeito

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância ocorre, dentre outros casos, se o sujeito for um pronome interrogativo (qual, quem, que, quando e etc.).

Exemplos:

Quem é eles? [Inadequado] Quem são eles? [Adequado]

Quando será as provas? [Inadequado] Quando serão as provas? [Adequado]

A concordância e o pronome reto como predicativo do sujeito

A concordância verbal, obrigatória em Língua Portuguesa, ocorre preferencialmente entre o verbo e o sujeito da oração.

Nas orações formadas por um predicado nominal (verbo de ligação + predicativo do sujeito) o verbo deve concordar não com o sujeito, mas sim com o predicativo do sujeito. Essa possibilidade de concordância ocorre, dentre outros casos, se o predicativo do sujeito for um pronome reto (eu, tu, ele e etc.).

Exemplos:

O encarregado da obra é eu. [Inadequado] O encarregado da obra sou eu. [Adequado]

Neste caso continua nós… [Inadequado] Neste caso continuamos nós… [Adequado]

A concordância e as orações adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são aquelas que têm valor de adjetivo, ou seja, que qualificam ou determinam um nome que pertence à oração principal. Como elas estão ligadas a um termo da oração principal através de um pronome relativo, é obrigatório que entre o verbo da oração subordinada e o pronome haja concordância de pessoa e número.

Em geral as orações adjetivas são introduzidas por um pronome relativo (que, qual e etc.) que, substituindo o nome ao qual o verbo da oração subordinada está ligado, comanda a concordância verbal.

Exemplos:

Os homens que mata os animais selvagens devem ser denunciados. [Inadequado] Os homens que matam os animais selvagens devem ser denunciados. [Adequado]

…[Os homens devem ser denunciados: oração principal]

…[que matam os animais selvagens: oração subordinada adjetiva]

…[que: pronome relativo a “os homens”]

As questões que era mais importante foram esquecidas. [Inadequado] As questões que eram mais importantes foram esquecidas. [Adequado]

…[As questões foram esquecidas: oração principal]

…[que eram mais importantes: oração subordinada adjetiva]

…[que: pronome relativo a “as questões”]

Observe que no exemplo (2) não só o verbo, mas também o adjetivo da oração subordinada (eram, importantes) devem se manter em harmonia com o nome ao qual estão ligados.

Uma regra prática para identificar a oração subordinada adjetiva e, assim, promover a concordância verbal adequada, é substituir toda a oração subordinada pelo adjetivo a ela correspondente.

Os homens matadores de animais selvagens devem ser denunciados.

As questões mais importantes foram esquecidas.

A concordância e o pronome relativo em orações adjetivas

As orações subordinadas adjetivas, por qualificarem um termo da oração principal, possuem as características de um adjetivo; ou seja: estão ligadas a um nome , em geral um substantivo, ao qual conferem um atributo.

Dentre as características das orações subordinadas adjetivas destacamos o fato de serem introduzidas pelo pronome relativo que.

Nas orações adjetivas o que faz referência a algum termo da oração principal (sujeito, objeto, complemento nominal). Desse modo, o que carrega consigo todas as marcas de flexão (número, gênero, pessoa) do termo ao qual se refere. Assim, é obrigatória a concordância em número e pessoa entre o verbo da oração subordinada adjetiva e o substantivo a que se refere representado pela palavra que.

Exemplos:

Os trabalhadores que fez greve serão convocados para a reunião. [Inadequado] Os trabalhadores que fizeram greve serão convocados para a reunião. [Adequado]

Os lustres da sala que foram inaugurados destacava-se em delicadeza. [Inadequado] Os lustres da sala que foi inaugurada destacavam-se em delicadeza. [Adequado]

A concordância e os pronomes reflexivos

Os pronomes reflexivos (me, te, se, nos e etc.) possuem uma forma especial para cada pessoa verbal.

Para indicar que o objeto da ação é a mesma pessoa que o sujeito que a pratica, é obrigatória a concordância em pessoa entre o pronome reflexivo e a pessoa a qual se refere.

É importante lembrar, ainda, que a terceira pessoa possui uma única forma tanto para o singular quanto para o plural: se, si e consigo.

Exemplos:

Eu se machuquei. [Inadequado] Eu me machuquei. [Adequado]

Ela foi embora e levou minha juventude contigo. [Inadequado] Ela foi embora e levou minha juventude consigo. [Adequado]

Observe que a concordância própria aos pronomes reflexivos respeitam apenas a pessoa verbal e não o gênero da pessoa a qual se refere, senão vejamos os exemplos de sentenças corretas:

Ela está fora de si. / Ele está fora de si.

Além disso, é comum acrescentar algumas expressões reforçativas junto aos pronomes reflexivos. Dessa forma, destaca-se a idéia de igualdade entre as pessoas que estão sujeitas à ação.

Exemplos:

Eu me machuquei. Eu mesma me machuquei.

Eles se julgavam. Eles julgavam-se a si mesmos.

A concordância e o pronome “que”

Os pronomes relativos são aqueles que estabelecem a ligação entre a oração principal e a oração subordinada, ao substituir, na oração subordinada, um termo presente na oração principal (termo antecedente). Dentre os pronomes relativos, o que é o mais comum, sendo empregado em construções diversas.

Diferentemente de outros relativos (qual, cujo, por exemplo), o que não se flexiona em gênero e número. Por isso, muitas vezes é difícil saber a qual elemento o que se refere. Porém, como se trata de um relativo, o pronome que sempre retoma um nome anteriormente apontado e dele herda as características de flexão.

Em geral, o que introduz uma oração subordinada. A concordância de número e pessoa entre o verbo da oração subordinada e o elemento ao qual o que está ligado é obrigatória. É o que ocorre quando o termo antecedente for um pronome pessoal do caso reto (eu, tu, ele e etc.)

Exemplos:

Não fui eu que lhe vendeu fiado. [Inadequado] Não fui eu que lhe vendi fiado. [Adequado]

São eles que promete e não cumpre. [Inadequado] São eles que prometem e não cumprem. [Adequado]

É importante lembrar que, em análise sintática, o pronome reto que antecede o que é sujeito da oração principal. Já o sujeito da oração subordinada é o próprio que, por isso a necessidade de manter em harmonia os elementos da oração subordinada.

Fomos nós que antecipamos o resultado da pesquisa eleitoral. …[fomos nós: oração principal]

…[que antecipamos o resultado da pesquisa eleitoral: oração subordinada]

…[nós: sujeito da oração principal]

…[que: sujeito da oração subordinada = pronome relativo a “nós”]

A concordância e o pronome “quem”

O pronome relativo substitui um nome que pertence à oração principal. Para evitar a repetição desse nome, utiliza-se um pronome que se torna “relativo” àquele nome o qual substitui.

Exemplo:

Esses são os anéis que eu dei a você? …[oração principal: esses são os anéis]

…[oração dependente: que eu dei a você]

…[anéis: predicativo do sujeito da oração principal]

…[que: pronome relativo a anéis / objeto direto da oração dependente]

O pronome relativo quem, quando introduz uma oração dependente, se torna sujeito dessa oração. Logo é obrigatória a concordância em pessoa e número entre o verbo e o sujeito ao qual está ligado. Uma das possibilidades de concordância entre o quem e o verbo da oração dependente é manter este verbo na terceira pessoa do singular.

Exemplos:

Fui eu quem paguei a conta. [Inadequado] Fui eu quem pagou a conta. [Adequado]

São eles quem nos obrigaram a marchar. [Inadequado] São eles quem nos obrigou a marchar. [Adequado]

A concordância e os pronomes “o que”

Há, em língua portuguesa, um tipo de construção que reúne dois pronomes – demonstrativo e relativo – formando as expressões “o(s) que” e “a(s) que”. Quando o termo que dessa expressão introduzir uma oração subordinada, o verbo dessa oração deve concordar em número e pessoa com o termo o(s)/a(s) que o antecede.

Exemplos:

Não ouvi os que falava. [Inadequado] Não ouvi os que falavam. [Adequado]

São dois os que contribui para o time da empresa. [Inadequado] São dois os que contribuem para o time da empresa.[Adequado]

O pronome demonstrativo pode ser representado pelas palavras o(s), a(s), geralmente empregadas como artigos. Trata-se de uma forma especial de pronome neutro que pode ser substituída por “aquele(s)”, “aquela(s)”. Já o pronome relativo que retoma um elemento anterior (termo antecedente).

A análise sintática da expressão o que, portanto, deve ser compreendida da seguinte forma:

Cartas? Só lia as que chegavam em meu escritório. …[Só lia as: oração principal]

…[que chegavam em meu escritório: oração subordinada]

…[as: objeto direto da oração principal = substitui “cartas”]

…[que: sujeito da oração subordinada = substitui “as”]

Regência Verbal – Palavras

Regência é a relação necessária que se estabelece entre duas palavras, uma das quais servindo de complemento a outra (dependência gramatical).

TERMO REGENTE = palavra principal a que outra se subordina.

TERMO REGIDO = palavra dependente que serve de complemento e que se subordina ao TERMO REGENTE.

Assim, a relação entre o verbo (termo regente) e o seu complemento (termo regido) chama-se REGÊNCIA VERBAL, orientada pela transitividade dos verbos, que podem se apresentar diretos ou indiretos, ou seja, exigindo um complemento na forma de objeto direto ou indireto.

Lembrando que o OBJETO DIRETO é o complemento do verbo que não possui preposição e que também pode ser representado pelos pronomes oblíquos “o”, “a”, “os”, “as”. Já o OBJETO INDIRETO vem acrescido de preposição e igualmente pode ser representado pelos pronomes “lhe”, “lhes”. Cuidado, porém, com alguns verbos, como “assistir” e “aspirar”, que não admitem o emprego desses pronomes.

Os pronomes “me”, “te”, “se”, “nos” e “vos” podem, entretanto, funcionar como objetos diretos ou indiretos.

ATENÇÃO: Muitas vezes alguns verbos podem apresentar diferentes regências sem que seus sentidos sejam alterados ou, ao contrário, acarretando diferentes significados e acepções.

REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS – ABRAÇAR

Pede objeto direto.

Exemplos:

Abracei Michele carinhosamente em seu aniversário. Pelo meu elogio, Pedro abraçou-me agradecido.

Observação: Este verbo pode aparecer com outras regências que não acarretam mudança no sentido, mas que introduzem matizes especiais de significação.

Exemplos:

Meio tonto, Lucas abraçou-se ao poste. Para caminhar com mais apoio, Ana abraçou-se em mim. Comemorando a vitória, Luís abraçava-se com o pai.

ACONSELHAR.

Pede objeto direto e indireto no sentido de “dar e tomar conselhos, entrar em acordo”.

Exemplos:

Aconselho você a não sair de casa hoje por causa da chuva. Aconselhei à Isabel um bom caminho para ir à praia. Aconselhamos João sobre os malefícios do fumo. Aconselhei-me com o juiz sobre o meu processo. Depois nos aconselharemos no que mais nos convieR. Aconselharam-se para me trair.

AGRADAR

Pede objeto direto no sentido de “acariciar, fazer agrados”.

Exemplos:

O pai agradava o filho antes de sair para o trabalho. Sempre agradei minhas namoradas com meus elogios. (agradá-las) Pede objeto indireto no sentido de “ser agradável, contentar, satisfazer”.

Exemplos:

A resposta não agradou ao professoR. Tenho certeza de que este livro não lhe agradará. A piada não agradou à platéia.

AGRADECER

Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:

(AGRADECER ALGUMA COISA A ALGUÉM)

Agradeci A Deus a cura de minha mãe. Agradeceu-me comovido o presente.

Observação: Agradecer a alguém “por alguma coisa” é incorrer em italianismo, forma perfeitamente dispensável.

AJUDAR.

Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:

Ajudo meu irmão em seu escritório. Ajudei-o a resolver aqueles problemas.

APOIAR-SE

Pede objeto indireto.

Exemplos:

Para não cair, Carlos apoiou-se ao muro. Ela apóia-se à mesa para escreveR. Apoiamo-nos em documentos para provar o que dissemos. Apoiei-me sobre a perna direita ao descer do ônibus.

ANTIPATIZAR / SIMPATIZAR

Pedem objeto indireto, iniciado pela preposição “com”.

Exemplos:

Antipatizei com aquela secretária. Simpatizo com as idéias daquele partido.

Observação: Esses verbos não são pronominais. Assim, não se deve dizer: “antipatizei-me com ela” ou “simpatizei-me com ela”.

ASPIRAR.

Pede objeto direto quando significa “respirar, sorver, absorver”.

Exemplos:

Aspirei muita poeira, limpando aqueles livros velhos. Ao abrir a janela, aspirei o ar puro da manhã. Pede objeto indireto no sentido de “ambicionar, pretender, desejar”.

Exemplos:

Ele sempre aspirou ao cargo de presidente da República. Todos aspiram a uma vida melhoR. Observação: Neste caso, não se admite o pronome átono “lhe” que deve ser substituído pelas formas “a ele, a ela”, etc. Exemplo: Aquele aumento de salário?! Aspiro a ele desde o ano passado.

ASSISTIR.

Pede objeto direto no sentido de “prestar assistência, ajudar, servir, acompanhar”.

Exemplos:

O médico assiste a evolução daquele paciente todos os dias. A Prefeitura assistiu os moradores daquela favela depois dos desabamentos. Pede objeto indireto quando significa “prestar atenção, estar presente, presenciar”.

Exemplos:

Assistimos ao jogo ontem à noite.

Aquele casal assistiu à queda do avião com indiferença.

Observação: Neste caso, também é exigida a forma “a ele/a ela”, quando da substituição do complemento por uma forma pronominal.

Exemplo: Quanto ao julgamento, assistimos a ele preocupados.

Também pede objeto indireto no sentido de “pertencer, caber direito ou razão”.

Exemplo: Não lhe assiste o direito de reclamar neste momento.

Observação: Nesta acepção, é aceito como objeto indireto o pronome oblíquo “lhe”.

ATENDER

Pede objeto direto com o significado de “servir, escutar e responder”.

Exemplos:

O garçom atendia o freguês com simpatia.

Renato atendeu o telefone logo que ele tocou.

Observação: Com o sentido de “escutar e responder”, a regência deste verbo pode apresentar a oposição luso-brasileira “atender algo / atender a algo”.

Exemplos:

Renato atendeu o telefone / Renato atendeu ao telefone

Pede objeto indireto no sentido de “deferir, cuidar de”.

Exemplos:

O juiz atendeu ao requerimento do advogado.

Horácio e Vera atendiam às crianças de sua creche com muito carinho e dedicação.

Todo domingo, um grupo de jovens atendia aos mais necessitados de seu bairro com alimentos e roupas doados.

Pede objeto direto ou indireto, indiferentemente, quando significa “dar ou prestar atenção a, dar audiência a”.

Exemplos:

O soldado não atendeu as (às) ordens do sargento. Janete sempre atendia os (aos) conselhos de sua mãe. O reitor atenderá a (à) comissão de alunos amanhã.

ATINGIR

Pede objeto direto.

Exemplos:

A despesa atingiu 50 reais. Atualmente a informática atinge um progresso espantoso.

ATIRAR

Pede objeto direto quando significa “arremessar, lançar, arrojar”.

Exemplos:

“AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!” Mário gosta de atirar pedras no telhado do vizinho. Observação: Não se deve confundir objeto indireto com adjunto adverbial. Pede objeto indireto no sentido de “disparar arma de fogo”.

Exemplos:

O alvo a que os soldados atiravam ficava a 300 metros. Atirem nos inimigos quando eu mandar!

AUMENTAR

Pede objeto indireto com a preposição “em”. Exemplo: A dívida externa brasileira aumentou em tamanho.

AVISAR (assim como CERTIFICAR, INFORMAR, NOTIFICAR, PREVENIR)

Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:

(AVISAR ALGUÉM DE ALGUMA COISA – FORMA MAIS ACEITÁVEL) Eu avisarei Pedro da sua chegada. Eu o avisarei… (AVISAR ALGUMA COISA A ALGUÉM) Eu avisarei sua chegada a Pedro. Eu lhe avisarei…

BATER

Pede objeto direto, significando “bater alguma coisa”.

Exemplos:

o sair, Marco bateu a porta com violência. Ela machucou seu dedo, batendo pregos na parede. Sílvio bateu o carro no poste violentamente. Pede objeto indireto com o sentido de “bater a, na, pelas portas, bater em alguém, bater sobre”.

Exemplos:

lguém bateu à porta quando eu assistia à televisão. Alguém bateu na porta da sala com uma bengala. O mendigo batia pelas portas de várias casas a pedir só um prato de comida. João foi preso ontem por bater em sua mulheR.

Revoltado, o diretor bateu sobre a mesa a mão fechada com extrema raiva.

CARECER

Pede objeto indireto.

Exemplos: (Com o sentido de “precisar, necessitar”) Careço de dinheiro para pagar minhas contas. Careço do carinho de meus avós que já morreram.

CARREGAR

Pede objeto direto ou indireto.

Exemplos:

Carreguei o menino no colo o dia todo. Carreguei com o menino deste lugar perigoso.

CERTIFICAR (Mesma regência de AVISAR)

CHAMAR

Pede objeto direto ou indireto – com a preposição “por” como posvérbio – quando significa “fazer vir alguém, convocar, invocar, pedir auxílio”.

Exemplos:

O presidente chamou os ministros para uma reunião urgente. (Chamou-os)

Em suas preces, Alzira chamou por todos os santos. O rapaz chamava pelos colegas para empurrarem o carro. Quando viu os ladrões, Noeli chamou pela polícia. De longe, notei que alguém chamava por mim. Ainda com este sentido, o verbo CHAMAR pode tornar-se intransitivo.

Exemplos:

– Chamou? Perguntou o policial.

Chamei! Respondeu a moça. Com o significado de “denominar, apelidar”, pede objeto direto ou indireto e predicativo, com ou sem preposição.

Exemplos:

Chamavam Jânio, maluco. / Chamavam Jânio de maluco. Chamavam a Jânio de maluco. / Chamavam a Jânio, maluco.

CHEGAR

Pede o emprego da preposição “a”; contudo, já é bastante usual na linguagem coloquial brasileira o emprego da preposição “em”.

Exemplos:

Ele chegou ao (no) colégio atrasado. Bete chegou a (em) casa de madrugada. Observação: Em “Cheguei na hora exata”, a preposição “em” está empregada corretamente, porque indica tempo, e não lugar.

CERTIFICAR (ver AVISAR)

COMUNGAR

Pede objeto direto com o sentido de “dar comunhão. Exemplo: O padre comungou meus pais hoje. (Comungou-os) Com o significado de “estar de acordo, participar”, pode vir com preposição, como posvérbio.

Exemplos:

Eles comungavam às (das/nas/com as) mesmas idéias. Gabeira voltou ao Brasil para comungar das (com as/nas) liberdades e dos direitos e deveres democráticos.

CONFRATERNIZAR

Pede objeto indireto.

Exemplo: Os jogadores confraternizaram com a torcida após a conquista do campeonato. Observação: O verbo confraternizar já indica reciprocidade. Portanto, o pronome “se” é perfeitamente dispensável.

CONHECER

Pede objeto direto.

Exemplos:

Eu conheço aquela menina de algum lugar. (Eu a conheço)

CONSTITUIR (-SE)

O verbo constituir é transitivo direto. Exemplo: Esses capítulos constituem o núcleo do romance. O verbo constituir-se rege a preposição “em”: Esses capítulos constituem-se no núcleo do romance.

CONTENTAR

Pede objeto direto quando significa “agradar, satisfazer”.

Exemplos:

Fiz o possível para contentar meus filhos neste Natal. Não consegui contentá-la com meu presente. Com o sentido de “ficar contente”, o verbo é pronominal, apresentando-se com as preposições “com, de, em”.

Exemplos:

Contento-me com poucas coisas. Contentou-se em/de viajar amanhã para a Europa.

CONTRIBUIR

Quando se usar o verbo “contribuir”, a preposição “com” deverá introduzir o meio utilizado para a contribuição (dinheiro, mão-de-obra, mantimentos, roupas, etc.); já a preposição “para” introduzirá o beneficiário da contribuição, ou seja, a quem será destinado o elemento material da contribuição. Deve-se dizer, pois, que alguém contribui com algo para alguém.

Exemplos:

Ele contribuiu com dinheiro para as vítimas das enchentes. Pedro contribuirá com sua experiência de pedreiro para a reforma da escola.

CONVIDAR

Pede objeto direto.

Exemplos:

Convidarei Bruna para sairmos hoje. Cláudia não o convidou para a festa.

CUSTAR

Pede objeto direto quando significa “valer, ter um preço”.

Exemplos:

Este carro esporte custa cem mil dólares. Quanto custou esse livro? Quando significa “ser difícil”, pede objeto indireto e vem sempre na terceira pessoa, tendo como sujeito uma oração, geralmente reduzida de infinitivo.

Exemplos:

Custa-me ir trabalhar de trem todos os dias. Custam aos alunos esses exercícios de geometria (Custam-lhes) Se o verbo vem seguido de um infinitivo, este pode vir ou não precedido da preposição “a”.

Exemplos:

Custou-me (a) resolver esses problemas. Ele há de custar (a) dar o primeiro passo. Observação: Para valorizar a pessoa a quem um fato apresenta-se difícil, ou ainda tendo o sentido de “tardio, demorado”, a linguagem coloquial põe-na como sujeito da oração.

Exemplos:

Custei (a) resolver esses problemas. Custamos (a) acreditar que aquilo era verdade.

DEPARAR

Pede objeto direto quando significa “fazer aparecer”. Exemplo: Qual é o santo que depara as coisas perdidas? Pede objeto indireto no sentido de “encontrar com alguém de repente”. Exemplo: Ana deparou com seu pai na rua. É pronominal, significando “vir, chegar, surgir inesperadamente”. Exemplo: Deparou-se-lhe uma ótima chance de emprego.

DESCULPAR

Pede objeto direto e indireto, possuindo os sentidos de “pedir desculpas, perdoar e justificar”.

Exemplos:

(PERDOAR ALGUÉM DE OU POR ALGUMA COISA) Desculpe-me de (por) ter gritado com você. Ao chegar, Antônio desculpou-se da (pela=por+a) demora. Desculpei meu irmão de (por) me ter ofendido. (Desculpei-o)

Toda mãe sempre desculpa os erros de seus filhos.

DIGNAR-SE (pronominal, que no padrão culto rege a preposição “de”)

Exemplos:

Ele não se dignou de dizer a verdade.

O deputado nem se dignou de nos respondeR.

Observações: É comum, em textos formais, encontrar esse verbo com a preposição “de” elíptica. Ex.: O Presidente se dignou ouvir nossas reivindicações.

Normalmente, esse verbo, na linguagem corrente, é usado com as preposições “em” ou “a”, sendo esse uso inadequado, já que não é aprovado por gramáticos e dicionaristas.

– ENCONTRAR Pede objeto direto quando significa “achar, avistar”.

Exemplo: Só hoje encontrei o livro que tanto procurava.

Pede objeto indireto no sentido de “deparar com alguém, ter ou marcar um encontro”.

Exemplo: Encontramos com João no cinema. É pronominal quando significar “estar, achar-se em”.

Exemplo: A secretária disse que seu chefe encontrava-se em reunião.

ENSINAR

Pede objeto direto e indireto. Exemplo: Ensinei português aos alunos a tarde toda.

ENTRAR

Pede objeto indireto.

Exemplos:

Entrei na sala de aula. Entrei de cantor no conjunto do colégio. Entrei para o coro do teatro.

ESPERAR

Pede objeto direto. Exemplo: Na festa, todos esperavam Pelé. Observação: Pode-se empregar a preposição “por” como posvérbio, marcando interesse: “Todos esperavam por Pelé.”

ESQUECER

Dependendo do matiz de significação que se queira dar ao verbo, este poderá se apresentar transitivo direto ou indireto e pronominal, acompanhado dos pronomes me, te, se, etc.

Exemplos:

Esqueci o livro sobre a mesa.

Esqueci-me do livro…

Não esqueça as suas tarefas.

Não se esqueça das suas tarefas.

Já esqueci totalmente o latim.

Já me esqueci totalmente do latim.

Na língua do Brasil, no entanto, surgiu uma fusão dessas duas possibilidades: esquecer de algo ou de alguém.

Essa forma é usadíssima na fala e encontra registro na escrita, sobretudo quando o complemento de “esquecer” é um infinitivo: “Ia esquecendo de fazer uma confidência importante” (Érico Veríssimo); “Ele esqueceu de ir ao banco”; “Não esqueço de você”; “Não esquecia da saúva” (Mário de Andrade).

Atenção: Se participar de um concurso público, de um vestibular, de uma prova tradicional, você deve considerar erradas as construções do parágrafo anterior, apesar de serem comuns na fala e na escrita brasileiras.

Há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo “esquecer” não ser uma pessoa, um ser humano. O sujeito é uma coisa, um fato. Mas coisa No caso, “esquecer” passa a significar “cair no esquecimento”.

Em “Açores: Férias que nunca esquecem” (frase de um anúncio divulgado em Portugal), o sujeito do verbo “esquecer” é “férias”. Elas, as férias, nunca caem no esquecimento.

Em Machado de Assis, encontram-se vários casos desse emprego de “esquecer”: “Esqueceu-me apresentar-lhe minha mulher”, onde o sujeito de “esqueceu-me” é a oração “apresentar-lhe minha mulher”, ou seja, esse fato – o ato de apresentar-lhe minha mulher – caiu no meu esquecimento.

Essa mesma regência vale para “lembrar”, isto é, há na língua o registro de frases como “Não me lembrou esperá-la”, em que “lembrar” significa “vir à lembrança”.

O sujeito de “lembrou” é “esperá-la”, ou seja, esse fato – o ato de esperá-la – não me veio à lembrança.

ESTIMAR

Pede objeto direto quando significar “ter afeição ou amizade a, apreciar, avaliar, congratular-se por, ser de opinião, achar”.

Exemplos:

Estimo meus sobrinhos como filhos. Estimava bastante os filmes de Chaplin. Estimo esse anel em mil dólares. Estimamos suas melhoras. Estimei o fim da obra para daqui a dez dias. Com o sentido de “prezar-se”, apresenta-se também como pronominal. Exemplo: Normalmente, estima-se todos aqueles que fazem o bem.

FELICITAR

Pede objeto direto e indireto. Exemplo: Felicito-o por (de) ter passado no concurso.

FUGIR (ESCAPAR)

Pede objeto indireto.

Exemplos:

Fugiu-lhe as forças. Fugiram ao cerco da polícia. Ele foge de qualquer briga.

GOSTAR

Quando sinônimo de “apreciar”, pede objeto indireto. Exemplo: Ele gostou do almoço que lhe servimos. Quando significa “degustar, provar, experimentar, saborear”,pede objeto direto. Exemplo: Ele gostou o vinho.

IMPLICAR

Pede objeto direto quando significa “acarretar, produzir como conseqüência alguma coisa, pressupor”.

Exemplos:

Tua atitude implica prejuízos ao colégio. Acho que esses novos cálculos implicarão mudanças gerais nas obras. Com o sentido de “envolver, comprometer”, pede objeto direto e indireto.

Exemplos:

(IMPLICAR ALGUÉM EM ALGUMA COISA) P. C. Farias implicou muita gente em suas falcatruas. Com o sentido de “ter antipatia, irritação em relação a alguém ou a alguma coisa”, pede objeto indireto.

Exemplos:

Dona Maria implicava com todas as crianças do bairro.

Paulo implica com sua irmã caçula o dia todo.

IMPORTAR

Pede objeto direto com o significado de “fazer vir de país estrangeiro, acarretar”.

Exemplos:

O Brasil importa muitos automóveis da Europa. As guerras importam grandes calamidades.

Pede objeto indireto quando significa:

1. ATINGIR O TOTAL DE

Exemplo: As despesas importaram em vinte mil dólares.

2. REPRESENTAR

Exemplo: Só eliminei os erros do texto quando eles importavam em erros gramaticais.

3. DIZER RESPEITO, INTERESSAR

Exemplo: Estas regras importam a todos que desejam escrever bem.

4. PREOCUPAR-SE, INCOMODAR-SE COM OU DE (pronominal);

Exemplos:

Toda mãe importa-se quando seus filhos saem à noite sozinhos. Você se importa de ficar aqui hoje?

INDAGAR

Pede objeto direto e indireto. Exemplo: Os alunos indagaram as suas notas baixas do professoR.

INFORMAR (ver AVISAR)

INTERESSAR

Pede objeto direto e indireto quando significa “prender a atenção, despertar a curiosidade”. Exemplo: Por meio desse novo método, consegui interessá-lo em matemática. Pede objeto indireto e é pronominal com o sentido de “ser proveitoso, útil, empenhar-se”.

Exemplos:

Em função do meu trabalho, interessava-me em residir fora do Rio de Janeiro.

Ele não se interessa nas aulas de física.

IR

Pede objeto indireto ou complemento circunstancial de lugaR.

Exemplos:

Vou a São Paulo. Fui para a França.

LEMBRAR

Significando “fazer vir à memória por analogia, sugerir”, pede objeto direto. Exemplo: Depois da chuva, a estrada lembrava um rio. Pede objeto direto e indireto quando significa “recomendar, advertir”.

Exemplos:

este retrato é para lembrá-la a você. Lembre seu pai de tomar os remédios na hora certa. Com o sentido de “recordar, vir à memória, trazer à lembrança”, é possível duas formas.

Exemplos:

Lembrei o acidente. Lembrei-me do acidente. Observação: Quando o objeto indireto vem expresso por uma oração desenvolvida, o uso da preposição “de” é facultativo. Exemplo: Lembrei-me (de) que devo estudar para a prova hoje.

MEDITAR

Pede objeto indireto. No entanto,Possui duas regências sem mudança em seu significado.

Exemplos:

(MEDITAR SOBRE OU EM ALGUMA COISA) À noite, sempre medito sobre (em) minha vida.

MORAR (RESIDIR)

Em dicionários de regência, como os de Celso Luft e de Francisco Fernandes, vemos que o uso da preposição “a” com os verbos morar e residir é mais comum na linguagem burocrática, apesar de também aparecer em textos literários. Mas só há registros disso antes de rua, praça, avenida (palavras femininas). Não há registro, por exemplo, de “Mora ao Largo da Carioca”, “Reside ao Beco do Mota”, etc.

Já a preposição “em” é inquestionavelmente correta em qualquer desses casos: “Mora na Rua Prudente de Morais”, “Reside no Largo do Machado”, etc.

NAMORAR

Pede objeto direto em qualquer das acepções em que ele possa ser tomado.

Exemplos:

Marco namorou Denize por cinco anos. Ele namorava os doces da vitrine. Observação: É incorreto empregar a preposição “com” no sentido de “namorar com alguém”.

NOTIFICAR (ver AVISAR)

– OBEDECER (DESOBEDECER) Pede objeto indireto.

Exemplos:

Os alunos obedecem ao professor e às leis do Colégio. Ela sempre lhe obedece. Muitos brasileiros ainda desobedecem aos sinais de trânsito. Apesar de transitivos indiretos, estes verbos admitem a voz passiva analítica.

Exemplos:

Leis devem ser obedecidas.

Regras básicas de civilidade não podem ser desobedecidas.

Observação: Para substituir uma pessoa que apareça como complemento desses verbos, pode-se usar “lhe” ou “a ele / a ela”: “Obedeço (desobedeço) ao mestre / Obedeço-lhe (desobedeço-lhe);

Obedeço a ele (desobedeço a ele)”. Para substituir o que não for pessoa, só se pode usar “a ele / a ela”: “Obedeço (desobedeço) ao código / Obedeço (desobedeço) a ele”.

PAGAR

Pede objeto direto e indireto, que podem vir implícitos na frase.

Exemplos:

(PAGAR ALGUMA COISA A ALGUÉM) Paulo pagou suas dívidas ao Banco. João não paga aos seus fornecedores há dois meses. Ele já pagou todo o material da obra.

PERDOAR

Pede objeto direto de coisa perdoada – que pode estar implícita na frase – e indireto de pessoa a quem se perdoa.

Exemplos:

Perdoei-lhe a falta de educação. “Perdoai-lhes (as ofensas), Pai! Eles não sabem o que fazem.” Deus perdoa aos pecadores.

PERSUADIR

Quando significa “levar a crer, induzir a acreditar”, pede objeto direto e indireto. Exemplo: É preciso persuadir João dessas verdades. Também com o sentido de “instigar”, pede objeto direto e indireto.

Exemplos:

Com esta mentira, persuadiu Lúcia a fugiR. Persuadi-os a deixar de fumaR.

PRESIDIR

Pede objeto indireto.

Exemplo: O juiz presidiu ao tribunal com mão firme.

PREFERIR

Pede objeto direto – para aquilo de que se gosta mais – e indireto – para aquilo de que menos se gosta. Junto ao seu objeto indireto, pede a preposição “a”.

Exemplos:

(PREFERIR ALGUMA COISA A OUTRA COISA)

Prefiro feijoada a macarronada.

(Compare: “Prefiro a feijoada à macarronada.” A presença do artigo “a” antes de feijoada exige que também se empregue outro artigo antes de macarronada, acarretando desse modo o surgimento do fenômeno da crase.)

Prefiro o cinema ao teatro.

Preferimos estudar a não fazer nada.

Observação: O uso da expressão “do que” no lugar da preposição “a” é incorreto. TAMBÉM NÃO SE DEVE EMPREGAR ESTE VERBO COM OS ADVÉRBIOS “mais” e “antes”.

Assim, é errado dizer: “Eu prefiro jogar bola do que estudar”; “Eu prefiro mais esta camisa que aquela”; “Eu prefiro antes tomar banho e depois jantar”.

PREVENIR (ver AVISAR)

PROCEDER

Significando “iniciar, executar alguma coisa”, pede objeto indireto com a preposição “a”.

Exemplos:

O juiz procedeu ao julgamento.

Eles procederam à entrega dos prêmios.

Com o sentido de “vir, ter uma procedência”, é intransitivo; geralmente acompanhado de um adjunto adverbial de lugaR.

Exemplo: Aquele avião procedia de São Paulo.

Significando “ter um determinado procedimento”, também é intransitivo e, normalmente, pode vir acompanhado de um adjunto adverbial de modo.

Exemplo: Naquele caso, o advogado procedeu corretamente.

Com o significado de “ter fundamento”, é intransitivo.

Exemplo: Esta sua denúncia não procede.

PROPOR

Pede objeto direto e indireto.

Exemplos:

Eu proponho a vocês formarmos um grupo de debates permanente. Nós lhe propomos um acordo irrecusável.

QUERER

Pede objeto direto quando significa “ter intenção de, desejar, ordenar, fazer o favor de”.

Exemplos:

Queremos fazer uma homenagem ao nosso professoR. Quero um livro que fale sobre esoterismo. O sargento queria todos os soldados a postos. Com o sentido de “ter afeição a alguém ou a alguma coisa”, pede objeto indireto.

Exemplos:

Queremos muito a nosso país. A mãe queria especialmente ao filho caçula. Eu lhe quero muito bem.

REPARAR

No sentido de observar, pede objeto indireto (reparar em). Exemplo: Fernando reparava nas roupas de Carolina sempre que ela entrava na sala de aula.

Quando o verbo reparar for usado no sentido de “consertar”, é TRANSITIVO DIRETO, e seu complemento (objeto direto) não precisa de preposição.

Exemplo: Carlos reparou o carro para ir a Teresópolis.

RESIGNAR

Com o significado de “renunciar, desistir”, pede objeto direto. Exemplo: Jorge resignou o cargo de diretor. Significando “conformar-se”, é pronominal.

Exemplos:

Por acreditar na Justiça Divina, resigno-me com minhas dores. Resignou-se às tarefas que lhe foram dadas.

RESPONDER

Pede objeto indireto de pessoa ou coisa a que se responde, e objeto direto do que se responde.

Exemplos:

Isabel respondeu sim ao pedido de casamento de Luiz. Vou responder-lhe todas as cartas. O acusado responderá a inquérito. Observações: 1. Com o significado de “ser submetido a”, o emprego do artigo definido é facultativo.

Exemplos:

Ele responderá a inquérito (a inquéritos) Ele responderá ao inquérito (aos inquéritos) 2. Este verbo também admite voz passiva analítica, desde que o sujeito seja aquilo, e não aquele a que se responde. Ex.: “Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.

SATISFAZER

Pede objeto indireto.

Exemplos:

Satisfaremos ao seu pedido. Eu lhe satisfaço. É pronominal no sentido de “contentar-se”. Exemplo: Satisfez-se com os resultados das provas.

SOCORRER

Significando “prestar socorro a alguém”, pede objeto direto.

Exemplos:

Todos correram para socorrer o pedestre atropelado. Todos correram para socorrê-lo. No sentido de “valer-se de alguém, tirar proveito de alguma coisa”, pede objeto indireto, iniciado pelas preposições “a” ou “de”.

Exemplos:

Socorro-me dos amigos nas dificuldades. Socorreu-se ao (do) empréstimo para comprar o carro.

SUCEDER

Pede objeto indireto quando significar “substituir, ser o sucessor de”.

Exemplos:

D. Pedro I sucedeu a D. João VI. Eu lhe sucedi na presidência do grêmio estudantil. É também pronominal no sentido de “acontecer depois, seguir-se”.

Exemplo: O que se sucedeu ao acidente, ninguém sabe. Observação: Neste último sentido, o verbo apresenta-se defectivo, sendo conjugado apenas na terceira pessoa do singular e do plural.

VISAR

Significando “mirar, fazer pontaria, pôr visto em, assinar”, pede objeto direto.

Exemplos:

Ele visa o alvo.

Ana não visou o cheque ao fazer aquela compra.

O presidente visaria o documento somente depois que o lesse.

Pede objeto indireto quando significa “pretender, almejar”.

Exemplo: Aquele funcionário visava ao cargo de chefia.

Observação: Aqui também não é aceito o pronome “lhe” como complemento, empregando-se assim as formas “a ele” e “a ela”.

SENTIDOS ESPECIAIS DE FRASES COM FORMAÇÕES DIFERENTES

1. Ele esteve fora dois meses.

Ele esteve fora por dois meses. (idéia reforçada de ininterrupção)

2. Esperar alguém.

Esperar por alguém (idéia de ansiedade)

3. Olhar alguém.

Olhar por alguém. (idéia de zelar, interessar-se)

4. Não faças bobagens.

Não me faças bobagens. (Reforço de interesse)

A regência e o verbo “assistir”

O verbo “assistir” varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo “assistir”, dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de presenciar, ver, observar; rege a preposição “a” e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo “lhe”, mas sim “o(s)” e “a(s)”;

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de caber (direito a alguém), pertencer; rege a preposição “a” e admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo “lhe(s)”;

verbo transitivo direto: aponta para o sentido de socorrer, prestar assistência e não rege qualquer preposição. A é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim, quando o verbo “assistir” for empregado para indicar os sentidos apontados em (1) e (2), é obrigatória a presença da preposição regida.

Exemplos:

Os mais velhos insistiam em querer assistir o jogo em pé. [Inadequado] Os mais velhos insistiam em querer assistir ao jogo em pé. [Adequado]

Os mais velhos insistiam em querer assisti-lo em pé. [Adequado]

…[termo regente: assistir a = ver, observar]

Assiste o médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Inadequado] Assiste ao médico o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]

Assiste-lhe o direito de solicitar as informações sobre seu cliente. [Adequado]

…[termo regente: assistir a = caber, pertencer]

Tua equipe assistiu aos processos de forma brilhante e participativa. [Inadequado] Tua equipe assistiu os processos de forma brilhante e participativa. [Adequado]

Tua equipe os assistiu de forma brilhante e participativa. [Adequado]

…[termo regente: assistir = prestar assistência, socorrer]

A regência e o verbo “preferir”

O verbo “preferir” é um verbo transitivo direto e indireto, portanto rege a preposição “a”.

A regência verbal é determinante na construção correta de expressões formadas com o verbo “preferir”. Embora na língua coloquial empregue-se o termo “do que” em lugar da preposição “a”, quando há relação de comparação, a regência adequada da língua culta ainda exige a presença do “a” preposicional.

Exemplos:

Meus alunos preferem o brinquedo do que o livro. [Inadequado] Meus alunos preferem o brinquedo ao livro. [Adequado]

…[objeto direto: o brinquedo]

…[objeto indireto: ao livro]

O pequeno infante preferiu marchar do que esperar pelos ataques. [Inadequado] O pequeno infante preferiu marchar a esperar pelos ataques. [Adequado]

…[objeto direto: marchar]

…[objeto indireto: a esperar]

A razão do emprego inadequado do termo “do que” nesse tipo de construção se deve ao processo de assimilação de expressões comparativas do tipo:

Prefiro mais ler do que escrever! A palavra “mais”, nesse caso, caiu em desuso, porém o segundo termo da comparação (“do que”) ainda permanece, gerando a confusão quanto à regência: o verbo preferir rege tão só a preposição “a” e não o termo “do que”.

A regência e o verbo “visar”

O verbo “visar” varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo “visar”, dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de pretender, ter por objetivo, ter em vista; rege a preposição “a” e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo “lhe”, mas sim “o(s)” e “a(s)”; verbo transitivo direto: aponta para o sentido de mirar, apontar (arma de fogo) e não rege qualquer preposição. A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim, quando o verbo “visar” for empregado para indicar o sentido apontado em (1), é obrigatória a presença da preposição regida.

Exemplos:

Os estudantes visam uma melhor colocação profissional. [Inadequado] Os estudantes visam a uma melhor colocação profissional. [Adequado]

Os estudantes visam-na. [Adequado]

…[termo regente: visar a = ter por objetivo]

Os combatentes visavam aos territórios ocupados recentemente. [Inadequado] Os combatentes visavam os territórios ocupados recentemente. [Adequado]

Os combatentes visavam-nos. [Adequado]

…[termo regente: visar = mirar]

A regência e o verbo “aspirar”

O verbo “aspirar” varia de significação conforme as relações que estabelece com as preposições. Trata-se da regência verbal, responsável, nesse caso, pela alteração de significado da expressão.

O verbo “aspirar”, dentre outras acepções, pode se apresentar como:

verbo transitivo indireto: aponta para o sentido de almejar, desejar; rege a preposição “a” e não admite a substituição do termo regido pelo pronome oblíquo “lhe”, mas sim “o(s)” e “a(s)”; verbo transitivo direto: aponta para o sentido de respirar, cheirar, inalar e não rege qualquer preposição. A regência verbal é determinante na construção correta de cada uma das expressões acima. Assim, quando o verbo “aspirar” for empregado para indicar o sentido apontado em (1) é obrigatória a presença da preposição regida.

Exemplos:

Os quase mil candidatos aspiravam a única vaga disponível. [Inadequado] Os quase mil candidatos aspiravam à única vaga disponível. [Adequado]

Os quase mil candidatos aspiravam-na. [Adequado]

…[termo regente: aspirar a = desejar]

E eu era obrigado a aspirar ao mau cheiro dos canaviais… [Inadequado] E eu era obrigado a aspirar o mau cheiro dos canaviais… [Adequado]

E eu era obrigado a aspirá-lo. [Adequado]

…[termo regente: aspirar = inalar]

A regência e os verbos pronominais

Os verbos pronominais são termos que, em geral, regem complementos preposicionados.

São considerados verbos pronominais aqueles que se apresentam sempre com um pronome oblíquo átono como parte integrante do verbo (ex.: queixar-se, suicidar-se). Alguns verbos pronominais, porém, podem requerer um complemento preposicionado. É o caso, por exemplo, do verbo “queixar-se” (queixar-se de) e não do verbo “suicidar-se”.

Quando os verbos pronominais exigirem complemento, esse deve sempre vir acompanhado de preposição.

Exemplos:

Naquele momento os fiéis arrependeram-se os seus pecados. [Inadequado] Naquele momento os fiéis arrependeram-se dos seus pecados. [Adequado]

…[dos: de + os = dos / de = preposição]

…[dos seus pecados: objeto indireto]

Os biólogos do zoológico local dedicam-se as experiências genéticas. [Inadequado] Os biólogos do zoológico local dedicam-se às experiências genéticas. [Adequado]

…[às: a (preposição) + as (artigo) = às]

…[às experiências genéticas: objeto indireto]

Note que, no exemplo (2), o verbo “dedicar-se” não é essencialmente pronominal, mas sim acidentalmente pronominal. Isto é, esse verbo pode se apresentar sem o pronome oblíquo e, nesse caso, deixa de ser pronominal (ex.: Ele dedicou sua vida ao pobres). Casos como esse, porém, demonstram que, em princípio, qualquer verbo pode se tornar pronominal e, portanto, possuir um complemento preposicionado.

A regência e as orações subordinadas

Um período composto é aquele que apresenta uma oração principal e uma ou mais orações dependentes desta principal. As orações subordinadas são dependentes e, em geral, ligam-se à oração principal por meio de conectivos (pronomes, conjunções e etc.).

As orações subordinadas adjetivas e as orações subordinadas adverbiais, quando introduzidas por um pronome relativo (que, qual, quem e etc.), devem conservar a regência dos seus verbos.

Exemplo:

A vaga para o emprego o qual/que eu lhe falei continua aberta. [Inadequado] A vaga para o emprego do qual/de que eu lhe falei continua aberta. [Adequado]

…[A vaga para o emprego continua aberta: oração principal]

…[do qual eu lhe falei: oração subordinada]

…[falei de emprego a você = de que/do qual OU falei sobre o emprego a você = sobre o qual]

Notem que a preposição regida pelo verbo da oração subordinada vem antes do pronome relativo. Deve-se compreender, no entanto, que essa regência verbal é relativa ao verbo da oração subordinada (falei de/ falei sobre) e não ao verbo da oração principal (continua).

Vejamos outro exemplo:

A pessoa que me casei é muito especial. [Inadequado] A pessoa com quem me casei é muito especial. [Adequado]

…[A pessoa é muito especial: oração principal]

…[com quem me casei: oração subordinada]

…[casei-me com a pessoa = com quem]

REGÊNCIA NOMINAL

Os substantivos, adjetivos e advérbios geralmente exigem que seus complementos venham precedidos por uma determinada preposição específica, prevista nos dicionários de regência. A utilização de outra preposição, não prevista, constitui erro de regência, e deve ser evitada.

À esquerda apresentamos alguns casos inadequados de regência nominal; à direita seguem as construções recomendadas:

“TV a cores” “TV em cores” “bacharel de direito” “bacharel em direito” “igual eu” “igual a mim” “alienado com” “alienado de” “curioso com” “curioso de/por”

Fonte: www.graudez.com.br/www.nilc.icmc.usp.br

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